Estados Unidos querem proibir anúncios a fármacos na televisão
Robert F. Kennedy Jr. (na foto) defende a proibição, argumentando que a publicidade farmacêutica leva os órgãos de comunicação a privilegiarem uma cobertura favorável à indústria, que em 2024 gastou mais de €4,81 mil milhões em anúncios televisivos, segundo a iSpot.TV

Daniel Monteiro Rahman
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Robert F. Kennedy Jr., a escolha de Donald Trump para Secretário de Estado da Saúde dos Estados Unidos, quer a proibição da publicidade farmacêutica na televisão, argumentando que esta leva os órgãos de comunicação social a privilegiarem uma cobertura mais favorável à indústria farmacêutica, sem melhorar a saúde dos norte-americanos, avança o The Wall Street Journal.
A pressão contra este tipo de publicidade ameaça não só as receitas dos canais de televisão como também as receitas das empresas farmacêuticas, que podem recuperar em vendas cinco vezes mais do que gastam em anúncios, segundo alguns analistas. Poderá também criar incerteza para as grandes emissoras de televisão, que obtêm receitas substanciais dos anunciantes farmacêuticos que tentam chegar aos telespetadores mais velhos, que tendem a tomar mais medicamentos.
A indústria farmacêutica gastou mais de 5 mil milhões de dólares (€4,81 mil milhões) em anúncios televisivos nos Estados Unidos em 2024, segundo a iSpot.TV, empresa de estudos sobre o mercado publicitário. As campanhas mais assertivas são para os medicamentos mais recentes que ainda não se tornaram genéricos, mas que competem num mercado altamente competitivo de medicamentos semelhantes, com o objetivo de atingir pacientes com doenças comuns nos Estados Unidos, como artrite e diabetes.
Apesar de ainda não ser claro como a proibição pode acontecer, Robert F. Kennedy Jr. apela a uma ordem executiva. No entanto, qualquer tentativa nesse sentido enfrentará uma forte oposição. Os esforços para restringir a publicidade de medicamentos têm sido repetidamente derrotados nos tribunais, muitas vezes com base na Primeira Emenda da Constituição norte-americana.
Se Robert F. Kennedy Jr. for confirmado no cargo de Secretário de Estado da Saúde, passará a supervisionar a Food and Drug Administration, responsável pelo desencadear do surto de publicidade a medicamentos quando, em 1997, flexibiliza as políticas em relação à publicidade farmacêutica direta ao consumidor.