Audiências: RTP “desconfortável” com sistema da GFK, TVI “satisfeita”
“Vamos assistir à evolução do painel e se continuarmos a ver que as coisas não estão bem tomaremos uma atitude”, diz fonte oficial da RTP.
Elsa Pereira
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“A RTP está desconfortável com este sistema de medição de audiências e não tem nenhuma evidência de que as coisas tenham melhorado ao longo da fase de testes”. As declarações pertencem a fonte oficial da estação pública que acrescenta que “os resultados de hoje só reflectem as anomalias que já vinham a acontecer”. Questionada sobre o que pondera a RTP1 fazer quanto ao desconforto manifestado a mesma fonte responde: “Vamos assistir à evolução do painel e se continuarmos a ver que as coisas não estão bem tomaremos uma atitude”. “Temos dúvidas quanto à fiabilidade do sistema de audiências e infelizmente temos feito muitas perguntas para às quais não obtivemos resposta”, sendo que “a nossa única exigência prende-se com um sistema fiável do ponto de vista técnico e científico”, remata a fonte interna. Recorde-se que a RTP1 na quinta-feira passada registava 20,8% de quota de espectadores e, segundo a nova medição da GFK, ficou-se ontem por uma média de share de 13,9%.
De acordo com várias opiniões ouvidas pelo M&P a discrepância pode ser entendida à luz de uma diferente representatividade da população mais velha, um target particularmente forte na RTP1. Questionado sobre esta questão, Fernando Cruz, director executivo da CAEM diz que os valores de referência remetem para os censos de 2011 e que “correspondem o mais possível à realidade”. E afiança: “Se há menos pessoas mais velhas do que aquelas que existem na população, no painel o peso destas pessoas vale mais”, ainda que “possa variar ligeiramente. É impossível ter um espelho integral”.
Em contrapartida, a TVI que havia pedido um adiamento do arranque do sistema, diz estar tranquila em relação ao mesmo. “Não temos nenhuma razão para desconfiar do sistema da GFK”, assegura José Fragoso, director da estação de Queluz. “Acredito no painel, a sua prestação tem vindo a melhorar e os resultados estão em linha com a nossa expectativa”, frisa. “Há afinações normais que têm que ser feitas, mas podem sê-lo em andamento”, conclui.