Pika promove IA como escape do mundo em ruínas
A mensagem do anúncio (na foto), realizado por Marie Schuller da RSA Films, é que se a IA e as redes sociais precipitam o fim do mundo, mais vale aproveitá-las . “Queríamos que a peça desafiasse a quem se destina a IA e o que as pessoas podem fazer com ela”, diz Demi Guo, CEO da Pika

Daniel Monteiro Rahman
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Se a inteligência artificial (IA) e as redes sociais estão a precipitar o fim do mundo, mais vale aproveitá-las. Esta é a mensagem do filme publicitário de dois minutos da Pika, startup norte-americana de IA, no qual uma mulher vive no conforto da sua bolha de criação de outras realidades através da IA, enquanto o mundo ao redor se transforma num cenário apocalíptico.
O anúncio, realizado por Marie Schuller da RSA Films e desenvolvido pela equipa criativa da Pika, apresenta a IA como um refúgio sereno do caos do mundo real. Os primeiros 40 segundos do filme mostram a protagonista a brincar com a IA, colocando a cara de um pato na sua escova de dentes, dando a si própria uma mão de lagosta e brincando com uma versão animada do seu gato.
A cena é leve e inofensiva até que a câmara revela um cenário desolador, pós-apocalíptico, do lado de fora da janela. Vê-se uma bandeira dos Estados Unidos tombada, linhas eléctricas derrubadas, fogos a arder e o contorno inconfundível de um esqueleto.
A protagonista, porém, não parece importar-se. No final do anúncio, encontra-se totalmente absorvida pelo telemóvel, enquanto uma bola de fogo se dirige para a Terra. Pouco antes do impacto, a cena inverte-se: a esfera flamejante transforma-se num desenho animado (cortesia da Pika). ‘Tudo é terrível. Não, não é!’, lê-se no ecrã, seguido do mote: ‘A realidade é opcional’.
A publicidade com base na IA tem sido frequentemente recebida com reações negativas, pelo receio de que possa vir a substituir a criatividade humana, mas acredita que a mistura de produção tradicional e de efeitos melhorados vá impressionar o público, por apresentar uma outra perspetiva.
“Queríamos que a peça desafiasse a quem se destina a IA e o que as pessoas podem fazer com ela”, argumenta Demi Guo, CEO da Pika, acrescentando que “ao contrário de muitos concorrentes, concentramo-nos nos criadores sociais do quotidiano e queríamos que as possibilidades criativas da nossa plataforma fossem igualmente evidentes, com a facilidade de utilização”.