Puma lança anúncio criado por agentes de IA
O anúncio é desenvolvido pela Monks, agência britânica de marketing e tecnologia, que treina centenas de agentes de IA para criar o anúncio do zero. “Estamos a caminhar para um mundo com menos agências e mais agentes”, diz Henry Cowling, diretor de inovação da Monks

Daniel Monteiro Rahman
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A Puma está a investir na criatividade agêntica, ao lançar um anúncio experimental desenvolvido quase exclusivamente por agentes de inteligência artificial (IA). O projeto demonstra como a tecnologia permite aos profissionais de marketing e aos criativos automatizar uma parte cada vez maior do processo criativo.
A marca de calçado e vestuário desportivo colabora com a Monks, agência britânica de marketing e tecnologia pertencente à S4 Capital, que treina uma equipa de agentes de IA para criar o anúncio do zero. Com o objetivo de desenvolver o filme em cinco semanas, a agência conta com a Nvidia para criar e treinar centenas de agentes para produzir o anúncio, que tem a duração de um minuto.
Segundo a Monks, o ‘spot’ é sobretudo uma experiência. O projeto oferece uma visão diferente da forma como a IA pode afetar o processo criativo: em vez de ser um indivíduo a dar instruções a um modelo de linguagem de larga escala, é um grupo de agentes que fica responsável por atribuir essas instruções e as restantes funções criativas, explica Henry Cowling, diretor de inovação da Monks, citado na Ad Age.
A campanha surge num momento em que as marcas estão a confiar à IA uma maior responsabilidade no desenvolvimento dos anúncios. No final de 2024, a Coca-Cola apresenta um anúncio criado inteiramente por IA, que cria polémica. A Vodafone também lança recentemente um anúncio totalmente desenvolvido por IA. O acesso a ferramentas de vídeo, que as agências criativas estão a testar e a experimentar, precipita esta confiança mais profunda na tecnologia. “Estamos a caminhar para um mundo com menos agências e mais agentes”, declara Henry Cowling.
IA não está isenta de falhas
O que distingue o anúncio da Puma e da Monks das outras abordagens é a dependência de agentes de IA. A IA não agêntica tira partido de capacidades generativas, mas normalmente requer um ser humano para a orientar e concretizar um produto final. Já os agentes podem ser programados para automatizar todos os processos de desenvolvimento criativo, desde a conceção da ideia até à execução das várias fases, explica Henry Cowling.
O anúncio apresenta várias cenas de atletas realistas a competir nos respetivos desportos, no entanto, não está isento de falhas. Pelo menos uma das personagens aparece com um número invulgar de dedos, um erro habitualmente cometido por modelos de IA generativa. Por outro lado, os anúncios gerados por IA quase sempre provocam reações negativas, sobretudo por parte dos membros da indústria criativa, que receiam que a tecnologia ponha em risco os postos de trabalho humano.
“O que fizemos aqui será controverso”, admite Henry Cowling. Contudo, para a Monks, a principal razão por trás desta experiência é o desenvolvimento de um conjunto de agentes de IA, treinados especificamente para o marketing da Puma, que poderão ser utilizados no futuro para produzir outros conteúdos para a marca. A Monks está atualmente a construir processos semelhantes para clientes como a Google, a General Motors e a BMW.