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Rock in Rio Lisboa, desafios em ano de festa

Há 20 anos, o Rock in Rio Lisboa marcava o início da estratégia de internacionalização do popular festival brasileiro, na altura com a mesma idade. A mudança para o Parque […]

Luis Batista Gonçalves
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Rock in Rio Lisboa, desafios em ano de festa

Há 20 anos, o Rock in Rio Lisboa marcava o início da estratégia de internacionalização do popular festival brasileiro, na altura com a mesma idade. A mudança para o Parque […]

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Há 20 anos, o Rock in Rio Lisboa marcava o início da estratégia de internacionalização do popular festival brasileiro, na altura com a mesma idade. A mudança para o Parque Tejo obriga o evento a reinventar-se num novo espaço e exige um esforço de comunicação e promoção adicional. Saiba o que está a ser preparado e o que está a ser feito para o publicitar.

O anúncio da mudança do Rock in Rio Lisboa do Parque da Bela Vista para o Parque Tejo, tornada pública em meados de outubro do ano passado, apanhou o público do festival de surpresa. No ano em que celebra os 20 anos em Portugal, o evento vê-se, de repente, obrigado a reinventar-se num novo cenário à beira-rio. Maior do que anterior, o recinto abre espaço a outras possibilidades, mas também implica um desafio comunicacional e promocional acrescido para os milhares de festivaleiros esperados nos dias 15, 16, 22 e 23 de junho. A organização sabe-o e até já teve de intervir para contrariar as primeiras críticas ao local. “Pouco após a divulgação do espaço, começaram a queixar-se nas redes sociais que o Parque Tejo não tinha declive. Tivemos de fazer rolar umas rodas e uns pneus e partilhar essas imagens nas redes sociais para provar que ele existe, desmistificando essa questão. O Parque Tejo não vai ser um espaço totalmente descaracterizado, vai ter a mesma essência que tinha o ano passado”, assegura Luís Soares, diretor de marketing do Rock in Rio Lisboa 2024, durante a visita ao recinto, ainda vazio, que fez com o Meios & Publicidade nos últimos dias.

“A próxima edição vai ser a maior e a melhor de sempre. Vai ser um marco. Estamos muito entusiasmados”, confessa o responsável. “O novo espaço tem mais acessibilidades, maiores recursos. Vamos poder dar maior conforto às pessoas. O público vai sair a ganhar. O nosso foco é sempre trazer o maior número de atrações”, garante.

Habituados a um recinto que não vai ser aquele que estavam acostumados a encontrar, muitos dos frequentadores assíduos ainda estão reticentes com o que os espera esta edição. Mas, até lá, os promotores do evento contam conseguir convencê-los e envolvê-los na (grande) festa que está a ser preparada e que, apesar de coincidir com o UEFA Euro 2024, não vai excluir os adeptos do campeonato europeu de futebol. Para os atrair, estão a ser planeadas exibições das partidas no recinto e a programação está a ser ajustada. “Um dos palcos do festival é o ESC Online Sports Bar, com uma temática muito em torno desta modalidade. As pessoas vão poder assistir a alguns dos jogos. No dia 22, teremos o que opõe Portugal à Turquia. Vai ser uma grande festa com música e futebol, com uma programação adaptada para que as pessoas possam desfrutar ao máximo desta diversidade”, anuncia Luís Soares.

O que esperar desta edição

Além do Palco Mundo, do Palco Galp e do Palco Yorn, o palco Super Back Digital Stage, uma das novidades da edição de 2018, regressa em 2024 com os maiores fenómenos do entretenimento digital. “Tudo o que está a bater na net tem de estar naquele palco”, explica o diretor de marketing do festival.

Ed Sheeran, Scorpions, Jonas Brothers, Doja Cat, Evanescence, Calum Scott, Camila Cabello, Ne-Yo, Carolina Deslandes, Jão, Extreme e Ivete Sangalo são alguns dos nomes anunciados para o Palco Mundo, o anfiteatro natural com vista privilegiada para o rio Tejo e a Ponte Vasco da Gama que milhares irão fotografar e divulgar nas publicações nas redes sociais durante o evento, que já vai na décima edição. “Enquanto houver Rock in Rio, a Ivete Sangalo irá sempre integrar o cartaz”, garante Luís Soares, visivelmente entusiasmado com as potencialidades do novo recinto, que também terá uma nova roda gigante patrocinada pelo motor de busca de carros usados Pisca Pisca, com cabines tematizadas. A ideia é homenagear as duas décadas musicais do Rock in Rio Lisboa, numa altura em que a primeira edição brasileira do Rock in Rio celebra 40 anos, outra efeméride que a organização pretende (também) assinalar com pompa e circunstância no Palco All in Rio, o espaço de interatividade, celebração, debate e inclusão que vai ser criado na área do altar-palco desenhado pelo arquiteto João Matos para a Jornada Mundial da Juventude de 2023. “Esse palco traz também um grande storytelling e uma grande proposta de valor ao enaltecer as causas que o Rock in Rio abraçou ao longo de todos estes anos, em torno da sustentabilidade, da inclusão e da diversidade”, afirma Luís Soares.

Muitas dessas temáticas serão também exploradas na Rota 85, outra das novidades desta edição que a organização vai ter de comunicar. “Será uma rua totalmente tematizada que vai contar a história dos 40 anos da marca. Terá um cineteatro que vai passar filmes e uma igreja onde realizaremos casamentos. As pessoas vão poder brincar. Vamos ter também o ténis sujo de 1985 [escultura que evoca o temporal que se abateu sobre o recinto na primeira edição do festival deixando um rasto de lama] para retratar a internacionalização da marca, que se expandiu primeiro para Portugal e depois para Espanha e para os EUA. Vamos trazer essa história e esse legado”, esclarece o marketeer.

A Rock street, uma das atrações mais populares do evento, também surge renovada no Parque Tejo. “Mais uma vez, vamos aproveitá-la para falarmos de temas relevantes para a sociedade, como a pluralidade, a diversidade e a inclusão”, repete.

Todas as noites, o festival apresenta um imponente espetáculo de mapeamento de vídeo piromusical, concebido pelo ateliê nacional Ocubo sob a direção criativa de Nuno Maya e com a colaboração do lightning designer britânico Terry Cook, consultor do Rock in Rio Lisboa desde 2015. Projetada no Palco Mundo, a exibição vai evocar as duas décadas do festival em território nacional.

Em fase de elaboração está também a nova zona de restauração. “Teremos uma área gourmet, que terá como principal patrocinador o Continente, com uma área de lounge e degustação com uma cozinha mais fina e uma proposta de valor mais diferenciada para aquilo que são as opções de alimentação que oferecemos”, desvenda o responsável.

O envolvimento crescente das marcas

Além da Galp como patrocinador principal e da Super Bock, da Pepsi e do BNP Paribas como patrocinadores, esta edição, que tem SIC, Grupo Renascença Multimédia, SAPO, RFM, Jornal de Notícias e Diário de Notícias como media Partners, conta também com o apoio de marcas como Worten, Gato Preto, Telepizza, Control, Nobre, Ucal, Hyundai, Royal Bliss, Buondi e Via Verde. “O Rock in Rio tem na sua essência ser um projeto de comunicação para os patrocinadores e para os apoios. Olhar para o Rock in Rio só como um festival de música ou de entretenimento é muito redutor. O conforto e as experiências que oferecemos só são possíveis com os nossos parceiros. São muitas as marcas que estão connosco, algumas delas são parceiros de longa data que nos ajudam a trabalhar com maior diferenciação a proposta de valor acrescentado que procuramos oferecer às pessoas no evento”, explica Luís Soares.

Ainda assim, o envolvimento dessas insígnias hoje é diferente daquilo que era no início. “Há um desafio novo também para os patrocinadores, que procuram tornar a experiência atual muito mais interessante para os visitantes e não há nenhuma marca que não esteja connosco, da Galp ao Continente, passando pela Pepsi, pela Super Bock e por tantas outras, que não traga nenhuma proposta de valor naquilo que são as ativações no recinto, procurando disponibilizar uma experiência diferenciada ao seu público. Como já referi, olhar para o Rock in Rio só como um festival de música ou como um festival de marcas é muito redutor. O que o faz ser uma experiência incrível é o ambiente de festa que se vive, é o unir destas forças todas, as experiências que os patrocinadores trazem, os conteúdos e a proposta musical para todas as idades, dos 8 aos 80”, refere. “Sendo este o maior festival de música e entretenimento do mundo, a preocupação é sempre trazer o maior número de ativações e tipos de entretenimento possíveis, para que todos possam desfrutar do evento desde a abertura de portas às 14h até às 02h, vivenciando uma experiência de 360 [graus] completa”, acrescenta ainda.

A ajuda das figuras públicas

Por ser o mais abrangente dos festivais musicais, o Rock in Rio obriga a um esforço de comunicação gigante para chegar a públicos de todas as idades, com consumos de media, internet e redes sociais também eles muito díspares. Essa preocupação não é de hoje mas, nos dias que correm, atingiu uma complexidade que os organizadores do evento não previam quando chegaram a Portugal, obrigando-os a reforçar o investimento em comunicação e promoção, com uma aposta maior no marketing de influência. “Fomos o primeiro festival a utilizar e a capitalizar os famosos na edição de 2004. As celebridades vinham ao nosso evento para usufruir da experiência”, recorda Luís Soares.

Na altura, o Facebook já dava os primeiros passos nos EUA, mas o mundo estava longe de imaginar o impacto destas plataformas digitais no quotidiano das pessoas. “Só em 2016, com o advento do Instagram, é que começámos a olhar para a celebrity economy e a pensar nelas com uma estratégia multiplataforma, incorporando-as nos nossos conteúdos, inicialmente com as pool parties da Somersby no Parque da Bela Vista, dando aos instagrammers o acesso a uma área privilegiada do evento. Depois, há um shift na comunicação e, com o boom das redes sociais, sentimos a necessidade de recorrer a agências e a profissionais especializados que nos ajudam a criar e cocriar estratégias de comunicação que façam sentido para o evento e para as marcas. Este ano, temos a Ellephant a colaborar connosco. Essas ações vão da simples comunicação de uma ação a iniciativas mais abrangentes. Hoje, os influenciadores fazem parte da equipa. Alguns são amigos da casa. Não existe uma lógica de aproveitamento mas, sim, uma lógica de sinergias, aproveitando excelentes plataformas de divulgação que também os aproximam das marcas. São tantas as plataformas que precisam de ser alimentadas que o nosso desafio é procurar alimentá-las de forma sustentável, com relevância. Se vou ter o Ed Sheeran, os Scorpions e a Doja Cat no festival, tenho de contar as histórias deles, tenho de trazer as pessoas que gostam deles e todos esses artistas têm segmentações diferentes, públicos diferentes e influenciadores diferentes. Antigamente, essa comunicação era mais simples, porque se centrava nos media tradicionais. Hoje, temos de desenvolver estratégias comunicacionais omnicanal pensadas para cada uma dessas plataformas porque comunicar no Instagram é diferente de o fazer no TikTok, no Facebook, no YouTube ou no Twitch ou até mesmo nas rádios e em televisão. As audiências estão, hoje, mais fragmentadas do que nunca”, desabafa o marketeer. A notoriedade que o festival alcançou nos últimos 20 anos facilita, no entanto, a tarefa.

Ellephant ajuda a reforçar sentimento de pertença e identidade da marca

A Ellephant foi a agência de comunicação escolhida para cocriar a estratégia de marketing de influência que o Rock in Rio Lisboa está a implementar para promover o festival. “Estamos muito felizes por abraçar este desafio e por poder fazer parte de uma edição com tantos desafios de comunicação”, assume Marta Pereira, CEO da empresa. “Hoje, é necessário e importante perceber quem são os novos públicos nativos, que passam as mensagens de uma forma completamente diferente. É necessário investir em conteúdo disruptivo, diferenciador, que desperte emoção, que crie experiências, que marque o dia a dia de alguma forma, que fique na memória e, principalmente, que seja multicanal”, sublinha a profissional. “A música é apenas um dos elementos de união. E, quando analisamos os perfis e o público a atingir, temos de procurar o sentimento de pertença e representação para elaborar qualquer estratégia. Assim, não podemos esquecer os diferentes targets e as diferentes formas de os alcançar, bem como as plataformas e linguagens que os abrangem”, defende ainda a responsável.

“Procuramos também garantir que quem faz parte da nossa estratégia de influence marketing está comprometido com a missão e que se relaciona com a marca em diferentes contextos. É muito importante também aproximar cada storytelling do lado mais autêntico e real da sua ligação à love brand que é o Rock in Rio”, esclarece Marta Pereira.

“Hope in Rio”, “Love in Rio”, “Dance in Rio” e “All in Rio” são alguns dos motes definidos que estão a ser explorados comunicacionalmente. “Demonstram precisamente o que pretendemos trazer para a nossa estratégia, que o Rock in Rio é uma marca para todos, sem exceção”, assegura a CEO da Ellephant.

Gato Preto patrocina Área VIP  

Depois de ter lançado a coleção exclusiva Gatos do Rock em parceria com o festival, iniciativa que repete este ano, a marca de mobiliário e decoração portuguesa Gato Preto volta também a patrocinar a Área VIP do Rock in Rio Lisboa 2024, tal como na última edição. A decisão implicou o reforço do orçamento de comunicação e marketing da insígnia portuguesa. O aumento não chega aos dois dígitos mas, ainda assim, terá de fazer face às (maiores) exigências no novo recinto. 

“Tudo o que tínhamos idealizado estava pensado para o Parque da Bela Vista. No Parque Tejo, a Área VIP vai ter três andares. Estávamos habituados a um piso, agora vão ser três. Neste momento, estamos a correr contra o relógio para desenvolver toda a proposta de decoração de todo o espaço, onde também iremos ter ativações de marca”, revela ao Meios & Publicidade Carolina Afonso, CEO do Gato Preto.

“Além de nos dar visibilidade, porque é um espaço onde circulam celebridades, influencers e até artistas, a relação de parceria com o Rock in Rio também fica mais forte”, sublinha ainda a responsável.

BNP Paribas aproveita evento para lançar campanha

O banco BNP Paribas, patrocinador do Rock in Rio Lisboa 2024, vai aproveitar o evento para lançar uma nova campanha publicitária, com criatividade da Tux&Gill, atualmente em fase de desenvolvimento. “A nossa parceria assenta na partilha de compromissos comuns, como o apoio à cultura, a responsabilidade social, a diversidade e a inclusão. O nosso grupo trabalha de forma ativa para ter um impacto positivo na sociedade onde se insere, consciente de que esse impacto se pode materializar de várias formas e em diferentes dimensões da sociedade. Neste âmbito, lançaremos, em breve, uma campanha externa para celebrar esta parceria ao ritmo da música”, avança, ao Meios & Publicidade, Vera Leitão, head of communications do BNP Paribas Portugal. “É importante salientar que esta associação adota ainda um cariz de celebração interna, já que a instituição bancária convida todos os seus colaboradores para o festival. É também uma ótima oportunidade para estarmos juntos”, garante a marketeer.

SIC volta a associar-se à Century 21

O Rock in Rio também é um evento propício a (muitas) parcerias paralelas entre marcas. Este ano, a SIC, media partner do festival desde o primeiro momento, volta a associar-se à Century 21, pela segunda vez. A construção do novo espaço SIC–Century 21 Portugal ficará a cargo da Blocosystems. A empresa de construção está a desenvolver um sistema inovador e (mais) ecológico. 

À semelhança da casa modular sustentável edificada no Parque da Bela Vista em 2018, o novo espaço de interação será usado pelos convidados das duas insígnias e servirá de cenário a ativações de marca e outras ações promocionais. “Contamos com a visita de todos quantos queiram contactar com a magia da televisão. Vão poder encontrar os seus apresentadores, atores e artistas preferidos quando menos esperarem”, promete  mesmo Mónica Serrano, diretora de marketing e comunicação da Impresa e diretora-geral do Atelier Impresa. “Na nossa segunda colaboração com a SIC e o Rock in Rio, reforçamos os valores de família e sustentabilidade que nos unem. Este ano, pretendemos promover a literacia das famílias sobre a industrialização da construção, a eficiência energética e a sustentabilidade. Comprometemo-nos a demonstrá-lo através da instalação de uma casa preparada off-side, assegurando a sua montagem e desmontagem na Cidade do Rock sem deixar rasto ambiental. Esta iniciativa reflete o compromisso da nossa marca por um futuro mais sustentável para os portugueses”, assegura também Ricardo Sousa, CEO da Century 21 Portugal.

 

 

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Google e Apple acusadas de violarem RMD. UE arrisca confronto com Donald Trump

A Comissão Europeia conclui que o motor de busca da Google prioriza resultados que direcionam os utilizadores para os próprios serviços em detrimento dos da concorrência e que Apple tem de disponibilizar os seus sistemas operativos a dispositivos fabricados por concorrentes para promover a concorrência justa

A Comissão Europeia (CE) avança com uma ação contra a Apple e a Alphabet, dona da Google, acusando-as de violarem o Regulamento dos Mercados Digitais (RMD), uma decisão do executivo comunitário que poderá aumentar a tensão com Donald Trump, noticia o The Guardian. O presidente dos Estados Unidos tem ameaçado a União Europeia com tarifas se esta implementar medidas restritivas contra as empresas tecnológicas norte-americanas.

Bruxelas acusou a Google de quebrar as regras de competitividade digital e ordenou a Apple a abrir o seu sistema operativo a dispositivos de outras marcas. A dona da Google é mesmo acusada de não cumprir os mandamentos impostos pelo bloco europeu no que refere ao Google Search (pesquisa) e o Google Play (loja). A Comissão Europeia declara que a Google Play Store impede os programadores de direcionarem os consumidores para outros canais onde possam existir melhores ofertas.

“Permitam-me que seja clara: o nosso principal objetivo é criar uma cultura de cumprimento da lei nos mercados digitais mas, como sempre, aplicamos as nossas regras de uma forma justa e não discriminatória e no pleno respeito do direito das partes a defenderem-se”, esclarece a vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela política de concorrência, Teresa Ribera, citada em comunicado.

A Alphabet tem agora a oportunidade de apresentar os seus argumentos ao executivo da UE, que poderá aplicar uma coima até 10% do seu volume de negócios anual.

“As conclusões da Comissão exigem que façamos ainda mais alterações à forma como mostramos certos tipos de resultados de pesquisa, o que torna mais difícil para as pessoas encontrarem o que procuram e reduz o tráfego para as empresas europeias”, defende Oliver Bethell, diretor de concorrência sénior da Google, citado no The Guardian.

No caso da Apple, Bruxelas sublinha que a interoperabilidade entre dispositivos é essencial para a Lei dos Mercados Digitais. A Comissão Europeia considera que o acesso de terceiros ao iPhone e ao iPad irá aumentar a sua quota de mercado e alargar as opções de compra dos consumidores. A decisão já foi critica pela empresa.

“A decisão da Comissão prejudica a capacidade da Apple de inovar para os utilizadores europeus e obriga-nos a oferecer as nossas novas funções gratuitamente a empresas que não estão sujeitas às mesmas regras”, justifica a porta-voz da empresa, que afirmou que a Apple está disposta a cooperar com o executivo da UE.

As infracções ao RMD podem resultar na aplicação de uma coima de 10% das receitas às empresas, ou de 20% em caso de reincidência. Com base nas receitas da Apple em 2024, no valor de 391 mil milhões de dólares (€360 mil milhões), a coima máxima seria de quase 80 mil milhões de dólares (€73,7 mil milhões).

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

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“Quando encontramos a ligação certa com o consumidor, os resultados não falham”

A ‘Scratchboards’ (na foto), da David Madrid para a Activision, é a campanha que Inês Reis gostaria de ter feito. A ‘Influenciadores de Seguros’, para a Génesis, é a que a redatora da Leo Burnett mais gostou de fazer, revela na rubrica Como É Que Não Me Lembrei Disto?

Catarina Nunes

Perante uma crise de criatividade, Inês Reis, redatora da Leo Burnett Lisboa, fia-se no tempo e acredita que alguma ideia irá chegar. No entretanto vai vendo referências de que gosta e afunilando-as até estarem cada vez mais próximas do problema que tem para resolver.

É precisamente a esperteza de uma ideia o que a leva a eleger a campanha ‘Scratchboards’ como aquela que gostaria de ter feito e que lhe faz encarar a profissão como ‘realizadora de sonhos’. “Tudo depende da história que contamos”, argumenta a redatora criativa. A escolha terá alguma componente emocional, uma vez que Inês Reis trabalha na David Madrid, responsável pela ‘Scratchboards’, antes de regressar a Portugal.

O que redatora quer mesmo da profissão é a possibilidade de contar histórias e fazer com que as pessoas sintam algo, nem que seja apenas um sorriso num dia mau. Talvez por isto, a campanha que mais gostou de fazer é a ‘Influenciadores de Seguros’, para a Génesis.

“Fez-me rir quando a desenvolvemos e ainda me faz rir quando a revejo”, revela Inês Reis, que considera que “há ideias incríveis a sair em todo o lado, que ainda nos surpreendem e fazem ver que há sempre forma de conseguir fazer sair algo bom e cada vez mais humano”.

Qual é a campanha que gostaria de ter feito?

A ‘Scratchboards’, da David Madrid para a Activision, criadora de jogos eletrónicos.

Quais são as razões dessa escolha?

Provavelmente a adolescente dentro de mim que ainda acha que um dia vai conseguir fazer um ‘hardflip’. Mas acima de tudo, o facto de ser uma ideia divertida. O nosso trabalho é ligar marcas e pessoas, e se podemos fazer com que seja divertido para nós e para elas, não há nada mais recompensador.

O que é que lhe chamou mais a atenção? O texto, a imagem, o protagonista ou outro aspeto da campanha?

A esperteza da ideia. Usar a própria tábua de skate como meio, partindo do ‘insight’ de que ‘quanto mais andas mais a riscas’, é genial. Depois, toda a execução. Encontrar a forma e materiais certos, para que a ideia realmente funcione, deve ter sido um desafio interessante.

Como millennial que sou, imaginar que alguém fez uma campanha com o Tony Hawk [skater norte-americano vencedor de 12 campeonatos de skate vertical e de três campeonatos mundias de ‘street style’] deixa-me só roída de inveja (boa).

Esta campanha inspirou-a a nível criativo? Em quê e de que formas?

No meio de todo o trabalho que temos no dia a dia, é sempre bom poder olhar para algo tão refrescante e fora do formato. Além do mais, mostra que quando encontramos a ligação certa com o consumidor, os resultados não falham.

Esta ideia faz-me ver a nossa profissão como ‘realizadora de sonhos’, se é que posso pô-lo desta forma – se calhar demasiado otimista, mas por que não? Tudo depende da história que contamos.

As campanhas internacionais e nacionais estão mais ou menos criativas?

Cada vez temos de ser mais criativos. Para dar a volta ao que já vimos e ao que já foi feito, e conseguir gerir toda a informação e meios com que somos bombardeados diariamente.

Mas, felizmente, isso também significa que temos cada vez mais ferramentas para o fazer, e estamos num bom caminho. Há ideias incríveis a sair em todo o lado, que ainda nos surpreendem e fazem ver que há sempre forma de conseguir fazer sair algo bom e cada vez mais humano.

Qual é a campanha que fez que mais a concretizou profissionalmente?

A ‘Influenciadores de Seguros’, para a Génesis. Na altura estava longe de pensar que ia ter de fazer filmes para uma seguradora, e muito menos que pudessem ser tão engraçados, tendo em conta o setor que é.

Conseguimos um resultado diferente daquilo a que estamos habituados a ver, tanto a nível de narrativa como visualmente, e isso deixa-me super feliz. É uma campanha que me fez rir quando a desenvolvemos e que ainda me faz rir quando a revejo.

Como é que chegou a esta ideia e avançou para a execução?

Entre uns dispares aqui e ali no meio de uma conversa entre nós, começámos a falar ‘dos outros’. Dos nossos tios, vizinhos e colegas… dos que todos os dias nos influenciam ou tentam. E foi assim que chegámos ao ‘insight’.

A fase seguinte foi encontrar estes ‘influencers’. Um casting medido quase pelo quanto nos divertimos a ver os personagens e o quão bem representavam cada perfil. Ter um cliente que alinhou à primeira e esteve sempre do lado da ideia foi a cereja no topo do bolo.

O que é que faz quando não tem ideias?

Fio-me no tempo e na expetativa de que alguma ideia vai chegar. ‘Too risky’? Talvez. Mas entretanto vou vendo coisas que me dão gozo, referências de que gosto, e vou afunilando até estarem cada vez mais perto do que tenho de resolver. Desfoco para poder voltar a focar. Mas, muitas vezes, nada como uma boa conversa ou troca de ideias com outra pessoa.

Ficha técnica

Campanha ‘Scratchboards’
Cliente Activision
Agência David Madrid
CCO Pancho Cassis
Diretora de operações Sylvia Panico
Diretores criativos executivos Saulo Rocha e André Toledo
Redator Guilherme Pinheiro
Diretores de arte Pedro Gabbay, Rafael Ochoa e Camilo Jiménez
Ilustradores Fabio Vido, Pedro Gabbay e Rafael Ochoa
Diretores de produção Brenda Morrison Fell e Alejandro Falduti
Produtores Thiago Zveiter e Santi Lardín
Editor Cristian Migueliz
Diretora de contas María García Herranz
Supervisora de contas Irene León
País Espanha
Ano 2022

Ficha técnica

Campanha ‘Influenciadorses de Seguros’
Cliente Génesis
Agência Leo Burnett Lisboa
Diretor criativo executivo Steve Colmar
Diretor criativo Lucas Yu
Redatores Inês Reis e Freddie Brando
Diretor de arte Gil Santos
Designer Gil Santos
Produtora Cristina Almeida
Diretora de conta Paula Lopes
Executiva de contas Cuca Freches
Diretora de estratégia Patrícia Araújo
Produtor gráfico Rui Caracol
Produtora Playground
Produtor executivo João Abreu
Diretor de fotografia Duarte Domingos
Fotógrafo João Marques
Assistente de realização Paulo Rebelo ‘Bilú’
Editor Sérgio Pedro
País Portugal
Ano 2023

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

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PepsiCo entra nas bebidas funcionais com aquisição da Poppi

A nova marca, adquirida por 1,95 mil milhões de dólares (€1,79 mil milhões), permite à PepsiCo capitalizar a categoria de refrigerantes funcionais, que apesar de registar vendas inferiores aos refrigerantes tradicionais, está a crescer a um ritmo mais rápido

A PepsiCo está a posicionar-se no segmento dos refrigerantes funcionais, através da aquisição da marca norte-americana Poppi por 1,95 mil milhões de dólares (€1,79 mil milhões). Com este negócio, a PepsiCo quer capitalizar o rápido crescimento das bebidas funcionais e de bem-estar, categoria de produtos na qual a concorrente direta, The Coca-Cola Company, lança recentemente a marca Simply Pop.

A popularidade dos refrigerantes funcionais e prebióticos é alimentada pelos consumidores mais jovens, que procuram produtos com alegados benefícios para a saúde e o bem-estar, bem como pelas redes sociais e pelo interesse em geral em dietas mais saudáveis. Apesar de os refrigerantes funcionais registarem vendas inferiores aos tradicionais, a categoria está a crescer a um ritmo mais rápido.

“Os consumidores procuram opções convenientes e com sabores que se adaptem aos seus estilos de vida e respondam ao crescente interesse pela saúde e bem-estar. A Poppi é um excelente complemento aos esforços de transformação do nosso portefólio para responder a estas necessidades”, argumenta Ramon Laguarta, CEO da PepsiCo, em comunicado de imprensa.

Embora tenha ajudado a despertar o interesse pelo movimento dos refrigerantes prebióticos, o marketing da Poppi nos últimos anos tem destacado o sabor, a acessibilidade e a fórmula com baixo teor de açúcar e calorias, em comparação com os refrigerantes normais, afastando-se das alegações que este tipo de marcas se resguarda ao promover a saúde intestinal, o que se pode ver no anúncio da Poppi para o Super Bowl 2025 (abaixo).

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Puma quer conquistar geração Z e lança maior campanha de sempre

A campanha global ‘Go Wild’ (na foto) representa um aumento de 40% nos investimentos de marketing e acompanha o reposicionamento da Puma, apoiado na visão do desporto como autoexpressão, satisfação e ligações sociais. Em Portugal, o planeamento de meios é da Havas Media

Uma nova visão para o desporto, alinhada com as expetativas das gerações mais jovens e enraizada na história da Puma, é o ponto de partida do novo posicionamento da marca, que se materializa na campanha global ‘Go Wild’, da agência criativa Adam&Eve DDB. Esta campanha, a maior da Puma até à data, representa um aumento de 40% nos investimentos de marketing, face a 2024.

A campanha que acompanha o reposicionamento da Puma assinala a renovação do ADN da marca alemã de desporto. “Num mundo em que o desempenho é apenas uma questão de vitória, a Puma destaca-se com uma visão diferente. O ADN renovado da marca ressoa profundamente nas novas gerações, em particular na geração Z, que procura experiências imersivas, interação social e prazer através do desporto”, refere o comunicado.

A ‘Gold Wild’ arranca com o foco na corrida, alinhada com os interesses do público e com o princípio de que a corrida é o melhor desporto para libertar a energia que existe dentro de cada um, para atingir o potencial individual.

A Puma pretende inspirar as pessoas a libertarem a energia através do desporto FOTO DR

“Começámos com a ideia do consumidor de que correr lhe dá uma adrenalina superior a outro desporto. O que significa que, por muito difícil que seja, nunca nos vamos arrepender de correr”, explica Julie Legrand, diretora sénior de estratégia e comunicação de marca global da Puma, citada em comunicado de imprensa.

Lançada a 20 de março, a campanha ‘Go Wild’ é amplificada através de uma estratégia de meios de comunicação global multicanal, que inclui digital, ‘exterior, relações públicas, media social, televisão, retalho e ativações em todo o mundo. Em Portugal, a campanha é digital e focada no YouTube, com planeamento de meios da Havas Media.

Campanha baseada no maior estudo da Puma sobre o consumidor

A ‘Go Wild&’ é desenvolvida com base no maior estudo da Puma sobre o consumidor, “encontrando um espaço claro no mercado, onde o desempenho encontra a alegria, um território inexplorado em que a Puma está posicionada de forma única para o preencher”, refere o comunicado. No novo posicionamento, a Puma apresenta o desporto como uma forma de autoexpressão, de satisfação e de ligações sociais.

Mais do que o foco no desempenho, a Puma pretende inspirar as pessoas a libertarem a energia através do desporto, expandindo a presença global e estabelecendo ligações com propósito com o seu público.

A campanha celebra as pessoas que correm todos os dias, incluindo os principiantes e os que correm com cão FOTO DR

“A Puma sempre incorporou esta visão, desde o punho erguido de Tommie Smith em 1968 até à explosão de alegria de Usain Bolt, em 2008. Acreditamos que a grandeza começa com a coragem de sermos honestos connosco e esta filosofia sempre orientou a Puma, ressoando mais do que nunca junto da geração mais jovem”, defende Richard Teyssier, vice-presidente global de marca e marketing da Puma.

O filme da campanha é uma homenagem às pessoas que correm e desbloqueiam o ‘runner’s high’, conjunto de substâncias químicas que são libertadas durante a atividade física, criando a sensação de felicidade. Em vez de dar o protagonismo a atletas ou celebridades, o anúncio celebra as pessoas que correm todos os dias, incluindo os principiantes, os que correm com cão e os que correm em grupo, por exemplo.

Segundo a Puma, nos pré-testes feitos junto de corredores, países como os Estados Unidos, China e Alemanha classificaram-se entre os mercados com 15% dos anúncios mais eficazes para impulsionar as vendas e com 1% dos anúncios com maior crescimento previsto da quota de mercado a longo prazo, um indicador que está associado à força da marca.

Após o lançamento a 20 de março, a campanha irá manter-se no ar durante 2025 e até 2026, destacando diferentes unidades de negócio relacionadas com o desporto, como o basquetebol e o futebol, e explorando os principais eventos desportivos mundiais. Para reforçar a mensagem ‘Go Wild’, a Puma irá lançar conteúdos que explicam o conceito, através dos embaixadores da marca alemã.

Atualizado às 9h48 com a informação sobre a agência criativa e a agência de meios

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Incubeta lança solução de IA para otimizar campanhas

“Com o Outperform PMax (na foto), as marcas obterão um maior controlo, gerindo a seleção de produtos e a cobertura dos termos de pesquisa para garantir o alinhamento com os objetivos estratégicos”, refere a empresa de marketing digital

A Incubeta, empresa internacional de marketing digital, está a lançar o Outperform PMax, solução que alia a inteligência artificial (IA) ao controlo estratégico, permitindo às marcas otimizar as campanhas Performance Max da Google, sem perderem visibilidade nem autonomia.

Para além de aumentar o controlo sobre os produtos e serviços promovidos, a nova tecnologia aumenta a capacidade de gestão dos termos em que os anúncios aparecem e atenua o risco de canibalização de palavras-chave de elevado valor nas estratégias de otimização para motores de busca.

“Com o Outperform PMax, as marcas obterão maior controlo, gerindo a seleção de produtos e a cobertura dos termos de pesquisa, para garantir o alinhamento com os objetivos estratégicos. Além disso, conseguirão otimizar as receitas, impulsionando um crescimento significativo ao exibir mais produtos nos locais onde os clientes realizam pesquisas. O retorno sobre o investimento será melhorado através de um direcionamento mais preciso e de um controlo estratégico mais eficaz”, assegura a Incubeta Portugal, em comunicado de imprensa.

O Outperform PMax também recorre a um sistema de ‘machine learning’, para equilibrar a interação entre as pesquisa pagas e as pesquisas orgânicas, garantindo um maior crescimento. “As campanhas serão incentivadas a gerar um crescimento adicional em relação aos resultados orgânicos”, acrescenta o comunicado da Incubeta.

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Políticas de Donald Trump põem em causa receitas publicitárias nos Estados Unidos

Brian Wieser, diretor e analista financeiro da consultora Madison and Wall, enfatiza que as políticas económicas vão ter um “vasto leque de consequências para as empresas”. As medidas do DOGE, por outro lado, estão a afetar as agências criativas e de marketing com contas de organismos governamentais

O crescimento das receitas de publicidade nos Estados Unidos, em 2025, será mais baixo do que o previsto anteriormente, devido às políticas económicas seguidas pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prevê a empresa de consultoria norte-americana Madison and Wall, noticia a Ad Age.

A consultora reduz a previsão de crescimento das receitas publicitárias em 2025 para 3,6%, excluindo os gastos com publicidade política, o que representa uma descida em relação à previsão de 4,5% feita em dezembro de 2024. “A redução deve-se às tarifas impostas por Donald Trump que restringem o comércio livre, às proibições de viagens que podem limitar o trabalho de imigrantes, bem como a uma maior dependência das preferências idiossincráticas do presidente, em vez de se orientar em políticas em que as empresas historicamente confiavam nos Estados Unidos”, explica Brian Wieser, diretor e analista financeiro da Madison and Wall, citado na Ad Age.

Brian Wieser enfatiza que estas políticas vão ter um “vasto leque de consequências para as empresas”, que passam a ser mais cautelosas com os investimentos, incluindo em marketing, bem como para os consumidores, que se preparam para um cenário económico adverso. De acordo com a previsão, o crescimento será mais acentuado no primeiro semestre de 2025 do que no segundo, “em parte porque as consequências das novas políticas governamentais não se farão sentir imediatamente”.

O objetivo da atual administração de reduzir os custos do Governo está a afetar as agências criativas e de marketing responsáveis pelas contas dos diferentes organismos governamentais. O Department of Government Efficiency (DOGE), liderado por Elon Musk, proprietário do X e conselheiro de Donald Trump, pretende poupar um bilião de dólares (€916 mil milhões) e já está a implementar medidas em quase todas as instituições governamentais.

Alguns departamentos estão a ser mais afetados do que outros, incluindo o Departamento de Assuntos de Veteranos e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, o que leva ao cancelamento de contratos com agências de publicidade e marketing, e à interrupção de campanhas. Por sua vez, as agências são forçadas a reduzir postos de trabalho e a concentrarem-se em novas áreas.

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Investimento em marketing de influência em Portugal chega aos €63 milhões

Zara, Prozis, Sephora, Celeiro, SIC e Hyundai figuram entre as marcas mais mencionadas no Instagram em Portugal. Embora o investimento cresça, a média de interações por conteúdo só cresce no segmento dos microinfluenciadores e nos vídeos

O investimento em marketing de influência em Portugal atinge os €63 milhões em 2024, face aos €59,5 milhões de 2023, revela a edição de 2025 do estudo ‘Top Brands – Marketing de Influência’, da Brinfer. O número de conteúdos patrocinados sobe de 247.494, em 2023, para 285.380 em 2024, tendo a análise identificado 37.331 publicações, 34.729 vídeos e 213.321 histórias patrocinadas no Instagram.

Segundo o estudo, 48,6% dos utilizadores das redes sociais pesquisam informações sobre produtos e serviços e 46,3% leem os comentários dos consumidores antes de efetuarem uma compra. Num país onde 58% dos utilizadores seguem figuras públicas nas redes sociais, com 86,6% dos seguidores a fazê-lo através do Instagram, onde fotos, histórias e vídeos são os conteúdos mais apreciados, o apelo das marcas para investir em marketing de influência é grande.

No entanto, embora o investimento aumente, a média de interações por conteúdo só cresce no segmento dos microinfluenciadores (10 mil a 50 mil seguidores), aumentando 9,3% face a 2023. No segmento das celebridades (mais de um milhão), desce 20,2%. No dos megainfluenciadores (500 mil a um milhão), recua 2,05%, enquanto que no dos macroinfluenciadores (50 mil a 500 mil) diminui 9,05%. No dos nanoinfluenciadores (2.500 a 10 mil), desce 7,3%.

“Estamos a viver numa era de ruído constante, onde a economia da atenção está em colapso. Há demasiadas vozes, demasiadas mensagens, demasiados anúncios, demasiadas tentativas de destaque. Nesse cenário, a luta por relevância transformou-se numa batalha árdua e a sensação de fadiga publicitária nunca foi tão real. As audiências estão cansadas de conteúdos excessivamente comerciais, repetitivos e pouco autênticos”, alerta Roberto Carneiro Gomes, CEO da Brinfer, citado no estudo.

Para sobressaírem, 31,2% dos profissionais de marketing apontam a construção de comunidades como uma prioridade. “Essas comunidades verdadeiras, construídas sobre valores partilhados, interesses genuínos e uma comunicação bidirecional, são a chave para o sucesso no marketing de influência, tendo o poder de transformar seguidores em defensores e espectadores em participantes. Esta conexão profunda fortalece a lealdade e cria um espaço onde a influência se transforma em impacto real”, refere Roberto Carneiro Gomes.

Visualizações de vídeos aumentam entre 15,04% e 38,49%

O estudo da Brinfer revela ainda que os conteúdos de vídeo curtos, como Instagram Reels, TikTok e YouTube Shorts, dominam as estratégias de marketing de influência dos anunciantes em 2025, com 58,5% dos que seguem empresas e marcas nas redes sociais a considerarem que até duas publicações por dia é a quantidade ideal para não os cansar. A análise revela, no entanto, que a média diária ronda as 3,3 publicações.

Ao contrário do que sucede na média de interações por conteúdo, que desce em quase todos os segmentos, a média de visualização de vídeos, independentemente da duração, cresce em todos os grupos. No dos microinfluenciadores sobe 38,49%; no dos nanoinfluenciadores aumenta 31,91%; no das celebridades sobe 19,35%; no dos megainfluenciadores cresce 15,11%; e no dos macroinfluenciadores aumenta 15,04%.

Prozis, Zara, SIC, Celeiro e Samsung entre as marcas mais mencionadas

Numa escala de um a dez, os consumidores consideram que 7,2 é o valor médio da importância que seguir marcas ou empresas nas redes sociais tem nas decisões de compra que tomam. Entre os 25.289 perfis analisados, que abrangem 913.777 publicações, cerca de 19,5 milhões de histórias e 558.267 Reels, são contabilizadas 3,89 mil milhões de interações entre utilizadores e marcas, entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2024.

Nas análises setoriais, a Zara é a marca de moda mais mencionada pelos influenciadores portugueses (15.382 menções), à frente da Shein (9.731) e da Bershka (6.057). Na beleza, a liderança pertence à Sephora (7.050), seguida pela Kiko Milano (5.278) e Laser Place (4.894). No desporto, o pódio é composto por Prozis (170.333), Prozis Portugal (151.107) e Fitness Up (14.886).

O Celeiro é a marca de retalho alimentar mais mencionada por influenciadores nas redes sociais (6.557), à frente do Continente (5.184) e do Lidl (4.861). No setor da alimentação e bebidas, vence a Pachamama (2.063), seguida pela Red Bull (1.896) e Nespresso (1.823). Nos automóveis, a Hyundai (760) é a marca mais referida, à frente da Toyota (516) e da BMW (545).

Nos eventos, o festival Rock in Rio Lisboa (10.561) regista mais menções de influenciadores. A ModaLisboa (5.124) ocupa a segunda posição e o Nos Alive (2.992) a terceira. Em termos de meios de comunicação social, a SIC (12.896) lidera o número de menções, à frente da TVI (11.205) e da Sport TV (8.628). Em termos de personalidades, a apresentadora Cristina Ferreira (3.359) é a figura pública mais referida, seguida do chef Olivier da Costa (1.754) e da influenciadora Helena Coelho (1.517).

No setor tecnológico, a Samsung (2.589) vence, sendo a segunda posição ocupada pela Canon (2.370). A Fujifilm (2.362) surge no terceiro lugar. “Num mundo saturado pela fadiga publicitária e por uma atenção cada vez mais fragmentada, os consumidores de hoje são muito sensíveis a táticas de venda agressiva e preferem marcas que acrescentem valor através de interações significativas, em vez de promoções constantes”, sublinha Roberto Carneiro Gomes.

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Valor do X sobe para €40 mil milhões e equipara-se ao preço de compra em 2022

A nova avaliação representa uma reviravolta para Elon Musk e para os investidores da plataforma, que tinham avaliado o X em cerca de 10 mil milhões de dólares (€9,1 mil milhões), em setembro de 2024

O valor da rede social X terá subido para os mesmos 44 mil milhões de dólares (€40 mil milhões) que Elon Musk pagou inicialmente para adquirir a empresa, em 2022, numa reviravolta dramática desde que o multimilionário começa a aconselhar Donald Trump. A plataforma terá sido avaliada em cerca de 10 mil milhões de dólares (€9,1 mil milhões) por um dos investidores, a Fidelity Investments, em setembro de 2024.

Os investidores atribuem à rede social anteriormente conhecida como Twitter um valor de 44 mil milhões de dólares num “negócio secundário” no início deste mês, no qual trocam as participações existentes na empresa, de acordo com o Financial Times. O X também está a angariar 2 mil milhões de dólares (€1,8 mil milhões) em capital numa ronda de financiamento primário, para pagar cerca de mil milhões de dólares (€916 milhões) em dívidas que Elon Musk assume, para financiar a aquisição da empresa em 2022.

A nova avaliação representa uma reviravolta para Elon Musk e para os investidores da plataforma, visto que o valor estabelecido vai ajudar a definir o montante de investimento proveniente da próxima ronda de financiamento primário. Recorde-se que desde que assume o controlo da rede social, Elon Musk altera drasticamente as políticas de moderação do X, o que leva várias empresas a desistirem de anunciar na plataforma, nos últimos anos, fazendo com que a rentabilidade e o valor da plataforma caiam.

Posteriormente, o X processa vários destes anunciantes, incluindo a Unilever, a Mars e a CVS Health, acusando-os de conspirar ilegalmente para boicotar a rede social e de a fazer perder receitas intencionalmente. As receitas do X caem acentuadamente desde que a rede social é vendida a Elon Musk, mas em 2024 tem lucros de cerca de 1,2 mil milhões de dólares (€1,1 mil milhões), segundo o Financial Times.

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Jornal italiano é o primeiro do mundo feito por IA

A iniciativa do diário italiano ‘Il Foglio’ tem como objetivo mostrar o impacto que a tecnologia de IA tem “na maneira de trabalhar e no dia a dia”, explica o editor do jornal, Claudio Cerasa

O italiano Il Foglio, jornal liberal conservador, está a anunciar que é o primeiro diário a lançar uma edição inteiramente produzida por inteligência artificial (IA). A iniciativa faz parte de uma experiência jornalística de um mês e pretende mostrar o impacto que a tecnologia de IA tem “na forma de trabalhar e no dia a dia”, revela o editor do Il Foglio, Claudio Cerasa, citado no The Guardian.

O Il Foglio AI, com apenas quatro páginas, está incluído na edição de grande formato do jornal e está disponível nas bancas e online, desde 18 de março. A experiência surge numa altura em que as organizações noticiosas a nível mundial debatem a forma como a IA deve ser implementada. No início de março, o The Guardian já tinha noticiado que a BBC News vai utilizar a IA para fornecer ao público um conteúdo mais personalizado.

Claudio Cerasa, editor do jornal, refere que o Il Foglio AI reflete “um jornal de verdade” e é o produto de “notícias, debates e provocações”. Mas também é um campo de testes para mostrar como a IA pode funcionar “na prática”.

Na primeira página da edição do Il Foglio AI, o destaque vai para uma história sobre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e relata o “paradoxo dos trumpistas italianos” e como protestam contra a “cultura do cancelamento”. Os artigos são estruturados, diretos e claros, sem erros gramaticais evidentes. No entanto, nenhum cita diretamente qualquer ser humano.

Já na última página são apresentadas cartas geradas por IA dos leitores para o editor, com uma delas a perguntar se a IA vai tornar os humanos “inúteis” no futuro. “A IA é uma grande inovação, mas ainda não sabe pedir um café sem errar no açúcar”, responde a resposta gerada pela IA.

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WPP, Dove e Unilever lideram rankings setoriais do The WARC Media 100

A campanha ‘Welcome To The Group’ (na foto), da PHD Costa Rica para a Nosotras Women Connecting, ocupa o primeiro lugar na tabela de campanhas internacionais do WARC. Mindshare Worldwide e Serviceplan também se destacam

WPP, Dove, Unilever, PHD Costa Rica, Mediaplus Munich, Mindshare Worldwide, Serviceplan e Estados Unidos lideram os rankings setoriais de 2025, do WARC Media 100. Compilado pelo World Advertising Research Center (WARC), o estudo agrega os resultados dos prémios de media globais e regionais mais importantes de 2024.

A campanha ‘Welcome To The Group’, criada pela PHD Costa Rica para a Nosotras Women Connecting, iniciativa que promove o empoderamento profissional feminino, ocupa o primeiro lugar na tabela referente às campanhas. Em segundo lugar, surge a campanha ‘The Hidden Story’, da Havas Play Paris para a associação L’Enfant Bleu, à frente de ‘The Handshake Hunt’ da Gut São Paulo, para a Mercado Livre, em terceiro.

O ranking de marcas é liderado pela Dove, que mantém a primeira posição da tabela, com várias campanhas a figurar no top 100. Em segundo lugar, surge a Warner Bros, que entra pela primeira vez para a tabela, sendo a terceira posição ocupada pela Sprite.

Com campanhas da Dove, Lifebuoy, Vim e Sunlight, a Unilever lidera o ranking de anunciantes pelo sexto ano consecutivo. A Coca-Cola, que ocupava o último lugar no top 10 em 2021, surge agora na segunda posição. O terceiro lugar pertence à PepsiCo, que no ranking do ano passado ocupava a nona posição.

No avaliação de países, o primeiro lugar é ocupado pelos Estados Unidos, que conseguem ter 19 campanhas nas 100 mais premiadas internacionalmente. Na segunda posição, surge o Reino Unido, à frente da Índia. Vietname, China, Brasil e Turquia estreiam-se no top 10.

Mediaplus Munich é a agência criativa mais premiada

A Mediaplus Munich é a agência criativa que mais prémios conquista em 2024. A agência independente alemã, que tinha sido terceira no ranking referente a 2023, consegue incluir sete campanhas no top 100. A Mindshare New York, com cinco campanhas, ocupa a segunda posição do ranking setorial de agências. A EssenceMediacom New York figura em terceiro lugar, subindo da 16ª posição.

O grupo WPP mantém-se firme na liderança do ranking referente aos grupos de agências criativas, ocupando a primeira posição da tabela desde 2018, fruto dos resultados alcançados pela Mindshare Worldwide, pela EssenceMediacom, pela Wavemaker e pela VML. Em segundo lugar, pelo oitavo ano consecutivo, surge o grupo Omnicom. O Publicis Groupe sobe uma posição e ascende ao terceiro lugar da tabela.

O ranking setorial das redes de agências de meios é liderado pela Mindshare Worldwide, que tinha sido segunda na tabela de 2023. As filiais de Nova Iorque, Xangai, Bombaim, Ho Chi Minh e Bangalore são as cinco agências da Mindshare no top 50 que mais contribuem para os resultados obtidos pela empresa do grupo WPP. A EssenceMediacom sobe à segunda posição, com o contributo de quatro agências, sendo o terceiro lugar ocupado pela PHD Worldwide.

A Serviceplan surge na primeira posição no ranking das redes de agências de meios independentes, impulsionada pelos prémios conquistados pela Mediaplus Munich, com campanhas para marcas como BMW, Animal Alerts e Anzen Health. As restantes posições não são divulgadas, sendo que as listagens completas só são tornadas públicas no próximo dia 25.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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