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“Dentro de três anos facturaremos mais fora que em Portugal”

Nos últimos dois anos, o grupo YoungNetwork investiu um milhão de euros na internacionalização.

Rui Oliveira Marques
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“Dentro de três anos facturaremos mais fora que em Portugal”

Nos últimos dois anos, o grupo YoungNetwork investiu um milhão de euros na internacionalização.

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Nos últimos dois anos, o grupo YoungNetwork investiu um milhão de euros na internacionalização. Em 2008 comprou 75 por cento da agência croata Meritor Media, que no ano seguinte se expandiu para a Macedónia. Em Setembro do ano passado, foi a vez da YoungNetwork anunciar a entrada em Luanda. Agora, João Duarte ultima a entrada em Moçambique. Pelo meio comprou ainda 15 por cento da agência Torke e abriu um escritório no Porto. O CEO do grupo explica o projecto de expansão.

Meios & Publicidade (M&P): A 1 de Setembro vai abrir a YoungNetwork Moçambique. O que é que este país tem de interessante quando, à partida, não é economicamente desenvolvido?

João Duarte (JD): Olhamos para os mercados numa perspectiva de médio e longo prazo. Nesta perspectiva, há três mercados de língua portuguesa muito importantes para nós: Portugal, Angola e Moçambique. Podemos incluir um quarto do outro lado do Atlântico, que é o Brasil e é efectivamente muito importante. Os últimos dez anos têm mostrado que a evolução de Moçambique é muito grande, apesar de não ter o desenvolvimento de Angola. Entraram muitas empresas e temos a perspectiva de que o país continuará a desenvolver-se. O mercado é mais pequeno mas é mais organizado que Angola. É, por exemplo, mais fácil identificar os concorrentes e fornecedores.

M&P: Qual será a oferta da YoungNetwork?

JD: Tal como em Angola, em Moçambique não vamos ser apenas agência de comunicação. No mercado, não da comunicação, mas da publicidade, existem três players: DDB Moçambique, Golo e Ogilvy Moçambique. Vamos ter uma oferta mais integrada, sabendo de antemão que o trabalho de lá é bem feito. Vamos agregar comunicação ao branding e ao advertising. Achamos que há espaço para crescer para quem vai com a nossa intenção. Não estamos à espera de ter resultados de um dia para o outro. Nunca os tivemos com essa postura em lado nenhum e não vai ser agora que vai acontecer.

M&P: Como surgiu esta oportunidade em Moçambique? Procuraram um sócio local ou entram sozinhos?

JD: Não vamos atrás de uma oportunidade. Quando entrámos em Angola, tínhamos já Moçambique em mente. Foi um pouco acelerado face ao que estávamos a espera. Chegámos ao mercado e contactámos potenciais clientes para nos darem uma perspectiva. Começámos a estudar o mercado no início do ano e falámos com potenciais parceiros, clientes e fornecedores. Até final de Maio tínhamos três hipóteses em aberto: duas pessoas ligadas aos dois principais grupos económicos de Moçambique estavam interessadas em participar no projecto e havia uma terceira via que era entrarmos sozinhos. Avançamos com um desses grupos.

M&P: Que grupo é?

JD: Ainda não pode ser divulgado, mas em Setembro estaremos em condições de fazê-lo. É um grupo forte.

M&P: Não existe nenhum cliente que, por si só, justifique a entrada em Moçambique?

JD: Não há nenhum cliente que seja a força motriz, tal como não houve em Angola. Mesmo assim, achamos que em Moçambique vamos ganhar clientes através de Lisboa e de Luanda.

M&P: Quanto está a investir em Maputo?

JD: À volta dos 150 mil euros. Face a Angola o investimento é mais pequeno, onde foi cerca de 350 mil euros. Quando falamos de investimento, refiro-me ao investimento inicial e para pôr a operação a funcionar.

M&P: São, portanto, 500 mil euros para a expansão em África. Não é um risco elevado tendo em conta que entrou em Angola e em Moçambique sem clientes?

JD: Em Angola começámos com três clientes e aí é preciso um investimento alto. Quando chegamos ao mercado vamos sem ajuda nenhuma. No caso de Moçambique, para uma empresa da nossa dimensão, não é um investimento muito elevado. Além disso, tive cinco reuniões com potenciais clientes e quatro já nos conheciam pelas notícias, por artigos de opinião e pelo passa palavra. Mas as nossas operações nos primeiros meses são muito deficitárias.

M&P: Angola ainda o é?

JD: Está próxima do zero. Ao fim de nove meses os custos e as receitas estão ela por ela

M&P: É sinal de que foi uma boa aposta ir para Angola?

JD: É, mas também foi preciso mais investimento e é mais arriscado. Mas o potencial é maior. Estes dois anos em Angola foram difíceis. O país não tem uma crise económica, tem uma crise financeira, mas não estamos muito expostos, nesta fase, ao Estado angolano.

M&P: Em termos de clientes, o que pode apresentar?

JD: O nosso objectivo era chegar aos 10 clientes no fim de 2010 e já os atingimos. Optamos por não falar da nossa operação em Angola, mesmo que esteja a dar frutos.

M&P: Porquê?

JD: Temos muita coisa de que falar. Há projectos que têm um risco maior e preferimos primeiro fazer o trabalho de casa e depois apresentar resultados. Criando aqui uma excepção, divulgo em três grandes blocos os clientes com que trabalhamos: multinacionais, empresas portuguesas investidoras em Angola e empresas angolanas. Nas multinacionais, posso falar na Total e na British Airways, nas empresas portuguesas a investir em Angola posso referir várias empresas do grupo Auto-Sueco e a Finaccount, entre as empresas angolanas, posso falar, em Angola Telecom, Solar de Alvalade que é um dos principais condomínios de Luanda, e o condomínio de luxo em Benguela Baía Azul.

M&P: Quais são os principais serviços que prestam em Angola?

JD: É relativamente equitativo. Os maiores serviços foram de relações públicas e de eventos, mas com possibilidade de ganharmos espaço em branding.

M&P: Quando entrou em Angola disse que “o mercado já tem os seus players e nós sentimo-nos no papel de challenger. A operação arranca com duas pessoas, mas dentro de um ano poderá chegar às sete”. Mantém a previsão?

JD: Temos seis pessoas em Luanda, metade portuguesa, metade angolana. Estreámos um escritório para 10 a 12 pessoas. Num dossier do Meios & Publicidade outros players angolanos diziam que em Portugal as empresas portuguesas diziam que estavam lá a fazer o trabalho A,B ou C, mas na verdade os principais concorrentes são as empresas angolanas.

M&P: As próprias agências portuguesas distorcem a realidade do mercado angolano?

JD: Acho que sim. Quando vamos para um país é para aprender e para estarmos atentos. Tenho ido a Angola todos os meses e ainda acho que não conheço o suficiente para fazer comentários. Em Moçambique vamos também respeitar quem lá está.

M&P: Que lições aprendeu em Luanda que vá aplicar em Maputo?

JD: Em Angola foi preciso levar pessoas, criar rotinas de trabalho entre a equipa angolana e a de Lisboa. Existem em Portugal pessoas que reportam já a Angola. Testámos coisas que não funcionaram, mas o que funcionou vai ser replicado. Definimos regras face a parceiros. O nosso parceiro angolano é o António Marques e tem corrido bem.

M&P: Para quem não conheça a realidade angolana, quem é?

JD: É empresário. É um nome que, se calhar, não diz muito aos portugueses. Nós temos o know-how da comunicação, não andamos à procura da parte financeira dos parceiros. Mas há uma regra: entram com o mesmo dinheiro, em termos proporcionais, com que nós entramos. Não damos percentagens a ninguém. Depois, somos sempre maioritários e a gestão é 100 por cento nossa. O que é que nós valorizamos? New business. Se não tem new business, dificilmente é nosso parceiro de capital. O único país onde não temos sócios é a Macedónia.

M&P: Como olha para as agências portuguesas em Luanda, tendo em conta que nos últimos meses se têm registado várias investidas da concorrência?

JD: Há duas formas de estar em Angola e ambas são legítimas e interessantes. Uma é fazer um negócio sobretudo em Portugal e ter um ponta de lança lá. A outra é montar uma estrutura com escritório e com uma perspectiva de médio e longo prazo. Optámos por esta via. Já fazíamos negócios para Angola antes de estarmos lá e nunca me ouviram dizer que já estava em Angola. Fizemos agora um negócio na Turquia. Temos lá um escritório através da Torke, mas nunca me ouviram dizer que abri lá um escritório da YoungNetwork. Algumas das agências de publicidade e comunicação têm preferido ter lá uma pessoa ou uma equipa pequena a dar apoio aos clientes que vêm de Portugal. Nós não vamos ser a agência para os clientes portugueses, vamos ser muito mais do que isso.

M&P: Por que decidiu investir na Croácia?

JD: Antes de olharmos para África, estudamos muito os mercados do Leste europeu. São mercados emergentes e com um potencial de crescimento enorme. No Leste, chegámos à ex-Jugoslávia, porque são 20 milhões a falar praticamente a mesma língua. Tínhamos de começar por algum lado. No primeiro ano a operação da Croácia cresceu 70 cento. No ano passado decrescemos ligeiramente a facturação. Este primeiro semestre está a ser razoável. São também países afectados pela crise. Precisamos de mais pessoas para nos ajudar a gerir lá. Angola é uma aposta tão forte que desorientou um pouco a nossa atenção. Neste momento os centros de competência estão em Portugal mas nem sempre será assim. As pessoas que estão em Portugal vão ter de fazer com que mereçam que os centros continuem em Portugal. Vamos ter, por exemplo, competências de programação e de design na Macedónia. Pela dimensão que estamos a tomar, podemos estar a desenvolver projectos de web 2.0 para Angola através da Macedónia.

M&P: Quanto é que investiu na Croácia até agora?

JD: 200 a 250 mil euros. Mas não pode ser visto assim. A Croácia tem todos os anos resultados positivos. Uma parte do retorno está já garantido.

M&P: Mesmo assim a expansão está a decorrer a um ritmo que não é comum na área da comunicação…

JD: Todos os concorrentes têm as suas vantagens e desvantagens. Nós temos uma vocação internacional. Não pensamos tanto nos concorrentes portugueses, mas nos concorrentes que temos em cada território. Temos de estar em alguns mercados a ter bons resultados que possam suportar isto. Acresce outro facto: a YoungNetwork tem um endividamento muito baixo. Isso permitiu aumentar um bocado o endividamento para ter mais força para que, quando está tudo na toca, sairmos. Como diz Warren Buffett:“Tenha medo quando os outros são gananciosos e seja ganancioso enquanto os outros estão com medo”. Nós estamos nesta última fase. O nosso endividamento aumentou mas continua a ser baixo. Se calhar o nosso endividamento é pouco mais de 10 por cento da nossa facturação anual. Estamos a ter resultados num momento e num mercado difícil como o português. Em nove anos crescemos sempre num ritmo superior a dois dígitos.

M&P: No vosso site dizem que são a agência número um no crescimento de volume de negócio. Mantém a frase?

JD: Sim. Basta ver de onde viemos. Não há rankings e é difícil perceber o que está dentro de cada facturação. Dificilmente não estaremos no top das agências com maior facturação. Não se consegue encontrar no mercado uma agência que tenha evoluído de uma para mais de 80 pessoas em nove anos. No ano passado crescemos 12 por cento e foi o primeiro ano da história abaixo do objectivo.

M&P: Cresceu para quanto?

JD: Não revelo o volume de facturação, mas no ano anterior tínhamos crescido 60 por cento. No ano passado queríamos crescer 30 por cento e ficamos nos 12. Uma nota quanto aos 12 por cento: não considero um mau resultado dado que foi obtido no ano economicamente mais difícil dos últimos 30 para quem está a gerir empresas. Nem quero eu dar o sinal a quem se esforçou de que esse foi um mau resultado, quando em muitas empresas era suficiente para abrir garrafas de champanhe.

M&P: Mesmo assim, o mercado continua a não pensar na YoungNetwork como uma das principais agências do país.

JD: Não tenho essa percepção mas talvez seja pela estrutura de clientes e pela postura de challenger permanente. Por mais voltas que se dê, não se encontram outras agências com esse percurso. Há agências históricas no mercado português a fazer bom trabalho, da mesma forma que há agências históricas que passaram por momentos mais difíceis e mantêm o seu pedigree.

M&P: Qual é o perfil dos seus clientes?

JD: Temos muitas multinacionais. Devemos ser das agências que tem mais multinacionais. Temos clientes de grande e média dimensão. Se calhar falta-nos estar melhor posicionados nas empresas cotadas e nas empresas públicas. Mas no fim do dia o que interessa é o crescimento que se tem. E isso não nos tem impedido de entrar em nenhum sector ou em algum lado.

M&P: Perante a internacionalização e compras, quando lhe perguntam o que é o grupo YoungNetwork, o que responde?

JD: É uma agência de comunicação global. A maior parte do negócio ainda vem de Portugal e da área de consultoria. No futuro não será assim. Dentro de três anos, posso dizê-lo com segurança, facturaremos mais fora que em Portugal. Este ano, a facturação de Angola e da Croácia está acima dos 20 por cento. Na Macedónia a operação é pequena.

M&P: Somando Angola, Moçambique, Torke, Porto, Macedónia e Croácia, quanto foi investido na expansão da YoungNetwork?

JD: Quase um milhão de euros

M&P: Conhece alguma agência que tenha gasto esse valor em expansão?

JD: No espaço de dois anos desconheço. Sei que tem havido muito poucos negócios no mercado envolvendo dinheiro. Por vezes os jornalistas e observadores falam de fusões ou aquisições, mas depois não se verificam. Tirando trocas de participações, aquisições por intervenção financeira de quem adquiriu, não conheço.

– Mudança de governo é “indiferente” para o mercado

João Duarte explica o que resultou das queixas à adjudicação de dois concursos públicos e o que pretende fazer da área de public affairs.

M&P: Em Novembro interpôs dois processos junto do tribunal para esclarecer os resultados de dois concursos públicos em que participou. Em que ponto estão?

JD: Ganhámos um, porque o tribunal deu-nos razão e o instituto público concordou, e perdemos outro. No segundo, acharam que a nossa exposição não tinha fundamento.

M&P: O que é que os colegas de outras agências lhe disseram sobre este assunto?

JD: Alguns disseram que nós fazemos o que outros não fazem. Em relação a coisas relacionadas com governo ou Estado temos poucos ou nenhuns rabos de palha. Quando nos convidam para fazer número e as coisas não são transparentes… Já entrámos em concursos públicos em que ganhámos, poucos. Nestes dois havia claramente dois ou três pontos, nomeadamente a questão do preço, que nos colocavam dúvidas.

M&P: Identificou os vencedores como os “suspeitos do costume”.

JD: Ganharam agências que normalmente ganham concursos públicos. Isso não tem mal nenhum, nem lhes tira mérito, nem tenho provas de que os concursos estivessem enviesados para que ganhassem.

M&P: Uma eventual mudança de governo poderá mudar a dinâmica das agências? Um governo do PSD é favorável à YoungNetwork?

JD: É indiferente. Quem está a fazer um bom trabalho no sector público, mesmo mudando o governo não vejo razões para que não continue bem posicionado. Acredito que não haja nenhuma alteração de fundo. Pode é haver uma ou outra mexida.

M&P: A YoungNetwork continua a ter a área de public affairs? [Rui Calafate entrou em Março de 2007 para criar esta unidade e saiu da agência dois anos depois]

JD: Temos a área de public affairs, mas está estruturada de forma diferente. Também continuamos com a área política. No ano passado tivemos um resultado abaixo daquele que esperávamos, mas mesmo assim tivemos o melhor resultado de sempre aí. Este ano ou ficará igual – estamos em negociação com três câmaras – ou será melhor. O resultado financeiro e de aprendizagem é positivo. Aprendemos, por exemplo, que trabalhar ao nível local e autárquico tem mais parecenças com o que se faz para empresas, em vez de ter uma especificidade técnica e política forte. Quando existem projectos onde essa componente é forte ou terceirizamos, como já fizemos no passado, ou fazemos com os recursos que temos em casa.

M&P: Mesmo assim, reconhece mérito à LPM pelo apoio que deu [após a saída de Calafate] nas campanhas de 2009?

JD: Nem eu disse o contrário. A LPM foi um parceiro e da minha parte não existe nada contra a possibilidade de ser um parceiro para projectos comuns. A LPM faz, claramente, um bom trabalho. A colaboração tinha a perspectiva de resolver um problema imediato que foi mais necessário nuns clientes do que em outros. Foi um ano cheio de eleições e foi um apoio que registo com agrado. Isso não me impede de tomar as posições que tomo em relação à LPM ou ao mercado.

M&P: Se soubesse o que sabe hoje, teria contratado Rui Calafate?

JD: Não contratava. Mas deixou coisas positivas na agência e aprendemos com o que foi feito na altura. Os resultados não foram os esperados mas, segundo sei, se saiu foi porque havia alguém no mercado que o valorizava mais do que nós. Essa é a vida das empresas.

– “O preço da Torke foi justo se se concretizar o potencial”

A abertura de um escritório da YoungNetwork no Porto, coordenado por Sara Guerreiro, e o que respresenta a compra de 15 por cento da agência de guerrilha Torke

M&P: Abriu no mês passado a YoungNetwork Porto. Porque acha que vai conseguir manter o escritório quando existe um histórico de agências de publicidade e de comunicação que vão para o Porto e depois apercebem-se de que essa presença não se justifica?

JD: Assumimo-nos como uma agência de comunicação global. Global em dois sentidos, no sentido internacional e no de que temos mais valências do que tínhamos no passado. Temos a área de consultoria, que historicamente é a área mais forte da empresa, a de eventos, em que conseguimos estar já a fazer eventos para grandes marcas com frequência, a criativa, que nasce para dar apoio aos eventos mas que quer ser mais do que isso, e temos uma área de web e de web 2.0. A nossa panóplia de serviços mudou. Queremos que a abrangência chegue a todos os sítios onde estamos presentes.

M&P: No caso do Porto os serviços são assegurados a partir de Lisboa.

JD: Design e eventos sim, consultoria, à partida, não. No Porto estão agora duas pessoas, mas no curto prazo deverá ter três a quatro.

M&P: Será sempre uma operação pequena.

JD: Sim, tendo em conta o grupo, mas dá-nos a proximidade que é preciso uma agência de Lisboa ter no Porto. Abrimos agora a operação, portanto é deficitária, mas no fim do ano acredito que esteja no zero. Não vale a pena falar do investimento, mas não é muito elevado. Acredito que dificilmente não acabaremos o ano com cinco ou seis clientes nesse escritório. Já tínhamos clientes no Porto, mas para lhes prestar mais serviço abrimos o escritório. Depois fomos buscar uma pessoa que já conhecemos muito bem que, por questões pessoais, foi viver para o Porto. Achamos que vamos ter sucesso.

M&P No fim de Janeiro anunciaram que tinham comprado 15 por cento da Torke? Esta percentagem é para crescer?

JD: Isso está definido no contrato, com preços e tudo. A 1 de Janeiro de 2011, se a YoungNetwork quiser aumentar de 15 para 40 por cento é directo. É só aparecer com o dinheiro.

M&P: Isso vai acontecer?

JD: Não é o momento para se discutir isso. O contrato prevê que a YoungNetwork possa tomar essa posição em três anos. Ainda não chegou a altura de se decidir isso. Porque entramos com 15 por cento? A Torke é uma agência com um potencial enorme. É, a par de Angola, dos nossos maiores investimentos.

M&P: Quanto custou?

JD: Não divulgamos valores, mas são elevados para uma empresa que factura um milhão de euros. O preço foi justo se se concretizar o potencial que a empresa tem. Nós andámos um ano e meio a falar com a Torke e muitas outras agências portuguesas e de fora fizeram o mesmo. Na verdade fomos nós que nos chegamos à frente. Comprámos 15 por cento que impedem a entrada de não sei quantas pessoas. Comprámos o bilhete de entrada, estamos a pagar para ver e a ajudar a que tenha sucesso e cortámos o caminho a outras empresas que queiram entrar.

M&P: Existem já casos concretos de trabalhos que envolvam as duas agências?

JD: Está-se a fazer, mas ainda não posso avançar mais pormenores. Vai intensificar-se no segundo semestre. A nossa capacidade de gestão não é elástica. Se nós só tivéssemos comprado a Torke, as coisas teriam acelerado, mas há Angola, o Leste….

M&P: Ainda não conseguiu rentabilizar para os seus clientes este negócio.

JD: Ainda não, mas haverá cada vez mais integração entre as duas agências.

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As votações decorreram presencialmente, a 15 e 16 de maio, no espaço cedido pela Xerox, patrocinador do festival, na antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa, no mesmo local onde os vencedores serão revelados a 24 de maio, na Gala 26ª Entrega de Prémios CCP

O júri do 26º Festival CCP selecionou 346 trabalhos para ‘shortlist’, entre um total de 933 inscrições a concurso, nas sete categorias abrangidas no festival do Clube da Criatividade de Portugal. As votações decorreram presencialmente, a 15 e 16 de maio, no espaço cedido pela Xerox, patrocinador do evento, na antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa.

De acordo com os dados da organização do Festival CCP, as categorias com mais trabalhos na final são Design (80; 40% de 200 inscrições), Craft em Publicidade (73; 33% de 220 inscrições), Digital (71; 44% de 162 inscrições), Publicidade (63 finalistas; 34% de 185 inscrições), Experiências de Marca (27; 31% de 88 inscrições), Criatividade em Meios (23; 44% de 52 inscrições) e Integração e Inovação (9; 35% de 26 inscrições).

A lista completa de finalistas por categoria pode ser consultada online e os vencedores serão revelados a 24 de maio, na Gala 26ª Entrega de Prémios CCP, que se realiza no espaço da antiga Fábrica do Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa.

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Beefeater patrocina Oeiras Padel Academy e aproveita prova para lançar gin sem álcool

A marca de destilados dá nome ao Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy. Para além de reforçar a estratégia de ligação ao desporto, divulga a nova variedade de gin sem teor alcoólico. Em preparação está também uma campanha para promover o produto

A Beefeater patrocina o Open Beefeater 0.0, competição de padel organizada pela Oeiras Padel Academy que se realiza entre os dias 17 e 19 de maio. É a segunda vez que a marca se associa ao torneio, aproveitando a edição deste ano para lançar publicamente a Beefeater 0.0, uma bebida elaborada com botânicos naturais, com um teor alcoólico de 0,0% em volume, inspirada no clássico Beefeater London Dry Gin, reforçando a estratégia de ligação da marca à modalidade desportiva.

“O padel é um desporto com uma procura crescente e com cada vez mais adeptos, ajudando não só ao bem-estar físico, mas também a ser um momento perfeito para socializar e juntar amigos e/ou família, motivo pelo qual, para Beefeater 0.0, um produto com 0% de álcool que nos permite entrar no território do desporto, esta associação nos pareceu natural e com sentido”, justifica ao M&P Yuliya Vashchyshyn, gestora de marca do gin.

“A presença de Beefeater 0.0 no Oeiras Padel Academy, enquanto main sponsor, vem marcar uma nova era para Beefeater que, com a qualidade a que o consumidor já está habituado, se eleva para outro patamar de momentos de consumo, vendo no desporto e em particular no padel, um momento onde se fomenta a socialização entre as pessoas, o lazer e o convívio”, refere ainda a responsável pela promoção do gin, que integra o portefólio de bebidas do grupo Pernod Ricard.

Dinamizar ativações em eventos significativos para a modalidade é uma das apostas da marca para potenciar a estratégia de comunicação que está a ser delineada para promover o produto. “Estamos ansiosos por explorar todas as oportunidades para fortalecer ainda mais a nossa conexão com este meio”, assegura Yuliya Vashchyshyn, revelando também que está a ser preparada uma campanha publicitária multimeios para divulgar o Beefeater 0.0 nos meses de maior calor.

Sem adiantar valores, a marca confirma o reforço do orçamento de marketing para promover as novidades de 2024. “Aumentámos o investimento em comunicação devido ao lançamento de três novas referências no portefólio, refletindo o nosso compromisso contínuo em impulsionar a marca, expandir a nossa presença no mercado e envolver eficazmente o nosso público-alvo. Este investimento adicional permitirá ampliar as nossas iniciativas de marketing”, refere a responsável.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P

Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) avaliam os trabalhos a concurso

Numa era cada vez mais dominada pela inteligência artificial generativa, premiar a criatividade humana é um ato pré-revolucionário. Chegará o dia em que, no limite, a ‘criatividade artificial’ poderá ser o que nos resta para avaliar e premiar?

Por enquanto, queremos continuar a olhar e a distinguir o que os humanos são capazes de criar em comunicação comercial, com mais ou menos colaboração de máquinas, Midjourney, ChatGPT e todos os seus parentes, que se estão a reproduzir em nome da produtividade, eficácia, eficiência e melhoria dos resultados.

Chegará o dia em que as fichas técnicas irão incluir, obrigatoriamente, as ferramentas de inteligência artificial generativa utilizadas em cada campanha, lado a lado com os seus ‘pares’ humanos? E o Photoshop e seus derivados, normalizados há décadas, com todas as consequências, boas e más, sobejamente conhecidas?

Não há dúvidas sobre o poder da inteligência artificial nas várias fases de criação de uma campanha publicitária, da ideia ao planeamento da veiculação, passando pelo desenvolvimento e execução. Mas devemos acreditar, enquanto indústria, que é a capacidade de pensar de forma criativa e original, empática e ética, disruptiva e inclusiva, que torna os seres humanos insubstituíveis na publicidade.

Na 13ª edição dos Prémios de Criatividade continuamos a avaliar e a distinguir os melhores trabalhos publicitários gerados por humanos empáticos, éticos e com pensamento crítico e estratégico.

Nesta edição, Alexandre Costeira (GR8), Américo Vizer (LLYC), Filipe Teotónio Pereira (Nova Expressão), Francisco Pedreira (Clube Recreativo), Ivo Purvis (Dentsu Creative Portugal), João Madeira (Fuel), Judite Mota (VML), Luís Lobato Almeida (Pingo Doce), Mário Patrocínio (Bro Cinema), Nuno Cardoso (Nossa), Nuno Miranda (DAZN), Pedro Morgado (Fullsix), Rita Amzalak (Havas Media), Rodrigo Silva Gomes (Lola Normajean) e Vasco Thomaz (Judas) são os humanos responsáveis pela avaliação dos trabalhos a concurso. Um dia teremos máquinas a avaliar a criatividade de máquinas? Que esse dia esteja longe.

A inteligência artificial não sabe transformar dados em histórias, nem conhecimento em emoções, mas analisa quantidades gigantescas de dados, identifica padrões e indica as opções mais certeiras em função desses padrões.

A criatividade humana tem a capacidade de gerar perceções, conectar ideias aparentemente desconexas e criar algo completamente novo e original. É capaz de pensar fora da caixa, encontrar soluções inovadoras e criar histórias que tocam o coração e o espírito, que constroem marcas e criam notoriedade.

É o que esperamos avaliar e distinguir nos trabalhos a concurso na 13a edição dos Prémios de Criatividade M&P, que se distribuem por 66 categorias, em 16 grandes áreas (Televisão/Cinema, Áudio, Imprensa, Outdoor, Digital, Ativação, Relações Públicas, Eventos, Marketing Relacional, Media, Sustentabilidade e Responsabilidade Social, Suporte Alternativo/Inovação, Ação Integrada, Mercados Internacionais e Mercados Lusófonos). Haverá espaço, no futuro mais ou menos longínquo, para termos uma categoria para trabalhos gerados por inteligência artificial? Chegará o dia.

Até lá, e até à revelação dos vencedores da 13ª edição dos Prémios de Criatividade M&P, recorde os vencedores dos últimos anos, e inscreva-se aqui.

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Netflix lança plataforma própria de anúncios

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano

A Netflix vai lançar a sua própria plataforma de anúncios, com o objetivo de ter tanto controlo sobre a tecnologia de publicidade como tem sobre a tecnologia de streaming. A nova plataforma proprietária da Netflix vai começar a ser testada no Canadá, ainda este ano, para ser lançada nos Estados Unidos no segundo trimestre de 2025, estando previsto o lançamento mundial para o final do próximo ano.

Esta novidade foi avançada no Netflix Upfront 2024, apresentação formal do portefólio comercial da empresa, que decorreu a 15 de maio, em Nova Iorque. Evento em que a Netflix revelou, ainda, que o seu programa de anúncios tem agora 40 milhões de utilizadores mensais ativos em todo o mundo, em comparação com os 23 milhões registados em janeiro deste ano.

Pretendendo tirar partido deste crescimento, a empresa demonstrou a intenção de diminuir a dependência do atual parceiro publicitário, a Microsoft, enquanto trabalha na criação da plataforma de anúncios própria.

A Netflix avança ainda que a The Trade Desk, a Display & Video 360 da Google e a Magnite são os novos parceiros programáticos da plataforma de streaming, em conjunto com a Microsoft.

A partir deste verão, a empresa disponibilizará a oferta publicitária através da Magnite, à qual os anunciantes podem aceder através da The Trade Desk ou da Display & Video 360. Atualmente, a Netflix apenas utiliza a Microsoft para vender anúncios de forma programática.

Na vertente da monitorização de resultados publicitários, a Netflix revela a entrada da iSpot.TV e da TVision enquanto parceiros, que se juntam à Affinity Solutions, DoubleVerify, EDO, Integral Ad Science, Kantar, Lucid, NCSolutions e Nielsen.

Para além das novidades publicitárias, a empresa aproveitou o Netflix Upfront 2024 para demonstrar as novidades da plataforma nas transmissões em direto, um formato que diversas plataformas de streaming têm vindo a incorporar no seu modelo de negócio.

Apesar deste ainda ser um segmento de negócio novo para a Netflix, a empresa tem vindo a explorar o formato, tendo estabelecido, recentemente, diversos acordos de transmissão de eventos desportivos, como o acordo de transmissão do jogo do dia de Natal, da National Football League, liga nacional de futebol americano, durante três anos, e o acordo de transmissão do WWE Raw, programa de televisão norte-americano de luta livre profissional, a partir de 2025.

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Sofia Cartó preside a primeira associação de assuntos públicos e lobbying portuguesa

A PAPT, liderada por Sofia Cartó e tem Rita Serrabulho e Gonçalo Boavida como vice-presidentes, está a preparar um código de conduta. A nova organização é um dos novos membros da PACE, organização que agrega associações sectoriais de vários países europeus

Public Affairs Portugal (PAPT) é a denominação da primeira associação de assuntos públicos e lobbying portuguesa. A nova organização, presidida por Sofia Cartó, sócia-gerente da Loyal Ecosystem, tem como vice-presidentes a sócia-gerente da Political Intelligence Portugal Rita Serrabulho e o sócio da Lift Consulting Gonçalo Boavida. A mesa da assembleia geral é presidida por Gonçalo Almeida Simões, diretor-geral da Biond. Luís Rhodes Baião, diretor de assuntos públicos e governamentais da Association of the European Self-Care Industry (AESGP), é secretário da mesa da assembleia geral.

Além da Loyal Ecosystem, da Political Intelligence Portugal e da Lift Consulting, também a Atrevia integra a lista de fundadores da PAPT. Apesar de a organização, que está a preparar um código de conduta, ter sido apresentada a 16 de maio, só vai ter o site disponível no início de junho, apurou o M&P. “A PAPT reunirá organizações que se dedicam à atividade profissional de representação de interesses, próprios ou de terceiros, de origem portuguesa ou estrangeira, a operar no mercado nacional, assim como profissionais a título individual”, informa a associação em comunicado.

Membro da Public Affairs Community of Europe (PACE), a PAPT vai funcionar em estreita relação com a organização europeia, que agrega associações sectoriais de diferentes países europeus, na definição de normas uniformes e de linhas orientadoras comuns para garantir uma maior transparência no setor em todo o continente europeu. “O trabalho conjunto entre profissionais e organizações que se dedicam a este setor é determinante para a profissionalização e reconhecimento de uma atividade legítima e alinhada com as melhores práticas a nível europeu”, defende Sofia Cartó.

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M&P 957: Como Bernardo Almeida fatura €300 mil com o YouTube + Assédio sexual na publicidade + Especial Euro 2024

O percurso do criador de conteúdos Bernardo Almeida, que fatura €300 mil com o YouTube, os casos de assédio sexual na indústria da publicidade denunciados na conta de Instagram The F Side e um especial sobre os patrocínios ao Euro 2024 são alguns dos destaques

Na edição 957 do M&P, um dos mais antigos youtubers nacionais, Bernardo Almeida, partilha com Luis Batista Gonçalves o percurso que o leva a trocar a licenciatura em engenharia mecânica pela criação de conteúdos digitais para marcas, com os quais fatura €300 mil por ano.

Na crónica Costela de Adão? Não, Paula Cosme Pinto, escreve sobre a conta de Instagram The F Side que tem dado lugar de fala a mulheres que trabalham na indústria criativa em Portugal e denunciando casos de assédio e de abusos sexuais. Na Opinião, Pedro Simões Dias considera que as marcas de serviços estão em processo de extinção, enquanto João Paulo Luz diz que a atenção é a nova variável que todos perseguem.

No Especial Euro 2024, é dada a palavra a algumas das marcas patrocinadoras da seleção nacional, da Federação Portuguesa de Futebol ou do campeonato europeu de futebol.

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O que pode ler na edição 957 do M&P

O percurso do criador de conteúdos Bernardo Almeida, que fatura €300 mil com o YouTube, os casos de assédio sexual na indústria da publicidade denunciados na conta de Instagram The F Side e um especial sobre os patrocínios ao Euro 2024 são alguns dos destaques

Na edição 957 do M&P, um dos mais antigos youtubers nacionais, Bernardo Almeida, partilha com Luis Batista Gonçalves o percurso que o leva a trocar a licenciatura em engenharia mecânica pela criação de conteúdos digitais para marcas, com os quais fatura €300 mil por ano.

Na crónica Costela de Adão? Não, Paula Cosme Pinto, escreve sobre a conta de Instagram The F Side que tem dado lugar de fala a mulheres que trabalham na indústria criativa em Portugal e denunciando casos de assédio e de abusos sexuais. Na Opinião, Pedro Simões Dias considera que as marcas de serviços estão em processo de extinção, enquanto João Paulo Luz diz que a atenção é a nova variável que todos perseguem.

No Especial Euro 2024, é dada a palavra a algumas das marcas patrocinadoras da seleção nacional, da Federação Portuguesa de Futebol ou do campeonato europeu de futebol.

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Criatividade portuguesa premiada nos Adforum PHNX Awards 2024

A agência Cooprativa foi distinguida com Prata na categoria de Design: Brand Identity pelo projeto de rebranding que desenvolveu para a SPILM. A campanha Não Seja Bully De Bancada, que a Coming Soon criou para o IPDJ, conquistou um Bronze na cerimónia

A Cooprativa e a Coming Soon foram distinguidas no concurso de criatividade mundial Adforum PHNX Awards 2024, anunciados numa cerimónia transmitida online a 16 de maio. O júri, composto por um milhar de profissionais do setor provenientes dos quatro cantos do mundo, atribuiu um prémio Prata ao trabalho de renovação da identidade visual que a agência de Torres Vedras desenvolveu para a Sociedade Portuguesa Interdisciplinar do Laser Médico (SPILM), na categoria de Design: Brand Identity.

“Houve apenas um Ouro, o nosso Prata e um Bronze na categoria”, sublinha, em declarações ao M&P, André Sousa Moreira, sócio e diretor criativo da Cooprativa, visivelmente entusiasmado com a distinção. “O novo design da marca foi concebido tendo como inspiração a luz, especificamente o espetro visual composto por sete cores, que é utilizado em uma variedade de lasers médicos”, esclarece o responsável, que partilha a direção de arte com Simão Dias, motion designer do projeto premiado.

A Coming Soon venceu um prémio Bronze pela campanha Não Seja Bully De Bancada, criada para o  Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), na categoria Film: Creative idea. Com direção criativa de Marcelo Lourenço e Pedro Bexiga, também responsável pela direção de arte, o filme que a integra, com uma mensagem que pretende combater a intimidação e a violência no desporto, foi produzido pela Rocky Studios e realizado por Filipe Sampaio. A redação é de Marcelo Lourenço.

O júri dos Adforum PHNX Awards 2024 integrou três representantes portugueses. Além de Pedro Leal Almeida, fundador e diretor de comunicação do Leal Almeida Brand Studio, contou com a avaliação de José Vila Cardoso, CEO da Adso, agência de comunicação global sediada em Braga. Sávio Hatherly, diretor de arte sénior de O Escritório, foi outro dos jurados. As agências internacionais VCCP Madrid, Havas London, Critical Mass e VML Singapore e Wolf BCPP também figuram entre os premiados.

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Marketing

Niu investe €1 milhão em estruturas de produção e negoceia regresso a Espanha

No ano em que a empresa que detém e lidera assinala 30 anos no mercado, Nuno Santana avança ao M&P que está focado em conseguir uma maior complementaridade e autonomia, desenvolvendo áreas difíceis e fulcrais nos projetos da Niu, como a serralharia e a carpintaria, que são críticas na empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que o ano passado faturou €12 milhões

A Niu vai investir €1 milhão para reforçar a capacidade de produção. Com este investimento, a empresa de eventos, ativações de marca, produção e marketing de compras, que faturou €12 milhões o ano passado e €30,4 milhões entre 2020 e 2023, pretende tornar-se mais autossuficiente. “Estamos focados em conseguir uma complementaridade interna ainda maior, desenvolvendo áreas difíceis, mas que são fulcrais à implementação dos nossos projetos. Vamos investir em áreas técnicas, como a serralharia e a carpintaria que, não sendo muito sofisticadas, são muito críticas”, justifica, ao M&P, Nuno Santana, proprietário e CEO da Niu.

“Este investimento permite-nos fazer coisas diferenciadoras, senão estaremos sempre limitados. O setor da construção atravessa uma fase muito complexa, porque há défice de mão de obra”, sublinha o empresário, que, com esta aposta estratégica, tem a ambição de continuar a fazer crescer o negócio. “Nos últimos 15 anos, temos mantido sempre um intervalo de faturação entre os €7 milhões e os €9 milhões e, nos últimos dois anos, crescemos praticamente 25% em termos de valor acumulado”, revela o gestor.

Os próximos meses são de grande atividade. “Vamos fazer a Fan Zone do Euro 2024 na Cidade do Futebol, entre 14 de junho e 14 de julho, em Oeiras. Também vamos estar presentes em todos os grandes festivais. Estamos agora em negociações, a fechar o plano com as marcas. O stand da Heineken no Nos Alive já está adjudicado. Vamos estar seguramente no Rock in Rio, no Meo Marés Vivas e no Meo Kalorama, mas ainda não consigo avançar com que insígnias”, confidencia o empresário.

Atualmente, a ativação de marca e a organização de eventos é responsável por 50% do volume de faturação da Niu. O negócio da produção 2D e 3D representa 25%, tal como o de marketing de compras, uma área que tem vindo a crescer.

“Somos uma empresa de serviço a clientes. Tão depressa estamos a fazer um jantar para cinco mil pessoas no Meo Arena como estamos a inaugurar uma loja criada e produzida por nós num centro comercial como o Ubbo. Como nascemos da produção, temos muitos ativos internos e somos relativamente autossuficientes”, sustenta Nuno Santana.

O CEO da Niu salienta os 4.000 m2 de área, na sede da empresa em Alfragide, que tem disponíveis para criar, desenhar, produzir e implementar ações para stands de festivais, congressos, lojas e grandes eventos de rua, como o Wonderland Lisboa, que regressa este ano para a oitava edição.

Promovido em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa e com a Media Capital, desde 2016, o Wonderland Lisboa é um dos eventos com maior visibilidade mediática que a Niu organiza e que, entre 30 de novembro de 2023 e 8 de janeiro de 2024, teve 852 mil visitantes. Jogos Santa Casa, Coca-Cola, McDonald’s, Licor Beirão e TVI são algumas das insígnias que se têm associado à iniciativa.

“Uma das formas de retribuirmos o investimento que as marcas fazem em nós é através das ativações que fazemos. Comunicamos e amplificamos também muitas dessas insígnias, através dos media e das redes sociais”, sublinha o empresário.

Com audiências cada vez mais diferenciadas, segmentadas e dispersas por plataformas distintas, criar e desenvolver eventos, ativações e comunicações que envolvam os consumidores é, nos dias de hoje, uma tarefa mais desafiante.

“Temos uma área que só pensa nisso, que é a área de ambientes, liderada pela minha irmã Joana [Santana]. Quando desenvolvemos um evento, há a preocupação de ver como será visível nas redes sociais. Temos um projeto, que por acaso é nosso, que é o Praia no Parque, em que a última renovação estética que a Niu lhe fez funcionou muito bem no digital”, admite o também cofundador do Grupo Praia e acionista da Media Capital.

“Vivemos no mundo físico a pensar para o digital. Mesmo em pequenas apresentações, temos sempre âncoras cénicas que amplificam essa divulgação. Começámos a produzir néones nos últimos três anos porque são elementos muito fáceis de amplificar. As pessoas veem-nos e têm tendência a fotografá-los”, afiança.

A diferenciação avera-se crucial, principalmente num mercado pequeno como o português. “Temos um grande laboratório comportamental que são os restaurantes do Grupo Praia. Os frequentadores do Praia no Parque, por exemplo, têm perfis muito diferentes. Ao almoço, temos os empresários e os decisores. Ao jantar, durante a semana, temos os turistas. Ao fim de semana, temos a geração Y e as pessoas que gostam de festas. Conseguimos mapear os comportamentos e oferecer uma proposta diferenciada”, assegura Nuno Santana.

A evolução do negócio

Na génese da Niu está a Sistemas Rafael, uma empresa espanhola especializada em pós-produção de imagem que, quando decidiu investir em Portugal, em 1994, desafiou José Santana a dirigir a operação nacional. Hoje afastado do negócio, o pai de Nuno Santana, que foi durante duas décadas relações públicas da Mercedes-Benz, aceitou o repto. Em 1996, é contactado pela Euro RSCG, que em 2012 se viria a transformar na Havas Worldwide, por causa da campanha publicitária que a agência estava a desenvolver para promover a Expo 98.

Na altura em que gravaram o filme que mostrava bebés a nadar debaixo de água, a produtora londrina que o produzia esqueceu-se de os fotografar para os anúncios de imprensa e para os materiais promocionais impressos. “Solucionámos o problema. Fomos a Londres digitalizar um fotograma e fizemos a pós-produção com base nele. Foi um sucesso. A partir daí, começámos a trabalhar com a Euro RSCG. Foi um cliente estratégico para nós”, recorda Nuno Santana.

Em 1997, a Sistemas Rafael passa também a disponibilizar um serviço de processamento de cor para fotolitos. “Era a sequência lógica”, considera. Em 1999, com o crescimento do negócio e a evolução tecnológica, a empresa abre o primeiro estúdio de fotografia digital da Península Ibérica. “Ninguém, na altura, acreditava nisto. Os próprios fotógrafos eram muito céticos. E eram investimentos completamente loucos para a altura. Uma máquina podia custar facilmente €100 mil e fazia fotos de 16 megabytes. Hoje, um telefone tira fotografias com 100 megabytes”, relembra.

2002 é um ano de viragem, com a Sistemas Rafael a deixar de trabalhar apenas com agências de publicidade para começar a produzir materiais promocionais para pontos de venda e a esboçar as primeiras ativações para marcas. É nessa fase que a Coca-Cola a desafia a decorar os espaços da insígnia nos estádios construídos para o UEFA Euro 2004. “Ficaram muito bem impressionados. Ainda hoje são um dos nossos principais clientes”, conta Nuno Santana.

Pouco depois, são desafiados pela Sagres e pela Portugal Telecom a desenvolver projetos estéticos para o SL Benfica. “O Miguel Arruda, que foi o arquiteto do novo Estádio da Luz, pediu-nos para desenvolvermos uma ativação para o dia da inauguração”, recorda Nuno Santana. A parceria estabelecida com a Rank Xerox permitiu imprimir postais com fotografias do jogo inaugural e distribuí-las pelos espetadores minutos depois, com 50 promotores a entrar nas bancadas para as entregar.

Outro momento decisivo foi o Mega Pic-Nic Continente, que a futura Niu também viria a dinamizar ao longo das seis edições do evento. “Fomos dando resposta aos desafios que nos foram sendo feitos. Demos pulos em grandes momentos, como a Expo 98 e o Euro 2004, mas, curiosamente, nunca como organizadores de eventos. Hoje, são o nosso core”, sublinha.

Operação em Espanha dependente das negociações em curso

O dinamismo da Sistemas Rafael em Portugal acaba por levar a empresa a ser selecionada pela Coca-Cola para participar no reposicionamento mundial da insígnia, iniciado em março de 2006 com a campanha publicitária Coke Side of Life. Numa reunião, em Espanha, a proposta portuguesa vence um concurso interno, mas o nome da empresa suscita dúvidas.

“Decidimos então criar a marca Niu, que chega ao mercado a 21 de junho de 2007. Nasce aí a nossa fase 2.0 e, em breve, vamos apresentar um racional que sustente a nossa entrada na fase 3.0, mas ainda não posso falar sobre isso”, ressalva Nuno Santana.

Todavia, nem tudo foram rosas ao longo do percurso. “Houve alturas em que perdemos dois ou três clientes grandes e em que achei que o mundo ia acabar. Hoje, olho para trás e percebo que esses foram momentos de transformação do negócio”, desabafa, enaltecendo a capacidade de resiliência da equipa e o elevado nível de retenção de funcionários.

A pandemia, em 2020, foi outro teste. “Apesar de ter sido um processo muito doloroso, não deixámos sair ninguém. Mantivemos os 70 colaboradores. Houve, inclusive, pessoas que passaram para os quadros a meio do surto. Tivemos algum sangue-frio para percebermos que isto iria passar e que os eventos iriam regressar. Quando a economia abriu, nós estávamos preparados e com capacidade de resposta, ao contrário de outras empresas que tinham diminuído muito as equipas”, sublinha.

A operação da Niu em Espanha, alavancada a partir de 2006, acaba, todavia, por ser afetada pelo surto viral que confinou o mundo. “A pandemia obrigou-nos a focar no mercado nacional e a suspender o processo de expansão em território espanhol. Estamos, neste momento, em negociações com um grande grupo para o retomar, mas nesta fase ainda não posso adiantar mais informação”, admite Nuno Santana.

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New in Town regressa à CNN Portugal com Sara Sousa Pinto na apresentação

Sara Sousa Pinto é a nova apresentadora de New in Town. O programa produzido pela NiT regressa à antena da CNN Portugal no próximo sábado, 18 de maio. Os vídeos do formato são disponibilizados na plataforma NiTtv e nas redes sociais da marca da MadMen

O programa New in Town, produzido pela NiT, regressa à antena da CNN Portugal, no dia 18 de maio, sábado, com Sara Sousa Pinto na apresentação, confirmou ao M&P Jaime Martins Alberto, diretor-geral da MadMen, empresa que detém a marca. Para além da antiga pivô de Esta Manhã, programa matinal diário da TVI que foi suspenso no início do ano, a versão televisiva da publicação digital de lifestyle conta com a participação de Sara Ribeiro, Marcos Pinto e Miguel Lambertini.

“O desafio da NiT é diferente porque não é em direto. Acabo por ter um papel diferente e a oportunidade de crescer na área do lifestyle. Vou ter uma linguagem diferente e isto acaba por me desafiar”, afirmou Sara Sousa Pinto nas primeiras declarações públicas que fez sobre o projeto, em entrevista à NiT. Também disponíveis na plataforma NiTtv e nas redes sociais da NiT, YouTube e Instagram, os vídeos do programa New in Town integram um código QR que remete para o site da NiT.

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