Administrador de insolvência da TiN aguarda transferência de verbas de Luís Delgado para definir estratégia para dia 29
“Não se verificando essa entrada de capitais nos próximos dois a três dias, vou pedir, em sede de assembleia de credores, a inversão da ordem de trabalhos, sugerindo que se avance para a liquidação”, revela ao M&P André Correia Pais

Luis Batista Gonçalves
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André Correia Pais, administrador de insolvência da Trust in News (TiN), aguarda a transferência de verbas de Luís Delgado que garante o pagamento dos impostos vencidos a 20 de janeiro e dos 75% dos salários de dezembro em atraso, para definir a estratégia a apresentar na assembleia de credores decisiva para o futuro da empresa, agendada para dia 29.
O relatório de André Correia Pais propõe a continuidade da empresa e suspensão da liquidação da massa insolvente, desde que o empresário e ex-administrador do grupo de media cumpra o prometido. “Não se verificando essa entrada de capitais nos próximos dois a três dias, vou pedir, em sede de assembleia de credores, a inversão da ordem de trabalhos, sugerindo que se avance para a liquidação”, revela ao M&P André Correia Pais, sem especificar valores.
Sendo as dívidas regularizadas, o administrador de insolvência da TiN não vê razões para os credores não ouvirem as propostas de viabilização da TiN que existem. “Existe um plano [de Luís Delgado] que entendo que devem ter oportunidade de analisar, se o entenderem. A decisão é sempre dos credores. Podem nem sequer olhar para o plano, mas entendo que deve ser posto à consideração, esse e qualquer outro que possa existir”, ressalva André Correia Pais.
A receção das verbas condiciona a estratégia que está a definir para a assembleia de credores. “A ordem das propostas [a discutir] não é aleatória. Tenho o compromisso de haver uma entrada de fundos que permitam regularizar os valores que se encontram vencidos, o dos impostos de dia 20, que já deveriam ter sido pagos há dois dias, e o dos restantes salários dos trabalhadores, referentes ao mês de dezembro. Entrando esses fundos, os valores são regularizados e deixa de haver o incumprimento de algumas das dívidas imputadas à massa insolvente”, esclarece André Correia Pais.
A proposta da continuidade da empresa e da suspensão da liquidação da massa insolvente vai discutida pelos trabalhadores, que convocaram dois plenários para a próxima semana. “Neste momento, só nos resta trabalhar, para o grupo estar o mais saudável possível financeiramente quando for a assembleia de credores. As nossas hipóteses de sobrevivência dependem disso. Na nossa opinião, a venda de revistas será sempre uma parte da solução para a TiN”, defende Rui da Rocha Ferreira, representante dos trabalhadores do grupo de media.
Até dia 29 podem juntar-se novas propostas às que já existem, pelo que o futuro da TiN continua indefinido até lá. “Nenhum caminho está trilhado, todas as opções estão em aberto”, sublinha o administrador de insolvência. Caso os credores chumbem as propostas de viabilização da empresa, que detém a Visão, a Caras, a Exame, a TV Mais, a Activa, a Prima e a Telenovelas, a liquidação do património da insolvente e o encerramento do grupo de media é o desfecho mais provável.