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“Não vejo um desafio maior do que transformar o jornal A Bola”

Um grande desafio. É assim que Luís Pedro Ferreira encara o regresso ao jornal A Bola, onde começou como estagiário e onde regressa, 20 anos depois, como diretor para liderar […]

Sónia Ramalho
Destaque M&P Exclusivo

“Não vejo um desafio maior do que transformar o jornal A Bola”

Um grande desafio. É assim que Luís Pedro Ferreira encara o regresso ao jornal A Bola, onde começou como estagiário e onde regressa, 20 anos depois, como diretor para liderar […]

Sónia Ramalho
Sobre o autor
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Um grande desafio. É assim que Luís Pedro Ferreira encara o regresso ao jornal A Bola, onde começou como estagiário e onde regressa, 20 anos depois, como diretor para liderar a transformação digital do projeto. Ao M&P, Luís Pedro Ferreira revelou o que está a ser preparado, a mudança de instalações da mítica redação no Bairro Alto para as Torres de Lisboa, a manutenção do jornal em papel e da Bola TV, e como se consegue manter uma equipa motivada, após a redução de quadros levada a cabo com a entrada do grupo Ringier. Uma entrevista dada em conjunto com André Domingues, responsável comercial, que revela a aposta nos conteúdos em vídeo e no branded content.

A compra do jornal A Bola pelo grupo suíço Ringier Sports Media Group (RSMG) à Sociedade Vicra Desportiva SA, incluindo A Bola (jornal, digital e televisão), bem como a revista AutoFoco à Vicontrol SGPS SA, deu início à implementação de uma estratégia para o mítico jornal desportivo, focada no digital, e que obrigou a um despedimento coletivo, tendo o RSMG garantido que as mudanças são “inevitáveis” para garantir o futuro do projeto. Ao M&P, Luís Pedro Ferreira abre o jogo sobre as restruturações que estão em marcha e revela a tática de jogo rumo a uma transformação digital.

Foi jornalista no jornal A Bola entre 2005 e 2006. Como é regressar após todos estes anos?
É um grande desafio. A marca e a história do jornal assim o ditam, mas encaro-o com otimismo pela missão que tenho pela frente. A Bola dificilmente se esquece. Foi onde comecei como jornalista, na altura como estagiário, e depois saí para outras aventuras. Agora, muitos anos depois, volto com uma posição diferente, que encaro com grande otimismo.

Como surgiu o convite para assumir a direção d’A Bola?
Estava no Mais Futebol quando recebi o convite do Felipe Montesinos Gomes, o novo diretor-geral, que me deixou surpreso. Já era publico que a Ringier estava em negociações com a Sociedade Vicra e, quando ele me ligou, ouvi o que tinha para me dizer.

O que o fez tomar a decisão?
O desafio. Para quem, como eu, passou muitos anos no jornalismo desportivo, não vejo um desafio maior do que transformar o jornal A Bola. Havia uma perceção geral do que era o jornal e daquilo que deveria ser. E é esse caminho que queremos fazer, uma transformação.

O que é A Bola e o que queria que o jornal fosse?
Vamos fazer uma transformação digital. Já todos sabemos qual o caminho que A Bola tem de tomar e vamos ter uma estratégia integrada nesse sentido. O paradigma é muito diferente, não só a nível editorial, mas a nível da empresa, de fazer uma grande transformação para trazer A Bola para uma era moderna, para algo que é absolutamente necessário fazer por uma série de razões estratégicas, a começar pela sustentabilidade financeira da empresa. Colocarmos A Bola numa nova era digital, com uma estratégia integrada de papel, vídeo, TV e redes sociais, que a catapulte. A marca já existe, todos reconhecemos o seu valor, mas é preciso mudar de estratégia. A Bola estava muito agarrada ao papel, sente-se muito o seu peso. Tinha uma equipa que trabalhava no digital e a inversão desse paradigma é o que nos propomos e tenho a certeza de que o vamos fazer.

Querem dar mais importância ao digital, mas o papel continua a manter a sua importância?
O papel faz parte da estratégia e é para manter, assim como a Bola TV. Para manter e desenvolver. Acreditamos que, tanto o papel, como o canal de televisão fazem parte da nossa estratégia. São plataformas que queremos desenvolver e apostar.

Querem desenvolver essas áreas, mas com a reestruturação da equipa vão ter menos pessoas. Como se equilibram as contas?
É um bom desafio. Temos outro tipo de ferramentas disponíveis, em termos tecnológicos, e o jornal tem saído todos os dias, por isso é possível. A nossa transformação também é cultural e a estratégia passa por uma aposta digital, que vamos ter de desenvolver e estamos a dar vários passos para que essa estratégia seja integrada. Mas o papel tem uma missão a cumprir dentro do nosso paradigma digital. Não pode viver isolado e, portanto, é por aí que queremos ir. É verdade, houve pessoas que saíram porque há uma questão de sustentabilidade financeira que tem de se cumprir.

A reestruturação já terminou ou ainda está a decorrer?
Chamo-lhe uma transição suave. Não estamos onde queremos chegar. Está em curso, mas suavemente. Entrei no início de setembro, estou há três meses no jornal e estamos a fazer esse caminho, que não se faz de um dia para o outro.

Quando as rescisões vão terminar?
Neste momento, houve uma grande saída e a equipa que tenho, neste momento, é a que se mantém.

Quantas pessoas ficaram na equipa?
Depende da equipa. Se falarmos só de jornalistas, temos uma equipa de cerca de 50, que estão a fazer um processo de transformação. Alguns já tiveram algum contacto com o mundo digital, mas temos de lhes dar ferramentas para perceberem e entenderem o que é o novo paradigma do jornal A Bola.

Esses jornalistas estão a receber formação para essas novas tecnologias?
Sim. É um processo contínuo, que não se faz de um dia para o outro. Já começaram a ter formação de SEO, por exemplo, e têm novas ferramentas ao dispor. São os primeiros passos de um grande caminho que temos para percorrer.

Como se mantém uma equipa motivada face a toda a turbulência que tem acontecido?
Apontando-lhes o futuro, fazendo perceber porque o paradigma mudou e colocando uma cultura de maior abertura em relação ao que é o universo da empresa. Hoje, se perguntar às pessoas d’A Bola, acho que têm mais informação sobre o que é a empresa e o modelo de negócio do que tinham antes. Apontar-lhes o caminho, mostrar-lhes que ainda não estamos onde queremos estar. Seria impossível, em tão pouco tempo, já ter tudo montado. O André Domingues (ver caixa) entrou em outubro e tem uma parte importante na estratégia do modelo de negócio porque não há outra possibilidade de fazer jornalismo sem o contributo da área comercial.

Quando dizem que querem aumentar a área digital, já eram a publicação com mais visualizações e mais pageviews. Qual o objetivo?
Sabemos que o tráfego traz receita, mas o universo digital não se faz só de tráfego de um site.
André Domingues: Não existem empresas que não tenham sustentabilidade financeira. Um dos principais objetivos é transformar o novo jornal A Bola numa empresa com resultados positivos. Esse é o nosso foco. Não só pela monitorização do inventário que temos atualmente, como criando negócios das mais variadas formas. O mundo dos meios tem-se adaptado às condições que são sempre difíceis nos media, construindo novas áreas de produção de conteúdos, o programático que, n’A Bola sempre foi muito forte, todas estas ramificações dentro do que é a receita dos meios acaba por ser a nossa aposta. Tentar que este negócio se torne forte e sustentável.

A maior aposta no vídeo é para gerar mais receitas?
Sim. Basta perceber quais as redes sociais que estão como first mover e percebemos a tendência de acompanhar o TikTok, a forma como cresceu a grande velocidade. Está completamente assente em vídeo. As pessoas consomem media cada vez mais por vídeo e a nossa estratégia – de produção de conteúdos em vídeo – é um foco estratégico muito importante. Daí a mudança de instalações para os novos escritórios nas Torres de Lisboa.
Luís Pedro Ferreira: Quando se fala de uma estratégia digital, há a tendência a olhar só para o site, mas o universo digital d’A Bola é muito maior. Estamos a falar de redes sociais, onde temos números bastante expressivos, e não queremos ficar por aí. Queremos crescer, expandir para outras redes sociais, inaugurámos o canal de WhatsApp e temos quase 60 mil seguidores, onde partilhamos capas e conteúdo editorial. Começámos o nosso TikTok, que ainda é bastante recente, mas está a ter um desenvolvimento bastante positivo. Esta é uma estratégia digital que vai muito além do site e a estratégia de vídeo passa também por aí, sabendo que temos um canal que tem de ser alimentado. Por exemplo, uma das estratégias passa por ter mais produção própria de vídeo.

Quando fala em produção própria, é a redação que vai produzir esses vídeos?
Temos uma equipa de vídeo, mas a redação também produz os seus próprios vídeos. Se virmos o acompanhamento dos jogos ao vivo – algo que vamos melhorar significativamente – já o fazem. A redação tem hoje um drive muito diferente, são jornalistas do presente.

Como conseguem fazer mais e melhor com uma equipa reduzida?
Esse vai ser o nosso segredo. Toda a operação é diferente, é mais ágil e vamos mostrar que vamos conseguir fazê-lo.

Têm uma meta definida quanto a objetivos a alcançar?
Estamos em processo de definição quantitativa, mas vamos ter. Não há projetos sem metas, sejam quantitativas ou qualitativas. Estamos numa fase de transição de processos e temos de perceber e ter a clareza daquilo que temos pela frente para depois apontarmos para este objetivo.
AD: Temos objetivos definidos por cada departamento, não é só uma questão de faturação. Todos, como empresa, estamos envolvidos num objetivo comum, que passa pela partilha destes objetivos das partes.

Faz parte da estratégia apostar em podcasts?
LPF: Sim, videocasts é a designação mais correta. Esperamos ter novidades no início no primeiro trimestre do ano. Estamos em mudança de instalações, para as Torres de Lisboa, que está agendada para o primeiro trimestre, o que nos causa alguns obstáculos logísticos e que podem levar a atrasos no cronograma.

Como se processa a mudança de instalações de um local histórico para novas instalações. É um tema sensível?
É um tema curioso. Não tenho dúvidas que a maioria das pessoas que trabalham n’A Bola percebe o peso histórico que é sair do Bairro Alto, mas acho que estão com alguma ansiedade de sair para instalações mais modernas, com open space, e não ficar num edifício antigo, que é um obstáculo para o que queremos implementar.

Estão a preparar mudanças para apresentar um novo website?
Há um roadmap que vai ser seguido, em termos de desenvolvimentos quer no front-end, como no back-end, mas o que chega às pessoas é o front-end, a parte visível. Vamos trabalhar em várias soluções e vários produtos. Já começámos a fazer algumas alterações pontuais, só visíveis aos olhares mais atentos, mas vamos fazer algumas mudanças. Não há outra forma de trabalhar no digital. Quem não trabalhar no fio da navalha não consegue acompanhar o ritmo. Tanto no desenvolvimento de produtos, como no layout da homepage e dos artigos, temos de estar sempre atentos ao que é novo e mais de acordo à experiência do utilizador.

No papel também vão ter alterações no layout?
É possível, mas essa é uma mudança que não está nas minhas prioridades. Penso que o último layout do jornal A Bola tem mais de 10 anos. O design está sempre em cima da mesa, o próprio tamanho dos jornais mudou ao longo dos tempos para se adaptar aos leitores.

Têm uma preocupação em atingir um publico mais jovem?
Isso é uma preocupação de todos, é constante. Temos sempre de olhar para as gerações que estão a chegar, pois consomem informação de forma muito diferente. Esse é um dos desafios na transformação digital: como chegar às pessoas, tenham elas 70 ou 15 anos. É um grande desafio, mas é a parte divertida. Olhar e perceber alguns hábitos de consumo das gerações mais novas, que são completamente diferentes, e perceber como vamos servir notícias a estas gerações. Daí que tenha de ser uma estratégia integrada não só do papel, como do website e das redes sociais, onde estas gerações passam mais tempo e onde são impactadas.

O papel nunca esteve em causa?
Não.

Mas vão dar mais importância ao digital?
O paradigma tem de ser invertido. A nossa força motriz vai ser o digital, não propriamente o papel, e isso é claramente assumido. Há um chavão que se utiliza, que é o digital first. Quando fui convidado para assumir o cargo, perguntei: ‘é mesmo para ser digital first? Então vamos a isso’. Atinjo o digital first na redação quando todos pensarmos em criar um produto, seja uma reportagem, uma entrevista ou um produto para o Euro 2024 em que o acelerador vai ser completamente digital. Vou pensar o produto digital e os outros vão à volta, essa é a força motriz que temos e os números são claros, é impossível ignorá-los. Venho de um ambiente completamente digital e deixei claro, no primeiro momento, que queria abraçar um projeto digital e não um projeto que estivesse virado para o papel, porque acho que o caminho que se deve tomar é este.

Não retira importância ou destaque ao papel?
O papel é a marca da marca, gostamos de cuidar dele e haveremos de continuar a cuidar dele. Temos muito zelo pelo que fazemos, mas a nossa força motriz é o digital. Ainda assim, o papel é para continuar, tal como A Bola TV.

Com a sua entrada para a direção do jornal, como fica a situação do João Bonzinho, ex-diretor do jornal?
O João Bonzinho faz parte da equipa, mas terá um papel diferente no futuro do jornal A Bola. O João tem sido colaborante durante todo este período, tem muito sentido de estado, mas vai passar a ter um papel diferente. A forma como o fará é uma questão que está em aberto.

5 perguntas a André Domingues, head of sales and partnerships

Foto: Frame It

“O mercado do betting é estratégico para A Bola”
–––
O que já está definido para a estratégia comercial d’A Bola?
A estratégia passa pela transformação digital, que vai desde a produção de conteúdos a tudo o que são os media nos nossos dias. A Bola é um site com um tráfego imenso. Estamos a falar, mensalmente, de cinco milhões de pessoas, 150 milhões de pageviews, ou seja, uma dimensão como não existe em nenhum outro. Temos a oportunidade de trabalhar numa love brand. Num mercado com tantas fragmentações, com tantos jornais e revistas – alguns deles desportivos integrados em grupos com outros sites – mesmo assim não conseguem ter a audiência e a cobertura que A Bola tem. Ao fazermos esta transformação digital vamos olhar para estes números, que vão ser a nossa ferramenta de trabalho.

Quanto ao mercado das apostas desportivas, vão fazer apostas dentro do site? Como vai funcionar?
O mercado do betting é estratégico para A Bola. São parceiros de negócio e temos um ativo valiosíssimo para eles – pessoas que se interessam por desporto. Já eles têm a capacidade de apoiar negócios que são sustentáveis. Comercialmente, olhamos para o betting a duas mãos, para que a experiência na ótica do leitor seja positiva e para que as marcas olhem para A Bola como um dos principais ativos para conseguirem angariar clientes. Todas as marcas que tenham licença para operar no nosso mercado são potenciais parceiros d’A Bola.

Essas apostas aparecem numa área específica do site?
Essa é uma das mudanças que queremos implementar no mercado. O objetivo é criar uma relação de parceria ao ponto de trabalhar nas propostas para que sejam tailor-made para cada um dos operadores. Estar a padronizar botões e tentar criar relações rotativas é a última coisa que pretendemos fazer. A estratégia comercial passa por construir propostas que respondam com objetividade aos desafios. E já estamos a trabalhar desta forma. Em 2024 vão entrar novos operadores no betting, há licenças que estão a ser emitidas e é uma área que vai crescer. Como tal, queremos estar na linha da frente, a trabalhar com as marcas de forma a conseguir trazer-lhes valor acrescentado para o negócio.

Como está o programmatic?
Cada vez mais as marcas investem, dentro do que é o long-tail das suas campanhas, em ferramentas para compra de inventário de uma forma programática. Isso obriga a que estejamos ligados às marcas, para que nos reconheçam como um parceiro estratégico para amplificar as mensagens, com um departamento que esteja próximo e que desenvolva um trabalho de parceria com o mercado da publicidade nacional.

Muitos grupos editoriais têm uma área de branded content. Também faz parte da vossa estratégia?
Passa pela nossa estratégia criar uma área de negócio, olhar para o branded content porque é claramente uma fonte de receita importante nos dias de hoje. Olhamos para essa área como um projeto a curto prazo, vai ser uma aposta para 2024.

Sobre o autorSónia Ramalho

Sónia Ramalho

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Marcas pequenas ganham às grandes nas interações em vídeos no Instagram

A maioria das cinco marcas nacionais com mais interações em vídeos no Instagram em 2024 são de menor dimensão e encontram-se em nichos, indica o ranking da Snack Content Portugal, em exclusivo para o M&P

Catarina Nunes

2024 traz más notícias para as grandes marcas nacionais, que investem no Instagram uma parte considerável do orçamento destinado a marketing nas redes sociais.

A maioria das cinco marcas nacionais com mais interações com vídeos no Instagram em 2024 são de menor dimensão e encontram-se em nichos, algumas delas em hiper nichos, e têm um número de utilizadores abaixo do que seria expectável, para conseguirem ultrapassar as grandes marcas.

De acordo com os dados da Snack Content Portugal, trabalhados em exclusivo para o M&P, o espaço de eventos e casamentos Solar da Levada & Lago dos Cisnes, em Amares, é a marca nacional que tem em média mais ‘engagement’ (gostos, comentários e partilhas) com vídeos do Instagram, seguido pela Coolnvintage (recondicionamento de jipes Land Rover), pela Antarte (mobiliário e decoração), pela Casa Fânzeres (arte sacra e mobiliário litúrgico) e pela Estofos.pt (mobiliário estofado por medida).

O Solar da Levada & Lago dos Cisnes lidera o ranking com vídeos que mostram a sofisticação do espaço e dos eventos aqui organizados

Este top 5, elaborado pela empresa especialista em marketing digital e na criação de linhas editoriais e formatos de vídeos para marcas nas redes sociais, diz respeito à média do ‘engagement’ no total de 2024, apenas no formato de vídeo, e é feito através do programa de dados Tubular.

“As marcas que lideram esta lista souberam explorar ao máximo o potencial da plataforma, criando uma comunidade envolvida e altamente interativa, através dos vídeos publicados”, argumenta Inês Ramada Curto, sócia e codiretora executiva da Snack Content Portugal.

Questionada sobre as razões do desempenho destas marcas, Inês Ramada Curto refere que a ferramenta de análise de dados dá os resultados das marcas com mais interações, mas, por si só, não identifica as razões para tal.

“Para tirar conclusões, teria de fazer mais pesquisas e saber mais sobre as marcas, nomeadamente desde quando têm páginas no Instagram, quando começaram a fazer esta estratégia de comunicação, que segmento interage mais, há quanto tempo mantêm estes números, como é o atendimento ao cliente offline, a volumetria de publicações, que respostas dão às comunidades digitais nas redes sociais e como dão feedback nas mensagem privadas, por exemplo”, explica.

A sócia e codiretora executiva da Snack Content Portugal considera que, eventualmente, “as marcas maiores estão mais focadas em campanhas offline, em ‘outdoors’, em campanhas pontuais e em televisão, perdendo assim terreno para uma marca pequena, às vezes de bairro ou de criadores que seguem as boas práticas da plataforma”.

“Não basta apenas ter bons produtos ou serviços, é preciso saber como contar a sua história e gerar experiências para os consumidores através de cada ‘post’. Este é um exemplo claro de como o marketing nas redes sociais, quando bem executado, pode ser um dos maiores impulsionadores de sucesso no cenário digital”, acrescenta Inês Ramada Curto.

Espaço de eventos em Amares lidera ranking

Com cerca de 73,7 mil seguidores no Instagram, o Solar da Levada & Lago dos Cisnes (@solardalevada_lagodoscisnes) ocupa o topo do ranking da Snack Content Portugal, com uma média de 28,9 mil interações por vídeo publicado, em 2024. Vídeos bem filmados (alguns com drones) e com uma edição dinâmica mostram a sofisticação do espaço de eventos focado em casamentos.

“Os conteúdos em vídeo trazem uma aura muito especial ao espaço com imagens muito cuidadas e que mostram bem todo o potencial de envolvência e decoração desta quinta”, salienta Inês Ramada Curto.
A responsável da Snack Content considera que o ‘engagement’ nas redes sociais é um dos principais indicadores de sucesso no marketing e na comunicação digital.

“Através dele, as marcas conseguem medir a interação do público com os seus conteúdos, o que revela o impacto da comunicação e da fidelização dos seguidores. No universo do Instagram, que ainda continua a ser uma das plataformas mais relevantes para as empresas, algumas marcas ganham destaque pela capacidade de gerar interações”, argumenta.

A Coolnvintage foca-se na estética e no apelo emocional que os Land Rover recondicionados têm na sua comunidade digital

Bastante distante do líder, a Coolnvintage (@coolnvintage), de Lisboa, surge em segundo lugar com uma média de 16,8 mil interações por vídeo. A marca de serviço de recondicionamento de jipes Land Rover antigos tem, no entanto, um número de seguidores bastante superior (310 mil) ao da Solar da Levada & Lago dos Cisnes.

“A estratégia da Coolnvintage foca-se na valorização da proposta estética e no apelo emocional que o design destes jipes trazem para a sua comunidade digital”, argumenta a responsável. Os conteúdos estão centrados em vídeos dos carros restaurados, com um especialista a descrever, em inglês, as histórias dos jipes e as intervenções feitas, ou que mostram a viagem em que os veículos são entregues aos proprietários, espalhados por todo o mundo.

Antarte é a maior marca no ranking

Ligeiramente atrás da Coolnvintage, a Antarte (@antartehome) está na terceira posição com uma média de 15,6 mil interações por publicação em vídeo. A marca de mobiliário e decoração destaca-se por ser a maior das marcas que figuram no ranking elaborado pela Snack Content Portugal.

Com uma dimensão multinacional, a partir da fábrica na Rebordosa, a marca de mobiliário e decoração soma 244 mil seguidores no Instagram e aposta em filmes que mostram a unidade fabril, principalmente o processo de produção dos móveis, bem como os eventos que patrocina.

“Entre os vídeos com maiores números encontra-se o registo visual que mostra como é feito o cadeirão Lisboa, com 872 mil interações, além de outros vídeos com a coleção Mónaco e a cadeira Cannes. Este tipo de conteúdo que ‘levanta o véu’ da marca e mostra o que está por trás do negócio não só atrai a atenção do público-alvo como promove o ‘engagement’ através de interações espontâneas dos seguidores, que frequentemente comentam e partilham as publicações”, salienta.

A Antarte destaca-se por mostrar a fábrica, principalmente o processo de produção dos móveis que comercializa

A marca que produz obras de arte sacra em madeira, a Casa Fânzeres (@casafanzeres), de Gondomar, tem uma média de 11,4 mil interações no ano passado e ocupa a quarta posição do ranking. Com 30,7 mil seguidores no Instagram, “esta página mantém uma comunicação consistente e cuidadosa com o seu público, e o vídeo com mais interações mostra a figura da Nossa Senhora de Fátima”, revela Inês Ramada Curto.

O ranking é encerrado com a Estofos.pt (@estofos.pt) no quinto lugar, com 11,3 mil de ‘engagement’ por publicação e 29 mil seguidores. A marca especialista em móveis estofados por medida publica, de forma constante, vídeos que apresentam os produtos e os ambientes possíveis, bem como o processo de fabrico.

“O vídeo com maior número de interações, 348 mil, mostra um sofá personalizado com arrumação dentro dos braços do próprio sofá”, destaca a codiretora executiva da Snack Content Portugal.

“Este top 5 revela a importância da estratégia, da linha editorial e da construção de uma identidade digital única, que as marcas devem seguir com rigor para se manterem fiéis e ativas perante a comunidade digital”, sustenta Inês Ramada Curto, salientando que “as conexões emocionais que se criam também podem alavancar, e muito, o envolvimento no Instagram”.

 

Sobre o autorCatarina Nunes

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Os anúncios que podem ser vistos no Super Bowl 2025 (com vídeos)

Matt Damon (na foto, à esq.) e David Beckham (na foto, à dir.) protagonizam ‘David and Dave’, filme publicitário que estreia no Super Bowl LIX, a 9 de fevereiro. Em ano de recorde de investimento publicitário, o M&P reúne os principais ‘teasers’

É o evento desportivo mais disputado pelos anunciantes nos Estados Unidos, havendo marcas que pagam oito milhões de dólares (cerca de €7,7 milhões) por uma exposição televisiva de 30 segundos nos intervalos do Super Bowl LIX.

Na edição de 2025, que se realiza a 9 de fevereiro em Nova Orleães e opõe os Philadelphia Eagles aos Kansas City Chiefs, já são conhecidos alguns dos anúncios que vão ser apresentados, ainda que, nas semanas que antecedem o evento desportivo, muitas marcas se fiquem pelos ‘teasers’.

É o caso da marca de equipamentos elétricos Bosch, que apresenta um anúncio de 30 segundos no quarto bloco publicitário. Protagonizado pelo ator espanhol Antonio Banderas, o filme foi idealizado pela Droga5.

A marca desportiva Skechers foi a primeira a confirmar a intenção de ter um anúncio na edição de 2025 do Super Bowl, tendo escolhido Andy Reid, treinador principal dos Kansas City Chiefs para protagonizar o ‘spot’. O filme publicitário ‘Side Hustle’ foi divulgado a 4 de fevereiro.

A Budweiser ponderou a hipótese de avançar apenas com um anúncio regional, mas acabou por recuar e financiar um filme de 30 segundos. Idealizado pela FCB New York, conta com a participação do comediante Shane Gillis, do cantor e rapper Post Malone e do ex-jogador de futebol americano Peyton Manning.

O Special Group assina o quinto filme seguido da Uber Eats a ser exibido no Super Bowl. A produção de 60 segundos mostra Matthew McConaughey a tentar provar, com o auxílio de Martha Stewart e Charlie XCX, que o futebol americano não passa de um estratagema para vender comida, juntando protagonistas de diferentes idades para apelar a diferentes audiências.

A quarta presença do Booking.com é da responsabilidade da agência criativa Zulu Alpha Kilo e conta com a participação bem-humorada das personagens de ‘Os Marretas’.

Após um hiato de três anos, a Taco Bell volta com ‘Photobomb’, um anúncio protagonizado pela artista Doja Cat, que conta com a presença de fãs da artista e de clientes da marca. Com criatividade da Biite, o ‘spot’ é realizado por Dave Meyers.

A empresa farmacêutica Novartis estreia-se com uma campanha de sensibilização para a prevenção do cancro da mama, com a duração de 60 segundos. Protagonizada pela comediante Wanda Sykes e pela cantora e atriz Hailee Steinfeld, tem assinatura da Merkley and Partners.

A empresa de cruzeiros europeia MSC Cruises também se estreia com um filme de 60 segundos, concebido pela Highdive, que mostra os atores Drew Barrymore e Orlando Bloom numas férias num navio.

A Häagen-Dazs opta por uma perseguição de automóveis e camiões para o primeiro anúncio no Super Bowl, criado pela Nice&Frank. Os atores Vin Diesel e Michelle Rodriguez são os eleitos para promover a marca.

Entre os estreantes está também a plataforma de entregas Instacart, com um ‘spot’ desenvolvido pela equipa criativa da empresa em colaboração com a agência TBWA\Chiat\Day. Para a sua estreia no Super Bowl, com um anúncio de 30 segundos, a marca de papel higiénico Angel Soft, recorreu à Grey.

A Nerds, marca de guloseimas da Ferrara, aposta no cantor Shaboozey, numa campanha da Digitas Chicago, enquanto que a NerdWallet exibe, no terceiro bloco de anúncios, um filme da Deutsch, protagonizado por uma baleia falante.

Pela décima segunda vez consecutiva, a empresa financeira TurboTax volta a investir no evento, com uma campanha concebida pela agência criativa R/GA. Issa Rae, atriz e escritora norte-americana, protagoniza o filme publicitário.

A empresa tecnológica Squarespace participa pela décima primeira vez no evento desportivo, com um anúncio de 30 segundos, protagonizado pelo ator irlandês Barry Keoghan, que surge acompanhado por um burro.

Na oitava participação, a Pringles muda de agência, apostando na FCB New York para um filme, com Adam Brody, Nick Offerman e James Harden, que pretende mostrar a nova direção criativa da marca.

A Mountain Dew, refrigerante que integra o portefólio de bebidas da PepsiCo, repete a proeza pela sétima vez, com um ‘spot’ protagonizado pela artista Becky G, com criatividade da Goodby Silverstein & Partners.

Na quinta presença consecutiva no Super Bowl, a Hellmann’s é uma das marcas do segundo bloco de anúncios. Protagonizado pelos atores Billy Crystal e Meg Ryan, o ‘spot’, com criatividade da VML, junta novamente os atores no Kat’z Delicatessen, em Nova Iorque, para recriar uma das cenas mais memoráveis do filme ‘Um Encontro Inevitável’, de 1989.

A VLM também assina os dois anúncios de 15 segundos da The Foundation to Combat Antisemitism, que contam com a participação de Tom Brady e Snoop Dogg.

A marca de cerveja Michelob Ultra regressa com um anúncio criado pela Wieden+Kennedy New York, protagonizado pelos artistas William Dafoe e Catherine O’Hara.

Depois da estreia em 2024, a Reese’s reincide com uma campanha da Erich & Kallman. O anúncio é a peça central de uma estratégia publicitária que inclui ativações de marca e passatempos.

Após dois anos de ausência, a Meta regressa ao Super Bowl para publicitar os óculos que desenvolveu com a Ray-Ban, através de um filme protagonizado pelos atores Chris Hemsworth e Chris Pratt e da socialite Kris Jenner.

A marca de cerveja belga Stella Artois, que não investia no evento desde 2019, regressa para a quarta participação, tendo contratado o ator Matt Damon e o ex-futebolista David Beckham para um ‘spot’, concebido pela Artists Equity Advertising, que mostra como o antigo desportista lidera com a existência de um irmão gémeo que não sabia que tinha.

A Little Caesars convidou o ator Eugene Levy, conhecido pelas sobrancelhas farfalhudas, a protagonizar o filme publicitário que exibe no Super Bowl, concebido pela agência criativa McKinney.

A indústria automóvel está apenas representada pela Jeep e pela Ram Trucks, que estreia um anúncio protagonizado pelo ator Glen Powell. Com “Panama” dos Van Halen como banda sonora, o filme publicitário tem assinatura da GSD&M e é exibido durante o segundo bloco publicitário do evento.

A Coffee Mate, marca de bebidas da Nestlé, delegou a tarefa de conceber o anúncio a exibir no intervalo da Super Bowl na Wieden+Kennedy New York. A cantora Shania Twain protagoniza o anúncio.

 

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

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Fred Oliveira realiza anúncio para marca financeira turca (com vídeo)

O anúncio protagonizado por Pedro Alonso (na foto), ator que interpreta Berlim nas séries ‘La Casa de Papel’ e ‘Berlim’,” surge na sequência de projetos anteriores que o realizador português desenvolve na Turquia, para marcas como a Ford, a Vodafone e a Arçelik,

Fred Oliveira, também conhecido como SirFred, é o escolhido pela agência criativa Roy+Teddy, sediada em Istambul, para realizar o filme publicitário que marca o lançamento da marca financeira Papel. Intitulado ‘Papel For Everyone’, o ‘spot’ é produzido pela Norr Production&Co e protagonizado pelo ator espanhol Pedro Alonso, que dá vida a Berlim nas séries ‘La Casa de Papel’ e ‘Berlim’.

“O maior desafio foi estruturar o filme com uma dinâmica cinematográfica, que apresentasse o próprio Pedro Alonso como personagem. Para isso, desafiei a agência a colaborarmos na criação de uma fórmula inspirada em ‘trailers’ ou ‘teasers’, resultando numa abordagem mais envolvente e criativa”, relata ao M&P Fred Oliveira, realizador da Krypton.

Com direção de fotografia de Sergi Gallardo, edição de Marc Soria e coloração de Paulo Inês, da Ligth Film, o anúncio tem sonoplastia de Henrique Lima, da Som de Lisboa, em parceria com o Imaj Group, que também assina a pós-produção e os efeitos visuais do ‘spot’. A banda sonora é composta por Pedro Macedo Camacho.

“Este filme publicitário, concebido para o mercado turco, surge na sequência de vários projetos anteriores que desenvolvi, na Turquia, para marcas como a Ford, a Vodafone e a Arçelik, consolidando-se, assim, uma parceria criativa com o mercado de Istambul e com a produtora Norr Production&Co, já de longa data”, afirma Fred Oliveira.

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Publicis Groupe sobe receitas em 8,3% e vai investir em dados e IA

O desempenho do grupo em 2024 deve-se sobretudo ao crescimento das áreas de dados, tecnologia e media digital, que representam cerca de 40% da receita do Publicis Groupe, que anuncia investimentos de €800 a €900 milhões em tecnologia de dados e IA, em 2025

As receitas totais de faturação do Publicis Groupe aumentam 8,3% para €16 mil milhões, em 2024, com os lucros da ‘holding a subir 6,6% para €13,9 mil milhões, face ao período homólogo. O grupo revela ainda um crescimento orgânico de 5,8% das receitas totais de faturação, que não contabiliza novas aquisições.

Nos últimos três meses de 2024, o grupo apresenta igualmente uma trajetória de crescimento, com uma subida de 6,3% do crescimento orgânico e um aumento de 8,9% dos lucros para €3,8 mil milhões, em comparação com o mesmo período em 2023, impulsionado pelo reforço da presença global e pelo foco na diversificação dos serviços. Apesar de os resultados dos restantes grupos mundiais de publicidade ainda não terem sido divulgados,  Arthur Sadoun, presidente e CEO do Publicis Groupe, garante que “graças a um quarto trimestre forte, o Publicis tornou-se a maior empresa de publicidade do mundo em 2024”.

A fusão Omnicom-IPG, que tornará o Omnicom a maior ‘holding’ de agências do mundo, irá abalar as posições no ranking dos maiores grupos do setor. No entanto, Arthur Sadoun prevê que “serão necessários pelo menos cinco anos para determinar o sucesso da aquisição pendente do IPG pelo Omnicom” e que “durante esse tempo, o Publicis vai procurar a melhor forma de se adaptar às novas circunstâncias”. A ‘holding’ francesa prevê um crescimento orgânico dos lucros de 4% a 5% em 2025 e anuncia planos de investimento no valor de €800 a €900 milhões, em tecnologia de dados e IA.

“Passar de terceiro para primeiro lugar em três ou quatro anos implica uma série de esforços que já vêm de há anos” para reestruturar a empresa, explica Arthur Sadoun, acrescentando que “demorámos cinco a seis anos para chegar até aqui, mas este é um momento importante para nós”. No rescaldo do crescimento registado, a ‘holding’ revela que concede aos funcionários um aumento salarial médio de 7% em 2024, segundo a Campaign.

Clientes na área da saúde têm um peso maior

Quanto à distribuição das receitas totais de faturação do grupo mundial de publicidade e comunicação por áreas de negócio dos clientes, a saúde representa 14% da receita líquida anual, seguida do setor automóvel (13%), dos serviços financeiros (12%) e da alimentação e bebidas (12%).

O setor da tecnologia, dos media e das telecomunicações contribui com 11%, enquanto os produtos de consumo não alimentares representam 10%. O retalho mantém-se sólido, com uma quota de 9%, enquanto os setores do lazer e turismo (4%), público (3%) e indústria e energia (3%) complementam a distribuição da receita. Outros segmentos, incluindo publicidade exterior e projetos experimentais, representam 9% do total.

O desempenho positivo do grupo em 2024 deve-se sobretudo ao crescimento das áreas de dados, tecnologia e media digital, que já representam cerca de 40% da receita do Publicis Groupe. A plataforma de inteligência artificial Marcel, bem como a divisão de marketing alimentado por dados Epsilon e a consultora digital Sapient, são determinantes para a liderança da empresa face à concorrência, de acordo com Arthur Sadoun.

A análise geográfica também demonstra um crescimento equilibrado em todas as regiões. A América do Norte lidera com €8,58 mil milhões em lucros, o que equivale a um crescimento de 5,1%. A Europa segue-se com €3,38 mil milhões, um crescimento orgânico de 5,4%, beneficiando do desempenho positivo nos principais mercados.

A região Ásia-Pacífico apresenta um crescimento orgânico de 6,3%, com lucros totais de €1,21 mil milhões. O Médio Oriente e África, por seu lado, registam um aumento de 7,4% das receitas líquidas para €406 milhões, enquanto a América Latina destaca-se como o mercado de crescimento mais acelerado, com um aumento de 22,9% dos lucros para €374 milhões.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Fusão Publicis e Leo Burnett não chega a Portugal

O Publicis Groupe em Portugal vai manter independentes as estruturas das agências criativas, apesar da fusão a nível internacional que cria a rede criativa Leo (na foto)

As agências criativas Publicis e Leo Burnett em Portugal vão manter a estrutura atual, sem fusões nem reestruturações, “garantindo a continuidade do serviço que os clientes já conhecem”, revela ao M&P fonte oficial do Publicis Groupe Portugal, na sequência da fusão internacional das duas agências, na rede criativa Leo.

Questionada sobre o impacto a nível nacional da fusão, a mesma fonte avança que, “a partir de agora, as duas agências podem também contar com uma vasta rede global que une 15 mil criativos, permitindo assim capitalizar o talento global presente no Publicis Groupe para enfrentar novos desafios criativos”.

A nível internacional, a fusão agrega 130 agências com cerca de 15 mil colaboradores em 90 países e a denominação Burnett e Publicis desaparecem na nova marca, que passa a Leo. Segundo a Ad Age, a fusão não implica despedimentos.

Os escritórios da Leo Burnett bem como os da Publicis Worldwide passam a ser designados por Leo, à exceção da Publicis Conseil, sediada em Paris, que mantém o nome. O logótipo da Leo, por seu lado, inclui o nome Leo e o leão da Publicis.

A Leo é liderada pelos copresidentes Marco Venturelli, que acumula o cargo com a direção criativa global da Leo, e Agathe Bousquet, dupla que lidera a Publicis Conseil, vencedora do prémio de Agência do Ano no Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, em 2024.

Gareth Goodall é o diretor de estratégia da Leo, mantendo o cargo de diretor de estratégia da Publicis Creative. Por seu lado, Andrew Bruce, CEO do Publicis Groupe Canada, assume a função adicional de presidente da Leo na América do Norte.

Explorar a criatividade exponencial

A união do talento dos colaboradores da Leo Burnett com os dados e a tecnologia da Publicis Worldwide permite à holding apoiar melhor os clientes a nível mundial e concentrar-se na “criatividade exponencial”, segundo Carla Serrano, diretora de estratégia do Publicis Groupe.

“Consideramos esta união a combinação perfeita de conjuntos de competências, mentalidades e filosofias complementares, num momento em que os nossos clientes realmente o precisam”, explica Carla Serrano, acrescentando que, “numa indústria obcecada com a inteligência artificial e a eficiência, a Leo é uma reformulação da conversa”.

O presidente e CEO do Publicis Groupe, Arthur Sadoun, salienta em comunicado de imprensa que, “ao unificar o espírito e o talento dessas comunidades criativas globais, a Leo será maior, mais forte e com mais portas do que nunca”, aspeto que salienta no vídeo que a Publicis envia aos funcionários para anunciar a nova Leo.

Outro vídeo, também enviado aos funcionários, mostra imagens do fundador da Leo Burnett, publicitário com o mesmo nome, proferido em 1967, quando abandona a agência.

Na época, sugere que a agência retirasse o seu nome da porta quando deixasse de fazer coisas em que acreditava, quando passasse “mais tempo a tentar ganhar dinheiro e menos tempo a fazer publicidade”, por exemplo. No final, o vídeo destaca: “Leo, o teu nome estará em mais portas do que nunca”.

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Digital

X Corp processa mais sete anunciantes

Lego, Nestlé, Tyson Foods, Abbott Laboratories, Colgate-Palmolive, Pinterest e Shell International são as mais recentes empresas que Elon Musk está a acusar de ao boicote ao investimento publicitário no X, num processo judicial iniciado em agosto de 2024

O X está a alargar o processo judicial contra anunciantes para incluir a Lego, a Nestlé, a Tyson Foods, a Abbott Laboratories, a Colgate-Palmolive, o Pinterest e a Shell International, acusando mais empresas de boicotar o investimento publicitário na rede social de Elon Musk. A ação, intentada a 6 de agosto de 2024 num tribunal federal do Texas, já inclui o organizador do alegado boicote, a World Federation of Advertisers (WFA), bem como a Unilever, a Mars, a CVS Health, a Twitch e outras empresas.

A empresa de Elon Musk está a pedir uma indemnização e alega que as marcas integrantes da Global Alliance for Responsible Media (GARM) – iniciativa da WFA que visava fornecer um quadro comum que os proprietários de media, os anunciantes e as agências poderiam utilizar para categorizar o discurso de ódio e a desinformação, que participaram no boicote – prejudicaram a capacidade do X de competir no mercado publicitário digital, ao suspenderem os investimentos publicitários em larga escala.

A GARM foi forçada a encerrar a atividade após a X Corp ter apresentado a ação judicial preliminar, afirmando que, sendo uma organização sem fins lucrativos de pequena dimensão, não dispunha de recursos para enfrentar a ação.

Segundo o processo, pelo menos 18 anunciantes que integravam a GARM deixaram de comprar anúncios no X, tanto nos Estados Unidos como a nível mundial, nas semanas após Elon Musk ter comprado a plataforma em novembro de 2022, enquanto outros membros da GARM “reduziram significativamente” os investimentos em publicidade no X.

A empresa de Elon Musk sustenta que foi privada de milhares de milhões de dólares em receitas de publicidade e que os efeitos do boicote ainda se fazem sentir anos depois. “Como resultado do boicote, o X tornou-se um concorrente menos eficaz na venda de publicidade digital e na competição pelo envolvimento dos utilizadores da plataforma”, refere a queixa.

Os advogados da X Corp argumentam que, num mercado concorrencial, as redes sociais devem poder estabelecer as suas próprias normas de segurança da marca que sejam “as mais adequadas à plataforma em causa”, acrescentando que “a ação coletiva de anunciantes concorrentes para ditar as normas de segurança das marcas a aplicar pelas redes sociais contorna o processo concorrencial e permite que as opiniões coletivas de um grupo de anunciantes com poder de mercado se sobreponham aos interesses dos consumidores”.

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Marketing

Nova agência Creative Wave aposta na proximidade e personalização

Fundada por Luís Albergaria (na foto, à esq.) e Francisco Maria Condado (à dir.), a Creative Wave disponibiliza serviços que vão da conceção criativa ao planeamento estratégico, assumindo também a produção e gestão de eventos e ativações de marca

A Creative Wave é uma nova agência de eventos e publicidade que aposta na proximidade e na personalização para promover marcas, empresas, produtos e serviços. Fundada por Luís Albergaria e Francisco Maria Condado, oferece um leque de serviços que vai da conceção criativa ao planeamento estratégico, assumindo também a produção e gestão de eventos corporativos e ações de ativação de marcas.

“Acreditamos em soluções personalizadas, adaptadas às necessidades de cada cliente, com foco em criar eventos personalizados que sejam únicos e memoráveis”, explica ao M&P Luís Albergaria, que, ao longo da carreira, passou pela MSTF Partners, pela Mustard, pela Caetsu, pela Pepper e pela Born.

“Decidimos avançar com este projeto após alguns anos a trabalhar na área. Ao longo desse tempo, acumulámos experiência e conquistamos a confiança de vários clientes em Portugal. Sentimos que agora temos uma base sólida para nos apresentarmos ao mercado como uma alternativa válida com capacidade para criar impacto no setor”, alega Francisco Maria Condado, que trabalhou na Motion, na Mustard e na Niu, após um estágio na Lola MullenLowe.

Embora tenha começado a ser idealizada em 2023, 2025 é o ano em que a Creative Wave pretende dar a conhecer o leque de serviços que oferece ao mercado. “A nossa diferença está na proximidade e na personalização. Trabalhamos como verdadeiros parceiros dos nossos clientes, entendendo as suas necessidades e transformando-as em experiências únicas. Apostamos na criatividade, atenção ao detalhe e no compromisso de ultrapassar as expetativas”, refere Luís Albergaria.

Sem divulgar os nomes dos primeiros clientes, os fundadores da agência revelam que estão a desenvolver projetos no setor corporativo, com as telecomunicações e as bebidas a destacarem-se. “Pretendemos expandir o nosso portefólio, abraçar projetos desafiantes e desenvolver parcerias estratégicas que nos permitam crescer de forma sustentável. Além disso, estamos empenhados em inovar, trazendo novas tecnologias e formatos, para enriquecer as experiências que oferecemos”, sublinha Francisco Maria Condado.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Netflix viaja pelos novos lançamentos em campanha da Wieden+Kennedy (com vídeo)

De Squid Game a Wednesday, passando por Strangers Things (na foto), a nova campanha de autopromoção da plataforma de ‘streaming’ transforma uma reunião de trabalho aborrecida numa viagem cinematográfica pelas séries e filmes da Netflix para 2025

O novo anúncio de autopromoção da Netflix não se limita a antecipar as séries que vai estrear. A narrativa da agência criativa Wieden+Kennedy, em parceria com a produtora francesa Megaforce, transporta os espectadores para uma aventura que cruza referências de várias produções da plataforma de ‘streaming’ para 2025, no ‘spot’ publicitário de três minutos ‘You’re Not Ready’.

“Para celebrar o ano emocionante que se avizinha, quisemos criar algo realmente especial”, explica Marian Lee, diretora de marketing da Netflix, acrescentando que em vez de um resumo do que está para vir em 2025, esta campanha convida os fãs a experimentar a sensação de ver Netflix. Trata-se de capturar a emoção e a antecipação de nunca saber o que vai acontecer a seguir”.

O anúncio começa numa reunião de trabalho aborrecida. A protagonista, uma trabalhadora de escritório entediada, abre a aplicação da Netflix debaixo da mesa com o telemóvel e o emblemático ‘jingle’ da plataforma soa, alertando os colegas. Antes que alguém a possa chamar à atenção, a protagonista é arrastada para um universo paralelo, fugindo de monstros, desviando-se de lasers e navegando através do mundo de vários dos maiores títulos da Netflix.

Ao longo do anúncio de autopromoção são integrados momentos de Stranger Things, Squid Game, Wednesday, Emily in Paris, Cobra Kai e Happy Gilmore 2, entre outros, num total de 26 programas e filmes.

A viagem é acompanhada por uma montagem da editora Adriana Legay, com uma sonorização personalizada de Joseph Alexander, que funde elementos das bandas sonoras mais conhecidas da Netflix. Além do filme principal, a campanha é lançada a nível mundial com declinações mais curtas, de 60 e 30 segundos, anúncios em publicidade exterior e ativações digitais.

Sobre o autorMeios & Publicidade

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Hugo Veiga vai liderar criatividade global da AKQA a partir de Portugal

“Portugal tem um dos fusos horários mais amigáveis ​​para um papel global como o meu, bem como um valioso ecossistema de inovação e arte para o qual o mundo ainda não acordou”, salienta Hugo Veiga (na foto)

Catarina Nunes

Hugo Veiga está de regresso a Portugal, de onde passará a liderar a criatividade global da AKQA, agência do grupo WPP, a partir de Lisboa. A notícia é avançada pelo redator, até agora na AKQA nos Estados Unidos como ‘Global Chief Creative Officer’, numa publicação no LinkedIn.

“Depois de 20 anos a viver no estrangeiro, estou de volta à minha terra natal: Portugal. Uma decisão familiar, mas também uma decisão profissional. Portugal tem um dos fusos horários mais amigáveis ​​para um papel global como o meu, bem como um valioso ecossistema de inovação e arte para o qual o mundo ainda não acordou. Mal posso esperar para me conectar mais com o seu potencial existente.
Estou grato à AKQA e à WPP por tornarem esta mudança possível e estou muito feliz por dizer ‘Tou de bolta, carago'”, escreve na publicação no LinkedIn, a 2 de fevereiro.

Hugo Veiga é natural do Porto e muda-se para Lisboa aos 18 anos, para estudar na Escola Superior de Comunicação Social. Começa a carreira profissional como redator júnior na McCann Erickson Portugal, em 2001. Em entrevista à Notícias Magazine, em maio de 2020, assume que sempre teve o sonho de trabalhar fora de Portugal. Faz a primeira tentativa em Londres, aos 25 anos, mas a oportunidade acaba por não se concretizar. “Ainda não tinha portefólio suficiente”, recorda Hugo Veiga, citado na Notícias Magazine.

Acaba por sair de Portugal para o Brasil, em 2005, onde assume o cargo de redator júnior na Ogilvy São Paulo. No Brasil passa ainda por agências como Leo Burnett, McCann Erickson, Ogilvy e AKQA, agência da qual é cofundador, após ter sido reconhecido como o melhor redator do ano, em 2013, no Cannes Lions.

Desde então, lidera projetos criativos para marcas e artistas como Usher, Elton John e Lady Gaga. A AKQA São Paulo, por seu lado, é eleita como o Escritório Mais Feliz da WPP, em 2018, Agência do Ano da América Latina no Cannes Lions em 2019 e no One Show em 2020, conquistando também um Grand Clio, para cinco clientes diferentes em cinco anos consecutivos.

No currículo, Hugo Veiga conta com cerca de 60 Leões do Festival Internacional de Criatividade de Cannes, entre os quais se destacam 25 Ouros e quatro Grandes Prémios, com as campanhas ‘Dove Real Beauty Sketches’, ‘Nike Air Max Graffiti Stores’, ‘Bluesman’ e ‘Nike Never Done Evolving feat Serena’.  Individualmente, é eleito o Melhor Diretor de Criação do Brasil em 2019, pelo PropMark, uma das principais publicações do setor no Brasil, participa em duas palestras TEDx e preside o júri da categoria Mobile no Cannes Lions 2022.

Em paralelo com a publicidade, tem um percurso como guionista e ator em programas de comédia na televisão portuguesa, voz de desenhos animados e vocalista da banda de rock Moda Foca. Em 2020, lança ‘Terra da Faina’, álbum musical de estreia sob o alter ego Gohu, cujo primeiro single a MTV Portugal apelida de ‘O Hino da Quarentena’.

Sobre o autorCatarina Nunes

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Presidente da CCPJ desfilia-se do Sindicato dos Jornalistas

Em causa está a ocultação de alegadas incompatibilidades de um dos membros da lista indicada pelo SJ para as eleições da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, sem que essa informação tenha sido comunicada à CCPJ e aos jornalistas potenciais votantes, diz Licínia Girão, presidente da CCPJ, em email enviado ao M&P

A presidente da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), Licínia Girão, apresentou o pedido de desfiliação do Sindicato dos Jornalistas (SJ), devido à “quebra total de confiança numa organização com a qual nem sempre (naturalmente) concordei, mas que reconhecia como determinante na defesa dos direitos, individuais e coletivos, dos jornalistas” e  “na defesa pelo escrupuloso cumprimento dos deveres de natureza ética e deontológica por parte dos jornalistas”.

Em email enviado ao M&P a 30 de janeiro, Licínia Girão explica que em causa está a Lista A, indicada pelo SJ, que se apresentou para as eleições para integrar os membros dos diferentes órgãos da CCPJ, para o triénio 2025/2028, “ter ocultado que um dos membros se encontra numa situação que pode configurar uma violação do regime de incompatibilidades à luz do consagrado no Estatuto do Jornalista, sem que essa informação tenha sido comunicada à CCPJ aquando da apresentação da lista e, mais grave ainda, ao universo de jornalistas potenciais votantes”.

Além de considerar “que os membros integrantes da Lista A tinham, mais do que o dever, a obrigação de disponibilizar essa informação publicamente para escrutínio de toda uma classe que tem vindo a ser confrontada com procedimentos dúbios relativamente a práticas que consubstanciam ou podem consubstanciar uma violação do regime de incompatibilidades”, Licínia Girão argumenta que “era ainda esperado que se tratando de uma lista apresentada pelo Sindicato, os membros da lista e o próprio sindicato justificassem a escolha de alguém para integrar a lista que está ligado à coordenação e promoção de cursos de marketing e comunicação”, referindo-se a Paulo Agostinho, jornalista portador da Carteira Profissional nº 3070 e coordenador da pós-graduação em comunicação estratégica da Universidade Europeia,

A 29 de janeiro, a Lusa, por seu lado, noticia que Licínia Girão se declara surpreendida com a demissão de três membros da CCPJ, em divergência com a presidente da CCPJ.  “Fui surpreendida, tal como os restantes colegas que integram a CCPJ, com o pedido de demissão de três dos quatro membros eleitos na lista apresentada pelo Sindicato dos Jornalistas e que me convidaram para ser cooptada para presidente, cargo para o qual fui eleita por unanimidade”, refere Licínia Girão à Lusa.

“A grande maioria das decisões tomadas pelo secretariado e pelo plenário – que tem nove membros – foram tomadas por unanimidade, entre as quais os relatórios de contas e de atividades, pelo que não se compreende as declarações proferidas”,  acrescenta a responsável, salientando que “as decisões que não mereceram a aprovação dos três ex-membros foram aprovadas por maioria, pelo que se conclui que têm muitas dificuldades em lidar com a democracia quando as suas opiniões são contrárias”.

A presidente da CCPJ diz que o secretariado “não se revê nas críticas, muitas das quais infundadas, sobretudo de ‘má representação junto dos jornalistas e da opinião pública’, ainda para mais vindas de quem, no passado, criticou todas as iniciativas promovidas pelos jornalistas, quer através da realização do Congresso dos Jornalistas, quer do movimento que surgiu em torno do aumento dos emolumentos das carteiras e recomendou insistentemente ao secretariado para não reunir e ouvir os jornalistas, o que não deixa de ser irónico”.

Licínia Girão avança à Lusa que o balanço do trabalho que tem sido feito pelo secretariado nos últimos meses, “com o apoio maioritário do plenário, será apresentado, à semelhança de anos anteriores nos relatórios de atividades e de contas e, mais uma vez, ficará público o que foi feito em prol do jornalismo, dos jornalistas e da sociedade” e “as pessoas poderão fazer a sua avaliação”.

Quanto à eventual fragilização do seu mandato, a presidente do CCPJ considera que “o que está em causa é uma questão de visão do presente e futuro da CCPJ” porque “há quem queira ficar agarrado ao passado, em que a instituição apenas serve para emitir e caçar carteiras profissionais, enquanto que a maioria dos membros do plenário têm uma visão mais progressista e pretendem ir ao encontro das dificuldades e anseios que os jornalistas estão a atravessar”.

 

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