Martin Sorrell
A Santíssima Trindade do crescimento publicitário, segundo Martin Sorrell
“Identifiquei três áreas de crescimento: data, conteúdo digital e o planeamento e compra de media digital”, disse Martin Sorrell em Lisboa
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Rui Oliveira Marques
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Martin Sorrell
“A Omnicom não tem estratégia.” O encontro que trouxe Martin Sorrell a Lisboa era organizado pela maior associação de anunciantes do mundo e o ex-CEO não desperdiçou a oportunidade para lançar farpas à concorrência. “O John Wren [CEO do maior grupo de publicidade do mundo] não tem estratégia, mas tem um bom negócio”, reforçou a seguir Martin Sorrell, que participou na conferência da World Federation of Advertisers (WFA), que decorreu em Lisboa no âmbito da Global Marketer Week (GMW). “A IPG é mais pequena e talvez seja mais simples de gerir”, prosseguiu. Já sobre o grupo Publicis, a propósito da consolidação das suas agências, Martin Sorrell considerou que “1+1 não resulta em 2,5 ou 2, ou até 1,5. Com sorte resulta em 1”. Sorrell resumiu que o maior problema das holdings de publicidade é que continuam a funcionar por “silos” e “são muito fragmentadas”.
Martin Sorrell contou que quando em Maio do ano passado teve de abandonar o grupo que tinha fundado, olhou para o porfólio da holding WPP e analisou as áreas que estavam a crescer mais. É nessas áreas que a S4 Capital, onde é executive chairman, quer apostar. “Identifiquei três áreas de crescimento. Uma era a data, a outra o conteúdo digital e uma terceira o planeamento e compra de media digital”, enumerou. “Esta é a Santíssima Trindade do crescimento”. Desde que foi lançada por Martin Sorrell, a S4 Capital comprou a empresa de publicidade programática MightyHive e a empresa de produção digital MediaMonks. “Estamos focados no digital”. A S4 está presente em 16 países com 1200 colaboradores e tem como clientes a Procter & Gamble, Nestlé, Avon, Modeles, Bayer, Electronic Arts e Electrolux. Em breve a S4 espera entrar em França, Coreia do Sul, Alemanha e Itália.
O gestor analisou ainda a relação entre clientes e agências e a situação das grandes economias mundiais. “Os clientes também têm de mudar. Não vale a pena estarmos a pressionar as nossas estruturas para mudarem se as dos clientes não mudarem também”, referiu, destacando que “os clientes querem as melhores pessoas consigo, não querem saber do nome das agências”. Martin Sorrell chamou também a atenção para o mercado chinês. “Não devemos subestimar a sua capacidade tecnológica. Estive no campus da Huawei e é uma empresa incrível. A China tem um ecossistema incrível e muito diferente do nosso. Já não usam cartões de crédito ou dinheiro” para efectuar pagamentos. Além de considerar que é “inevitável” que haja uma guerra comercial entre a China e os Estados Unidos, Sorrell comentou que Trump poderá ser reeleito. “Independentemente do que se possa pensar sobre a personalidade de Trump, ele é bom para os negócios. Obama e Theresa May não gostam das pessoas de negócios”. E sobre o Brexit? O que acha que pode acontecer? “Não tenho absolutamente nenhuma ideia”.