We Are Social antecipa regresso às origens na comunicação das marcas nas redes sociais
Em 2025, a comunicação vai ser mais espontânea, provocadora e despreocupada, com 59% dos ‘marketers’ a assumirem mais riscos e 96% deles a alcançarem resultados. “Associem-se a influenciadores que não tenham medo de viver experiências autênticas e não sejam púdicos nas imagens que apresentam”, recomenda a We Are Social

Luis Batista Gonçalves
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A agência criativa We Are Social, focada em redes sociais e marketing de influência, antecipa o regresso às origens na comunicação das marcas, com as mensagens publicitárias a recuperarem espontaneidade, provocação e leveza, nas experiências online e nas redes sociais, que se têm vindo a perder com a ditadura do politicamente correto.
De acordo com o estudo ‘Think Forward 2025–The Liveable Web’, que identifica cinco tendências que estão a marcar a forma como as marcas comunicam, assiste-se a um ‘renascimento primordial’, uma das novas correntes identificadas. “Em 2024, houve um ressurgimento da espontaneidade, da provocação, do hedonismo e do recurso a expressões não filtradas, reivindicando o valor da liberdade”, refere o documento.
Redes sociais e internet de baixo risco é outra das tendências a marcar a comunicação das marcas em 2025. “Os espaços online estão a voltar a ser lugares de escapismo e descontração. Uma nova internet, mais descontraída, está a emergir, nostálgica pela sua era dourada, no início da década de 2000”, aponta o estudo, dando como exemplo o interesse em figuras animadas como as personagens do jogo Pokémon TCG Pocket e o revivalismo em torno dos Ursinhos Carinhosos.
A We Are Social elenca ainda o consumismo intencional como outra das realidades, que vão obrigar as marcas a rever a forma como comunicam. “As pessoas, especialmente as gerações mais jovens, estão mais conscientes da sustentabilidade quando fazem compras. Preferem bens práticos e duráveis e são mais criteriosos na forma como gastam o seu dinheiro”, refere a análise.
A influenciadora digital Andreea Tolomeiu, conhecida como L’Influencer_onesta, personifica essa tendência. A italiana ganha popularidade com as avaliações imparciais de produtos de beleza que faz nas redes sociais, comprando artigos de forma independente e recusando colaborações com marcas.
A quarta corrente identificada prende-se com a criação e a recriação de mitos modernos. “A cultura pop é cada vez mais filtrada pelas lentes de criadores, que a moldam e reinterpretam com o seu conteúdo. O resultado é uma internet repleta de referências ocultas, que as pessoas gostam de descobrir, criando uma experiência de entretenimento mais profunda e envolvente”, refere o estudo.
Um dos exemplos que a We Are Social aponta para esta tendência é o lançamento da coleção de moda outono/inverno 2024/24 da Peachy Den, que recorre a uma colaboração com a influenciadora digital Olivia Neill e o realizador Jake Erland, para recriar uma cena icónica do filme ‘O Diabo Veste Prada’.
A We Are Social prevê também o crescimento daquilo que apelida de ‘novas intimidades’. “Os consumidores procuram um sentido de pertença mais forte dentro das comunidades e dos grupos de fãs, motivados pelo desejo de se sentirem parte de algo maior. Este sentido de comunidade também se estende offline”, assegura a análise da agência.
O estudo da equipa Cultural Insights da We Are Social utiliza análises qualitativas e culturais, com pesquisa documental validada por especialistas próprios em quatro continentes, apoiada por uma pesquisa com 500 ‘marketers’ nos Estados Unidos e no Reino Unido. Com base nesta informação, a We Are Social faz uma análise temática para identificar as cinco tendências emergentes, que estão a moldar o futuro das redes sociais.
O estudo revela ainda que os profissionais de marketing que têm seguido as novas correntes estão a atingir as metas traçadas, com 59% dos ‘marketers’ a revelarem que assumem mais riscos e 96% a afirmarem que essa estratégia lhes tem permitido alcançar resultados.
“Não tenham medo de arriscar. A aposta em emoções mais cruas permitir-vos-á destacarem-se face aos vossos concorrentes. Associem-se a influenciadores que não tenham medo de viver experiências autênticas e não sejam púdicos nas imagens que apresentam”, recomenda a We Are Social nas conclusões do estudo.