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Carla Borges Ferreira (Meios&Publicidade), Fernanda Marantes (Havas Media), Nuno Amaral Frazão (Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (Omnicom Media Group) e Manuel Falcão (Nova Expressão)

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Conversas M&P: Prognósticos só no fim do jogo mas o digital vai continuar a crescer

Para onde vai o investimento em 2018? A resposta foi dada por Fernanda Marantes (CEO Havas Media), Nuno Amaral Frazão (CEO Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (CEO IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (CEO OmnicomMediaGroup) e Manuel Falcão (director-geral da Nova Expressão), na conferência Marketing em Debate, organizada pelo M&P

Pedro Durães

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Conversas M&P: Prognósticos só no fim do jogo mas o digital vai continuar a crescer

Para onde vai o investimento em 2018? A resposta foi dada por Fernanda Marantes (CEO Havas Media), Nuno Amaral Frazão (CEO Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (CEO IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (CEO OmnicomMediaGroup) e Manuel Falcão (director-geral da Nova Expressão), na conferência Marketing em Debate, organizada pelo M&P

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Carla Borges Ferreira (Meios&Publicidade), Fernanda Marantes (Havas Media), Nuno Amaral Frazão (Dentsu Aegis), Alberto Rui Pereira (IPG Mediabrands), Luis Mergulhão (Omnicom Media Group) e Manuel Falcão (Nova Expressão)

A evolução do investimento publicitário está cada vez mais difícil de prever mas há pelo menos uma certeza: o digital vai continuar a crescer muito acima dos restantes meios e o crescimento global do investimento no mercado português não deverá oscilar muito face ao registado este ano durante os próximos três a quatro anos, até 2021. Após um 2017 em que as previsões optimistas iniciais tiveram de ser revistas em baixa e se aponta para um crescimento de apenas 2,5 a três por cento, aquém do crescimento registado no ano, essa parece ser a única garantia a resultar do painel “Para onde vai o investimento em 2018?”, promovido pelo M&P no âmbito da conferência Marketing em Debate.

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“Não é o que se passou exclusivamente este ano, é o que se vem passando de há uns anos para cá, já não temos o mesmo nível de informação, as coisas já não são tão lineares com eram há alguns anos atrás, já não são tão estáticas”, começou por explicar Fernanda Marantes, o que justifica, nas palavras da CEO do Havas Media Group, a dificuldade das agências em fazer previsões sobre a evolução do investimento publicitário. “Hoje já não há previsões”, concorda Nuno Frazão, lembrando, por um lado, que “há uma parte do digital dos grandes players Google e Facebook que não é vista” e, por outro, “não conseguimos fazer uma previsão dos investimentos porque o próprio modelo de investimento mudou muito”. “É muito difícil antecipar investimentos quanto há tantas variáveis e com tantos valores que não estão a ser devidamente auditados”, afirma o CEO do grupo Dentsu Aegis.

“É verdade que hoje é muito mais difícil fazer previsões, o investimento mudou e é muito mais complexo, abarca muito mais do que o investimento tradicional”, reforça Alberto Rui Pereira, para quem o mais importante é que “pelo menos o investimento vai crescendo, estamos melhor do que há uns anos, em que perdemos metade do investimento publicitário”. Relativamente ao crescimento a rondar apenas três por cento, e que deverá manter-se nesta linha em 2018 segundo apontaram todos os profissionais presentes, o CEO do grupo IPG Mediabrands Portugal confirma que “a menos que haja alguma alteração na economia que não seja expectável neste momento, é com isto que vamos ter de conviver nos próximos anos”. No entanto, considera, “isto não é necessariamente uma má notícia, o investimento está a crescer”, volta a sublinhar, recordando que “a nível mundial também está a crescer pouco e, mesmo nos países emergentes, onde cresce mais, está a crescer sete por cento e nós não somos um país emergente”.

“Não considero que tenhamos tido um mau ano”, afirmou também Luís Mergulhão, salientando que “as marcas estiveram muito presentes, com muita activação que é também investimento em comunicação”. “O mercado terá crescido cinco por cento líquidos este ano, no tradicional, mas se contarmos com tudo isto, com a comunicação das marcas em sentido mais alargado, facilmente terá chegado aos sete por cento”, adianta o CEO do Omnicom Media Group.

 

Por onde andará o investimento no próximo ano?

Quando a questão recai sobre quais os meios que vão evoluir de forma mais positiva, após um ano em que a televisão em sinal aberto tem estado a perder investimento pela primeira vez desde 2013, com crescimentos do lado da Pay TV e digital, além de desempenhos interessantes na rádio e outdoor, a dificuldade em fazer previsões mantém-se mas o certo é que o digital continuará a ganhar quota. “A tendência é para vermos o digital e as plataformas que giram em torno do digital continuarem a crescer porque ainda representa apenas 20 por cento do investimento em Portugal e a media mundial já está nos 40 por cento. Ainda há muito para crescer e é natural que se cavalgue aí”, aponta Alberto Rui Pereira. Opinião partilhada por Nuno Frazão, para quem “o digital tem hoje um protagonismo muito maior mas já tem um valor muito superior nos hábitos de consumo em comparação com aquele que é traduzido no investimento”.

“As alterações são mais complicadas de perspectivar porque a televisão ainda ocupa um grande share do investimento e qualquer espirro na televisão generalista dá uma grande constipação no mercado”, analisa Manuel Falcão. O director-geral da Nova Expressão explica que “as pessoas estão a consumir menos televisão generalista, estão a ir para o cabo e para o não linear, e há alguma dificuldade de alguns generalistas em entregarem as audiências acordadas com as agências e anunciantes”, motivos por que “é muito complicado falar do futuro porque depende muito de como vai evoluir o mercado de televisão”. Além disso, diz, o investimento digital já será muito superior a esses 20 por cento já que, actualmente, “se juntarmos o investimento feito nas grandes plataformas internacionais ao investimento de cá, o bolo digital já deve estar muito próximo daquele que é investido na televisão generalista e isso vai mudar muito o paradigma da comunicação e do investimento”.

“As marcas estão a tentar encontrar a sua perspectiva de comunicação, a criatividade continua a ter um papel preponderante, mas as marcas estão a conseguir pela primeira vez, de forma consistente, utilizar os dados digitais para criar comunicação mais eficaz”, refere Luís Mergulhão. E se esta capacidade de obter mais eficácia explica a tendência para as marcas investirem mais no digital, com a pressão a ser maior sobre a imprensa, o responsável sublinha que é preciso “investir de forma correcta e ser capaz de potenciar a comunicação”. “O nosso mercado tem imenso potencial porque este investimento tem crescido”, considera Luís Mergulhão, referindo ainda que os meios estão a realinhar-se para o digital mas que “a oferta está muito concentrada, dois grupos de media concentram 45 por cento do investimento”. “Há uns que fazem investimentos e há ainda um conjunto de meios que está a hibernar e isso pode ser bom para recuperar e ter novas dinâmicas, são grupos que estão a evoluir a sua migração para o digital”, considera, sublinhando que utiliza a palavra no sentido positivo de os grupos prepararem os seus ecossistemas para um novo fôlego já em realinhamento com o digital. Mas, considera, é difícil prever como vai evoluir o investimento digital. “O Facebook já não tem operação em Portugal, foi deslocado para Espanha, o Google não se sabe durante quanto tempo terá operação em Portugal”, deixou no ar Luís Mergulhão, explicando que “a nossa escala é tão pequena que a capacidade que eles têm de acompanhar clientes de pequena e média dimensão é nula, não tem autorização, e prever o mercado é difícil porque está dependente destas variáveis e de coisas difíceis de prever”.

Opinião partilhada por Alberto Rui Pereira, que, sobre se Google e Facebook são aliados ou inimigos dos media, frisa o facto de que “as plataformas estão aqui, não vale a pena ignorar isso, mas temos pouca escala e temos de tirar partido do facto de essas plataformas estarem aqui porque eles têm escala e têm a tecnologia”. “Não é só em Portugal que isto se passa, mas essas plataformas precisam de quem produza os conteúdos e, para nós, o mais importante é ganhar escala”, reforça. “Os conteúdos locais são necessários e valorizados, prova disso mesmo é que essas plataformas globais estão a fazer um esforço para fechar acordos com os publishers locais”, concorda Luís Mergulhão, deixando claro que “não é possível ter um wonderland e não ter lá atracções, assim não se vendem bilhetes”. “Do ponto de vista dos publishers, é determinante a valorização da oferta, e do lado das marcas a capacidade de diferenciação e de perceber o que é ou não relevante para a marca”, aponta o CEO do Omnicom Media Group.

No mesmo sentido, Manuel Falcão sublinha que “a importância das marcas locais tem a ver com os hábitos de consumo de media da audiência local, com sentir o local, a proximidade, pelo que as marcas locais os nossos melhores touchpoints para as marcas que querem trabalhar em Portugal são as marcas de comunicado e informação portuguesas”. Contudo, o director-geral da Nova Expressão chama a atenção para o facto de que “os conteúdos estão integrados nas plataformas globais e, com isso, estas deixaram de ser apenas tecnológicas e passaram a ser também plataformas de informação, por isso tem de haver regulamentação”. “Há um laxismo muito grande dos governos em relação a este tipo de empresas que têm já uma actividade muito grande de publishing”, considera Manuel Falcão. Alberto Rui Pereira, embora afirme que já alguma regulamentação, refere também que “a tecnologia anda sempre mais depressa do que a regulamentação e é preciso adaptação”. No entanto, ressalva, “as marcas nacionais têm de coexistir com os grandes plataformas, o esforço que tem sido feito é positivo para ambos”. Também Nuno Frazão considera que “as marcas portuguesas e aqueles que querem comunicar em Portugal precisam de conteúdos em português, feitos por portugueses e para portugueses”, destacando que “o esforço foi feito pelos publishers, alguns até tendo a coragem de fechar publicações porque não tinham escala ou focando em nichos”. “Hoje olhamos para o cenário da oferta dos publishers e há valor”, acredita o CEO do grupo Dentsu Aegis.

Olhando para um dos meios tradicionais que melhor tem resistido à transição para o digital, a rádio, desde logo porque aproveitou o online para suavizar a quebra após o prime time da manhã continuando a ter audiência ao longo do dia, como explicou Manuel Falcão, que lições pode a imprensa retirar? “A rádio não perde investimento porque soube reposicionar-se a tempo, numa altura em que era possível aproveitar a oportunidade, por isso deixo o desafio aos publishers para reconsiderar estratégias e até fazerem algum investimento para melhorar a oferta e os conteúdos”, incentivou Fernanda Marantes. A previsão da CEO do Havas Media Group é que “o investimento em 2018 vai para quem conseguir saber aproveitar essa oportunidade e fazer esse reposicionamento” uma vez que “sem grandes conteúdos não será possível ter uma oferta capaz de captar investimento”.

Sobre o autorPedro Durães

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Prémios Marketing M&P estão de volta. Conheça o júri e inscreva-se

O júri da 11ª edição dos prémios de marketing (na foto) é presidido por Fernanda Marantes e composto por Ana André, Daniel Redondo, Francisco Pinto Coelho, Joana Pinto, João Seabra, Maria Miguel Calado, Miguel Ralha, Patrick Stilwell, Ricardo Sacoto Lagoa, Rui Freire, Rui Silva, Teresa Oliveira e Vasco Teixeira-Pinto

Meios & Publicidade

A cada nova edição dos Prémios Marketing M&P, as questões que impactam o setor do marketing, comunicação, relações públicas e publicidade confluem cada vez mais, tendo como urgência o foco na personalização das mensagens e o melhor uso das tecnologias e dos dados disponíveis nas várias etapas.

Na definição de estratégias e respetiva execução, as marcas priorizam a criação de conteúdos e de experiências autênticas e ajustadas às necessidades e expectativas individuais. Isto é ditado pela evolução do comportamento do consumidor, que espera interações personalizadas, em tempo real e em vários canais. E sem esquecer a conexão emocional, que exige o recurso a ‘insights’ profundos, que toquem positivamente o coração e as crenças dos consumidores, levando-os a preferir (e comprar) um produto ou serviço em detrimento de outro.

Com este ponto de partida, as marcas têm de definir e seguir estratégias que superem os obstáculos e que tirem o melhor partido da informação que conseguem recolher e utilizar, sejam dados de consumidores ou ‘insights’. As regulamentações de privacidade, porém, estão mais restritivas e os públicos fragmentados por múltiplas plataformas, nomeadamente digitais, onde as redes sociais e os criadores de conteúdos reinam na capacidade de acesso e de influência sobre milhões de pessoas.

Outra vertente que emerge é o equilíbrio entre o propósito da marca e os resultados. É ponto assente que os consumidores valorizam marcas que têm valores mais elevados do que a mera venda e que os alinham com práticas sustentáveis, aplicadas às estratégias de marketing.

Por isto, as metas de curto prazo (vendas e ROI) precisam de estar equilibradas com os objetivos de construção de marca, que alguns estudos internacionais têm indicado que estão a ser relegados, e mal, para segundo plano.

Entre outras vertentes, que também impactam o setor, este é o pano de fundo dos trabalhos a concurso na 11a edição dos Prémios Marketing M&P, que o júri irá avaliar. A tarefa está entregue ao júri presidido por Fernanda Marantes (Havas Media Group) e composto por Ana André (Leroy Merlin Portugal), Daniel Redondo (Licor Beirão), Francisco Pinto Coelho (Akt Creative), Joana Pinto (PepsiCo), João Seabra (Visa), Maria Miguel Calado (Starcom), Miguel Ralha (BAR Ogilvy), Patrick Stilwell (Dentsu Creative), Ricardo Sacoto Lagoa (Sociedade Ponto Verde), Rui Freire (Initiative/IPG Mediabrands), Rui Silva (BBDO), Teresa Oliveira (Mindshare) e Vasco Teixeira-Pinto (NOSSA).

A entrega de prémios aos vencedores será feita em data a anunciar. Até lá, reveja aqui os vencedores da edição anterior.

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Um em cada cinco dólares de publicidade fora da China vai para a pesquisa Google

Com um valor total previsto de €188,2 mil milhões em 2024, a quota de mercado da publicidade de pesquisa da Google é de 90,1% a nível mundial, excluindo a China, de acordo com o relatório ‘Global Ad Spend Outlook 2024/25’ do WARC Media

Um em cada cinco dólares (22,1%) gastos em publicidade fora da China é pago à Google pelos seus serviços de pesquisa, de acordo com o relatório ‘Global Ad Spend Outlook 2024/25’, do World Advertising Research Center (WARC) Media. A análise revela que o negócio de pesquisa da Google tem contribuído, com uma média de 1,3 pontos percentuais, para o crescimento anual dos gastos com publicidade a nível mundial durante os últimos dez anos.

No entanto, segundo o relatório do WARC Media, essa contribuição abrandou após a pandemia, devido ao crescimento de outros canais de anúncios digitais, como as redes sociais (+19,3%) e a ‘connected TV’ (+19,6%), que registam um crescimento mais acelerado em 2024. O público mais jovem, por exemplo, está a utilizar cada vez mais plataformas como o TikTok e o YouTube para procurar produtos e serviços.

O ‘retail media’ (+18,0%) em particular, está a afetar diretamente o crescimento do mercado de anúncios de pesquisa, com muitos dos formatos utilizados pelas redes de ‘retail media’ a fornecerem funcionalidades semelhantes às da pesquisa. Contudo, com um valor total previsto pelo WARC Media de 197,7 mil milhões de dólares (€188,2 mil milhões), em 2024 (+13,0% em termos anuais), a quota de mercado da publicidade de pesquisa da Google é de 90,1% a nível mundial, excluindo a China.

Esta quota de mercado é o que leva o Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Colúmbia a decidir que a Google detém um monopólio efetivo no mercado da pesquisa. Uma posição que alegadamente utiliza para fazer acordos por defeito com os fabricantes de dispositivos e navegadores, de modo a limitar a concorrência. Com a atual incerteza em relação às consequências práticas da decisão do julgamento, o WARC Media prevê para o negócio de publicidade da Google um crescimento de 9% em 2025 e de 7%, em 2026.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

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Dentsu prevê aumento de 6,8% das despesas mundiais em publicidade, em 2025

O relatório da Dentsu destaca que o digital continua a ser o canal de crescimento mais rápido e estima um aumento de 8% da publicidade em vídeo online e de 11,1% da publicidade programática, representando 70% dos gastos com publicidade digital

As despesas mundiais publicitárias vão registar um crescimento anual de 6,8% em 2024, face ao período homólogo, para um total de 772,4 mil milhões de dólares (€734 mil milhões), de acordo com o relatório Global Ad Spend Forecasts da Dentsu, relativo ao investimento mundial publicitário.

A projeção de crescimento foi revista na sequência do regresso a um crescimento de dois dígitos (10,7%) dos investimentos em publicidade digital em 2024, tendo em conta o impacto de acontecimentos desportivos e políticos, e o aumento das previsões nos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e França. O relatório da Dentsu prevê, no entanto, que o crescimento dos gastos com publicidade abrande em 2025, expandindo-se a um ritmo mais reduzido de 5,9%, apesar de ainda prever que ultrapasse a economia mundial em 2,7 pontos percentuais.

A análise estima que as Américas permaneçam a região mais ativa em 2025, com um crescimento previsto de 6,3% (representando 47% do total do investimento mundial), seguida pela Ásia-Pacífico, com um aumento de 5,8% (representando 31% do total do investimento mundial) e pela Europa, Oriente Médio e África, com um crescimento de 5% (representando 22% do total do investimento mundial). No Reino Unido prevê-se que o investimento publicitário aumente 7,5% em 2024 e 5,7% em 2025, atingindo 51,7 mil milhões de dólares (€49 mil milhões).

O relatório da Dentsu destaca que o digital vai continuar a ser o canal de crescimento mais rápido, com um aumento projetado de 9,2% em 2025, para 513 mil milhões de dólares (€487,1 mil milhões), representando 62,7% dos gastos mundiais com publicidade.

“A nossa previsão para 2025 sublinha o papel fundamental dos media na economia atual. As estratégias de investimento em media baseadas em dados, e que privilegiam o digital, continuam a remodelar a forma como as marcas se relacionam com os consumidores”, explica Will Swayne, presidente mundial de media da Dentsu.

A Dentsu prevê ainda um crescimento em todos os principais segmentos digitais, com o ‘retail media’ a liderar com um aumento de 21,9%, face ao período homólogo, à medida que os anunciantes capitalizam o valor dos dados dos consumidores e investem cada vez mais em publicidade digital, incluindo a ‘connected TV’. A análise prevê um aumento de 8% da publicidade em vídeo online e de 11,1% da publicidade programática, em 2025, representando 70% dos gastos com publicidade digital.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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BBDO reforça departamento criativo

Vindos da Havas, Alberto Vieira (na foto, à esq.), diretor de arte sénior, e João Santos (à dir.), redator sénior, são as mais recentes contratações da BBDO. “Queremos sempre mais, mesmo que isso se traduza em novos problemas para resolver e em toda uma nova agência para conquistar”, referem ao M&P

Catarina Nunes

A dupla de criativos Alberto Vieira, diretor de arte sénior, e João Santos, redator sénior, são as mais recentes contratações da agência criativa BBDO, transitando da Havas, onde se encontravam até agora, a desempenhar as mesmas funções.

Em declarações ao M&P, a dupla de criativos justifica a transferência, referindo que “depois de quase três anos de muito trabalho na Havas e de uma posição consolidada, decidimos trazer desconforto às nossas vidas, porque é isso que nos caracteriza enquanto dupla. Queremos sempre mais, mesmo que isso se traduza em novos problemas para resolver e em toda uma nova agência para conquistar”.

Licenciado em design gráfico, pela ESAD das Caldas da Rainha, Aberto Vieira começa a carreira na agência Santa Fé, como designer. Como isso não lhe chegava, dá o salto para a publicidade, através da Carmen, de onde transita para a Fullsix. Faz uma pausa na publicidade, trabalhando em música para publicidade, mas acaba por regressar, ingressando na The Hotel e, mais tarde, na Havas.

Alberto Vieira refere que “esta mudança ajuda-nos a estar mais próximos dos nossos objetivos. Até lá, é mais do mesmo, ou seja, de faca nos dentes, inconformados e frescos”.

Formado em relações públicas e comunicação empresarial, pela Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), João Santos entra no mundo de trabalho através da Llorente & Cuenca, enquanto consultor de comunicação. Sentia, no entanto, que o fato e a gravata não ficavam assim tão bem a um jovem de 20 anos, faz um portefólio de ‘anúncios-fantasma’ e lança-se na publicidade. Passa por agências como Carmen, Fullsix, The Hotel e Havas, onde deixa alguns prémios em algumas delas, e vence Ouro nos Young Lions 2022, na categoria de filme

Em relação à transferência para a BBDO, João Santos diz que “viemos para a BBDO para aprender com uma nova-velha escola, mas para desafiar tudo e todos com a nossa energia, tal como se fossemos os mais reguilas do recreio. Aliás, tem sido assim na última década: temos vindo a subir a pulso, com a mesma fome e energia do primeiro dia, e é com isso que podem contar nos próximos dez, perdão, 20 anos”.

 

Sobre o autorCatarina Nunes

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Cristiano Ronaldo Jr. apresenta novo equipamento do Sporting em campanha da VML (com vídeo)

O filho mais velho de Cristiano Ronaldo (na foto) aparece na última cena do anúncio, a usar a camisola do novo equipamento do Sporting, que homenageia o pai. A campanha, com planeamento de meios da Media Gate, está presente em digital e nas redes sociais do clube

O filho mais velho de Cristiano Ronaldo é o protagonista da campanha de apresentação do terceiro equipamento do Sporting Clube de Portugal, para a época 2024/25, que será estreado no encontro frente ao Moreirense FC, a 5 de dezembro. O filme de apresentação do novo equipamento é da VML, com produção da Garage Films.

O Sporting decide trazer o número sete para a frente da nova camisola, estilizado num tom dourado, em homenagem a Cristiano Ronaldo e às cinco Bolas de Ouro que já conquistou. “Sabemos que a sorte se veste de esforço, dedicação e devoção e que há números que deixam um legado porque, por trás deles, estão pessoas que o constroem dia após dia. Assim, o Sporting CP desafia os sportinguistas a vestir a camisola sete”, refere o clube, em comunicado de imprensa.

A campanha, com planeamento de meios da Media Gate, está presente em digital e nas redes sociais do Sporting CP. O filme do novo equipamento presta homenagem ao número sete, em alusão ao legado de Cristiano Ronaldo, mostrando elementos visuais e várias pessoas em diferentes situações, que se apresentam com o número do futebolista. Cristiano Ronaldo Jr. aparece na última cena do filme, a usar a camisola do novo equipamento do Sporting.

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Black Friday 2024 bate recordes nacionais de vendas

A Wise Pirates garante ter gerado cerca de €50 milhões em vendas das marcas que trabalha, durante a temporada da Black Friday, com um crescimento de 19% em relação a 2023. A SIBS Analytics, por seu lado, aponta um aumento de 27% do valor gasto em compras pelos portugueses neste dia

A Wise Pirates, agência de marketing de performance, garante ter gerado cerca de €50 milhões em vendas das marcas que trabalha, durante a temporada da Black Friday, reportando um crescimento de 19% em relação a 2023. A SIBS Analytics aponta, por seu lado, que o valor gasto em compras pelos portugueses neste dia aumenta 27% face ao período homólogo, em que regista um aumento de 20%.

O desempenho reflete a aceleração do comércio electrónico em Portugal, com os dados da Wise Pirates a indicarem um aumento de 11% no volume de vendas online nesta época. Com uma gestão de mais de €2 milhões em investimentos publicitários, durante a Black Friday, para cerca de 40 marcas, incluindo NOS, Sonae MC, EDP, Perfumes & Companhia, MG e Decenio, a Wise Pirates recorreu à combinação de estratégias baseadas em dados e inteligência artificial para gerar os resultados apresentados.

“O sucesso desta temporada de Black Friday mostra que as marcas que investem de forma consistente em digital performance e na integração entre canais conseguem superar as expectativas, mesmo num mercado altamente competitivo”, salienta Pedro Barbosa, CEO da Wise Pirates, citado em comunicado de imprensa.

O aproveitamento das vendas foi impulsionado pela integração de canais de venda físicos e digitais, com destaque para o sucesso dos ‘marketplaces’  nacionais, que de acordo com a agência, registaram um crescimento superior ao das marcas isoladas e bateram recordes. “A estratégia de diversificação de descontos e a oferta de produtos relevantes permitiram às marcas portuguesas crescerem 12% acima daquelas que apenas competem pelo preço”, refere a Wise Pirates, em comunicado de imprensa.

A agência prevê que até 50% das compras de Natal, em categorias de presentes, sejam realizadas nas últimas duas semanas, enfatizando a relevância de estratégias direcionadas para este período. A importância de preparar campanhas com antecedência e alinhar a comunicação entre marcas e consumidores são particularmente relevantes nas áreas de tecnologia e moda, onde os ganhos de vendas superaram 15% no período da Black Friday.

Dados fornecidos pela SIBS Analytics mostram, por sua vez, que o valor gasto pelos portugueses em compras online na Black Friday aumenta 67% em comparação com o mesmo período em 2023. Em compras físicas, os consumidores gastaram mais 17% do que no período homólogo. A quantia gasta em média neste dia foi de €49, um aumento de €4 face à média diária gasta nos restantes dias do mês de novembro. Em comparação a novembro de 2023, o valor aumenta cerca de €8.

A análise da SIBS Analytics revela que o MB Way lidera como a forma preferida de pagamento dos portugueses que optam pelo comércio online, com um aumento de 85% no seu uso durante a Black Friday, face a 2023. No que diz respeito às compras em loja, o pagamento por MB Way aumentou 42% nesta época.

Quanto à tipologia de produtos e serviços adquiridos na Black Friday, os maiores crescimentos no número de compras face à média diária do mês de novembro verificam-se nas categorias de Moda e Acessórios, com um aumento de 191%, Beleza, Cosméticos e Perfumes (+180%) e Material Desportivo e Recreativo (+113%). A Black Week também demonstra variações positivas no consumo. De acordo com a SIBS Analytics, o valor total gasto aumenta 18%, com as compras online a registarem um crescimento de 58% face a 2023, e as físicas um crescimento de 9%.

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OpenAI quer integrar anúncios no ChatGPT

A ‘startup’ de IA está a ponderar sobre quando e onde vão ser implementados os anúncios, mas não assume um envolvimento ativo, uma vez que necessita de obter financiamento suficiente para desenvolver e melhorar os produtos

A OpenAI está a considerar a introdução de anúncios no conjunto de produtos de IA, incluindo o ChatGPT, à medida que procura diversificar as fontes de rendimento, no âmbito da transição para uma estrutura com fins lucrativos.

Sarah Friar, diretora financeira da OpenAI, aborda a viabilidade da medida, em entrevista ao Financial Times, revelando que a “empresa está a ponderar sobre quando e onde vão ser implementados os anúncios”.

A diretora financeira da OpenAI refere, contudo, que “embora a empresa esteja aberta a explorar novas fontes de rendimento no futuro, incluindo a publicidade, não temos planos ativos para prosseguir com a exploração de anúncios”.

Sarah Friar acrescenta que os modelos de publicidade têm inconvenientes, nomeadamente “o facto de serem sensíveis às oscilações do ciclo económico e de desviarem o foco de uma empresa do agrado dos seus utilizadores para o agrado dos anunciantes”.

As receitas da OpenAI devem atingir cerca de 4 mil milhões de dólares (€3,8 mil milhões) em 2024, impulsionadas pelo sucesso do ChatGPT, que conta agora com mais de 250 milhões de utilizadores ativos semanais. No entanto, a ‘startup’ liderada por Sam Altman está a caminho de gastar mais de 5 mil milhões de dólares (€4,7 mil milhões), por ano, devido aos elevados custos de formação e desenvolvimento de modelos de IA de última geração. Isto aumenta a pressão sob a OpenAI para entrar no mercado publicitário, tendo em conta que a ‘startup’ necessita de obter financiamento suficiente para desenvolver e melhorar os seus produtos.

Embora negue um envolvimento ativo no que diz respeito à exploração de anúncios, a OpenAI contratou recentemente Shivakumar Venkataraman, ex-vice-presidente da equipa de publicidade de pesquisa da Google, para o cargo de vice-presidente.

Kevin Weil, o diretor de produto da OpenAI, também tem uma vasta experiência na criação de produtos suportados por anúncios no Instagram e no X. A potencial introdução de publicidade pela OpenAI segue uma tendência do setor, com concorrentes mais pequenos, como a Perplexity, a integrarem anúncios nas suas plataformas.

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Marketing

68,8% dos orçamentos de marketing estão focados no desempenho de curto prazo

Os profissionais de marketing estão a investir mais dos seus orçamentos em métricas de desempenho e a afastar-se da construção da marca, apesar de acreditarem que uma abordagem de investimento mais equilibrada é o ideal, de acordo com o relatório ‘The CMO Survey 2024’ da Deloitte

68,8% dos orçamentos de marketing são atribuídos a métricas de desempenho de curto prazo, tais como os cliques e o custo por conversão, em comparação com 59,9% em 2023, de acordo com o relatório ‘The CMO Survey 2024’ da Deloitte, em conjunto com a Fuqua School of Business da Duke University e a American Marketing Association.

A análise revela que os profissionais de marketing estão a investir mais dos seus orçamentos em métricas de desempenho e a afastar-se da construção da marca, apesar de acreditarem que uma abordagem de investimento mais equilibrada é o ideal.

O relatório, que tem por base inquéritos a 260 executivos de marketing dos Estados Unidos, questiona se a procura de oportunidades de marketing digital tem desviado a atenção dos princípios fundamentais de uma estratégia de marketing. Em resposta a esta pergunta, 24,7% dos inquiridos concordam, face aos 75,3% que discordam.

Os inquiridos indicam ainda que um rácio de 50:50 constitui o modelo ideal de investimento, o que indica que as suas ações não correspondem ao que defendem. De acordo com a análise, isto acontece devido ao facto de os marketers quererem demonstrar o impacto do seu trabalho a curto prazo.

O relatório conclui que ao confiarem frequentemente nas métricas de desempenho, que estão mais facilmente disponíveis, os marketers estão a negligenciar o trabalho mais complexo de medir o impacto da construção da marca. Como resultado, torna-se mais difícil justificar os gastos com a imagem e notoriedade da marca, apesar do seu papel fundamental como motor de crescimento.

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Comunicação

“O entusiasmo dos portugueses causa desconforto”

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, João Santos explica a razão por que trocou Lisboa por Helsingborg, na Suécia, onde é consultor de comunicação corporativa do Ingka Group, desde 2021. Responsável pelas relações com os media, acompanha 31 países. Portugal é um deles

Envolvido no maior encontro de pessoas vestidas com pijamas de duas peças, que reuniu cerca de 2000 pessoas em Älmhult e colocou a Ikea no Guinness World Records, João Santos emigrou para a Suécia para apoiar a promoção da mulher, Helena Gouveia. Hoje, é consultor de comunicação corporativa da equipa global de relações públicas e relações com os media do Ingka Group, maior franqueado do Ikea, sendo também responsável pelos relatórios de ‘earned media’ que as equipas globais do grupo recebem.

Trabalhar fora de Portugal era uma ambição ou houve uma circunstância que determinou a saída?

Foi uma história de amor. Era um dos dois codiretores de operações do YoungNetwork Group, onde trabalhei durante 15 anos. Um dia, a minha mulher, que era diretora de marketing da Ikea em Portugal, falou-me da possibilidade de poder liderar a marca no país de origem, como gestora de marketing da Ikea Retail Sweden. Apoiei-a e decidimos mudar de país, considerando que era benéfico para o nosso desenvolvimento profissional e para o dos nossos filhos.

Abandonou o cargo de codiretor de operações do YoungNetwork Group sem ter garantia de emprego na Suécia?

Sim, não tinha problemas em reinventar-me nem em fazer o que fosse necessário. Já na Suécia, candidatei-me a posições diferentes na Ikea, fiz várias entrevistas e, após seis meses, consegui um emprego temporário, como consultor de comunicação corporativa na equipa global de relações públicas e relações com os media do Ingka Group. O grupo é o maior franqueado da Ikea, representando cerca de 90% das vendas a retalho da Ikea, em 31 países, incluindo Portugal. Seis meses depois, recebi uma proposta para ficar na equipa como efetivo.

Em termos profissionais, quais são as diferenças entre trabalhar em Portugal e na Suécia?

A principal diferença é haver, aqui, um equilíbrio maior em termos de vida pessoal e profissional. Não é mito que a sociedade e o trabalho na Suécia são mais organizados. Chega-se ao mesmo destino em ambos os países, a forma como se chega lá é que é diferente. Todos os portugueses que conheço adaptaram-se e começaram rapidamente a dar cartas, sobretudo como excelentes solucionadores de problemas complexos que somos enquanto povo.

Quais são as mais-valias que o ser português tem no seu trabalho?

Trazer a paixão, a mentalidade de que tudo é possível e aquele espírito audaz de trabalho de equipa e de resolução de problemas, que levou este pequeno povo do canto da Europa, em navios frágeis de madeira, a explorar os oceanos e a descobrir o mundo. Além disso, os portugueses tendem a ser muito calorosos e a criar proximidade rapidamente com todos.

Quais são os obstáculos à nacionalidade portuguesa?

Nunca encontrei qualquer obstáculo por parte da empresa ou da sociedade ao facto de ser português. Trabalho num ambiente global. Só a minha equipa tem dez pessoas de oito nacionalidades. Os obstáculos residem mais no nosso modo de ser. Não notamos isto em Portugal, mas, regra geral, quanto mais entusiasmados estamos, mais alto falamos e tendemos a ficar emocionais, tanto de forma positiva como negativa, o que pode fazer com que os outros se sintam desconfortáveis. O entusiasmo dos portugueses causa desconforto.

Como é que lida com isso?

Procurando o meio-termo. Os portugueses adoram ter discussões acesas sobre qualquer tema. Os suecos são mais equilibrados, materializando aquilo que aqui se chama ‘lagom’, uma palavra que define um conceito que faz a apologia do equilíbrio, defendendo as coisas na quantidade certa, nem muito nem pouco.

Que funções desempenha atualmente e que projetos tem em mãos?

Gerir, com um colega, a sala de imprensa global do Ingka Group, que elabora relatórios de ‘earned media’ para equipas globais e para os nossos mercados. Trato também das relações com os media, com a Belén Frau, diretora de comunicações do grupo, e integro o piquete de media. Com regularidade, durante uma semana, sou responsável por responder a jornalistas de todo o mundo sobre temas relacionados com o Ingka Group.

As funções limitam-se à comunicação?

Tenho outros papéis em diferentes equipas para desenvolver a comunicação do Ingka Group, assim como projetos e trabalho de alinhamento com o franqueado. O último projeto em que estou envolvido, e que adoro, é o ano dedicado ao sono que a Ikea está a promover, que começou com o recorde mundial do Guinness, que atingimos na nossa cidade-mãe, Älmhult. Temos várias grandes ações a acontecer em todo o mundo, até ao final de agosto de 2025.

Dos projetos em que tem estado envolvido, qual é o que mais destaca?

Marcou-me particularmente a H22, uma exposição de grandes dimensões que aconteceu na cidade onde vivo, Helsingborg, em 2022. Na altura, fui desafiado a gerar notícias sobre a participação da Ikea na mostra, nos media internacionais. Conseguir trazer cá mais de duas dezenas de jornalistas de quase 20 países, incluindo Índia, Austrália, Coreia do Sul e Portugal.

Qual é o momento que o mercado sueco atravessa, em termos de consumo?

Não trabalho apenas para o mercado sueco, mas para os 31 países onde o Ingka Group está presente. Como trabalho para equipas e porta-vozes globais, é-me difícil ter uma opinião muito detalhada. No entanto, vejo que o mercado sueco está a enfrentar os mesmos desafios económicos que a maior parte do mundo enfrenta, em termos de consumo. Os preços aumentaram em vários bens primários, o mercado imobiliário ressentiu-se e as pessoas estão a refletir mais sobre os produtos que compram.

E em termos de comunicação?

Em termos de comunicação, ainda é um mercado mais tradicional no que toca ao uso dos media e aos pontos de venda. Uma coisa incrível é que o uso de cartões e de pagamentos através das aplicações móveis é pleno. Ainda não estive num único sítio que só aceitasse dinheiro.

Qual foi a experiência profissional que mais o marcou?

O recorde mundial do Guinness que acabámos de obter. Confesso que chorei apenas duas vezes em 23 anos a trabalhar em comunicação. A primeira foi com o ‘Avós n@ Net’, um programa que a Alcatel desenvolveu na antiga sede, em Cascais, para ensinar avós a usar a internet. É indescritível a felicidade de ver idosos com mais de 90 anos a falar pela primeira vez através de câmaras digitais, com os netos que estavam a viver do outro lado do mundo.

Bater o recorde mundial do maior encontro de pessoas vestidas em pijamas com duas peças é a experiência que mais marcou João Santos

Eles choraram, a equipa da Alcatel-Lucent chorou, os jornalistas choraram, eu chorei. A segunda vez foi quando vi os mais de dois mil colaboradores da Ikea na Suécia felizes nos seus locais de trabalho, vestidos com os pijamas que criámos, com um padrão de almôndegas vegetarianas. Três tipos audaciosos da equipa de relações públicas tinham iniciado o processo apenas três meses antes e batemos o recorde.

Do que é que tem mais saudades em relação ao mercado português?

Um pouco da nossa loucura para fazer projetos impossíveis. Adoro o equilíbrio que a Suécia oferece, mas às vezes sinto falta de estar naquele modo em que acreditamos que o impossível é possível ou, como diz o nosso CEO, Jesper Brodin, em modo ‘go bananas’. Felizmente, tenho um CEO e toda uma linha de gestão que considera que para a frente é que é o caminho.

Isso permite-me estar envolvido em vários projetos ousados, respeitando o tal equilíbrio, mas sem medo de falhar em grande. Como Ingvar Kamprad, fundador da Ikea, costumava dizer ‘cometer erros é o privilégio dos ativos’. São sempre as pessoas medíocres, que são negativas, que passam o tempo a provar que não estavam erradas.

Pensa regressar a Portugal?

Por agora, não penso em voltar. As condições aqui são muito favoráveis para a fase de vida em que estou. Tanto eu como a minha mulher vemos a progressão e o desenvolvimento dos nossos percursos profissionais. Os nossos filhos, de oito e 12 anos, estão a viver e a aprender uma cultura totalmente diferente, num contexto internacional.

Gostaria de regressar um dia para concretizar dois sonhos. Um deles é ajudar as cidades a comunicar melhor com os seus cidadãos. Fiz isso com os municípios de Odivelas, Abrantes e Coruche durante os últimos anos no YoungNetwork Group. Adoraria fazê-lo no meu local de nascimento, em Cascais, que já tem uma excelente plataforma de comunicação.

Qual é o segundo sonho?

Seria ensinar a nova geração de relações públicas que me vai substituir, passando-lhes os meus conhecimentos e ajudando-os a dar os primeiros passos no mundo profissional. Gostaria de o fazer voltando às minhas origens, a Escola Superior de Comunicação Social, onde estudei e conheci a minha mulher há 23 anos.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Atualizado às 18h32 com declarações de Vítor Coutinho, CEO da Global Media

Sobre o autorCatarina Nunes

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