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Bauer entra em Portugal focada no “futuro digital”

Negócio de 69,6 milhões de euros concluído. Bauer Media Audio Portugal herda da Media Capital Rádios a liderança das audiências Confiança na equipa que encontrou na agora Bauer Media Audio […]

Rui Oliveira Marques
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Bauer entra em Portugal focada no “futuro digital”

Negócio de 69,6 milhões de euros concluído. Bauer Media Audio Portugal herda da Media Capital Rádios a liderança das audiências Confiança na equipa que encontrou na agora Bauer Media Audio […]

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Negócio de 69,6 milhões de euros concluído. Bauer Media Audio Portugal herda da Media Capital Rádios a liderança das audiências

Confiança na equipa que encontrou na agora Bauer Media Audio Portugal e a aposta no digital. Foram estas as duas mensagens que Richard Dawkins, presidente de Audio do Bauer Media Group, deixou no evento que decorreu na semana passada no Capitólio e que assinalou a entrada do grupo em Portugal.

No dia 31 de maio, o Bauer Media Group anunciou a conclusão do processo de aquisição da Media Capital Rádios ao grupo Media Capital, num negócio avaliado em 69,6 milhões de euros. Agora foi a vez de juntar parceiros, agências e anunciantes para assinalar a mudança de acionistas e de denominação da empresa. “Este é um momento importante para a Bauer Media Audio, uma vez que damos as boas vindas da Bauer Audio Portugal à nossa família. Estamos muito entusiasmados por começarmos a trabalhar juntos. No nosso primeiro dia aqui, na semana passada, foi ótimo ver a vossa paixão e partilha de entusiasmo à medida que construímos o nosso futuro juntos”, disse Richard Dawkins.

“Estamos em Portugal porque amamos a rádio mas também estamos muito entusiasmados com o futuro digital. Pensamos que estamos preparados para crescer, tendo por base os excelentes serviços de rádio em direto”, disse. Dirigindo-se aos colaboradores da Bauer Media Audio Portugal, Richard Dawkins reforçou: “Acreditamos que todos os vossos planos são consistentes, bem estruturados e que têm um futuro brilhante”. A partir de agora “será business as usal”. “Vamos continuar a fazer ótima rádio, ótimo áudio digital e entregar valor aos nossos targets comerciais”, resumiu.

Já antes, quando ficou concluída a compra das rádios à Media Capital, o Bauer Media Group tinha defendido que o mercado português apresenta “fortes oportunidades de crescimento e inovação, nomeadamente em novos formatos digitais, segmentos de negócio pelos quais a empresa é reconhecida em toda a Europa”.

O portfólio da agora Bauer Media Audio Portugal inclui as estações Rádio Comercial, M80, Smooth FM, Cidade FM e Vodafone FM, que reúnem 27 licenças. Destas licenças, uma é de âmbito nacional, outra regional e 25 locais. No mais recente Bareme Rádio, a Comercial registou um novo máximo de audiências, ao alcançar os 20,9 por cento de audiência acumulada de véspera (AAV), com a concorrente RFM nos 19 por cento. A terceira estação mais ouvida do país continua a ser a M80 (7,7 por cento), enquanto a Cidade FM registou 4,7 por cento e a Smooth FM um por cento de AAV. Analisando os resultados por grupo de media, a liderança continuou a pertencer às rádios da agora Bauer (30,6 por cento), enquanto o grupo Renascença Multimedia está nos 27,1 por cento.

Já no NetAudience, a TSF seguiu em abril no primeiro posto, obtendo um alcance digital de 846 mil pessoas. No segundo posto aparece a RFM (614 mil pessoas), enquanto a Comercial fica na terceira posição (513 mil pessoas), ultrapassando a Renascença que em março ocupava esse lugar.

As contas de 2021 da Media Capital referentes ao segmento de rádio apontavam para uma recuperação nos rendimentos operacionais de 13 por cento, passando para os 18,4 milhões de euros. No ano passado, as receitas publicitárias das rádios recuperaram 12 por cento para cerca de 16,9 milhões de euros. Já o item Outros Rendimentos subiu 21 por cento, para os 1,5 milhões de euros. Os gastos operacionais mantiveram-se em linha com 2020, situando-se nos 10,6 milhões de euros. Feitas as contas, a performance financeira de 2021 da Media Capital Rádios resultou num EBITDA de 7,8 milhões de euros (+38 por cento face a 2020). O resultado operacional subiu 52 por cento para os 6,2 milhões.

Sobre o autorRui Oliveira Marques

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Nuno Riça é jurado de ‘shortlist’ de Films em Cannes

“Vai ser uma injeção em dose industrial das melhores ideias do mundo, um privilégio. Pede-se exigência, sentido de responsabilidade e justiça na avaliação, mas conto divertir-me muito pelo caminho”, refere Nuno Riça (na foto), em declarações ao M&P

Catarina Nunes

Nuno Riça, diretor criativo da Bar Ogilvy, é jurado de seleção da ‘shortlist’ na categoria Films do Cannes Lions Festival Internacional de Criatividade. É também o único criativo em representação de agências nacionais a integrar um júri da edição deste ano do festival, que decorre em Cannes de 16 a 20 de junho.

“Espero ver muitos exemplos de excelência daquilo a que a indústria criativa já nos habituou ser capaz, com muita frescura, ‘craft’ imaculado, relevância e impacto. Mas confesso que estou mais ansioso por ver o que nunca pensámos ser possível, o supostamente inconcebível mas que afinal bate certo, ideias que criam um novo padrão”, refere Nuno Riça em declarações ao M&P.

O diretor criativo da Bar Ogilvy, desde 2020, considera que a seleção dos trabalhos a concurso, que posteriormente serão votados para prémio por outro grupo de jurados, “vai ser uma injeção em dose industrial das melhores ideias do mundo, um privilégio. Pede-se exigência, sentido de responsabilidade e justiça na avaliação, mas conto divertir-me muito pelo caminho”.

O trabalho de Nuno Riça é reconhecido nos principais festivais de criatividade e eficácia, em Portugal e no Cannes Lions, incluindo um Leão de Ouro em 2022, ao longo do percurso profissional em que trabalha marcas como Galp, TAP, Millennium, Nestlé, Frize, Olá e Jogos Santa Casa. Nascido em Lisboa, é licenciado em relações públicas e publicidade e começa a estagiar na BBDO, em 2006, como redator. Seguem-se a Strat e a Havas Worldwide, até 2013. Posteriormente, passa cinco anos na Bar Lisboa e transita para a Bar Ogilvy.

Em relação ao desempenho das agências portuguesas, Nuno Riça defende que “precisamos de ganhar consistência em Cannes, temos potencial para isso e acredito que as agências portuguesas podem dar mais um passo nesse sentido este ano”.

O júri de seleção de ‘shorlist’ abrange especialistas globais de todas as indústrias criativas, de 79 mercados e divididos pelas várias categorias do festival, em que o Azerbaijão, Bósnia e Herzegovina, Islândia e Mongólia estão representados este ano pela primeira vez. Marian Brannelly, diretora global de prémios do Cannes Lions, considera que “o júri de seleção de 2025 é um verdadeiro reflexo da natureza global da criatividade hoje. A adição de novos mercados como Azerbaijão, Bósnia e Herzegovina, Islândia e Mongólia é uma prova da crescente influência criativa e das economias dessas regiões”.

Sobre o autorCatarina Nunes

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SaTG amplifica campanha espanhola da Uber Eats com lançamento de restaurantes virtuais

Os ex-futebolistas Gerard Piqué (na foto, à esq.) e Iker Casillas (à dta.) retomam picardias antigas, num projeto que “requereu muita coordenação e resiliência”, revela ao M&P João Ribeiro, sócio-gerente da agência Stream and Tough Guy

O jogo do campeonato espanhol que opõe o FC Barcelona ao Real Madrid CF, no próximo dia 11, está na origem da nova fase da campanha que a Stream and Tough Guy (SaTG) desenvolveu para a Uber Eats.

Entre os dias 9 e 11, a plataforma digital de restauração recupera a rivalidade entre os dois clubes através de três anúncios que mostram os ex-futebolistas Gerard Piqué e Iker Casillas a retomar picardias antigas para promover as bolachas Manitas de Piqué e os palmiers Orejonas de Casillas.

“O maior desafio neste projeto foi conseguir ‘cozinhar’ a opinião de todos os intervenientes nesta receita (SaTG, Uber Eats, La Liga, Gerard Piqué e Iker Casillas) acerca de todos os ingredientes da campanha, a tempo de sair do forno antes do jogo, que é já no próximo domingo. Foi um projeto que requereu muita coordenação e resiliência”, assume ao M&P João Ribeiro, cofundador e sócio-gerente da agência.

As Manitas de Piqué e as Orejonas de Casillas, as duas especialidades gastronómicas comercializadas nos dois restaurantes virtuais que os ex-futebolistas anunciam nos filmes publicitários, criados para televisão e digital, são comercializadas pela Uber Eats em exclusivo, em Madrid e Barcelona.

“Isto reforça a nossa estratégia de querer fazer trabalho a partir de Portugal para qualquer parte do mundo. Além de Espanha, já fizemos trabalhos para países como o Paquistão e os Estados Unidos, entre outros. Temos mais ideias no forno à espera de saírem para outros mercados muito em breve”, desvenda João Ribeiro.

Depois de reacenderem as picardias futebolísticas na última campanha publicitária conjunta, na qual o antigo defesa catalão e o ex-guarda-redes madrileno trocavam piadas sobre ‘manitas’ e ‘orejonas’, a Uber Eats transforma esses símbolos do futebol em produtos reais que os adeptos poderão encomendar em exclusivo, para saborearem nos dias que antecedem o clássico.

“As Manitas de Piqué são bolachas em forma de mão, inspiradas no mítico gesto do catalão após a vitória por 5-0 do FC Barcelona frente ao Real Madrid CF, em 2010. Já as Orejonas de Casillas são comercializadas numa caixa com 15 palmiers, um por cada troféu da Liga dos Campeões conquistado pelo Real Madrid CF”, explica a SaTG em comunicado de imprensa.

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Vendas da Temu e Shein caem com tarifas de Trump

As vendas nos Estados Unidos caíram drasticamente com o aumento de tarifas alfandegárias decretadas por Trump, no início de abril. A Shein regista uma queda de 23% e a Temu de 17%

As vendas da Temu e a Shein estão a cair drasticamente após o aumento das tarifas alfandegárias decretadas por Donald Trump. Na semana de 25 de abril a 1 de maio, as vendas da Shein caíram 23% e as da Temu 17%, de acordo com a análise de dados da Bloomberg Second Measure.

As duas gigantes ‘low cost’ da moda optaram por refletir os novos impostos no preço final dos produtos. Como consequência, o preço médio dos produtos da Shein, por exemplo, subiu entre 30% e 50%. Já os itens de beleza e saúde tiveram um aumento superior a 100%.

Recorde-se que Donald Trump assinou uma ordem executiva que eliminou a isenção “de minimis”, a partir de 2 de maio, para produtos oriundos da China e de Hong Kong, pondo fim ao procedimento que permite o envio de encomendas até 800 dólares (€709) sem cobrar taxas. A Europa também tem este modelo, mas aplicado a um teto de até €150.

Tarifas empurram investimento para a Europa

Com o futuro incerto nos Estados Unidos, a Shein e a Temu reduziram o investimento publicitário nos Estados Unidos e redirecionaram-no para a Europa, especialmente para o Reino Unido e França — embora essa estratégia possa durar pouco tempo, visto que os dois países estão a considerar aplicar medidas repressivas contra as importações ‘de minimis’.

Dados da plataforma económica Sensor Tower, divulgados pela agência Reuters, indicam que, em apenas um mês, a Shein reforçou o investimento publicitário em 35% no Reino Unido e França. Já a Temu aumentou as campanhas em França, em 40%, e no Reino Unido, em 20%.

A mesma plataforma indica que o investimento da Shein em redes como Facebook e Instagram nos Estados Unidos caiu 19%, entre 31 de março e 13 de abril, em comparação com dados do mês anterior. Já a Temu fez um corte ainda maior, reduzindo em 31% o investimento publicitário.
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87% das marcas têm aversão ao risco

Estudo do Cannes Lions revela que só 13% dos anunciantes está aberto a campanhas publicitárias que desafiem a criatividade, com 51% a assumirem incapacidade para gerar ‘insights’ fortes

Os anunciantes estão com mais medo de arriscar. Segundo o estudo ‘State of Creativity 2025: A Call For Confidence’ (na foto), divulgado pelo Cannes Lions, 87% das marcas têm aversão ao risco, sendo que apenas 13% estão abertas a campanhas publicitárias que rompam com os padrões convencionais e desafiem os limites da criatividade.

“Os resultados da pesquisa mostram que, em grande parte devido à falta de ‘insights’ sólidos e de relevância cultural, estamos a ver menos anunciantes a assumir riscos criativos, com muitos a ficarem-se pelos limites tradicionais e a não irem além das convenções, das barreiras que condicionam a confiança criativa e as impedem de gerar melhores resultados comerciais a longo prazo”, revela Patrick Jeffrey, vice-presidente do Lions Advisory, citado no estudo.

De acordo com a análise, que tem por base as respostas de mil ‘marketers’ e criativos de todo o mundo a um inquérito promovido entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, 51% das marcas assumem a incapacidade de conseguir gerar ‘insights’ suficientemente fortes para potenciarem a criatividade das campanhas. Apenas 13% consideram que os que apresentam às agências criativas têm força suficiente para originar anúncios que se destaquem pelo lado criativo.

“A investigação mostra que a aversão ao risco está a atrapalhar as empresas, com 29% das marcas a admitirem ser altamente avessas ao risco”, refere o documento. Além da falta de compreensão e clareza sobre o que constitui um ‘insight’ de boa qualidade, o estudo refere que o tempo alocado para o desenvolvimento de ‘briefings’ mais pormenorizados “tende a ser insuficiente”, até porque essa tarefa “não é considerada das mais prioritárias”.

“No entanto, as marcas que assumem riscos geram margens de lucro quatro vezes superiores, de acordo com pesquisas do World Advertising Research Center (WARC) e da Kantar, e, como relata a Deloitte, as que revelam maior propensão para assumir riscos criativos têm 33% mais probabilidades de ver um crescimento de receitas a longo prazo”, salienta o estudo, que já vai na quinta edição anual.

57% das marcas têm dificuldade em acompanhar tendências

A análise do Cannes Lions defende que, quanto mais forte for a relação entre anunciantes e agências criativas, maior será a capacidade das marcas de desenvolverem ‘insights’ com uma qualidade superior. “Tanto as equipas como os métodos devem ser pluralistas para evitarem preferências pessoais em detrimento da compreensão do consumidor, sendo que o uso de inteligência artificial (IA) e de dados sintéticos pode aumentar a eficiência e reduzir enviesamentos e limitações”, recomenda o estudo.

O inquérito internacional revela ainda que 57% das marcas têm dificuldade em acompanhar tendências e adaptar-se à conjuntura cultural. “O relatório mostra uma correlação positiva entre a capacidade e a perceção dos anunciantes para reagirem a mudanças culturais face à aversão ao risco, com apenas 12% a considerarem que o fazem de uma forma que pode ser considerada excelente”, refere a análise.

“Os desafios que limitam uma maior agilidade cultural prendem-se com as muitas fases que costumam marcar os processos de aprovação, além dos recursos e investimentos limitados e das dificuldades em conseguir alinhar os ‘insights’ das marcas com as tendências culturais. As empresas são aconselhadas a construir estruturas que permitam ações rápidas e estratégicas. As marcas que assumem riscos e que se distinguem criativamente são mais bem sucedidas”, garante o relatório.

“O inquérito deste ano mostra também que os anunciantes estão a migrar cada vez mais para planeamentos de curto prazo, com a percentagem dos que o fazem a aumentar de 53% em 2023 para 63% em 2025”, revela o estudo.

O relatório recomenda aos anunciantes o reforço do investimento na formação. “À medida que as equipas melhoram as suas capacidades, aumenta também o apetite por trabalhos maiores e mais ousados”, assegura Patrick Jeffrey.

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Hollywood em choque com tarifas de Trump sobre o cinema

Apesar da Casa Branca não ter explicado como pretende executar a cobrança fiscal sobre os filmes produzidos fora do país, o anúncio leva à queda nas ações de estúdios como Netflix, Disney e Paramount

Hollywood reage com ceticismo ao anúncio do presidente Donald Trump de impor tarifas de 100% a filmes produzidos fora dos Estados Unidos, uma medida que especialistas da indústria consideram contraproducente.

“Não faz nenhum sentido”, diz Jonathan Handel, advogado do setor de entretenimento, à agência France-Presse. “Se uma cena de ação envolve o Tom Cruise a subir à Torre Eiffel, o que deveríamos fazer? Filmar na réplica da Torre Eiffel em Las Vegas?”, questiona Handel, que explica que filmes como a “Missão Impossível” são rodados fora dos Estados Unidos por razões artísticas.

Numa mensagem na rede Truth Social, Trump pediu ao Departamento de Comércio para “iniciar o processo de instituir uma tarifa de 100% a qualquer filme que chegue ao nosso país e que tenha sido produzido no exterior”. O objetivo, segundo o porta-voz da Casa Branca, Kush Desai, é “salvaguardar a segurança nacional e económica do país”, visando “tornar Hollywood grande novamente”.

Apesar da Casa Branca não ter explicado como pretende executar a cobrança fiscal sobre produções que muitas vezes são filmadas digitalmente e transferidas online ou por unidades de memória, a intenção leva à queda nas ações de estúdios como Netflix, Disney e Paramount.

Trump culpa o governador da Califórnia, o democrata Gavin Newsom, por permitir que outros países atraiam produções de Hollywood. “Outras nações estão a oferecer todo o tipo de incentivos para atrair os nossos cineastas e estúdios para longe dos Estados Unidos”, acrescenta. Trump disse que este é um “esforço concertado” que representa “uma ameaça para a segurança nacional” norte-americana.

Netflix anuncia investimento no México

A verdade é que a indústria foi afetada pela pandemia e, depois, pelas greves de argumentistas e atores que, em 2023, paralisaram todas as produções. Atraídas por incentivos fiscais, ofertas económicas e razões criativas, muitas produções migraram para outros países.

Em 2024, as receitas do ‘box office doméstico’ (que incluem Estados Unidos e Canadá) atingiram os 8,5 mil milhões de dólares (€ 7,48 milhões) uma quebra face aos 8,9 mil milhões de dólares (€7,83 milhões) do ano anterior.

Contudo, estes valores ficam longe dos 11,3 mil milhões de dólares (€9,94 milhões) atingidos em 2019 e também dos 11,8 mil milhões de dólares (€10,38 milhões) de 2018, e que representam um máximo para o box office norte-americano e canadiano, conforme indicam os dados da Statisca.

Dados que explicam a intenção do presidente norte-americano, Donald Trump, de avançar com as tarifas. Este ano, também a Netflix anuncia no México um investimento de mil milhões de dólares (€880 milhões) para desenvolver filmes e programas de televisão ao longo de quatro anos.

A Casa Branca afirma que está a tomar “decisões definitivas relativamente às tarifas sobre filmes estrangeiros”, mas que procura um consenso enquadrado nas orientações de Donald Trump. O Presidente norte-americano também manifesta a intenção de se reunir com representantes da indústria como parte dos esforços para restaurar a atratividade de Hollywood para a produção cinematográfica e impedir a migração de empresas de produção.

“É chocante e não é uma boa situação. Por isso, vamos reunir-nos com o setor. Quero ter a certeza de que estão satisfeitos, porque nos preocupamos com o emprego. É muito importante. É uma grande indústria, mas está a ser muito negligenciada agora”, disse Trump.

A China anuncia no início de abril que vai reduzir “de forma moderada” o número de filmes dos Estados Unidos exibidos oficialmente em território chinês, como uma das respostas às tarifas impostas pelos Estados Unidos.

Como Pequim utiliza um sistema de quotas para limitar o número de filmes estrangeiros exibidos oficialmente nas salas de cinema, uma redução do acesso a este mercado, o segundo maior do mundo a seguir aos Estados Unidos para o cinema, pode afetar as receitas dos estúdios de Hollywood.

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Francisco Faria revela que em Madrid há mais trabalho e concorrência, o que gera também mais pressão e síndrome do impostor FOTO MARJORIE LE GALL
Digital

“Sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade não aparece”

Apesar de trabalhar como modelo e ator, é na criação de conteúdos para redes sociais que está o foco de Francisco Faria (na foto), que muda-se para Madrid para estar num ponto central na Europa, revela na rubrica do M&P De Portugal Para o Mundo

Catarina Nunes

A solidificar a carreira como criador de conteúdos digitais para marcas de luxo, Francisco Faria encontra em Madrid a base ideal para se instalar, por estar a uma hora de Portugal e de outros países onde trabalha, também como modelo.

O vencedor do concurso Model Tour 2013 tem no portefólio desfiles para a Dolce&Gabbana, na ModaLisboa e no Portugal Fashion, de par com editoriais, ‘lookbooks’ e campanhas publicitárias para marcas como Dsquared2, Barbour, Farfetch e Browns Fashion, entre outras.
Em 2024 estreia-se no cinema como ator, no filme ‘Chuva de Verão’, realizado por António Mantas Moura.

É com perfecionismo que agarra as oportunidades que a vida lhe dá e que o levam a ser também o fundador de duas marcas: a Blue Avenue (calções de banho para homem) e a Hurricane Lab (chapéus de ‘cowboy’ feitos em Portugal), que está à venda em cerca de 20 lojas a nível mundial.

Com 154 mil seguidores no Instagram e 240,7 mil seguidores no Tik Tok, Francisco Faria cria conteúdos para marcas de luxo FOTO ORLANDO GONÇALVES

Na rubrica De Portugal Para o Mundo, dedicada a profissionais expatriados, Francisco Faria revela que em Madrid há mais trabalho e concorrência, o que gera também mais pressão e síndrome do impostor. “Muitas vezes sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade, simplesmente, não aparece no momento em que preciso”, explica, acrescentando que “no fim, dá sempre certo”.
Com 154 mil seguidores no Instagram e 240,7 mil seguidores no TikTok, diz que “hoje em dia é muito difícil crescer nas redes sociais”.

Trabalhar fora de Portugal é uma ambição concretizada ou há alguma circunstância que determina a saída?
Sempre tive um pé dentro e outro pé fora do país: nos últimos anos estive a viajar todas as semanas, maioritariamente para Milão, Paris ou Madrid, e surgiu a necessidade de me mudar para um ponto mais central na Europa. Madrid é perfeita para isso. Estou a uma hora de voo de Portugal e de outros mercados onde trabalho.
Além disso, sou muito feliz em Madrid e esta mudança está a fazer todo o sentido. Primeiramente, porque tenho a sorte de ter grandes
amigos cá, que me fazem sentir em casa. A cidade é muito confortável e a cultura é parecida com a nossa, não estranho nada e, profissionalmente, há mais oportunidades na minha área. É uma mudança leve, muito normal.

Quais são as diferenças entre trabalhar em Lisboa e em Madrid?
Em Madrid há mais oportunidades, o mercado é maior. Há mais concorrência também, mas sinto que há espaço para todos. Trabalho nesta área há uns anos e em Lisboa, na área da moda principalmente, não havia muito mais que pudesse conquistar.

Quais são os projetos mais recentes que tem entre mãos?
Divido-me em projetos distintos, mas todos interligados. Tenho duas marcas, das quais orgulho-me muito, a Hurricane, que é uma marca de chapéus feitos à mão em Portugal, com lã natural e biodegradável. E a Blue Avenue, com fatos de banho para homem, também fabricados em Portugal. Enquanto ‘talent’, trabalho como modelo, ator e criador de conteúdos digitais, sendo que as redes sociais são neste momento o meu maior foco, pelo retorno e experiências que me têm trazido.

A trabalhar a partir de Madrid, quais são as mais-valias e os obstáculos de ser português?
Em comparação com outras pessoas que também vêm de fora para Madrid, o ser português aproxima-me mais das pessoas, quer pela cultura como pela língua. Falamos alto como os espanhóis – temos a mesma energia – e mais facilmente entendemos e falamos espanhol do que alguém do Norte da Europa, por exemplo. Senti-me sempre muito bem recebido.

Quais são os desafios, enquanto criador de conteúdos digitais num mercado muito maior do que Portugal?
O facto de haver mais trabalho, concorrência e fluxo gera também mais pressão. Às vezes tenho síndrome do impostor e sinto que o grau de exigência nos conteúdos subiu muito. Muitas vezes sinto-me perdido quando tenho um trabalho e a criatividade simplesmente não aparece, no momento em que preciso. Sou um perfeccionista e tento fazer sempre o mais premium possível, o que nem sempre ajuda. Mas a verdade é que, no fim, dá sempre certo.

As redes sociais são o maior foco de Francisco Faria, pelo retorno e experiências que lhe têm trazido FOTO RENATA LESSA

Qual é o momento que o mercado espanhol atravessa, em termos da procura de marcas internacionais?
Madrid neste momento é um ‘hot spot’ na Europa. Está muito ‘trendy’ e nos últimos anos cresceu muito. Creio que com as complicações que houve em Barcelona, as coisas começaram a acontecer mais aqui. As empresas investiram mais em Madrid e estão a abrir constantemente novos restaurantes, hotéis e ‘cool spots’ como o Soho House.

É um fenómeno semelhante a Lisboa. Quando saio à rua, vejo sempre algo novo, seja uma ‘coffee shop’, uma galeria de arte ou uma loja, o que é refrescante e um reflexo do crescimento da cidade. As marcas internacionais também sentem este movimento aqui, por isso há mais investimento, eventos e ativações todas as semanas, mais até do que em Milão, por exemplo.

Como é que está a evoluir o número de seguidores e de interações que tem nas redes sociais?
Hoje em dia é muito difícil crescer nas redes sociais, mas felizmente os meus números estão a aumentar de forma orgânica e esta mudança ajuda muito.

Madrid funciona também como rampa de lançamento enquanto ator, depois da estreia no cinema em 2024, com o filme ‘Chuva de Verão’?
Acredito que sim, se houver oportunidade para isso. Tenho tido aulas, de representação e de sotaque, e em fevereiro comecei a ter aulas de espanhol. Preciso de evoluir mais, para poder ter projetos de representação em Espanha, mas estou a trabalhar para isso.

Qual é a experiência profissional em Madrid mais marcante, negativa ou positiva?
Estando neste mercado há mais de dez anos consigo tirar sempre alguma coisa de positivo das experiências que acontecem, seja a nível profissional ou até pessoal. Se dermos tempo e – como se costuma dizer – virmos a situação de fora, conseguimos sempre tirar uma aprendizagem. ‘In the end, this is all about the people’. Fora isso, há coisas positivas e negativas em ambos os mercados, há sempre o outro lado da moeda.

Os aspetos positivos e negativos em Espanha e Portugal são os mesmos?
O mercado espanhol é maior, por isso tem a seu favor uma quantidade de atrativos como os orçamentos, a internacionalização e uma economia que ecoa mais, mas a concorrência é enorme.
Em Portugal, sendo mais pequeno, ficamos um pouco mais condicionados, mas reconheço um potencial gigante, nomeadamente em termos de manufatura. A minha marca de chapéus, a Hurricane Lab, por exemplo, é feita 100% em Portugal, pois os nossos materiais são dos melhores. Os outros países reconhecem essa qualidade e já não somos um país tão desconhecido como podemos achar.

Pensa regressar a Portugal?
Sim, o bom filho a casa regressa. Amo Portugal, é o melhor país do mundo, e sou muito ligado à família e aos amigos. Mas neste momento faz mais sentido, profissionalmente e estrategicamente, estar por cá, porque estou focado na minha carreira.
Tenho de aproveitar as oportunidades que a vida me está a dar e voar. Quem sabe se essas oportunidades não irão passar por Portugal. Se surgir um projeto, não descarto a ideia de voltar.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

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Dio Rods destaca-se pelos vídeos sobre o jogo Minecraft; Pedro Timóteo foca-se no universo dos videojogos de futebol; e Wuant publica vídeos com tom humorístico, vlogs e situações do quotidiano FOTO DR
Digital

Dio Rods é o ‘gamer’ nacional com mais interações no Instagram

Pedro Timóteo ocupa a segunda posição, com 31,2 mil interações por vídeo publicado, cerca de um quarto do ‘engagement’ do líder do ranking da Snack Content Portugal, Dio Rods

Catarina Nunes

Dio Rods, criador de conteúdos com tutoriais de construção no Minecraft (na foto, à esq.), é o jogador nacional de videojogos com mais ‘engagement’ no Instagram, com quatro vezes mais interações (129 mil) por ‘reel’ do que o segundo classificado no ranking da Snack Content Portugal.

Com 32,1 mil seguidores no Instagram, Dio Rods (@dio.rods) destaca-se na comunidade digital não só pelos vídeos sobre o jogo Minecraft mas pelas transmissões que faz ao vivo enquanto joga, as partilhas do seu dia a dia e as interações com outros influenciadores.

“Esta mistura de entretenimento com autenticidade faz com que os seguidores se sintam mais próximos, se interessem pelos temas partilhados e interajam bastante”, diz Inês Ramada Curto, codiretora executiva e sócia da Snack Content Portugal, estúdio especializado na criação de vídeo social e de linhas editoriais para marcas nas redes sociais.

A análise, elaborada em exclusivo para o M&P, é feita a partir do programa de dados Tubular para o Instagram, no período entre 1 de janeiro e 7 de abril, considerando a média do somatório de gostos, comentários e partilhas por publicação no formato ‘reels’, de ‘gamers’ nacionais.

De salientar que o Instagram tem vindo a evoluir para uma montra digital, em que os ‘gamers’ partilham os ‘gameplays’, onde aparecem a jogar videojogos, em emissões gravadas ou em direto.

No ranking da Snack Content, Pedro Timóteo (na foto, ao centro) ocupa a segunda posição, com 31,2 mil interações por vídeo publicado, cerca de um quarto do ‘engagement’ do líder da tabela e apesar de ter mais 17 mil seguidores do que Dio Rods, num total de 49,2 mil. Focado no universo dos vídeojogos de futebol, como o FIFA e o PES, Pedro Timóteo (@pedrotim23) é um dos ‘streamers’ mais reconhecidos da comunidade ‘gamer’ em Portugal.

O também embaixador da Adidas “tem uma habilidade natural para criar conteúdo envolvente e interativo no Instagram onde faz transmissões de jogos, dá dicas e conversa com os fãs. Pela consistência e pelo alto nível de capacidade de gerar interações com a sua comunidade tem mantido uma base fiel de seguidores no Instagram”, destaca Inês Ramada Curto.

Começar no YouTube e expandir-se no Instagram

O top 3 da tabela é fechado com Wuant (na foto, à dir.), que começa por ser um dos primeiros ‘gamers’ com mais notoriedade em Portugal, enquanto jogador no YouTube, mas que nos útimos anos tem-se expandido no Instagram.

Com 21,4 mil Interações e 891 mil seguidores no Instagram, Wuant (@wuant) comunica não só os jogos, mas também publica vídeos com um tom humorístico, vlogs e situações do quotidiano.

“Um dos vídeos onde partilha uma simples ida ao ginásio é um dos conteúdos com maior destaque no seu perfil. Esta mistura de entretenimento com ‘lifestyle’ faz com que consiga atrair uma audiência jovem, com a qual dialoga bastante”, explica a codiretora executiva da Snack Content Portugal, que destaca “o número médio de interações por ‘post’ muito robusto e mesmo com uma base de seguidores menos focados em ‘gaming’, consegue gerar uma conexão sólida com a audiência, mantendo a relevância na plataforma”.

Inês Ramada Curto argumenta que, nos últimos anos, o panorama dos jogos digitais em Portugal passa por uma revolução, não só no consumo, mas também na forma como os jogadores se conectam com os seguidores.

“O Instagram tornou-se num dos principais pontos de encontro para esse público, onde as comunidades partilham dicas, novos jogos, eventos, tiram dúvidas e interagem bastante, gerando conversas que conferem cada vez mais tempo passado nesta plataforma. Os ‘gamers’ nacionais estão a saber adaptar-se a esta plataforma e não só mostram as suas habilidades em jogos, mas também partilham o dia a dia, pensamentos e vida pessoal”, argumenta.

RicFazeres (@ricfazeres) é um dos mais antigos ‘gamers’ em Portugal e ocupa o quarto lugar, com 7,6 mil Interações por ‘reel’. O vencedor do All Star Challenge – FPF UFL Challenge powered by Cristiano Ronaldo, campeonato virtual de futebol, joga há cerca de 30 anos e tem 476 mil seguidores no Instagram.

“Publica vídeos nos mais diversos formatos, mas é principalmente nos cortes de jogos que se destaca”, salienta Inês Ramada Curto.

Capacidade de gerar conversas e interações

Tiagovski (@tiagovski555), por seu lado, soma 558 mil seguidores e 5,9 mil interações por vídeo, encerrando o ranking da Snack Content dos cinco ‘gamers’ nacionais com mais interações no formato ‘reels’.

“Publica, como quase todos os outros ‘gamers’, situações do dia a dia, ‘posts’ com memes e vídeos onde faz publicações de conteúdo publicitário”, diz a codiretora executiva da Snack Content Portugal, referindo-se ao ‘gamer’ que começa há 13 anos com um canal de YouTube, como jogador de Minecraft.

Inês Ramada Curto considera que os ‘gamers’ do top 5 se destacam “não só pelo notório talento e perícia para jogar jogos online, mas pela capacidade de gerar conversas e interações, fazendo exatamente o que estas plataformas tanto ambicionam: aumentar o tempo de retenção dos utilizadores na plataforma”.

Para a codiretora executiva de Snack Content Portugal, “o mundo dos ‘gamers’ no Instagram tem evoluído de forma impressionante nos últimos anos, e transformou-se num espaço onde os jogadores não mostram apenas as suas habilidades a jogar, mas também onde comunicam e se relacionam com os seguidores de forma mais pessoal e autêntica”.

Este novo paradigma no universo do ‘gaming’ reflete a crescente importância da construção de uma comunidade online sólida, onde as interações vão muito além dos temas publicados, e são basicamente sustentadas pela proximidade e criação de debates. As plataformas de redes sociais são, cada vez mais, sobre a criação de conteúdos envolventes e estratégicos.

“Apesar de cada um destes perfis de Instagram ter a sua linguagem, originalidade e autenticidade todos eles têm uma característica comum e fundamental: a capacidade de gerar conexões reais com os públicos. Tão importante como publicar vídeos sobre o tema que os caracteriza é jogar o jogo da plataforma e criar um impacto significativo, gerando conversas”, remata Inês Ramada Curto.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

Diretora do Meios&Publicidade
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Coca-Cola é alvo de boicote e tenta distanciar-se de Trump

Na Dinamarca ou no México, várias marcas americanas têm sido alvo de uma rejeição por parte do consumidor. A Coca-Cola é uma das visadas, e está a tentar dissociar-se das políticas da Administração Trump.

Na Dinamarca, no México e em outros países na mira de Donald Trump, as marcas americanas ou associadas ao milionário Elon Musk têm sido alvos de uma rejeição por parte do consumidor. A Coca-Cola é uma das visadas, e está a tentar dissociar-se do governo norte-americano.

No caso dos consumidores dinamarqueses, segundo declarações da empresa de cerveja Carlsberg, que engarrafa a marca americana no país, o ‘boicote’ à Coca-Cola é uma resposta à política externa dos Estados Unidos, refletindo a indignação dos dinamarqueses com as ameaças de Donald Trump de invadir e tomar o território da Groenlândia.

Jacob Aarup-Andersen, CEO da Carlsberg, revela que as vendas da bebida mais famosa do mundo “estavam ligeiramente em baixa” na Dinamarca, o único mercado onde a empresa observa esse fenómeno em larga escala. Em declarações à Reuters, o CEO da Carlsberg refere que as marcas nacionais, como a Jolly Cola, estão a ganhar espaço no mercado dinamarquês “devido ao boicote dos consumidores em relação às marcas americanas”.

A rede local de supermercados Rema confirma o fenómeno e relata um aumento de 13% nas vendas da Jolly Cola em março, em comparação com o mesmo período de 2024.

Jacob Aarup-Andersen lembra ainda que tanto a Coca-Cola como a Pepsi – marca que a Carlsberg também engarrafa – vendidas na Dinamarca são produzidas em fábricas dinamarquesas por trabalhadores dinamarqueses. “Por isso, na nossa perspetiva, estas são marcas dinamarquesas”, afirma, acrescentando que a Carlsberg não é a favor nem contra boicotes e que respeita as decisões dos consumidores.

No México, o cenário é idêntico. Segundo a Femsa, engarrafadora do produto no país, verifica-se uma quebra de 5,4% no consumo de Coca-Cola. A empresa atribui a desaceleração das vendas às tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e o México. Além disso, os clientes hispânicos que vivem nos Estados Unidos também têm consumido menos por conta das deportações em massa da Casa Branca.

Perante estes dados, o CEO da The Coca-Cola Company, James Quincey, fala num sentimento “antiamericano”, mas garante que a empresa está mobilizada para recuperar dos ataques.

Coca-Cola supera estimativas no 1º trimestre

No primeiro trimestre do ano, a Coca-Cola totaliza 3,33 mil milhões de dólares (€2,931 milhões) de lucro, um aumento de 5% relativamente ao ano anterior, segundo dados apresentados no final do mês de abril. A faturação da multinacional cedeu 2%, face ao período homólogo, para 11,12 mil milhões de dólares (€9,781 milhões).

Destaca-se a venda dos refrigerantes com gás, que cresceu 2%, impulsionada pela Europa, Médio Oriente, África e Ásia-Pacífico. Os sumos, produtos lácteos e as bebidas vegetais tiveram um acréscimo de 1%, enquanto a água, bebidas desportivas, café e chá avançaram 2%.

James Quincey, CEO da The Coca-Cola Company, destaca a estratégia da empresa para lidar com qualquer situação, acrescentando que “apesar da pressão nos principais mercados, a força da nossa presença global permitiu-nos navegar com sucesso num ambiente externo complexo. Ao mantermo-nos fiéis ao nosso objetivo e próximos do consumidor, estamos confiantes na nossa capacidade de criar valor duradouro a longo prazo”, conclui. Para 2025, a empresa espera um crescimento das receitas de 5% a 6%.

 

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Grupo Gate adquire participação maioritária na Naughty Boys

“Os primeiros projetos focam-se na criação de campanhas integradas para figuras públicas, no desenvolvimento de estratégias de ‘personal branding’ e no aproveitamento de novos formatos digitais”, avança ao M&P Marta Machado, CEO do Grupo Gate

O Grupo Gate, grupo que integra empresas especializadas em comunicação, marketing digital, criação de conteúdos e gestão de eventos, acaba de adquirir uma participação na Naughty Boys, entrando oficialmente no universo da gestão de talentos e do marketing de influência. Embora o grupo não revele oficialmente a percentagem que adquiriu, fonte envolvida no processo esclarece “que se trata de uma posição maioritária”.

“Esta operação visa fortalecer a presença do Grupo Gate no mercado da gestão de talentos e marketing de influência, combinando a sua experiência em comunicação e marketing digital com a especialização da Naughty Boys na gestão de talento e influência. O objetivo é criar sinergias e oferecer soluções mais completas e inovadoras para talentos e marcas”, explica ao M&P Marta Machado (na foto, à esq.), CEO do Grupo Gate e sócia da Naughty Boys, que passa a ter Francisco Salgueiro e João Belo (à dir.), cofundadores da agência, como sócios.

Apesar da integração estratégica do portefólio de serviços do Grupo Gate, a agência de influência mantém a identidade e a autonomia. “A Naughty Boys mantém a equipa e a forma de trabalhar, mas, ao mesmo tempo, passa a beneficiar de sinergias com o Grupo Gate, em áreas como estratégia de comunicação, media, conteúdos e planeamento digital”, esclarece Marta Machado.

A estratégia passa por desenvolver iniciativas conjuntas que tirem partido da experiência em gestão de talentos da Naughty Boys e da expertise em comunicação estratégica e marketing digital do Grupo Gate. “Os primeiros projetos focam-se na criação de campanhas integradas para figuras públicas, no desenvolvimento de estratégias de ‘personal branding’ e no aproveitamento de novos formatos digitais para amplificar a presença dos talentos no mercado”, refere a responsável.

Negócio potencia estratégias digitais de proximidade

Fundada em 2013, a Naughty Boys representa as atrizes Daniela Ruah, Carolina Carvalho, Sara Matos, Margarida Vila Nova e Beatriz Frazão, os atores João Reis, Lourenço Ortigão e Pêpê Rapazote, as apresentadoras Catarina Furtado e Maria Cerqueira Gomes, as cantoras Carminho e Nenny, o bailarino Marcelino Sambé, a designer Luísa Rosas, o chef Kiko Martins e a surfista Joana Schenker.

“Ao tornar-se parte de um grupo com um portefólio de serviços diversificado, a agência ganha maior capacidade para alavancar a visibilidade, o posicionamento e o crescimento sustentável das carreiras que gere. Com o suporte estratégico do Grupo Gate, a Naughty Boys passa a beneficiar do acesso a novos recursos e plataformas tecnológicas que potenciam significativamente a capacidade de atuação”, salienta João Belo.

Para o grupo liderado por Marta Machado, o negócio agora concretizado representa a possibilidade de desenhar projetos integrados onde talento, criatividade, inovação e influência se fundem para aumentar a notoriedade das marcas e potenciar o volume de faturação das empresas.

“Para os nossos clientes, isto significa acesso a estratégias mais humanizadas, narrativas mais impactantes e ligações mais verdadeiras com o público. Passamos a ter uma resposta mais completa para marcas que procuram não só visibilidade, mas envolvimento real com o público, através de rostos credíveis e bem posicionados no panorama mediático”, sublinha a responsável.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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WPP acaba com GroupM e prepara despedimentos

O grupo britânico, que emprega cerca de 40 mil pessoas em todo o mundo, deixa cair a marca com duas décadas para dar origem à WPP Media. A notícia é avançada pela Ad Age

O WPP prepara-se para substituir o GroupM pelo WPP Media, uniformizando a designação, à semelhança do que fez o Publicis Groupe com a Publicis Media e o Grupo Omnicom com o Omnicom Media Group. A notícia é avançada pela Ad Age, que indica que o grupo britânico, que emprega cerca de 40 mil pessoas em todo o mundo, um terço da força produtiva do WPP, prepara-se para reduzir o número de colaboradores.

“2025 será um ano de transição”, tinha avisado Brian Lesser, citado na Adweek, quando assumiu o cargo de CEO global do GroupM, em setembro de 2024, substituindo Christian Juhl. No entanto, em declarações à publicação, fonte da empresa não confirma as informações. “Não comentamos especulações”, diz fonte do GroupM à Adweek.

O WPP também não comenta o plano de despedimentos que, segundo a Ad Age, está a ser delineado para avançar ainda antes do verão, em simultâneo com a troca de designação de GroupM, que integra as agências Mindshare, Wavemaker, EssenceMediacom e T&Pm, por WPP Media, sendo que a empresa detém ainda o GroupM Nexus, a Choreograph e o GroupM Motion Entertainment.

O GroupM, responsável pelo planeamento, compra e análise de meios de marcas como Airbnb, Coca-Cola, Google, Adidas e Ford, negoceia anualmente cerca de 60 mil milhões de dólares (€52,9 mil milhões) em publicidade em televisão, plataformas digitais, imprensa e outros suportes, em todo o mundo.

No relatório de apresentação de resultados de 2024, o WPP reportou uma receita de 14,7 mil milhões de libras (€17,3 mil milhões), menos 0,7% face a 2023. No primeiro trimestre deste ano, o grupo anuncia uma receita de 3,2 mil milhões de libras (€3,7 mil milhões), o que corresponde a uma quebra de 5% em comparação com o mesmo período de 2024.

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