Ajuste de Contas regressa por mais transparência salarial na publicidade
Na edição de 2021, “foi evidente que havia uma grande insatisfação generalizada com os valores e também a percepção clara de que não existia qualquer tipo de escala nem critério uniforme”, diz ao M&P Teresa Verde Pinho, diretora criativa associada da TBWA\Chiat\Day Nova Iorque e uma das organizadoras do projeto

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Lutar por mais transparência salarial na indústria da publicidade, combater a desigualdade de género e expor a precariedade nas agências de publicidade nacionais é o objetivo da segunda edição do Ajuste de Contas, iniciativa das plataformas theFside e Quem é Quem.
Disponível a partir de 1 de maio, assinalando o Dia Internacional do Trabalhador, o projeto iniciado em 2021 é levado a cabo através de um formulário anónimo, disponível nas páginas de Instagram do theFside e do Quem é Quem, para quem trabalha em publicidade partilhar o respetivo salário e condições de trabalho. As respostas são automaticamente compiladas num documento de Excel público, que pode ser consultado em tempo real.
“Num mercado onde falar de salários ainda é visto como um risco, queremos transformar o Dia do Trabalhador num verdadeiro dia de ação, dando a cada um o poder de conhecer melhor o seu valor e exigir aquilo que merece”, refere em comunicado a organização do Ajuste de Contas, composta por Teresa Verde Pinho (diretora criativa associada da TBWA\Chiat\Day Nova Iorque), Nádia Pinto (diretora criativa sénior da VML Portugal) e Maria Inês Leiria (diretora criativa global da VML Portugal).
O formulário deve ser preenchido até 15 de maio, para posterior recolha e análise da informação partilhada, para construir um estudo final sobre a situação salarial e laboral da indústria criativa em 2025, que será divulgado publicamente.
Na edição de 2021, “mais do que tirar grandes conclusões a partir dos dados, o foco era a transparência e a partilha. Ainda assim, foi evidente que havia uma grande insatisfação generalizada com os valores e também a percepção clara de que não existia qualquer tipo de escala nem critério uniforme. Cada pessoa ganhava aquilo que conseguia negociar, sem grandes referências ou regras”, recorda Teresa Verde Pinho em declarações ao M&P.
O projeto Ajuste de Contas destaca que a transparência salarial pode reduzir até 20% a diferença salarial entre homens e mulheres, segundo os dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), mas apenas 17% das empresas comunicam abertamente os salários aos seus colaboradores (dados da Comissão Europeia). “Na indústria criativa, onde falar de dinheiro continua a ser tabu, esta transparência ainda é a exceção e não a regra”, refere o comunicado de imprensa.