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71% dos espectadores veem programas em ‘timeshift’

Estudo do Publicis Groupe confirma que o consumo de televisão continua a crescer em Portugal. Mas os consumidores mais novos preferem vê-la em dispositivos móveis e tendencialmente isolados

Luis Batista Gonçalves
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Estudo do Publicis Groupe confirma que o consumo de televisão continua a crescer em Portugal. Mas os consumidores mais novos preferem vê-la em dispositivos móveis e tendencialmente isolados

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A suspensão do Playce acontece numa altura em que, apesar da fragmentação do consumo televisivo e da dificuldade em chegar aos ‘light TV viewers’, a televisão linear continua a ser vista, em direto, em diferido, online e/ou em streaming, durante três horas e 45 minutos por dia, em média, o mesmo valor que o estudo da GWI/ Target Group Index (TGI) aponta para o consumo de conteúdos no telemóvel.

A utilização de redes sociais não ultrapassa as duas horas e 20 minutos e a visualização de streaming uma hora e 23 minutos. “Em 2024, houve um aumento do consumo de televisão linear em Portugal, com 97% das famílias a subscreverem serviços de televisão, 71% a verem programas em ‘timeshift’ e 35% a assistirem em horário nobre”, sublinha Maria Carvalho, diretora de media do Publicis Groupe, na intervenção que faz no evento ‘Connecting Talks: A Nova Televisão’, realçando a atratividade que o meio continua a ter.

“Entre 2016 e 2024, em Portugal, perdeu uma cobertura de apenas cinco pontos percentuais”, sublinha. Nos Estados Unidos, nos últimos 12 anos, o número de espectadores de televisão linear caiu cerca de 40%. Por cá, no mesmo período, a quebra foi de apenas 7%. “Dá uma média de 0,5% ao ano”, sublinha Mário Matos, diretor comercial da Media Capital (TVI, CNN Portugal, V+, TVI Reality e TVI Player), um dos oradores do evento.

A forma de consumir televisão mudou. “O problema não está nos produtos televisivos, está na distribuição. Temos de ser mais ágeis para acompanharmos as novas formas de distribuição dos conteúdos”, defende João Paulo Luz, , diretor comercial de televisão e digital da Impresa (SIC, SIC Notícias, SIC Mulher, SIC Radical, SIC Caras e Opto).

“Uma das coisas que aprendemos com a Opto [plataforma de streaming da Impresa] é que há dezenas de milhares de pessoas que preferem pagar para ver em diferido aquilo que podem ver gratuitamente nas boxes, em qualquer divisão da casa, porque é mais conveniente”, revela o responsável, surpreendido com o comportamento das gerações mais novas, “que preferem ver as telenovelas nos equipamentos de gravação automática a horas diferenciadas ou nos telemóveis nos quartos, porque não o querem fazer com os pais na sala”.

Jorge Padinha (The Walt Disney Company), Maria Carvalho (Publicis Groupe), Mário Matos (Media Capital), João Paulo Luz (Impresa) e Pedro Gândara (Publicis Groupe), à margem do evento ‘Connecting Talks: A Nova Televisão’

O novo ecossistema televisivo vem mudar o paradigma. “Na Impresa, já não fazemos canais de televisão, produzimos conteúdos que são distribuídos por vários canais de distribuição, para nos adaptarmos às novas formas de consumo”, esclarece.

Com o lançamento da Opto, a empresa procurou investir em narrativas mais curtas, contadas em 13 episódios de 40 minutos, pensando que estaria a aproximar-se da audiência. “Essa estratégia foi desastrosa do ponto de vista operacional porque percebemos que 70% dos subscritores têm menos de 35 anos e pagam €3,99 por mês para ver telenovelas. 66% das visualizações da Opto são novelas. Tem sido assim desde o início”, desvenda João Paulo Luz.

Na Media Capital, as decisões também são tomadas em função dos canais de distribuição. “Investimos em conteúdos que possam ser mais adequados a consumidores mais novos. Auscultamos muito o que se passa nas redes sociais e escolhemos os protagonistas das novelas, dos programas e até dos ‘reality shows’ também em função da comunidade que têm online”, revela Mário Matos, diretor comercial da Media Capital (TVI, CNN Portugal, V+, TVI Reality e TVI Player), anunciando que a empresa tem em preparação um sistema de caracterização da audiência.

“Não sabemos exatamente onde é que os que nos veem em televisão e no digital se cruzam. A criação de um projeto holístico que nos permita obter essa informação é uma coisa que está na calha”, avança o responsável.

‘Heavy TV viewers’ passam 7,3 horas em frente à televisão

Nos últimos oito anos, 25% da geração Z deixou de ver televisão em direto. Na geração Y, a percentagem é de 23%, enquanto na geração X ronda os 11%. Na dos ‘baby boomers’, a redução é de apenas 5%. Atualmente, os ‘heavy TV viewers’ passam diariamente, em média, 438 minutos (7,3 horas) a ver televisão, enquanto os ‘medium TV viewers’ se ficam pelos 175 minutos (2,9 horas).

Os ‘light TV viewers’ não vão além dos 78 minutos (1,3 horas), o que representa um desafio acrescido para os anunciantes. “Para chegarmos aos ‘light TV viewers’, acabamos por saturar os ‘heavy TV viewers’ com a repetição excessiva dos anúncios”, reconhece Maria Carvalho. Como os espectadores que veem muita televisão linear também utilizam redes sociais e consomem conteúdos em plataformas de streaming, o risco de saturação publicitária é ainda maior.

“Tendemos a colocar o consumidor em caixinhas, mas ele navega, cada vez mais, entre elas, e, enquanto não tivermos métricas que falem umas com as outras, estamos a gerar contactos em duplicado”, alerta Pedro Gândara, coordenador da Publicis Audiovisual Measurement Platform (PAMP), plataforma de medição que o Publicis Groupe está a apresentar em Portugal (ver caixa).

“Num futuro próximo, com a PAMP, conseguiremos perceber quem viu uma determinada campanha em televisão linear e nas outras plataformas, obtendo uma visão mais aproximada do consumo real. Isso permitir-nos-á fazer previsões de cobertura e estimativas de eficácia através da personalização do planeamento das campanhas”, alega.

Dados mais realistas permitirão uma maior racionalização do investimento publicitário e até ao ajustamento dos preços que os grupos de media e as agências de meios defendem e que consideram possível. “Ao contrário do que sucede lá fora, o preço da publicidade em televisão, em Portugal, é muito barato. O preço do custo por milhar (CPM) foi inferior a €2 em 2024, ao ponto que vendemos os nossos ‘pre-rolls’ a €12 e a €14”, relata João Paulo Luz.

 

Nova plataforma uniformiza métricas

O Publicis Groupe está a apostar na Publicis Audiovisual Measurement Platform (PAMP), ferramenta que reúne numa única plataforma diferentes métricas e fontes usadas, para medir audiências e melhorar a análise do consumo televisivo em Portugal. “É uma plataforma proprietária do Publicis Groupe, que assenta numa técnica de reconhecimento de áudio e inteligência artificial (IA), permitindo-nos ter uma visão integrada do consumo dos meios audiovisuais, utilizando apenas uma fonte. Através dela, conseguimos uma perspetiva integrada e real daquele que é o comportamento dos consumidores no mercado nacional”, explica Pedro Gândara, coordenador da PAMP, à margem do evento ‘Connecting Talks: A Nova Televisão’, onde a PAMP foi apresentada, a 7 de maio, em Lisboa.
Além de medir o alcance total das campanhas publicitárias, em termos de cobertura e frequência, a ferramenta identifica os pontos de cobertura que potenciam a planificação, propondo formatos que aumentam a eficácia dos anúncios e análises preditivas, que facilitam o planeamento das agências de meios. “O painel é representativo de Portugal. É semelhante ao que é usado para medir as audiências televisivas em território nacional”, refere Maria Carvalho, diretora de media do Publicis Groupe.
Lançada em Espanha em 2023, a plataforma chega agora a Portugal, com a ambição de aprofundar os dados que interessam ao mercado. “A forma como medimos as audiências de televisão, YouTube e ‘connected TV’ é diferente de meio para meio. Enquanto não conseguirmos ter uma fonte única, com métricas que possam ser medidas da mesma forma, estaremos sempre a fazer estimativas”, realça Pedro Gândara.

 

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Perplexity integra promoções de marca no motor de busca de IA

Um novo programa, denominado Pro Perks, permite à Perplexity integrar mais profundamente as marcas no motor de busca, que atualmente processa cerca de 650 milhões de pesquisas por mês

Daniel Monteiro Rahman

Os resultados de pesquisa da Perplexity vão passar a incluir promoções de determinadas marcas no âmbito de um programa de recompensas para os assinantes do motor de busca alimentado por inteligência artificial (IA). Esta medida introduz mais um elemento comercial à plataforma, que ultimamente tem vindo a desenvolver a oferta publicitária, noticia a Ad Age.

O novo programa, denominado Pro Perks, permite à Perplexity integrar melhor as marcas no motor de busca, que atualmente processa cerca de 650 milhões de pesquisas por mês. Um número selecionado de marcas poderá promover ofertas promocionais que aparecerem ao lado dos resultados relacionados com o tema da pesquisa.

“Os resultados da pesquisa não são influenciados pelas ofertas que são promovidas”, esclarece Dmitry Shevelenko, diretor de negócios da Perplexity, citado na Ad Age. Por agora, o programa conta com pelo menos 18 marcas, incluindo a Visa, a TurboTax, a Farmers Insurance e a Oura, entre outras. Futuramente, a plataforma planeia expandir o programa para abranger “todos os tipos de produtos e serviços”, revela ainda Dmitry Shevelenko.

À medida que os concorrentes no setor da pesquisa, como a Google, expandem a oferta de pesquisa alimentada por IA, a Perplexity tem procurado estabelecer-se como uma plataforma focada na experiência de compras.

Em 2024, a startup lança um agente que faz compras autonomamente pelos utilizadores e, recentemente, introduz a possibilidade de fazer compras diretamente na plataforma, além de estar a desenvolver um navegador para melhorar ainda mais a experiência de compra dos assinantes.

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Cristina Ferreira, Manuel Luís Goucha e Maria Cerqueira Gomes promovem Terra Nostra

Os três apresentadores da TVI conduzem uma emissão especial, a partir de São Miguel, nos Açores, no dia 31, para assinalar o 10º aniversário do Programa Leite de Vacas Felizes

Cristina Ferreira, Manuel Luís Goucha e Maria Cerqueira Gomes são os apresentadores de ‘Ilha das Vacas Felizes’, programa de televisão que, no próximo sábado, dia 31, assinala o 10º aniversário do Programa Leite de Vacas Felizes, da Terra Nostra, na TVI. A influenciadora digital Rebeca Caldeira e o Sr. Eduardo, produtor de leite que já protagonizou várias campanhas da marca, também participam na emissão.

“Para assinalar a data e enaltecer o melhor que os Açores têm para oferecer, decidimos criar uma emissão em parceria com a TVI. Será uma homenagem à cultura açoriana, às suas tradições e aos produtos que tornam esta ilha um verdadeiro símbolo de autenticidade”, explica Yvan Mendes, diretor de marketing da Terra Nostra, citado em comunicado de imprensa.

Branquinha, Rebeca, Gaivota e Dondoca, algumas das ‘vacas felizes’ que a VML e a Public’ puseram a gerir as redes sociais da marca, também participam no programa, pela mão da repórter Rafaela Granado. O arranque da emissão, que acontece numa altura em que a Terra Nostra lança o jogo eletrónico Vacagotchi, está agendado para as 16h. Para amplificar a divulgação, a marca está a promover um passatempo nas redes sociais, com oferta de viagens aos Açores.

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Sagres enaltece portugalidade em campanha da McCann

‘Somos O Que Nos Vai Na Alma’ (na foto), divulgada em televisão, digital e exterior, tem consultoria da Pro(u)d e produção da Playground. A banda sonora tem as vozes de Ana Moura e de Carlão

A McCann Lisbon é a agência criativa responsável por ‘Somos O Que Nos Vai Na Alma’, a nova campanha multimeios da Sagres. Divulgada em televisão, digital e exterior, tem produção da Playground, consultoria da Pro(u)d e planeamento de meios da Dentsu Media. ‘Desfado’, canção da fadista Ana Moura, integra a banda sonora do filme publicitário.

“Mais do que uma cerveja, a Sagres faz parte da nossa cultura, tem alma portuguesa e sabor a casa. Com esta nova campanha, queremos mostrar e celebrar tudo o que nos torna únicos, como as tradições e contradições na forma como vivemos, sentimos e partilhamos todos os momentos”, esclarece Catarina Ferraz, diretora de marketing da marca, citada em comunicado de imprensa.

A divulgação do filme publicitário, que mostra momentos de convívio, introspeção, partidas, encontros e reencontros, foi antecedida pela divulgação, nas redes sociais e em televisão, do manifesto ‘Alma Portuguesa’, com a voz do cantor e compositor Carlão.

“Somos humildes, mas orgulhosos; somos brutos, mas carinhosos; somos de ir e de voltar; somos de rir e de chorar de emoção; somos de pimba e de fado, somos uma mistura de tradição e contradição, que nos une em torno do que é ser português. O que nos vai na alma é que isto de ser português não se explica, sente-se. Todos temos uma alma muito portuguesa onde cabem várias coisas ao mesmo tempo, às vezes até contraditórias. Mas isso só nos torna únicos e especiais”, salienta a responsável.

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Publicis Groupe adquire plataforma de marketing de influência Captiv8

Com a aquisição, o Publicis pretende juntar a tecnologia e a rede de cerca de 15 milhões de criadores de conteúdos da Captiv8 às outras agências de marketing de influência do grupo

O Publicis Groupe adquire a Captiv8, plataforma norte-americana de tecnologia de marketing de influência, para reforçar o portefólio de influenciadores. Fundada em 2015, a plataforma abrange 95% dos criadores de conteúdos com mais de cinco mil seguidores em 120 países e processa mais de 2,5 mil milhões de publicações nas redes sociais por ano.

O acordo segue-se à aquisição da Influential, agência norte-americana de influenciadores, pelo Publicis Groupe, em julho de 2024. O objetivo é juntar a tecnologia e a rede de cerca de 15 milhões de criadores de conteúdos da Captiv8 à Influential, para criar “a maior rede de influenciadores do mundo”, segundo o grupo. A Captiv8 e a Influential vão operar de forma independente, mas em estreita colaboração com a unidade Connected Media do grupo.

Cerca de 90% dos influenciadores abrangidos pela Captiv8 têm mais de um milhão de seguidores. “Esta escala impulsionada pela tecnologia de inteligência artificial da Captiv8 e pelas soluções de dados de identidade e ativação da Epsilon (agência do grupo Publicis) permite ao Publicis Groupe fornecer estratégias para plataformas sociais, canais de media e mercados”, refere a ‘holding’ em nota de imprensa.

Ao longo do último ano, o Publicis Groupe tem levado a cabo uma série de aquisições, à medida que intensifica a aposta no marketing de influência, área em que investe cerca de 10 mil milhões de dólares (€8,8 mil milhões) por ano.

Após adquirir a Influential no verão passado, a holding compra ainda a agência brasileira de marketing de influência BR Media Group em fevereiro de 2025, com o objetivo de fortalecer a sua posição neste setor.

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Rivalidade entre Adidas e Puma vai chegar à televisão

O realizador Mark Williams, criador da série da Netflix Ozark, promete detalhes sobre o conflito familiar e o comportamento dos fundadores durante a ascensão do nazismo na Alemanha

A rivalidade entre os irmãos Adolf (‘Adi’) e Rudolf (‘Rudi’) Dassler, que fundaram as marcas de calçado desportivo Adidas e Puma na mesma pequena cidade alemã durante os anos 40, está a ser adaptada para a televisão pelo realizador Mark Williams, o criador da série da Netflix Ozark, e pela produtora No Fat Ego, de Niels Juul, responsável pelos sucessos ‘Ferrari’ e ‘Assassinos da Lua das Flores’, de Martin Scorsese

A ideia da minissérie é retratar o poder da empresa Adidas e contar toda a trajetória de Adi Dassler, desde a criação da marca das três listras quando ainda era jovem e trabalhava como sapateiro na pequena cidade da Alemanha, Herzogenaurach, perto de Nuremberga.

Durante a ascensão da empresa, Adi Dassler (1900-1978) travou uma dramática batalha familiar com Rudolf, um dos seus irmãos – uma divisão que persiste até hoje. Desse conflito, surgiu a Puma, fundada por Rudolf.

“Toda a gente conhece as marcas, mas a história por detrás delas é algo que não conhecemos totalmente”, lembra o realizador à AFP durante o Festival de Cinema de Cannes.

A série é financiada pela família por detrás do império Adidas e recorre a arquivos pessoais e vídeos caseiros da família Dassler para mostrar como um conflito entre irmãos dividiu não só uma empresa, mas também a cidade de Herzogenaurach, no final da Segunda Guerra Mundial.

A produção não vai fugir de controvérsias e explora temas delicados como a ligação dos irmãos ao partido nazista, os efeitos da Segunda Guerra Mundial nos negócios da família – a empresa foi confiscada e transformada em fábrica de munições durante o conflito – e o apoio inicial da Adidas a Jesse Owens, o atleta quatro vezes medalhista de ouro nas Olimpíadas de Berlim de 1936.

Segundo conta Niels Juul aos jornalistas, a afronta a Adolf Hitler, que esperava usar as Olimpíadas para promover o discurso da supremacia branca, foi o que lhe captou mais a atenção. Juul realça ainda que a equipa de produção pretende manter total independência editorial antes de enviar a série para plataformas de streaming.

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‘The Lost Class’ (na foto), da Leo Burnett Chicago para a Change The Ref, é a campanha que Sérgio Gomes, diretor criativo da Uzina, gostaria de ter feito. ‘Leva Portugal a Peito’, para a Galp, é a que mais gostou de fazer

A morte de 3.044 estudantes nos Estados Unidos em ataques com armas de fogo levou a associação Change The Ref a aprovar ‘The Lost Class’, a campanha de sensibilização que Sérgio Gomes, diretor criativo da Uzina, gostaria de ter concebido.

Os dois filmes, criados pela Leo Burnett Chicago, mostram o ativista John Lott e David Keene, ex-dirigente da National Rifle Association (NRA), defensores do porte de armas, a discursarem perante uma plateia vazia numa cerimónia de graduação sem estudantes.

Com um tom totalmente diferente, o anúncio ‘Leva Portugal a Peito’, concebido por O Escritório para a Galp, é a campanha que Sérgio Gomes mais gostou de fazer. A atriz Mikaela Lupu, o chef José Avillez, o cantor Salvador Sobral, o youtuber Wuant, o surfista Frederico Morais e o futebolista Madjer são algumas das figuras públicas que entram no spot, para defender o orgulho português e apoiar a seleção nacional de futebol no campeonato do mundo de 2018.

Qual é a campanha publicitária que gostaria de ter feito?

‘The Lost Class’, da Leo Chicago para a Change The Ref. Volta e meia, há ideias e campanhas que mudam o paradigma. Esta, para mim, é uma delas. Estarei eternamente rendido à ousadia e à perseverança de quem fez isto acontecer.

David Keene, antigo dirigente da National Rifle Association (NRA), aceitou discursar para uma plateia vazia

O que é que o entusiasma na campanha?

É uma lição de criatividade, ‘craft’, coragem e um lembrete de que as grandes ideias são autênticos castelos de cartas. Sem delicadeza, rigor e minúcia, tudo pode ruir. Só espero um dia ser capaz de provocar noutras pessoas uma reação tão avassaladora, poderosa e visceral como esta campanha provocou em mim.

Pelo arrojo?

Sim. Ser capaz de atrair alguns dos maiores lobistas da indústria do armamento para uma ratoeira desta dimensão, em que procuram inspirar uma geração de jovens cujas vidas foram levadas pela sua ganância, é de uma coragem e de um atrevimento avassaladores.

Porquê?

Porque é uma campanha que não tem nada de óbvio. É quase insultuoso sugerir que ‘The Lost Class’ é uma solução evidente para o problema que se propõe resolver, ao contrário do que sucede com a ‘You’re Not You When You’re Hungry’, da BBDO New York para a Snickers, que é outra das campanhas que eu gostaria de ter feito e que apresenta uma daquelas verdades que está à frente de todos, mas ao alcance de poucos.

Em seis palavras, reposiciona uma marca e desafia o pensamento de uma categoria. O chocolate vai além da obviedade do prazer e passa a cumprir uma nova função, que é matar a fome. Ao fim de mais de uma década e de centenas de execuções, o chocolate e o slogan coabitam nas bocas de milhões de consumidores pelo mundo fora.

Sérgio Gomes é diretor criativo da Uzina desde outubro de 2024

Qual a campanha que mais o realizou profissionalmente?

‘Leva Portugal a Peito’, para a Galp. Não por ser a que mais me preencheu criativamente, mas por ter sido determinante no meu trajeto. Foi o primeiro ‘briefing’ que recebi quando estava na agência O Escritório, onde eu conhecia toda a gente, mas ninguém me conhecia a mim. Apresentar um ‘copy’ bem feito não era suficiente. Era importante surpreender.

Em que é que se baseou?

O campeonato mundial da Rússia, em 2018, marcava o regresso da seleção nacional às fases finais depois da conquista do Euro, em 2016, que foi uma vitória tão celebrada por nós como criticada lá fora. Acusavam-nos de um estilo de jogo demasiado defensivo. E, pior, tinham razão.

Como é que isso o inspirou na redação da campanha?

Apesar de sermos defensivos dentro do campo, somos ainda mais defensivos fora dele. Que o diga o ex-presidente da FIFA, Joseph Blatter, que provou a ira de um enxame depois ridicularizar a nossa ‘queen bee’, também conhecida por CR7, em público.

Ou a atriz Maitê Proença, que teve a infeliz ideia de publicar um vídeo a enxovalhar os portugueses e foi imediatamente cancelada por 10 milhões de pessoas, o equivalente à Avenida Paulista, em São Paulo, só para perceber com quem se meteu.

A atriz Mikaela Lupu é uma das figuras públicas que entram na campanha da Galp

O ‘insight’ veio da união dos portugueses?

Sim, somos muito autocríticos, mas ai do estrangeiro que ouse diminuir Portugal ou os portugueses, especialmente na ressaca do Euro 2016, da vitória no festival da Eurovisão, do título mundial de futebol de praia, de uma série de estrelas Michelin e de uma onda de orgulho sem precedentes. Se somos defensivos, é porque há muito a defender. O conceito que está na origem da campanha reunia os ingredientes que procurávamos. Era um ‘insight’ divertido e, simultaneamente, uma massagem ao ego português.

A receção foi a esperada?

O impacto da campanha foi imediato. Nas primeiras horas, o filme somava dezenas de milhares de reações. Mais estranho ainda é que o número de partilhas acompanhava o número de reações. Tudo orgânico. A campanha inspirou memes e recriações, enquanto a expressão “Meh?!” viajou dos ecrãs para as conversas de elevador e esplanadas.

Para que a campanha fizesse sentido, faltava garantir que a seleção se mantinha fiel ao estilo de jogo que apresentou na Rússia. E não desiludiu. Jogámos miseravelmente e fomos recambiados nos oitavos de final.

O espírito de união dos portugueses na defesa contra os críticos do país está na origem da campanha ‘Leva Portugal a Peito’

As campanhas atuais são mais ou menos criativas do que quando começou a trabalhar?

Não vejo grande diferença. Há umas décadas, 95% dos anúncios eram chatos e irrelevantes. Hoje, 95% dos anúncios continuam a ser chatos e irrelevantes. Se a boa publicidade vive da consistência, diria que temos feito um bom trabalho.

É a favor de campanhas desenvolvidas integralmente com recurso a inteligência artificial (IA)?

Sou a favor de boas ideias bem executadas. Se são desenvolvidas com recurso à IA, ao Photoshop ou a tinta da China, é-me completamente indiferente.

O que faz quando não tem ideias?

Durmo, se o meu filho deixar. À partida, uma boa noite de sono costuma resolver os bloqueios. Está provado cientificamente que somos mais produtivos e também mais criativos durante a manhã. Sou um fiel contribuinte dessa estatística.

Ficha técnica

Campanha ‘The Lost Class’
Cliente Change The Ref
Agência Leo Burnett Chicago
Diretores criativos Ceara Adamson, Jason LaFlore e Matt Turnier
Diretor criativo executivo Sam Shepherd
Produtora Hungry Man
Diretor de produção Mike Davidson
Realizador Bryan Buckley
Redatora MacKenzie Hart
Diretora de arte Sofia Gahn
Diretor de fotografia Scott Henriksen
Editores Chris Van Dyke, Jason Macdonald, JK Carrington, Maxwell Redinger e Ryan Bukowski
Colorista Gregory Reese
Sonoplasta Rommel Molina
País Estados Unidos
Ano 2021

 

Ficha técnica

Campanha ‘Leva Portugal a Peito’
Cliente Galp
Agência O Escritório
Diretor criativo Nuno Jerónimo
Redator Sérgio Gomes
Diretor de arte Rodrigo Maciel
Diretor de contas João Rodrigues
Diretor de digital Vasco Mendonça
Diretora de marketing Joana Garoupa
Produtora Garage Films
Realizador Roger Serrasqueiro
Produtor executivo Miguel Varela
Sonoplastia Victor Mingates
País Portugal
Ano 2018

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Guess What conquista comunicação do grupo Concentra

“Será um desafio estimulante, até porque o mundo dos seguros é frequentemente percecionado como complexo e distante”, diz Francisco Chaveiro Reis, sócio e diretor de comunicação corporativa da agência

A Guess What acaba de conquistar a comunicação estratégica do grupo Concentra (na foto), que se dedica aos seguros e resseguros através de marcas de corretagem e agências de subscrição e de gestão de extensão de garantias, como Hispania, Median, Melior, Segurfer, Winsartorio, Concentra Garantias, UBL Brokers e Gescobert.

“Será um desafio estimulante, até porque o mundo dos seguros é frequentemente percecionado como complexo e distante. É precisamente essa perceção que queremos ajudar a mudar, através da literacia, desmistificando o mundo dos seguros, tornando os conceitos simples e compreensíveis enquanto trabalhamos também a comunicação para a rede de parceiros e para os colaboradores”, explica Francisco Chaveiro Reis, sócio e diretor de comunicação corporativa da agência de comunicação e relações públicas Guess What, citado em comunicado de imprensa.

Para além de trabalhar e de reforçar a notoriedade do grupo Concentra no mercado nacional, a Guess What fica também incumbida de promover a literacia dos consumidores portugueses na área dos seguros. Fundado em 2001, o grupo empresarial está presente em Portugal, Angola, Índia e Emirados Árabes Unidos, com escritórios em Lisboa, Luanda, Dubai e Bombaim.

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Google incorpora ‘chatbot’ de IA nas pesquisas

Na conferência anual Google I/O, a empresa anuncia ainda a entrada num novo segmento de produtos, óculos de realidade aumentada alimentados por IA, com a esperança de competir com os óculos de realidade aumentada da Meta

A Google vai introduzir um ‘chatbot’ de inteligência artificial (IA) mais parecido com o modelo ChatGPT para responder às pesquisas dos utilizadores, segundo a imprensa internacional. A nova funcionalidade, denominada AI Mode, é apresentada na conferência anual da Google I/O e faz parte da estratégia da empresa para se manter competitiva face às startups de IA. Por enquanto, a funcionalidade está apenas disponível para os utilizadores nos Estados Unidos.

De acordo com dados da empresa, a Google efetua 90% das pesquisas na internet a nível mundial, mas se os utilizadores passassem a optar por alternativas baseadas em IA, a empresa poderia vir a perder tráfego. É nesse contexto que a Google consolida o uso do modelo Gemini como núcleo da sua estratégia.

Na conferência, a Google apresenta também as versões mais recentes dos modelos avançados de geração de vídeo e imagem, bem como uma nova ferramenta de produção de filmes e vídeos baseada em IA. Denominada Flow, permite criar clipes de oito segundos gerados por IA a partir de ‘prompts’ de texto e utilizar ferramentas de montagem de cenas para juntar vários clipes.

A Google aproveita o palco para anunciar a colaboração com a Xreal no Project Aura, óculos inteligentes com sistema Android XR, integração com o Gemini, campo de visão ampliado e sensores visuais e sonoros. Samsung, Gentle Monster e Warby Parker também participarão do desenvolvimento de óculos XR.

A entrada neste setor surge com a esperança de competir com os óculos de realidade aumentada da Meta, fabricados juntamente com a Ray-Ban. A Google informa que a produção dos novos óculos começa este ano mas não revela a data de lançamento.

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“Temos menos escala e dinheiro. E o dinheiro ajuda a criatividade”

Susana Albuquerque (na foto), presidente do Festival CCP, revela o melhor do que se pode esperar da edição deste ano e os ajustamentos no júri, na sequência do caso ‘É Uma Menina’

Catarina Nunes

Com o Festival CCP a arrancar oficialmente a 16 de maio, na Fábrica de Pão – Beato Innovation District, em Lisboa, Susana Albuquerque quer que da edição deste ano saia uma perspetiva aprofundada da criatividade nacional, “quando vivemos na ‘espuma dos dias’, a achar que ninguém faz nada de jeito”.

Em declarações ao M&P, a presidente do Festival CCP e diretora criativa executiva da Uzina, avança que “gostaria que olhássemos para os Ouros e sentíssemos orgulho no que estamos a fazer. É preciso vencer a falta de autoestima de acharmos que não fazemos coisas boas em Portugal. Somos um mercado pequeno, mas não temos ideias piores. Mesmo nas agências lá fora, não é todo o trabalho que é premiado, é apenas uma parte”.

Em relação à qualidade dos criativos nacionais, Susana Albuquerque considera que “há muita gente boa em Portugal a fazer bom trabalho. Não temos motivos para nos sentirmos inferiores. Temos menos escala e dinheiro. E o dinheiro ajuda a criatividade”.

Em relação à escassez de prémios internacionais no último ano, nomeadamente em Cannes, realça que “os prémios são por vagas, já tivemos agências com desempenhos ótimos em Cannes. O que ainda não conseguimos é ter consistência e massa crítica para ganhar todos os anos”.

Além do olhar mais alargado e construtivo face à criatividade nacional, a presidente do festival deseja também ver na 12ª Semana Criativa de Lisboa, que decorre de 16 a 23 de maio, “pessoas da estratégia, clientes e criativos, jovens e velhos”. Nesta matéria, o programa contribui com propostas transversais de conferências e workshops.

Conferências reforçadas com Alta Voz

Entre as seis conferências oficiais que constam do programa, a 22 de maio, Susana Albuquerque destaca às 12h a ‘O Nosso Futuro Não é Competir com Máquinas, Mas Criar o Que Elas Nunca Poderão Sentir’ com Miguel Simões, CEO da Lola MullenLowe Western Europe, e Tomás Ostiglia, diretor criativo executivo da Lola MullenLowe.

Outra das escolhas é a ‘Burned Out Brands: Why Marketing’s Lost Its Fire and How We Get It Back’, às 10h, com Tobey Duncan, diretor de estratégia da Uncommon Creative Studio.

A tertúlia da APAP, ‘Verdade Seja Dita – AI AI AI!?’, que junta agências e anunciantes e aborda o papel da inteligência humana no processo criativo, nas áreas do design e da publicidade, é outros dos destaques de Susana Albuquerque.

“No ano passado tivemos mais de mil participantes no festival, com as conferências todas cheias. A minha expectativa é que seja casa cheia nas conferências de dia 22”, refere. A presidente do festival explica que este ano foi aberto um segundo dia de conferências, com o Alta Voz, a 20 de maio, “porque tivemos muitas propostas de pessoas que queriam fazer coisas no festival. Por exemplo, a Scopen – ‘que ainda não é sócia do clube, mas vai ser’ – vai fazer a entrega do prémio Best Agency to Work For, durante o festival”.

No âmbito das conferências Alta Voz, Susana Albuquerque salienta ainda a participação do programa de televisão Pitch, que irá fazer uma emissão a transmitir na CNN, com uma conversa entre Lourenço Thomaz (Coming Soon) e Frederico Van Zeller (Dentsu), sobre criativos versus máquinas. A Coming Soon, por seu lado, propõe uma reflexão sobre os criativos com mais de 50 anos – ‘Serei Demasiado Velho Para Ser Criativo?’ -, num debate moderado por Marcelo Lourenço, cofundador e diretor criativo da Coming Soon.

Betclic estreia-se com ativação para jovens criativos

No polo oposto, direcionado aos jovens criativos com mais de três anos de experiência, o workshop ‘Dois Gajos do Porto Sentam-se Numa Mesa de Lisboa Para Dar Bitaites’ põe Hugo Veiga (diretor criativo global da AKQA) e João Coutinho (cofundador e CEO da Atlantic New York) a avaliar portefólios.

Em linha com a ideia de formar novas gerações de criativos, Susana Albuquerque refere a ativação da Betclic, que se estreia como patrocinador oficial e convida os jovens que vão assistir ao festival a fazer uma execução da campanha ‘Aposto Que Não És Capaz’. O vencedor ganha uma formação na escola de criatividade Brother.

Quanto à disponibilidade de tempo dos criativos para assistirem ao festival, tendo em conta que decorre durante o horário de expediente, Susana Albuquerque considera que “não há festivais todos os dias” e apela aos participantes e às agências que se consigam organizar, salientado que no recinto do festival há wi-fi e espaços onde se pode trabalhar.

“Na Uzina, escrevi um email a incentivar as pessoas a escolherem o que querem ver e fazer, ao abrigo da lei da formação profissional, sem prejudicarem o planeamento do trabalho”, revela a diretora criativa executiva da agência.

Inscrições decrescem para 843

A edição de 2025 do Festival CCP regista um ligeiro decréscimo no número de inscrições face ao ano anterior, com 843 inscrições de 104 entidades, entre freelancers, agências, agências ‘in-house’, estúdios, produtoras e pós-produtoras.

A categoria com mais trabalhos a concurso é a de publicidade (251), seguida por design (193), ‘craft’ em publicidade (160), digital (134), experiências de marca (95) e integração (10).

“Este ano tirámos a categoria de meios, que tinha sido criada com o objetivo de atrair agências de meios, o que não aconteceu. A maioria das inscrições são de agências criativas e havia muitas duplicações”, justifica Susana Albuquerque, acrescentando que “continua a haver a subcategoria de meios, mas dentro da categoria de publicidade”.

Em todas as categorias, estão também integradas subcategorias de estratégia – “que é uma área que precisa de atenção” – e a inovação é retirada da categoria de integração, ficando incluída em cada disciplina. O marketing relacional, por seu lado, também é eliminado – “porque não fazia sentido” – e distribuído pelas várias disciplinas.

Depois do encerramento da votação online de ‘shortlist’, a 4 de maio, e da votação presencial a 14 e 15 de maio, num espaço cedido pela Xerox, os trabalhos finalistas candidatos a prémios são divulgados dia 16.

Todas as fases de votação são auditadas pela BDO, que apoia o festival desde a primeira edição. Os vencedores são anunciados a 23 de maio, na Gala de Entrega de Prémios, na Fábrica de Pão do Beato Innovation District.

Polémica ‘É Uma Menina’ leva a ajustes no júri

Sobre a polémica no festival do ano passado com o anúncio da Dentsu ‘É Uma Menina’, para o BPI, Susana Albuquerque garante que o trabalho chega à ‘shortlist’ nas categorias de publicidade e ‘craft’, neste caso inscrito pela produtora.

“Depois da polémica que foi levantada nas redes sociais, a Dentsu decidiu retirar as suas peças de concurso. Manteve-se em ‘shortlist’ em ‘craft’, uma vez que tinha sido inscrito pela produtora. É um assunto ao qual gostava de não voltar, gerou muitos equívocos, mas isto foi o que aconteceu: o júri não retirou o trabalho do concurso, só decidiu que era ‘shortlist'”, recorda, salientando que a ‘shortlist’ só é fechada em sala e o júri pode despromover ou promover os trabalhos por categoria.

A presidente do festival considera que “não há nada que possamos fazer para evitar estas situações, ainda assim continuamos o nosso esforço de ter o melhor júri e o mais competente possível”. Neste sentido, “este ano reduzimos o número de jurados, exceto em publicidade. Isto faz com que tenhamos um critério mais apertado, por termos pessoas mais séniores, capazes e isentas”.

Esta decisão é tomada em linha com as reações ao anúncio do BPI. “Achámos que era uma boa solução, tendo em conta que, no caso da Dentsu – por não termos premiado o anúncio do BPI -, o que apareceu nas redes sociais foi dizerem que não éramos maduros”, refere.

Questionada sobre a importância de ter no júri criativos das novas gerações, que trazem outras perspetivas à análise dos trabalhos, Susana Albuquerque considera que “o jurado júnior é muito útil para o mercado” e que, por esta razão, “desde o ano passado temos no júri os criativos que foram mais premiados no Brief Aberto, que não podem votar, mas podem dar opiniões”.

Este ano, há outras alterações no que diz respeito ao júri de ‘shortlist’, que é composto pelos sócios do clube, que podem votar numa categoria. “Fizemos um inquérito junto dos sócios, que consideraram que se devia manter, mas reduzindo a ponderação de 50% para 40%, enquanto o júri oficial tem uma ponderação de 60%. Outra novidade é que o presidente do júri tem um resumo das votações”, acrescenta.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

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VML Branding desenvolve marcas de turismo de luxo na Arábia Saudita

A agência portuguesa liderada por Pedro Gonzalez e Hélder Pombinho, em parceria com o grupo empresarial saudita Red Sea Global, cria seis marcas dedicadas ao turismo de luxo: Botanica, Fly Red Sea, WAMA (na foto), Akun e Galaxea

A VML Branding, unidade da VML Portugal especializada na criação de sistemas de identidade, está a desenvolver várias marcas na área do turismo na Arábia Saudita. A agência portuguesa, em parceria com o Red Sea Global, grupo empresarial saudita com um portefólio diversificado em vários setores, apresenta seis marcas: Fly Red Sea, WAMA, Galaxea, Akun e Botanica.

“A agência tem vindo a consolidar a parceria com a Red Sea Global, um importante agente na área do turismo regenerativo de luxo na Arábia Saudita. É um enorme orgulho poder colaborar com um ‘player’ tão relevante no setor, que tem contribuído de forma decisiva para a criação de uma nova identidade para o turismo do país, em linha com os ambiciosos objetivos da visão 2030”, declara Pedro Gonzalez, diretor-geral da VML Branding, em comunicado de imprensa.

A WAMA (na foto) é uma marca cujo nome resulta da combinação das iniciais das palavras água em inglês (WA) e em árabe (MA). O logótipo joga com o reflexo das letras WA na superfície das águas do Mar Vermelho, que espelha MA, resultando em WAMA. Através desta ideia de reflexo na água, é criada uma tipografia e todas ilustrações adotam esta linguagem, criando uma comunicação que apela ao conceito ‘Sea Yourself’.

O mais recente projeto da VML Branding é o Botanica, um horto no meio do deserto, onde plantas autóctones e de outras origens são plantadas e treinadas para sobreviver no ambiente desafiante do Mar Vermelho, redefinindo a paisagem dos destinos turísticos que a Red Sea Global está a criar.

A marca de aviação, Fly Red Sea, é a primeira desenvolvida pela equipa portuguesa, liderada por Pedro Gonzalez e Hélder Pombinho, e que se inspirou nas águas calmas do Mar Vermelho.

A Akun, por sua vez, é uma marca de aventura para os clientes deste novo destino de luxo no Mar Vermelho, com uma simbologia inspirada na terra, água e céu.

A VML Branding cria ainda a Galaxea, uma marca dedicada a proporcionar experiências de desportos aquáticos, cujo logótipo combina elementos gráficos, como a bússola e o mapeamento, com a figura simbólica de uma tartaruga.

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