Rui Oliveira Marques (Meios&Publicidade), Bruno Almeida (Unilever Jerónimo Martins), Bruno Monteiro ( DIA Portugal) e Miguel Salema Garção (CTT)
Marketing

Conversas M&P: Como as marcas estão a ajustar o investimento na era digital

Quais as prioridades das marcas para 2018? Foi este o ponto de partida para a conversa com Bruno Almeida (director de marketing foods e director de media da Unilever Jerónimo Martins), Bruno Monteiro (director de marketing, comunicação e digital da DIA Portugal) e Miguel Salema Garção (director de marca e comunicação dos CTT), na conferência Marketing em Debate, organizada pelo M&P

Pedro Durães
Rui Oliveira Marques (Meios&Publicidade), Bruno Almeida (Unilever Jerónimo Martins), Bruno Monteiro ( DIA Portugal) e Miguel Salema Garção (CTT)
Marketing

Conversas M&P: Como as marcas estão a ajustar o investimento na era digital

Quais as prioridades das marcas para 2018? Foi este o ponto de partida para a conversa com Bruno Almeida (director de marketing foods e director de media da Unilever Jerónimo Martins), Bruno Monteiro (director de marketing, comunicação e digital da DIA Portugal) e Miguel Salema Garção (director de marca e comunicação dos CTT), na conferência Marketing em Debate, organizada pelo M&P

Pedro Durães
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Rui Oliveira Marques (Meios&Publicidade), Bruno Almeida (Unilever Jerónimo Martins), Bruno Monteiro ( DIA Portugal) e Miguel Salema Garção (CTT)

O digital continua a ganhar espaço nos orçamentos e nas estratégias de marketing, com investimento publicitário a ser transferido de outros meios, nomeadamente da televisão para as plataformas digitais, num ecossistema cada vez mais fragmentado em que o dinheiro é o mesmo mas os meios à disposição não param de aumentar. Mas é preciso lá estar porque as audiências estão a mudar e há públicos-alvo que não podem ser alcançados de outra forma que não através das plataformas digitais. Além disto, é necessário um esforço maior para cativar aa audiência num ecossistema cada vez mais saturado e no qual o grau de atenção diminuiu. É este o dilema e desafio das marcas na era digital, de acordo com o cenário traçado no painel “Marcas: Quais as prioridades em 2018?” por representantes de três sectores distintos: retalho, produtos de grande consumo e comunicações.

“Os hábitos dos consumidores estão a mudar muito rápido e isso implica alterações muito fortes, antes um anúncio colocado num intervalo à hora da novela de prime time alcançava uma grande quantidade de pessoas e hoje já não é tão simples, é preciso explorar outros canais e técnicas mais sofisticadas”, afirma Bruno Monteiro, director de marketing, comunicação e digital do grupo DIA Portugal, que detém a insígnia Mini Preço, admitindo que “a forma como é distribuindo o orçamento de marketing tem vindo a mudar, tal como a forma como se faz marketing”. “Os princípios básicos mantêm-se, as prioridades das marcas mantêm-se, mas a tecnologia e a fragmentação dos media e das audiências implica mudanças na forma como o marketing é feito”. “A televisão continuar a ser o principal meio mas é preciso olhar para outros meios que permitam um maior engagement com o consumidor que a publicidade tradicional pode efectivamente já não conseguir alcançar”, esclarece o responsável do grupo DIA, embora considere que “no caso do retalho alimentar tem havido um shift mais lento, o próprio e-commerce ainda vale pouco e é um sector onde a introdução do digital talvez seja mais lenta”. Ainda assim, sublinha, hoje em dia “para além da criatividade é preciso conteúdos mais personalizados e adaptados ao local onde se contra o consumidor, com ofertas focadas na localização e no seu perfil, algo que só está ao alcance do digital”.
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“Hoje quando falamos de media é tudo muito mais complexo”, considera também Bruno Almeida, lembrando que a deslocação do investimento para o digital tem a ver ainda com outra questão determinante para as marcas: as vendas. Isto porque, explica o director de marketing foods e director de media da Unilever-JM, “no digital mistura-se algo que é a comunicação das marcas mas no fundo é também um canal de venda, o que faz com que capte desde logo muito investimento naturalmente”. Apesar do “mood de optimismo e de confiança económica”, Bruno Almeida sublinha que “a realidade é que, apesar do sentimento positivo, o universo de media está cada vez mais fragmentado” e “com um comportamento de consumidor cada vez mais dividido torna-se mais difícil o trabalho das marcas para alcançar quem querem alcançar”. “A televisão vai continuar a ser um meio muito importante, sobretudo num mercado como o português onde ainda se consome muita televisão e onde este é um dos meios que permite alcançar mais pessoas, mas a pressão é maior, quer para a televisão quer para outros meios, porque as pessoas hoje consomem muito mais meios e dividem muito mais a sua atenção”, reforça Bruno Almeida. “Agora, sem aumentar o investimento como é que mas marcas podem conseguir estar em todos esses meios? E estar com conteúdos relevantes para captar a atenção dos consumidores?”, questiono o responsável da Unilever-JM.
Um problema difícil de solucionar para muitas marcas cujos orçamentos de marketing não estarão a aumentar apesar do ciclo económico positivo que o país atravessa. Antecipando a chegada de 2018, Miguel Salema Garção adianta que “o orçamento não será maior do que o dos últimos anos”. “Não posso falar sobre ele porque os CTT estão num plano de transformação que será anunciado em breve mas não será maior do que o que tivemos este ano”, garante o director de marca e comunicação dos CTT, marca que aloca cerca de 35 por cento do seu investimento em meios digitais. Para Bruno Monteiro, que revela valores do orçamento de marketing do grupo DIA Portugal, “a tendência será a transferência do investimento da televisão para o digital”. Sobre o peso dos gigantes Google e Facebook nesse investimento, o responsável não avança valores mas confirma que “se consideramos o Google incluindo o investimento no YouTube é muito significativo”. “Durante algum tempo dizia-se que as pessoas não viam conteúdos muito longos no digital mas, se o conteúdo for impactante, as pessoas chegam até a ver mais tempo do que na televisão”, refere o responsável, explicando que “o consumo de media tem aumentado mas o nosso cérebro é o mesmo e por isso é muito mais difícil alcançar a atenção, é preciso conteúdos originais que contém uma história, que gerem envolvimento”. “Só assim é possível sobressair num ecossistema muito saturado da comunicação das marcas nos meios tradicionais”, acredita Bruno Monteiro.
No mesmo sentido, Bruno Almeida considera que formatos como branded content ou brand entertainment são “provavelmente o tipo de conteúdos, com uma história capaz de envolver, que têm mais capacidade para cativar o consumidor do que conteúdos demasiado informativos de produto, que é basicamente aquilo que o consumidor hoje em dia passa à frente nos breaks publicitários”. “As agências de meios têm um papel muito importante porque a digitalização veio fazer evoluir muito o negócio em que estamos inseridos”, concorda Miguel Salema Garção. Além das agências de meios, Bruno Almeida destaca também o papel das grandes empresas tecnológicas. O responsável considera que Facebook e Google “são parceiros através dos quais conseguimos alcançar públicos que não alcançaríamos de outras formas”, admitindo que estes dois gigantes “representam à volta de 50 por cento, talvez um pouco mais, do investimento digital” da Unilever-JM. “Há uma curva de aprendizagem que tivemos percorrer em termos de organização, as equipas na Unilever compreendem que o trabalho no digital é diferente e socorremo-nos destes parceiros para nos ajudar a ajustar mais rápido de forma a que consigamos acompanhar a constante evolução do meio digital”, explica Bruno Almeida, que deixa, contudo, um aviso: “O elemento sexy do digital não pode sobrepor-se aos objectivos de negócio, ou seja, não pode levar-nos a fazer coisas de nicho quando aquilo de que precisamos é de comunicar em larga escala. Face aos nossos objectivos, há um trabalho de comunicação que não pode ser para one-to-one nem sequer one to ten, temos de chegar ao maior número de pessoas possível.”
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Nuno Riça é jurado de ‘shortlist’ de Films em Cannes

“Vai ser uma injeção em dose industrial das melhores ideias do mundo, um privilégio. Pede-se exigência, sentido de responsabilidade e justiça na avaliação, mas conto divertir-me muito pelo caminho”, refere Nuno Riça (na foto), em declarações ao M&P

Catarina Nunes

Nuno Riça, diretor criativo da Bar Ogilvy, é jurado de seleção da ‘shortlist’ na categoria Films do Cannes Lions Festival Internacional de Criatividade. É também o único criativo em representação de agências nacionais a integrar um júri da edição deste ano do festival, que decorre em Cannes de 16 a 20 de junho.

“Espero ver muitos exemplos de excelência daquilo a que a indústria criativa já nos habituou ser capaz, com muita frescura, ‘craft’ imaculado, relevância e impacto. Mas confesso que estou mais ansioso por ver o que nunca pensámos ser possível, o supostamente inconcebível mas que afinal bate certo, ideias que criam um novo padrão”, refere Nuno Riça em declarações ao M&P.

O diretor criativo da Bar Ogilvy, desde 2020, considera que a seleção dos trabalhos a concurso, que posteriormente serão votados para prémio por outro grupo de jurados, “vai ser uma injeção em dose industrial das melhores ideias do mundo, um privilégio. Pede-se exigência, sentido de responsabilidade e justiça na avaliação, mas conto divertir-me muito pelo caminho”.

O trabalho de Nuno Riça é reconhecido nos principais festivais de criatividade e eficácia, em Portugal e no Cannes Lions, incluindo um Leão de Ouro em 2022, ao longo do percurso profissional em que trabalha marcas como Galp, TAP, Millennium, Nestlé, Frize, Olá e Jogos Santa Casa. Nascido em Lisboa, é licenciado em relações públicas e publicidade e começa a estagiar na BBDO, em 2006, como redator. Seguem-se a Strat e a Havas Worldwide, até 2013. Posteriormente, passa cinco anos na Bar Lisboa e transita para a Bar Ogilvy.

Em relação ao desempenho das agências portuguesas, Nuno Riça defende que “precisamos de ganhar consistência em Cannes, temos potencial para isso e acredito que as agências portuguesas podem dar mais um passo nesse sentido este ano”.

O júri de seleção de ‘shorlist’ abrange especialistas globais de todas as indústrias criativas, de 79 mercados e divididos pelas várias categorias do festival, em que o Azerbaijão, Bósnia e Herzegovina, Islândia e Mongólia estão representados este ano pela primeira vez. Marian Brannelly, diretora global de prémios do Cannes Lions, considera que “o júri de seleção de 2025 é um verdadeiro reflexo da natureza global da criatividade hoje. A adição de novos mercados como Azerbaijão, Bósnia e Herzegovina, Islândia e Mongólia é uma prova da crescente influência criativa e das economias dessas regiões”.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

Diretora do Meios&Publicidade
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SaTG amplifica campanha espanhola da Uber Eats com lançamento de restaurantes virtuais

Os ex-futebolistas Gerard Piqué (na foto, à esq.) e Iker Casillas (à dta.) retomam picardias antigas, num projeto que “requereu muita coordenação e resiliência”, revela ao M&P João Ribeiro, sócio-gerente da agência Stream and Tough Guy

O jogo do campeonato espanhol que opõe o FC Barcelona ao Real Madrid CF, no próximo dia 11, está na origem da nova fase da campanha que a Stream and Tough Guy (SaTG) desenvolveu para a Uber Eats.

Entre os dias 9 e 11, a plataforma digital de restauração recupera a rivalidade entre os dois clubes através de três anúncios que mostram os ex-futebolistas Gerard Piqué e Iker Casillas a retomar picardias antigas para promover as bolachas Manitas de Piqué e os palmiers Orejonas de Casillas.

“O maior desafio neste projeto foi conseguir ‘cozinhar’ a opinião de todos os intervenientes nesta receita (SaTG, Uber Eats, La Liga, Gerard Piqué e Iker Casillas) acerca de todos os ingredientes da campanha, a tempo de sair do forno antes do jogo, que é já no próximo domingo. Foi um projeto que requereu muita coordenação e resiliência”, assume ao M&P João Ribeiro, cofundador e sócio-gerente da agência.

As Manitas de Piqué e as Orejonas de Casillas, as duas especialidades gastronómicas comercializadas nos dois restaurantes virtuais que os ex-futebolistas anunciam nos filmes publicitários, criados para televisão e digital, são comercializadas pela Uber Eats em exclusivo, em Madrid e Barcelona.

“Isto reforça a nossa estratégia de querer fazer trabalho a partir de Portugal para qualquer parte do mundo. Além de Espanha, já fizemos trabalhos para países como o Paquistão e os Estados Unidos, entre outros. Temos mais ideias no forno à espera de saírem para outros mercados muito em breve”, desvenda João Ribeiro.

Depois de reacenderem as picardias futebolísticas na última campanha publicitária conjunta, na qual o antigo defesa catalão e o ex-guarda-redes madrileno trocavam piadas sobre ‘manitas’ e ‘orejonas’, a Uber Eats transforma esses símbolos do futebol em produtos reais que os adeptos poderão encomendar em exclusivo, para saborearem nos dias que antecedem o clássico.

“As Manitas de Piqué são bolachas em forma de mão, inspiradas no mítico gesto do catalão após a vitória por 5-0 do FC Barcelona frente ao Real Madrid CF, em 2010. Já as Orejonas de Casillas são comercializadas numa caixa com 15 palmiers, um por cada troféu da Liga dos Campeões conquistado pelo Real Madrid CF”, explica a SaTG em comunicado de imprensa.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

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87% das marcas têm aversão ao risco

Estudo do Cannes Lions revela que só 13% dos anunciantes está aberto a campanhas publicitárias que desafiem a criatividade, com 51% a assumirem incapacidade para gerar ‘insights’ fortes

Os anunciantes estão com mais medo de arriscar. Segundo o estudo ‘State of Creativity 2025: A Call For Confidence’ (na foto), divulgado pelo Cannes Lions, 87% das marcas têm aversão ao risco, sendo que apenas 13% estão abertas a campanhas publicitárias que rompam com os padrões convencionais e desafiem os limites da criatividade.

“Os resultados da pesquisa mostram que, em grande parte devido à falta de ‘insights’ sólidos e de relevância cultural, estamos a ver menos anunciantes a assumir riscos criativos, com muitos a ficarem-se pelos limites tradicionais e a não irem além das convenções, das barreiras que condicionam a confiança criativa e as impedem de gerar melhores resultados comerciais a longo prazo”, revela Patrick Jeffrey, vice-presidente do Lions Advisory, citado no estudo.

De acordo com a análise, que tem por base as respostas de mil ‘marketers’ e criativos de todo o mundo a um inquérito promovido entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, 51% das marcas assumem a incapacidade de conseguir gerar ‘insights’ suficientemente fortes para potenciarem a criatividade das campanhas. Apenas 13% consideram que os que apresentam às agências criativas têm força suficiente para originar anúncios que se destaquem pelo lado criativo.

“A investigação mostra que a aversão ao risco está a atrapalhar as empresas, com 29% das marcas a admitirem ser altamente avessas ao risco”, refere o documento. Além da falta de compreensão e clareza sobre o que constitui um ‘insight’ de boa qualidade, o estudo refere que o tempo alocado para o desenvolvimento de ‘briefings’ mais pormenorizados “tende a ser insuficiente”, até porque essa tarefa “não é considerada das mais prioritárias”.

“No entanto, as marcas que assumem riscos geram margens de lucro quatro vezes superiores, de acordo com pesquisas do World Advertising Research Center (WARC) e da Kantar, e, como relata a Deloitte, as que revelam maior propensão para assumir riscos criativos têm 33% mais probabilidades de ver um crescimento de receitas a longo prazo”, salienta o estudo, que já vai na quinta edição anual.

57% das marcas têm dificuldade em acompanhar tendências

A análise do Cannes Lions defende que, quanto mais forte for a relação entre anunciantes e agências criativas, maior será a capacidade das marcas de desenvolverem ‘insights’ com uma qualidade superior. “Tanto as equipas como os métodos devem ser pluralistas para evitarem preferências pessoais em detrimento da compreensão do consumidor, sendo que o uso de inteligência artificial (IA) e de dados sintéticos pode aumentar a eficiência e reduzir enviesamentos e limitações”, recomenda o estudo.

O inquérito internacional revela ainda que 57% das marcas têm dificuldade em acompanhar tendências e adaptar-se à conjuntura cultural. “O relatório mostra uma correlação positiva entre a capacidade e a perceção dos anunciantes para reagirem a mudanças culturais face à aversão ao risco, com apenas 12% a considerarem que o fazem de uma forma que pode ser considerada excelente”, refere a análise.

“Os desafios que limitam uma maior agilidade cultural prendem-se com as muitas fases que costumam marcar os processos de aprovação, além dos recursos e investimentos limitados e das dificuldades em conseguir alinhar os ‘insights’ das marcas com as tendências culturais. As empresas são aconselhadas a construir estruturas que permitam ações rápidas e estratégicas. As marcas que assumem riscos e que se distinguem criativamente são mais bem sucedidas”, garante o relatório.

“O inquérito deste ano mostra também que os anunciantes estão a migrar cada vez mais para planeamentos de curto prazo, com a percentagem dos que o fazem a aumentar de 53% em 2023 para 63% em 2025”, revela o estudo.

O relatório recomenda aos anunciantes o reforço do investimento na formação. “À medida que as equipas melhoram as suas capacidades, aumenta também o apetite por trabalhos maiores e mais ousados”, assegura Patrick Jeffrey.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

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Francisco Faria revela que em Madrid há mais trabalho e concorrência, o que gera também mais pressão e síndrome do impostor FOTO MARJORIE LE GALL
Digital

“Sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade não aparece”

Apesar de trabalhar como modelo e ator, é na criação de conteúdos para redes sociais que está o foco de Francisco Faria (na foto), que muda-se para Madrid para estar num ponto central na Europa, revela na rubrica do M&P De Portugal Para o Mundo

Catarina Nunes

A solidificar a carreira como criador de conteúdos digitais para marcas de luxo, Francisco Faria encontra em Madrid a base ideal para se instalar, por estar a uma hora de Portugal e de outros países onde trabalha, também como modelo.

O vencedor do concurso Model Tour 2013 tem no portefólio desfiles para a Dolce&Gabbana, na ModaLisboa e no Portugal Fashion, de par com editoriais, ‘lookbooks’ e campanhas publicitárias para marcas como Dsquared2, Barbour, Farfetch e Browns Fashion, entre outras.
Em 2024 estreia-se no cinema como ator, no filme ‘Chuva de Verão’, realizado por António Mantas Moura.

É com perfecionismo que agarra as oportunidades que a vida lhe dá e que o levam a ser também o fundador de duas marcas: a Blue Avenue (calções de banho para homem) e a Hurricane Lab (chapéus de ‘cowboy’ feitos em Portugal), que está à venda em cerca de 20 lojas a nível mundial.

Com 154 mil seguidores no Instagram e 240,7 mil seguidores no Tik Tok, Francisco Faria cria conteúdos para marcas de luxo FOTO ORLANDO GONÇALVES

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, dedicada a profissionais expatriados, Francisco Faria revela que em Madrid há mais trabalho e concorrência, o que gera também mais pressão e síndrome do impostor. “Muitas vezes sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade, simplesmente, não aparece no momento em que preciso”, explica, acrescentando que “no fim, dá sempre certo”.
Com 154 mil seguidores no Instagram e 240,7 mil seguidores no TikTok, diz que “hoje em dia é muito difícil crescer nas redes sociais”.

Trabalhar fora de Portugal é uma ambição concretizada ou há alguma circunstância que determina a saída?
Sempre tive um pé dentro e outro pé fora do país: nos últimos anos estive a viajar todas as semanas, maioritariamente para Milão, Paris ou Madrid, e surgiu a necessidade de me mudar para um ponto mais central na Europa. Madrid é perfeita para isso. Estou a uma hora de voo de Portugal e de outros mercados onde trabalho.
Além disso, sou muito feliz em Madrid e esta mudança está a fazer todo o sentido. Primeiramente, porque tenho a sorte de ter grandes
amigos cá, que me fazem sentir em casa. A cidade é muito confortável e a cultura é parecida com a nossa, não estranho nada e, profissionalmente, há mais oportunidades na minha área. É uma mudança leve, muito normal.

Quais são as diferenças entre trabalhar em Lisboa e em Madrid?
Em Madrid há mais oportunidades, o mercado é maior. Há mais concorrência também, mas sinto que há espaço para todos. Trabalho nesta área há uns anos e em Lisboa, na área da moda principalmente, não havia muito mais que pudesse conquistar.

Quais são os projetos mais recentes que tem entre mãos?
Divido-me em projetos distintos, mas todos interligados. Tenho duas marcas, das quais orgulho-me muito, a Hurricane, que é uma marca de chapéus feitos à mão em Portugal, com lã natural e biodegradável. E a Blue Avenue, com fatos de banho para homem, também fabricados em Portugal. Enquanto ‘talent’, trabalho como modelo, ator e criador de conteúdos digitais, sendo que as redes sociais são neste momento o meu maior foco, pelo retorno e experiências que me têm trazido.

A trabalhar a partir de Madrid, quais são as mais-valias e os obstáculos de ser português?
Em comparação com outras pessoas que também vêm de fora para Madrid, o ser português aproxima-me mais das pessoas, quer pela cultura como pela língua. Falamos alto como os espanhóis – temos a mesma energia – e mais facilmente entendemos e falamos espanhol do que alguém do Norte da Europa, por exemplo. Senti-me sempre muito bem recebido.

Quais são os desafios, enquanto criador de conteúdos digitais num mercado muito maior do que Portugal?
O facto de haver mais trabalho, concorrência e fluxo gera também mais pressão. Às vezes tenho síndrome do impostor e sinto que o grau de exigência nos conteúdos subiu muito. Muitas vezes sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade simplesmente não aparece, no momento em que preciso. Sou um perfeccionista e tento fazer sempre o mais premium possível, o que nem sempre ajuda. Mas a verdade é que, no fim, dá sempre certo.

As redes sociais são o maior foco de Francisco Faria, pelo retorno e experiências que lhe têm trazido FOTO RENATA LESSA

Qual é o momento que o mercado espanhol atravessa, em termos da procura de marcas internacionais?
Madrid neste momento é um ‘hot spot’ na Europa. Está muito ‘trendy’ e nos últimos anos cresceu muito. Creio que com as complicações que houve em Barcelona, as coisas começaram a acontecer mais aqui. As empresas investiram mais em Madrid e estão a abrir constantemente novos restaurantes, hotéis e ‘cool spots’ como o Soho House.

É um fenómeno semelhante a Lisboa. Quando saio à rua, vejo sempre algo novo, seja uma ‘coffee shop’, uma galeria de arte ou uma loja, o que é refrescante e um reflexo do crescimento da cidade. As marcas internacionais também sentem este movimento aqui, por isso há mais investimento, eventos e ativações todas as semanas, mais até do que em Milão, por exemplo.

Como é que está a evoluir o número de seguidores e de interações que tem nas redes sociais?
Hoje em dia é muito difícil crescer nas redes sociais, mas felizmente os meus números estão a aumentar de forma orgânica e esta mudança ajuda muito.

Madrid funciona também como rampa de lançamento enquanto ator, depois da estreia no cinema em 2024, com o filme ‘Chuva de Verão’?
Acredito que sim, se houver oportunidade para isso. Tenho tido aulas, de representação e de sotaque, e em fevereiro comecei a ter aulas de espanhol. Preciso de evoluir mais, para poder ter projetos de representação em Espanha, mas estou a trabalhar para isso.

Qual é a experiência profissional em Madrid mais marcante, negativa ou positiva?
Estando neste mercado há mais de dez anos consigo tirar sempre alguma coisa de positivo das experiências que acontecem, seja a nível profissional ou até pessoal. Se dermos tempo e – como se costuma dizer – virmos a situação de fora, conseguimos sempre tirar uma aprendizagem. ‘In the end, this is all about the people’. Fora isso, há coisas positivas e negativas em ambos os mercados, há sempre o outro lado da moeda.

Os aspetos positivos e negativos em Espanha e Portugal são os mesmos?
O mercado espanhol é maior, por isso tem a seu favor uma quantidade de atrativos como os orçamentos, a internacionalização e uma economia que ecoa mais, mas a concorrência é enorme.
Em Portugal, sendo mais pequeno, ficamos um pouco mais condicionados, mas reconheço um potencial gigante, nomeadamente em termos de manufatura. A minha marca de chapéus, a Hurricane Lab, por exemplo, é feita 100% em Portugal, pois os nossos materiais são dos melhores. Os outros países reconhecem essa qualidade e já não somos um país tão desconhecido como podemos achar.

Pensa regressar a Portugal?
Sim, o bom filho a casa regressa. Amo Portugal, é o melhor país do mundo, e sou muito ligado à família e aos amigos. Mas neste momento faz mais sentido, profissionalmente e estrategicamente, estar por cá, porque estou focado na minha carreira.
Tenho de aproveitar as oportunidades que a vida me está a dar e voar. Quem sabe se essas oportunidades não irão passar por Portugal. Se surgir um projeto, não descarto a ideia de voltar.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

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Dio Rods destaca-se pelos vídeos sobre o jogo Minecraft; Pedro Timóteo foca-se no universo dos videojogos de futebol; e Wuant publica vídeos com tom humorístico, vlogs e situações do quotidiano FOTO DR
Digital

Dio Rods é o ‘gamer’ nacional com mais interações no Instagram

Pedro Timóteo ocupa a segunda posição, com 31,2 mil interações por vídeo publicado, cerca de um quarto do ‘engagement’ do líder do ranking da Snack Content Portugal, Dio Rods

Catarina Nunes

Dio Rods, criador de conteúdos com tutoriais de construção no Minecraft (na foto, à esq.), é o jogador nacional de videojogos com mais ‘engagement’ no Instagram, com quatro vezes mais interações (129 mil) por ‘reel’ do que o segundo classificado no ranking da Snack Content Portugal.

Com 32,1 mil seguidores no Instagram, Dio Rods (@dio.rods) destaca-se na comunidade digital não só pelos vídeos sobre o jogo Minecraft mas pelas transmissões que faz ao vivo enquanto joga, as partilhas do seu dia a dia e as interações com outros influenciadores.

“Esta mistura de entretenimento com autenticidade faz com que os seguidores se sintam mais próximos, se interessem pelos temas partilhados e interajam bastante”, diz Inês Ramada Curto, codiretora executiva e sócia da Snack Content Portugal, estúdio especializado na criação de vídeo social e de linhas editoriais para marcas nas redes sociais.

A análise, elaborada em exclusivo para o M&P, é feita a partir do programa de dados Tubular para o Instagram, no período entre 1 de janeiro e 7 de abril, considerando a média do somatório de gostos, comentários e partilhas por publicação no formato ‘reels’, de ‘gamers’ nacionais.

De salientar que o Instagram tem vindo a evoluir para uma montra digital, em que os ‘gamers’ partilham os ‘gameplays’, onde aparecem a jogar videojogos, em emissões gravadas ou em direto.

No ranking da Snack Content, Pedro Timóteo (na foto, ao centro) ocupa a segunda posição, com 31,2 mil interações por vídeo publicado, cerca de um quarto do ‘engagement’ do líder da tabela e apesar de ter mais 17 mil seguidores do que Dio Rods, num total de 49,2 mil. Focado no universo dos vídeojogos de futebol, como o FIFA e o PES, Pedro Timóteo (@pedrotim23) é um dos ‘streamers’ mais reconhecidos da comunidade ‘gamer’ em Portugal.

O também embaixador da Adidas “tem uma habilidade natural para criar conteúdo envolvente e interativo no Instagram onde faz transmissões de jogos, dá dicas e conversa com os fãs. Pela consistência e pelo alto nível de capacidade de gerar interações com a sua comunidade tem mantido uma base fiel de seguidores no Instagram”, destaca Inês Ramada Curto.

Começar no YouTube e expandir-se no Instagram

O top 3 da tabela é fechado com Wuant (na foto, à dir.), que começa por ser um dos primeiros ‘gamers’ com mais notoriedade em Portugal, enquanto jogador no YouTube, mas que nos útimos anos tem-se expandido no Instagram.

Com 21,4 mil Interações e 891 mil seguidores no Instagram, Wuant (@wuant) comunica não só os jogos, mas também publica vídeos com um tom humorístico, vlogs e situações do quotidiano.

“Um dos vídeos onde partilha uma simples ida ao ginásio é um dos conteúdos com maior destaque no seu perfil. Esta mistura de entretenimento com ‘lifestyle’ faz com que consiga atrair uma audiência jovem, com a qual dialoga bastante”, explica a codiretora executiva da Snack Content Portugal, que destaca “o número médio de interações por ‘post’ muito robusto e mesmo com uma base de seguidores menos focados em ‘gaming’, consegue gerar uma conexão sólida com a audiência, mantendo a relevância na plataforma”.

Inês Ramada Curto argumenta que, nos últimos anos, o panorama dos jogos digitais em Portugal passa por uma revolução, não só no consumo, mas também na forma como os jogadores se conectam com os seguidores.

“O Instagram tornou-se num dos principais pontos de encontro para esse público, onde as comunidades partilham dicas, novos jogos, eventos, tiram dúvidas e interagem bastante, gerando conversas que conferem cada vez mais tempo passado nesta plataforma. Os ‘gamers’ nacionais estão a saber adaptar-se a esta plataforma e não só mostram as suas habilidades em jogos, mas também partilham o dia a dia, pensamentos e vida pessoal”, argumenta.

RicFazeres (@ricfazeres) é um dos mais antigos ‘gamers’ em Portugal e ocupa o quarto lugar, com 7,6 mil Interações por ‘reel’. O vencedor do All Star Challenge – FPF UFL Challenge powered by Cristiano Ronaldo, campeonato virtual de futebol, joga há cerca de 30 anos e tem 476 mil seguidores no Instagram.

“Publica vídeos nos mais diversos formatos, mas é principalmente nos cortes de jogos que se destaca”, salienta Inês Ramada Curto.

Capacidade de gerar conversas e interações

Tiagovski (@tiagovski555), por seu lado, soma 558 mil seguidores e 5,9 mil interações por vídeo, encerrando o ranking da Snack Content dos cinco ‘gamers’ nacionais com mais interações no formato ‘reels’.

“Publica, como quase todos os outros ‘gamers’, situações do dia a dia, ‘posts’ com memes e vídeos onde faz publicações de conteúdo publicitário”, diz a codiretora executiva da Snack Content Portugal, referindo-se ao ‘gamer’ que começa há 13 anos com um canal de YouTube, como jogador de Minecraft.

Inês Ramada Curto considera que os ‘gamers’ do top 5 se destacam “não só pelo notório talento e perícia para jogar jogos online, mas pela capacidade de gerar conversas e interações, fazendo exatamente o que estas plataformas tanto ambicionam: aumentar o tempo de retenção dos utilizadores na plataforma”.

Para a codiretora executiva de Snack Content Portugal, “o mundo dos ‘gamers’ no Instagram tem evoluído de forma impressionante nos últimos anos, e transformou-se num espaço onde os jogadores não mostram apenas as suas habilidades a jogar, mas também onde comunicam e se relacionam com os seguidores de forma mais pessoal e autêntica”.

Este novo paradigma no universo do ‘gaming’ reflete a crescente importância da construção de uma comunidade online sólida, onde as interações vão muito além dos temas publicados, e são basicamente sustentadas pela proximidade e criação de debates. As plataformas de redes sociais são, cada vez mais, sobre a criação de conteúdos envolventes e estratégicos.

“Apesar de cada um destes perfis de Instagram ter a sua linguagem, originalidade e autenticidade todos eles têm uma característica comum e fundamental: a capacidade de gerar conexões reais com os públicos. Tão importante como publicar vídeos sobre o tema que os caracteriza é jogar o jogo da plataforma e criar um impacto significativo, gerando conversas”, remata Inês Ramada Curto.

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Coca-Cola é alvo de boicote e tenta distanciar-se de Trump

Na Dinamarca ou no México, várias marcas americanas têm sido alvo de uma rejeição por parte do consumidor. A Coca-Cola é uma das visadas, e está a tentar dissociar-se das políticas da Administração Trump.

Na Dinamarca, no México e em outros países na mira de Donald Trump, as marcas americanas ou associadas ao milionário Elon Musk têm sido alvos de uma rejeição por parte do consumidor. A Coca-Cola é uma das visadas, e está a tentar dissociar-se do governo norte-americano.

No caso dos consumidores dinamarqueses, segundo declarações da empresa de cerveja Carlsberg, que engarrafa a marca americana no país, o ‘boicote’ à Coca-Cola é uma resposta à política externa dos Estados Unidos, refletindo a indignação dos dinamarqueses com as ameaças de Donald Trump de invadir e tomar o território da Groenlândia.

Jacob Aarup-Andersen, CEO da Carlsberg, revela que as vendas da bebida mais famosa do mundo “estavam ligeiramente em baixa” na Dinamarca, o único mercado onde a empresa observa esse fenómeno em larga escala. Em declarações à Reuters, o CEO da Carlsberg refere que as marcas nacionais, como a Jolly Cola, estão a ganhar espaço no mercado dinamarquês “devido ao boicote dos consumidores em relação às marcas americanas”.

A rede local de supermercados Rema confirma o fenómeno e relata um aumento de 13% nas vendas da Jolly Cola em março, em comparação com o mesmo período de 2024.

Jacob Aarup-Andersen lembra ainda que tanto a Coca-Cola como a Pepsi – marca que a Carlsberg também engarrafa – vendidas na Dinamarca são produzidas em fábricas dinamarquesas por trabalhadores dinamarqueses. “Por isso, na nossa perspetiva, estas são marcas dinamarquesas”, afirma, acrescentando que a Carlsberg não é a favor nem contra boicotes e que respeita as decisões dos consumidores.

No México, o cenário é idêntico. Segundo a Femsa, engarrafadora do produto no país, verifica-se uma quebra de 5,4% no consumo de Coca-Cola. A empresa atribui a desaceleração das vendas às tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e o México. Além disso, os clientes hispânicos que vivem nos Estados Unidos também têm consumido menos por conta das deportações em massa da Casa Branca.

Perante estes dados, o CEO da The Coca-Cola Company, James Quincey, fala num sentimento “antiamericano”, mas garante que a empresa está mobilizada para recuperar dos ataques.

Coca-Cola supera estimativas no 1º trimestre

No primeiro trimestre do ano, a Coca-Cola totaliza 3,33 mil milhões de dólares (€2,931 milhões) de lucro, um aumento de 5% relativamente ao ano anterior, segundo dados apresentados no final do mês de abril. A faturação da multinacional cedeu 2%, face ao período homólogo, para 11,12 mil milhões de dólares (€9,781 milhões).

Destaca-se a venda dos refrigerantes com gás, que cresceu 2%, impulsionada pela Europa, Médio Oriente, África e Ásia-Pacífico. Os sumos, produtos lácteos e as bebidas vegetais tiveram um acréscimo de 1%, enquanto a água, bebidas desportivas, café e chá avançaram 2%.

James Quincey, CEO da The Coca-Cola Company, destaca a estratégia da empresa para lidar com qualquer situação, acrescentando que “apesar da pressão nos principais mercados, a força da nossa presença global permitiu-nos navegar com sucesso num ambiente externo complexo. Ao mantermo-nos fiéis ao nosso objetivo e próximos do consumidor, estamos confiantes na nossa capacidade de criar valor duradouro a longo prazo”, conclui. Para 2025, a empresa espera um crescimento das receitas de 5% a 6%.

 

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Grupo Gate adquire participação maioritária na Naughty Boys

“Os primeiros projetos focam-se na criação de campanhas integradas para figuras públicas, no desenvolvimento de estratégias de ‘personal branding’ e no aproveitamento de novos formatos digitais”, avança ao M&P Marta Machado, CEO do Grupo Gate

O Grupo Gate, grupo que integra empresas especializadas em comunicação, marketing digital, criação de conteúdos e gestão de eventos, acaba de adquirir uma participação na Naughty Boys, entrando oficialmente no universo da gestão de talentos e do marketing de influência. Embora o grupo não revele oficialmente a percentagem que adquiriu, fonte envolvida no processo esclarece “que se trata de uma posição maioritária”.

“Esta operação visa fortalecer a presença do Grupo Gate no mercado da gestão de talentos e marketing de influência, combinando a sua experiência em comunicação e marketing digital com a especialização da Naughty Boys na gestão de talento e influência. O objetivo é criar sinergias e oferecer soluções mais completas e inovadoras para talentos e marcas”, explica ao M&P Marta Machado (na foto, à esq.), CEO do Grupo Gate e sócia da Naughty Boys, que passa a ter Francisco Salgueiro e João Belo (à dir.), cofundadores da agência, como sócios.

Apesar da integração estratégica do portefólio de serviços do Grupo Gate, a agência de influência mantém a identidade e a autonomia. “A Naughty Boys mantém a equipa e a forma de trabalhar, mas, ao mesmo tempo, passa a beneficiar de sinergias com o Grupo Gate, em áreas como estratégia de comunicação, media, conteúdos e planeamento digital”, esclarece Marta Machado.

A estratégia passa por desenvolver iniciativas conjuntas que tirem partido da experiência em gestão de talentos da Naughty Boys e da expertise em comunicação estratégica e marketing digital do Grupo Gate. “Os primeiros projetos focam-se na criação de campanhas integradas para figuras públicas, no desenvolvimento de estratégias de ‘personal branding’ e no aproveitamento de novos formatos digitais para amplificar a presença dos talentos no mercado”, refere a responsável.

Negócio potencia estratégias digitais de proximidade

Fundada em 2013, a Naughty Boys representa as atrizes Daniela Ruah, Carolina Carvalho, Sara Matos, Margarida Vila Nova e Beatriz Frazão, os atores João Reis, Lourenço Ortigão e Pêpê Rapazote, as apresentadoras Catarina Furtado e Maria Cerqueira Gomes, as cantoras Carminho e Nenny, o bailarino Marcelino Sambé, a designer Luísa Rosas, o chef Kiko Martins e a surfista Joana Schenker.

“Ao tornar-se parte de um grupo com um portefólio de serviços diversificado, a agência ganha maior capacidade para alavancar a visibilidade, o posicionamento e o crescimento sustentável das carreiras que gere. Com o suporte estratégico do Grupo Gate, a Naughty Boys passa a beneficiar do acesso a novos recursos e plataformas tecnológicas que potenciam significativamente a capacidade de atuação”, salienta João Belo.

Para o grupo liderado por Marta Machado, o negócio agora concretizado representa a possibilidade de desenhar projetos integrados onde talento, criatividade, inovação e influência se fundem para aumentar a notoriedade das marcas e potenciar o volume de faturação das empresas.

“Para os nossos clientes, isto significa acesso a estratégias mais humanizadas, narrativas mais impactantes e ligações mais verdadeiras com o público. Passamos a ter uma resposta mais completa para marcas que procuram não só visibilidade, mas envolvimento real com o público, através de rostos credíveis e bem posicionados no panorama mediático”, sublinha a responsável.

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A ascensão dos diretores de IA nas agências

A função tem significados diferentes consoante a agência e abrange diversas áreas de atuação. Enquanto uns concentram-se na revisão das operações internas, outros centram-se no trabalho com os clientes, na venda de produtos ou na formação de funcionários

O número de agências a nomear profissionais para o cargo de diretor de inteligência artificial (IA) tem vindo a aumentar, refletindo o papel crescente que a IA assume nas estratégias empresariais, noticia a Ad Age. Nos últimos três meses, tanto a Stagwell como a Monks nomeiam diretores de IA, enquanto o IPG cria uma posição executiva focada no desenvolvimento das capacidades comerciais com IA.

A função tem significados diferentes consoante a agência e abrange diversas áreas de atuação. Enquanto alguns diretores de IA concentram-se na revisão das operações internas, outros centram-se no trabalho com os clientes, na venda de produtos e na seleção de parcerias. Alguns destes executivos são também responsáveis pela educação e formação dos funcionários, bem como pela gestão da ética e da governação.

A nomeação de um líder dedicado à IA ajuda as agências, que investem milhões nesta tecnologia, a tirar o máximo partido da mesma. No entanto, esta é uma função que requer adaptação e responsabilidade. A maioria dos diretores de IA tem experiência em dados e automação, mas nem todos têm experiência em agências tradicionais.

Os diretores de IA são responsáveis pelo desenvolvimento de ferramentas e sistemas que simplificam o trabalho dos funcionários e dos marketers, mas também têm de garantir que as ferramentas que desenvolvem são construídas de forma responsável e ética.

É o caso de Daniel Hulme, diretor global de IA do WPP, que está a desenvolver agentes de IA para ajudar o WPP em tarefas como a compra de meios e soluções de ‘back-end’, mas também é responsável por garantir que os sistemas de IA são seguros e se comportam de forma sensata.

Estes profissionais devem ainda manter-se a par dos mais recentes desenvolvimentos da tecnologia e saber democratizar a informação em toda a equipa, educando os funcionários e aliviando as suas preocupações, segundo revelam alguns dos executivos contactados pela Ad Age.

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Há 38 projetos em ‘shortlist’ nos Briefs Abertos CCP 2025

Os desafios, lançados em parceria com as marcas Betclic, Leroy Merlin, Nos/WTF e Zippy, deram origem a 161 propostas, apresentadas por 362 jovens criativos. Os vencedores são conhecidos no dia 23

Dos 161 projetos apresentados por 362 jovens criativos em resposta aos quatro desafios dos Briefs Abertos CCP 2025, 38 integram a lista de finalistas. “Este ano, a iniciativa conta com dez trabalhos em ‘shortlist’ no Brief Aberto Betclic, nove trabalhos no Brief Aberto Nos/WTF, nove trabalhos no Brief Aberto Leroy Merlin e também dez trabalhos no Brief Aberto Zippy”, informa o Clube da Criatividade de Portugal (CCP) em comunicado de imprensa.

Um júri, composto por representantes das marcas e profissionais convidados pelo CCP, avalia os trabalhos, com os vencedores a serem conhecidos no dia 23 de maio, durante a 27ª Gala de Entrega de Prémios CCP, que terá lugar na Fábrica de Pão, no Beato Innovation District, em Lisboa.

“Os vencedores na ‘shortlist’ ganham a anuidade sócio CCP, passando a integrar o Diretório CCP e a ser membros do ADCE. Têm também acesso a descontos no festival, nas atividades e nos parceiros. Aos grandes vencedores dos Briefs Abertos 2025 soma-se o prémio de €1.000, a possibilidade de ser jurado júnior no Festival CCP e ainda de representar Portugal em iniciativas do ADCE”, informa o documento.

‘Shortlist’ do Brief Aberto Betclic

BT-03 – Marta Rodrigues, Liliana Dantas e André Elvas
BT-04 – Eduardo Mendes Cid e António da Costa Saraiva
BT-11 – Rui José da Silva Oliveira e Rodrigo Miguel Caixinha Abrantes
BT-13 – Rafael Luis Rodrigues Gomes e Joana Quintela de Noronha Moura
BT-26 – Carolina Rodrigues e Pedro Chula
BT-30 – Jéssica Lagos e Zé Perdigão
BT-38 – Elsa Nogueira
BT-41 – Carolina Leitão e João Tavares
BT-44 – Francisco Lopes Lampreia, Tetyana Golodynska e Miguel de Abreu Duarte
BT-53 – Rodrigo Montez e José Sampaio

‘Shortlist’ do Brief Aberto Nos/WTF

WTF-01 – Ana Beatriz Ribeiro e Flor Kong
WTF-24 – David Canaes e Francisco Roque do Vale
WTF-25 – Patricia Barros Francisco e Pedro Chula
WTF-32 – Tiago Pereira, André Nunes e Marisa Ferreira
WTF-43 – Ana Luísa Dias Santos e Duarte Dargent de Figueiredo
WTF-44 – Beatriz Martinho e Catarina Moura
WTF-46 – Raquel Aguiar e Pedro Escarameia
WTF-54 – Carolina Leitão e Mariana Cordeiro
WTF-57 – Marta e Sena Nunes e Leonor Ventura Pedro

‘Shortlist’ do Brief Aberto Lery Merlin

LM-05 – Udo Döhler Neto
LM-06 – Marta Rodrigues, Liliana Dantas e André Elvas
LM-09 – Guilherme Vasques e Cláudia Encarnação
LM-11 – Liza Semegen
LM-25 – Patricia Barros Francisco e Zé Perdigão
LM-29 – Carolina Leitão e João Tavares
LM-31 – Rita Costa e Bernardo Barros
LM-33 – Henrique Santos e Marta Carrilho
LM-34 – Duarte de Figueiredo e Mário Correia Aleixo

‘Shortlist’ do Brief Aberto Zippy

ZP-01 – Maria Panarra, Beatriz Ryder e Patrícia Caxatra Coelho
ZP-02 – Débora Gonçalves Patrocínio
ZP-13 – Joana Antunes e Mariana Trindade
ZP-24 – David Canaes e Francisco Roque do Vale
ZP-31 – Maicon Douglas de Oliveira Costa e Maria Vaz De Oliveira
ZP-33 – Inês Soares Furtado Amaral Design
ZP-34 – Beatriz Almeida e Henrique Santos
ZP-38 – Tiago Dias Filipe e Mariana Casaca Afonso
ZP-45 – André Coelho e Pedro Escarameia
ZP-48 – Manuel Stock e Renato Porfírio

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Em 'Just Lime', a Corona promove o caráter icónico da marca, através de um único elemento: a rodela de lima
Marketing

Menos é mais: a publicidade que dispensa logótipos e explicações

Com a atenção do consumidor a durar menos do que um scroll, a publicidade minimalista fala para os consumidores que procuram transparência, autenticidade e humildade. A tendência é um movimento de regresso à simplicidade

Uma marca deve refletir a forma como a sociedade pensa e funciona. Quanto mais próxima estiver dos consumidores, maior será a probabilidade de ser eficaz. Numa era em que a atenção do consumidor dura menos do que um scroll, as marcas estão a alterar a forma como se relacionam com os consumidores, não em termos do meio, mas sim do que escolhem representar e da forma como o fazem.

Surge um novo tipo de publicidade minimalista que dispensa logótipos e explicações, e não apresenta os elementos característicos que definem uma marca, transmitindo a sensação de não se estar a ver um anúncio.

“As pessoas gostam deste tipo de anúncios porque estão habituadas a uma publicidade muito explicativa. O que isto faz é valorizar a inteligência dos consumidores através do anúncio. Sem dizer muita coisa, fornece uma certa gamificação em que as pessoas têm de descodificar qual é a marca e isso acaba por chamar a atenção e por ser uma boa forma de trabalhar a notoriedade”, afirma João Ribeiro, cofundador e sócio-gerente da Stream and Tough Guy, em declarações exclusivas ao M&P.

A campanha ‘Just Lime’ da Gut Buenos Aires para a Corona é um dos exemplos mais recentes deste género de campanhas. Nem o logótipo, nem o produto estão presentes. Neste anúncio, a Corona promove o caráter icónico da marca através de um único elemento: a rodela de lima. A mesma rodela que é quase sempre associada à experiência de beber uma Corona e que a marca considera um ritual universal.

A campanha ‘Icons’, da BBH London para o Tesco, substitui o logótipo da marca por alimentos frescos FOTO DR

Ausência de informação é chamativa

Esta tendência está relacionada com um movimento mais amplo, o regresso à simplicidade. Atualmente, os consumidores procuram transparência, autenticidade e humildade, sobretudo no que diz respeito aos produtos e aos valores das marcas.
De acordo com o mais recente relatório de tendências da VML, ‘The Future 100’, 82% dos inquiridos preferem publicidade humilde que evite afirmações grandiosas. Esta mudança leva ao surgimento da ideia de minimalismo na construção da marca, em que a visibilidade e a clareza são fundamentais. O minimalismo deixa de ser apenas uma escolha estética e torna-se uma declaração de confiança e de maturidade da marca.

“Apesar de não parecerem anúncios, acabam por ser, claramente, anúncios. A diferença está no facto de jogarem com a curiosidade das pessoas. Normalmente, os anúncios são mais poluídos e contêm mais informação. Nestas campanhas, há um minimalismo que chama a atenção, a ausência de informação por si só é chamativa”, considera João Ribeiro.

É o caso da campanha ‘Icons’, criada pela BBH London para o retalhista britânico Tesco, que quebra uma das regras mais importantes do branding ao alterar o logótipo icónico da marca. A campanha tem como objetivo posicionar o Tesco como uma fonte fiável de alimentos de qualidade. Em vez de utilizar o logótipo do supermercado, a agência criativa substituiu cada letra do nome da empresa por imagens de alimentos frescos, transformando o “T”, o “E”, o “S”, o “C” e o “O” em representações visuais dos produtos vendidos nas lojas.

A BBH London percebeu que a marca só precisava dos traços azuis presentes no logotipo do Tesco para manter a identidade visual da marca. Ao recriar o logótipo de forma lúdica, o resultado é uma série de cartazes que oferecem aos consumidores um puzzle para resolver e que deixam a qualidade dos alimentos falar por si.

A Coca-Cola opta por eliminar o produto por completo na campanha ‘Coke Zero Auditions: Zer Props, Zero Scripts, Zero Sugar’ FOTO DR

Zero ‘props’, zero ‘scripts’ e zero produto

Ao contrário das marcas que estão a aproveitar a onda do minimalismo, prescindindo do logótipo, a Coca-Cola opta por eliminar o produto por completo na campanha ‘Coke Zero Auditions: Zero Props, Zero Scripts, Zero Sugar’, criada pela Ogilvy India. Não há latas nem garrafas, apenas a experiência de beber uma Coca-Cola Zero.
O filme da campanha apresenta vários atores numa audição a fingirem que estão a beber uma Coca-Cola Zero, sem nunca tocarem numa lata ou garrafa. A ideia principal está na surpresa: as audições são o próprio anúncio.
A metáfora visual realça a proposta central da Coca-Cola Zero, a mesma experiência refrescante de uma Coca-Cola clássica, mas sem as calorias. A ausência deliberada do produto é o que torna a campanha diferente. O objetivo é que o consumidor consiga interpretar que a bebida invisível é uma Coca-Cola Zero.

Marco Pacheco, diretor criativo executivo da BBDO Portugal, responsável pela criatividade nacional da McDonald’s (ver caixa), acredita que existe espaço no país para desenvolver este tipo de criatividade. “O Pingo Doce e a Delta, por exemplo, são marcas que podiam fazer algo semelhante, porque têm um nível de notoriedade que lhes permite interagir com os consumidores desta forma. Uma campanha que promovesse a Delta, por exemplo, através do triângulo, bastaria para que o consumidor a reconhecesse”, sustenta.

Por outro lado, a publicidade com pouca informação não está isenta de desvantagens. “Este tipo de campanha só é viável para marcas com um elevado nível de notoriedade”, enfatiza João Ribeiro, acrescentando que a única coisa que se está a promover é a marca ou o produto. “Não estamos a ir para além disso, não estamos a dizer que o produto é barato ou bom. Estamos a só falar de notoriedade e, no mercado atual, uma marca não se pode ficar só pela notoriedade”, argumenta.

A campanha ‘No Logo’ da TBWA\Paris para a McDonald’s França recorre a outdoors da marca com dentadas FOTO DR

Na perspetiva de Marco Pacheco, à semelhança de João Ribeiro, este tipo de comunicação apresenta limitações. “Não é uma muito útil para a conversão e para o desempenho, é uma comunicação que fica sempre pela marca. Em casos específicos, pode fazer sentido, mas nunca poderia ser mais do que uma estratégia pontual. É uma tendência que há de passar”, considera.

A atenção está no conteúdo
Para algumas marcas, os meios de comunicação tradicionais não souberam acompanhar a transformação digital. Os spots publicitários na televisão linear têm custos de seis dígitos, mas há cada vez mais consumidores a evitarem os anúncios nos serviços de streaming, independentemente do custo, noticia a Ad Age.

De acordo com uma análise de 2024 da Statista, quase dois terços dos espectadores evitam anúncios em plataformas de vídeo gratuitas, como o YouTube, e mais de metade faz o mesmo em plataformas de streaming. Os anunciantes têm de se dirigir para onde está a atenção e a forma mais eficaz de o fazer é através do ‘product placement’, num contexto de ‘storytelling’.”

As audiências que rejeitam a publicidade são muito mais recetivas ao ‘storytelling’ do que à venda direta. Os consumidores valorizam momentos que acrescentam autenticidade e realismo ao conteúdo e tendem a ignorar colocações óbvias, forçadas ou irrelevantes que quebram a imersão”, defende Travis Peters, CEO da agência norte-americana de ‘product placement’ EightPM, citado na Ad Age.

A parceria com E.T: O Extraterrestre (1982) resulta num aumento de 300% nas vendas dos Reese’s Pieces FOTO DR

Este não é um conceito novo. Quando um jovem Tom Cruise espreita por cima de um par de óculos Ray-Ban Wayfarers no cartaz do filme ‘Negócio Arriscado’, não foi porque a marca pagou por esse ‘placement’, mas porque se adequava à personagem. O facto de as vendas terem aumentado 50% após o lançamento do filme foi apenas um acontecimento orgânico que beneficiou a marca.

O mesmo acontece com os chocolates Reese’s Pieces da Hershey’s e a sua integração na história de ‘E.T: O Extraterrestre’. Neste caso, a ironia é que a M&M’s, de John e Forrest Mars, a primeira marca de chocolate a ser contactada, rejeita a proposta de parceria da Universal Studios.

A Hershey, ao investir um milhão de dólares em troca dos direitos de utilização do extraterrestre na publicidade dos Reese’s Pieces, assume um risco e sai vitoriosa: após a estreia do filme, as vendas dos Reese’s Pieces triplicam. Mais tarde, calcula-se que o investimento de um milhão de dólares (€905 mil) foi o equivalente a um investimento de 15 a 20 milhões de dólares (€13,5 a €18,1 milhões) em marketing, resultando num aumento de 300% nas vendas.

Os números dão razão ao CEO da EightPM, Travis Peters: “Desde que a integração de uma marca seja divertida e envolvente no contexto da história, os telespectadores assistem e apreciam”.

A campanha ‘Iconic Needs No Explanation’ é assinada pela Leo Burnett para a Mcdonald’s no Reino Unido FOTO DR

Sem logos nem ‘copy’, só um pequeno-almoço McDonald’s

A campanha ‘Iconic Needs No Explanation’, assinada pela Leo Burnett para a McDonald’s no Reino Unido, é a mais recente aposta da cadeia de restauração rápida para promover o menu de pequeno-almoço. Ao abdicar dos elementos tradicionais que compõem a marca, desde o mote – ‘I’m loving it’ – aos icónicos arcos dourados, a campanha baseia-se numa ideia simples: o pequeno-almoço da McDonald’s é tão icónico que não precisa de apresentação.

De acordo com Matthew Reischauer, diretor de marketing da McDonald’s no Reino Unido e Irlanda, a ideia surgiu após o relatório da ferramenta de análise McVue, (da consultora britânica de estudos de mercado Savanta), revelar que cerca de 90% dos consumidores conseguem identificar os menus de pequeno-almoço da McDonald’s, mesmo quando apresentados sem marca. As imagens em larga escala dos produtos de pequeno-almoço da McDonald’s, incluindo o Sausage & Egg McMuffin, o Hash Brown, o Egg & Cheese McMuffin e o Breakfast Wrap, são o destaque e o elemento distintivo que comunica a marca.

Ao M&P, a McDonald’s Portugal revela ao que a campanha ‘Iconic Needs No Explanation’ “não está, de momento, prevista para Portugal”, ao mesmo tempo que explica que a marca “adapta a sua comunicação e estratégia a cada mercado, considerando as preferências dos seus consumidores”.

Marco Pacheco, diretor criativo executivo da BBDO Portugal, que assina a criatividade da McDonald’s em Portugal, revela ao M&P que, há alguns anos, a BBDO Portugal adaptou uma campanha semelhante da TBWA Paris para a McDonald’s França, a ‘Icons’. “O conceito era muito semelhante a esta nova campanha da Leo Burnett, em termos da abordagem minimalista, mas focou-se em ícones e ilustrações em 2D dos produtos mais reconhecíveis da marca”.

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