Portugueses são os que mais acreditam que marcas usam sustentabilidade para fazer marketing
Portugal é o país onde a percentagem de pessoas (90%) que acredita que a sustentabilidade é utilizada como ferramenta de marketing é mais elevada. Em segundo lugar surge a África do Sul (86%) seguida pelo México (85%)

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90% dos consumidores portugueses acreditam que muitas empresas afirmam ser sustentáveis apenas para fins promocionais, revela o ‘Relatório Global de Consumo Marco 2024’, na semana em que se celebra o Dia Nacional da Sustentabilidade, a 25 de setembro.
A análise, da agência de comunicação Marco em parceria com a Cint, empresa de pesquisa tecnológica, indica que este sentimento é particularmente relevante nos países ocidentais, onde existe uma tendência para exigir maior transparência e responsabilidade por parte das marcas.
Dedicada à sustentabilidade, esta nova vaga do relatório é baseada num inquérito efetuado a uma amostra total de 7300 pessoas, de 11 países, entre dezembro de 2023 e janeiro de 2024. De acordo com a análise, uma grande maioria dos consumidores a nível global (81%) suspeita que as empresas estão a utilizar as suas credenciais de sustentabilidade como instrumentos de marketing, em vez de demonstrarem um compromisso genuíno com a responsabilidade ambiental e social.
Portugal é o país onde este valor é o mais elevado, representando 90% dos inquiridos, seguido pela África do Sul com 86% e o México com 85%, o que evidencia uma forte preocupação com o ‘branqueamento ecológico’.
Apesar do aumento do ceticismo, o relatório revela também que os consumidores estão cada vez mais motivados a fazer escolhas sustentáveis no dia a dia. Por exemplo, mais de metade dos inquiridos portugueses (58%, valor semelhante à média global) revelam comprar produtos em segunda mão para promover práticas de consumo mais sustentáveis.
Já 95% assume a importância da reciclagem para poupar recursos naturais, contra 90% a nível global. 66%, por seu lado, consideram positiva a utilização de automóveis elétricos para proteger o ambiente, em linha com a média global de 67%. Por outro lado, 44% dos portugueses assumem que considerariam deixar de andar de avião por questões de consciência ambiental, um valor que contrasta com a média global de 53%.
“Estas conclusões sublinham a importância da transparência e da responsabilidade nas iniciativas de sustentabilidade das empresas. À medida que os consumidores se tornam mais exigentes e esperam provas de um compromisso genuíno, as empresas devem navegar cuidadosamente neste novo cenário. Uma comunicação eficaz e ações tangíveis são mais cruciais do que nunca para criar e manter a confiança dos consumidores”, enfatiza Diana Castilho, diretora nacional da Marco, citada em comunicado de imprensa.
“O crescente ceticismo dos consumidores em relação às credenciais de sustentabilidade das empresas é um sinal de alerta para as empresas de todo o mundo. Já não é suficiente promover simplesmente a sustentabilidade. As empresas devem demonstrar um impacto real e mensurável. A transparência, a responsabilidade e um compromisso real com a sustentabilidade são fundamentais para recuperar a confiança dos consumidores. As empresas que não satisfaçam estas expectativas arriscam-se não só a perder a credibilidade e a lealdade dos clientes, mas também a incorrer em sanções devido à futura regulamentação da União Europeia”, argumenta Emmanuelle Jacquety, diretora de comunicações de sustentabilidade da Marco.