Edição digital
Marketing

Sephora promove inclusão no primeiro documentário global (com vídeo)

Realizado por Anastasia Mikova, o filme ‘Beauty & Belonging’ (na foto), com uma duração de cerca de 36 minutos, recorre ao ‘brand storytelling’ para explorar experiências e perspetivas individuais sobre beleza. Ao longo do ano, vai dar origem a ‘spots’ mais curtos

Meios & Publicidade
Marketing

Sephora promove inclusão no primeiro documentário global (com vídeo)

Realizado por Anastasia Mikova, o filme ‘Beauty & Belonging’ (na foto), com uma duração de cerca de 36 minutos, recorre ao ‘brand storytelling’ para explorar experiências e perspetivas individuais sobre beleza. Ao longo do ano, vai dar origem a ‘spots’ mais curtos

Sobre o autor
Meios & Publicidade
Artigos relacionados
F1 acelera marketing inclusivo e orientado por dados
Marketing
Marcas investem €13,4 mil milhões na Fórmula 1
Marketing
Notable confirma desvio de €300 mil destinados a Carolina Patrocínio e Tiago Teotónio Pereira
Marketing
Impresa com prejuízos de €66,2 milhões em 2024
Media
CH Group reforça presença em África
Comunicação
Polémicas de Elon Musk estão a destruir a marca Tesla
Marketing
Jornadas de Marketing do ISCAP debatem poder da conexão
Marketing
Multilem cria stand imersivo que celebra 80 anos da TAP na BTL
Marketing
IxDA Lisboa organiza evento focado na inclusão digital
Marketing
Saúde financeira melhora, mas ainda há 69% de portugueses com dificuldades em pagar contas
Marketing

A Sephora está a promover a inclusão social no primeiro documentário global que lança. Intitulado ‘Beauty & Belonging’, é realizado por Anastasia Mikova, acaba de ser apresentado no festival norte-americano de cinema Sundance e explora experiências e perspetivas individuais sobre beleza, ao longo de cerca de 36 minutos.

Disponível no canal de YouTube da Sephora e no site corporativo Inside Sephora, o documentário recorre ao ‘brand storytelling’ para dar a conhecer histórias e vivências e vai dar origem a ‘spots’ mais curtos nas redes sociais da marca, para amplificar a mensagem ao longo do ano.

PUB

“Demos carta branca a Anastasia Mikova para falar sobre a Sephora à sua maneira. O filme demonstra como a beleza pode transformar vidas e o poder de pertencer a uma comunidade solidária”, relata Guillaume Motte, CEO da Sephora, citado em comunicado de imprensa.

Filmado nos cinco continentes, o documentário conta com a participação de 75 pessoas, apresentando testemunhos de fundadores de marcas como Christine Chang e Sarah Lee da Glow Recipe, Danessa Myricks da Danessa Myricks Beauty, Mario Dedivanovic da Makeup by Mario, Mathilde Thomas da Caudalie e Akash e Nikita Mehta da Fable & Mane.

Gravado ao longo de seis meses, em estúdios e ambientes reais em oito países (Canadá, Estados Unidos, Brasil, França, Reino Unido, Polónia, Tailândia e China), o filme é uma sucessão de conversas, que também dá voz a cerca de 75 colaboradores da marca de cosmética.

“Gosto de encontrar os fios que nos conectam enquanto humanos e o significado da beleza entre culturas é um deles. Durante as filmagens, consegui sentir o quão rica, diversa e sensível é a comunidade Sephora, mas, acima de tudo, que estas pessoas fazem parte de uma grande família”, salienta Anastasia Mikova, citada no documento.

 

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Artigos relacionados
F1 acelera marketing inclusivo e orientado por dados
Marketing
Marcas investem €13,4 mil milhões na Fórmula 1
Marketing
Notable confirma desvio de €300 mil destinados a Carolina Patrocínio e Tiago Teotónio Pereira
Marketing
Impresa com prejuízos de €66,2 milhões em 2024
Media
CH Group reforça presença em África
Comunicação
Polémicas de Elon Musk estão a destruir a marca Tesla
Marketing
Jornadas de Marketing do ISCAP debatem poder da conexão
Marketing
Multilem cria stand imersivo que celebra 80 anos da TAP na BTL
Marketing
IxDA Lisboa organiza evento focado na inclusão digital
Marketing
Saúde financeira melhora, mas ainda há 69% de portugueses com dificuldades em pagar contas
Marketing
Fotos DR
Marketing

F1 acelera marketing inclusivo e orientado por dados

Iniciativas como o campeonato feminino F1 Academy estão a fornecer às marcas a oportunidade de captar novas audiências através da inclusão. A análise de dados permite às marcas experiências mais personalizadas

Com a evolução das preferências dos consumidores e da relevância das plataformas digitais, a Fórmula 1 (F1) ajusta a estratégia de marketing para atrair gerações mais jovens, sobretudo mulheres, que constituem o público com o crescimento mais rápido, segundo a Nielsen Sports. O papel dos dados no marketing e patrocínios desportivos, por outro lado, também cresce.

Os millennials e a geração Z valorizam a autenticidade, a inclusão, a diversidade, e exigem mais do que o consumo passivo de conteúdos. Por conseguinte, a estratégia de marketing da F1 tem passado pela promoção de conteúdos, parcerias e iniciativas de inclusão e diversidade, seja cultural ou de género, para cativar estas audiências.

A organização lança iniciativas como a ‘We Race as One’, que defende causas de injustiça racial e de género, a F1 Academy, campeonato feminino fundado pela F1 para preparar corredoras para os níveis mais elevados do desporto automóvel, a decisão de remover as ‘grid girls’ no início da temporada de 2018 – para tornar a modalidade mais igualitária – e ainda a implementação oficial de uma carta de diversidade e inclusão no final da temporada de 2024.

Marcas alinhadas com inclusão e diversidade

Através da F1 Academy há novos patrocinadores, dos quais o mais recente é a Tag Heur, que se torna parceiro e primeiro cronometrista oficial da F1 Academy. Como parte da parceria, a Tag Heuer concebe uma pintura para o carro Tag Heuer, operado pela equipa Hitech Grand Prix já na temporada de 2025, com o mote ‘It’s not a man’s world anymore’ – assinatura que representa o empenho em promover as mulheres no desporto automóvel.

A Tag Heur é a primeira cronometrista oficial da F1 Academy e patrocina a piloto australiana Aiva Anagnostiadis

Por seu lado, a Puma, fornecedora oficial da F1, aposta na transculturalidade e inclusão com as coleções de moda criadas em parceria com o rapper norte-americano A$AP Rocky. Segundo Thomas Josnik, diretor da divisão de desportos motorizados da Puma, o objetivo é “apresentar uma perspetiva diferente” dos desportos motorizados para alcançar um público mais vasto. A maioria dos artigos da coleção de A$AP Rocky é unissexo.

No âmbito da colaboração, o rapper concentra a atenção criativa em várias etapas do campeonato, começando em Miami em 2024, sendo o curador das ativações em cada uma das corridas e diretor criativo do marketing em torno destas coleções.

O aumento do número de fãs femininas da F1 está a criar oportunidades comerciais para as marcas que tradicionalmente se dirigem às mulheres. A Rimmel, marca de maquilhagem britânica, estabelece uma parceria com a experiência de simulação de corridas F1 Arcade, em julho, para promover o mais recente rímel.

O acordo da Rimmel segue-se a uma parceria em fevereiro, entre a F1 Academy e a marca de beleza Charlotte Tilbury, que se torna na primeira empresa fundada por mulheres a patrocinar o campeonato feminino.

Dados medem o impacto

Uma das principais vantagens do marketing na F1 é a capacidade de medir com precisão o impacto dos patrocínios e das campanhas. Ferramentas de análise avançadas permitem acompanhar desde a visibilidade da marca durante as transmissões ao envolvimento dos fãs nas redes sociais. Esta abordagem baseada em dados permite às marcas afinarem as estratégias, para garantirem o máximo retorno do investimento.

“Além de medir métricas tradicionais, como a exposição televisiva, as visualizações, os cliques e o envolvimento nas redes sociais, também trabalhamos com a Nielsen para avaliar o valor intangível da parceria da Lenovo com a F1”, revela Juan Carlos Fuster, diretor de marketing e comunicações da Lenovo, em declarações ao M&P.

A análise de dados permite ainda às marcas na F1 proporcionarem experiências mais personalizadas e envolventes, aumentando o envolvimento dos fãs e a afinidade com a marca. Por exemplo, a utilização de dados de telemetria nas transmissões em direto da F1 possibilita novas oportunidades para o ‘branded content’. As marcas podem agora criar conteúdos baseados em dados que apelam aos fãs interessados nos pormenores do desempenho das corridas.

“Ao conseguirem um controlo mais granular sobre o espaço onde os anúncios são apresentados, e ao serem capazes de tomar decisões atempadas sobre a colocação dos mesmos, as marcas na F1 têm uma segmentação mais precisa das campanhas”, considera Megan Reichelt, gestora da Integral Ad Science para o Sudeste Asiático, Hong Kong e Taiwan, citada no Branding in Asia.

Marcas aumentam envolvimento com fãs através da tecnologia
–––

A evolução tecnológica na F1 vai além dos carros e dos circuitos. Fora das pistas, os fabricantes de tecnologia procuram modernizar a experiência dos fãs da modalidade, desenvolvendo novas formas de visualização das corridas e de interação das marcas com os consumidores.

“A realidade virtual, a realidade aumentada, a realidade mista e a inteligência artificial (IA) contribuem para experiências de marca únicas que reforçam o posicionamento de inovação da F1”, explica ao M&P Ana Canavarro, consultora especializada em marketing digital, novos media e estratégia digital, coautora do livro ‘Metaverso no Marketing, nas Marcas e nos Negócios’.

A Ferrari, em parceria com a Amazon Web Services (AWS), está a desenvolver uma plataforma digital que inclui experiências de realidade virtual e realidade aumentada, permitindo aos fãs visitar virtualmente as oficinas, interagir com os pilotos e aceder aos bastidores das provas. A Mercedes-AMG Petronas colabora com a Signify. Através de uma tecnologia de iluminação, cria ambientes imersivos nos circuitos noturnos e nas transmissões televisivas, melhorando a experiência de visualização das corridas e dos treinos.

“A realidade virtual permite a visualização de F1 de uma forma mais imersiva. O ‘headset’ Apple Vision Pro, por exemplo, possibilita que os espectadores visualizem uma pista volumétrica projetada numa mesa, com dados e visualizações da corrida em tempo real, enquanto a IA analisa enormes quantidades de dados durante as corridas, fornecendo ‘insights’ instantâneos sobre o desempenho dos carros, as condições da pista e as estratégias das equipas”, explica Ana Canavarro.

Os patrocinadores e os anunciantes também beneficiam dos avanços tecnológicos. “Para se destacarem, as marcas têm de aproveitar as potencialidades da F1 no mundo digital, como o metaverso e outras economias virtuais, onde este desporto pode tornar-se pioneiro”, defende Bruno Moreira, fundador e gestor da agência criativa Modal Brands & Digital.

Numa ativação de marca para promover os Apple Vision Pro, a empresa tecnológica BlackBox Infinite desenvolve um mapa 3D, que permite às audiências interagir com as provas, através dos óculos, tornando a F1 numa experiência imersiva.

“Está na altura de termos marcas que se atrevem e oferecem produtos inovadores, como bilhetes para eventos exclusivos, o acesso a conteúdos que desvendam os bastidores da F1 ou plataformas de gamificação onde os fãs competem em desafios virtuais e ganham ‘tokens’ que são trocados por produtos ou experiências, criando uma economia que une o físico e o virtual de forma contínua”, defende Bruno Moreira.

Os óculos Apple Vision Pro tornam a F1 numa experiência imersiva

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
Fotos DR
Marketing

Marcas investem €13,4 mil milhões na Fórmula 1

A renegociação dos direitos de exploração, o documentário ‘Drive to Survive’ e as redes sociais estão a impulsionar a F1. O aumento da popularidade desta modalidade entre mulheres e consumidores de tecnologia atrai patrocínios de empresas como a LVMH, MSC Cruises, Lenovo e KitKat

2025 é um ano de novos recordes para o campeonato mundial de Fórmula 1 (F1). Numa fase de grande popularidade, a competição automobilística, que arranca a 16 de março com o Grande Prémio da Austrália, consegue alguns dos contratos de patrocínios mais elevados de sempre (ver caixa), apresenta inovações tecnológicas e pode bater recordes de audiências.

Com Lewis Hamilton a trocar a Mercedes-AMG Petronas pela Scuderia Ferrari, Max Verstappen vê a luta pela conquista do penta campeonato mais difícil, gerando mais interesse na prova, que é vista anualmente por cerca de 750 milhões de espectadores em canais de televisão em aberto, segundo a Nielsen Sports.

Os lucros gerados pelos patrocínios têm vindo a aumentar cerca de 10% ao ano, com a F1 a iniciar o campeonato de 2025 com uma faturação estimada de 14,4 mil milhões de dólares (€13,4 mil milhões), em contratos anuais e plurianuais. O valor representa um aumento de 56%, face a 2019, segundo a Nielsen Sports, com a F1 a obter 6,6% do investimento global em patrocínios desportivos, na temporada anterior.

“Existe uma forte procura para fazer parte do ecossistema da F1, através de patrocínios, das transmissões e de parcerias para ativações, porque temos uma marca e uma base de fãs muito forte”, salienta Stefano Domenicali, CEO da F1, na conferência de imprensa de balanço da última temporada.

As marcas patrocinadoras da Fórmula 1 aproveitam os Grandes Prémios para promover eventos exclusivos

O contrato de patrocínio mais mediático desta temporada é o do grupo LVMH com a Liberty Media, empresa norte-americana que adquire os direitos de exploração do campeonato internacional de F1 em 2016. Numa altura em que as mulheres, o segmento que mais cresce, já representam 41% da audiência da competição, o grupo, que detém um portefólio de marcas que inclui a Dior, Bulgari, Givenchy, Kenzo, Loewe e Hublot, entre outras, compromete-se a investir 150 milhões de dólares (€144 milhões), por temporada até 2034.

“A volumetria da audiência traz o interesse das marcas, que veem na F1 uma oportunidade de se posicionarem e, no limite, de incrementar as vendas”, justifica ao M&P Frederico Correia, diretor executivo da agência de meios Wavemaker Portugal.

Em 2024, audiências televisivas cumulativas somam 1,6 mil milhões, incluindo o ‘streaming’, com o número de espectadores únicos a crescer acima de 9% ao ano. Este número inclui os 500 milhões de pessoas (230 milhões no YouTube) que, segundo a Seeing Alpha, acompanham as corridas nas plataformas de ‘streaming’.

“A F1, apesar de só ser viável com grandes investimentos das marcas e exigir um forte ‘know-how’ tecnológico na construção dos automóveis, atrai dezenas de milhares de espectadores nos autódromos e milhões a seguir pela televisão”, sublinha Pedro Dionísio, diretor da pós-graduação de gestão e marketing do desporto do Iscte Executive Education.

42% dos fãs têm menos de 35 anos

O grupo LVMH não é, no entanto, o único estreante na edição deste ano. A Nestlé aproveita o 90.º aniversário da KitKat e o 75.º aniversário da F1 para dar início a uma parceria que se estende até 2028.

Entre os patrocinadores habituais, a empresa de logística DHL e o fabricante de pneus Pirelli também prolongam o apoio à F1 até 2028. “Um grande prémio pode atingir audiências de 200 milhões de espectadores e gerar mais de mil milhões de euros de impacto económico”, diz Daniel Sá, diretor executivo do IPAM e autor do livro ‘Marketing Desportivo – Mais Do Que Um Jogo’.

Segundo a Nielsen Sports, o interesse mundial na F1 atrai 50 milhões de novos fãs desde 2021, com 42% da audiência de 750 milhões a ter menos de 35 anos. A faixa etária que cresce mais é a dos consumidores entre os 16 e os 24 anos, que são os maiores utilizadores de redes sociais, onde a F1 soma cerca de 97 milhões de seguidores, crescendo cerca de 38% ao ano.

A par da entrada da LVMH na F1 e da estreia de Lewis Hamilton na Ferrari, uma das novidades de 2025 é o regresso da TAG Heuer como cronometrista oficial, 22 anos depois, substituindo a Rolex, que desempenhava a função desde 2013.

O piloto Lewis Hamilton protagoniza a mudança de equipa da temporada

O acordo assinado entre os organizadores da prova e a LVMH, que detém a marca de relojoaria desde 1999, é válido por dez anos. Além da visibilidade nas linhas de partida, o contrato garante uma presença fora dos circuitos, através de ativações na ‘fan zone’ e no ‘paddock club’. O desenvolvimento de novas linhas de produtos inspirados na F1 também está contemplado no acordo.

“Enquanto desporto de alta performance e glamour, a F1 oferece às marcas uma plataforma única para construir experiências que vão para além do tradicional. Ao associarem-se à F1, mais do que patrocinar uma competição, estão a criar uma narrativa de inovação, prestígio e emoção”, refere Bruno Moreira, fundador e gestor da agência criativa Modal Brands & Digital e coautor do livro ‘Metaverso no Marketing, nas Marcas e nos Negócios’.

A série ‘Drive to Survive’ da Netflix atrai uma nova legião de seguidores para a F1. A quinta temporada é vista por 6,8 milhões de espectadores

Em Portugal, a DAZN, que tem os direitos de transmissão do campeonato em Portugal, reforça a aposta na prova (ver caixa). Com as transmissões televisivas e as partilhas nas redes sociais, a visibilidade que as marcas conseguem não se limita aos países onde as empresas investem. “A escala é global, tal como as marcas hoje associadas à competição, como a Qatar Airways, a Heineken, a MSC Cruises, a DHL e a Amazon”, salienta Frederico Correia.

Empresas tecnológicas são as que mais investem

O interesse que a F1 desperta nos consumidores de tecnologia, também contribui para o crescimento da modalidade (ver caixa). Para além da aerodinâmica avançada, os novos sistemas de recuperação e de utilização de energia estão a atrair as novas gerações de espectadores e amantes do desporto, com as empresas tecnológicas, como a Amazon Web Services (AWS), a Leonovo e a Salesforce, a figurarem entre os principais patrocinadores da modalidade.

De acordo com a consultora Ampere, as empresas tecnológicas são as que mais investem na F1, representando 18% dos patrocinadores da prova em 2024. “A F1 é o desporto mais inovador e tecnologicamente avançado do mundo, tendo fãs com um perfil altamente tecnológico. A parceria permite-nos mostrar as nossas soluções de ponta num palco global”, argumenta Juan Carlos Fuster, diretor de marketing e comunicações da Lenovo, que aposta em ativações nacionais e internacionais para rentabilizar a parceria.

Com o estatuto de ‘global partner’ a partir desta temporada, a empresa vai ter ativações de marca em lojas e centros comerciais em todos os mercados, incluindo Portugal.

Frederico Correia, diretor executivo da agência de meios Wavemaker Portugal

Embora as marcas tecnológicas figurarem entre os principais investidores da prova, a visibilidade que a F1 recupera está a atrair novos tipos de patrocinadores, como o grupo LVMH, a MSC Cruzeiros e a KitKat, marca da Nestlé. “Continua a ser um desporto de e para elites, havendo uma componente aspiracional muito grande associada ao este desporto. A Liberty Media é muito criteriosa nas marcas que acolhe. A Louis Vuitton é uma marca elitista”, sublinha Frederico Correia.

O fundador e gestor da Modal Brands & Digital recorda, contudo, que o interesse pela F1 “foi sempre muito transversal do ponto de vista das classes sociais”, o que justifica o patrocínio de marcas mais massificadas. “Ainda que a competição tenha passado por duas décadas com alguma decadência, com uma perda acentuada de seguidores, a base de fãs foi sempre muito fiel”, relembra.

Marcas exploram oportunidades de negócio

A Lego e a F1 anunciam uma colaboração estratégica que, com início em 2025, prevê o lançamento de jogos de construção com alguns dos carros e dos circuitos de F1. A parceria é complementada com ativações de marca nas ‘fan zones’ e a divulgação de conteúdos exclusivos nas plataformas digitais das duas marcas. O forte crescimento de adeptos de F1 na faixa etária entre os oito e os 12 anos é uma das razões apontadas.

O propósito é sempre posicionar as marcas como inovadoras, dinâmicas e atrativas para gerar negócio. “A parceria com a F1 permite à KitKat uma exposição privilegiada junto de uma audiência diversificada, reforçando a perceção da marca como moderna e dinâmica”, revela Bruno Martiniano, diretor da unidade de negócio de confeitaria da Nestlé.

Na temporada de 2025, além de passatempos e de ofertas promocionais exclusivas, a KitKat vai ter ativações de marca, que serão complementadas com uma campanha publicitária omnicanal, em fase de preparação.

A visibilidade mediática que a F1 ganha nas redes sociais converte os pilotos em estreias globais que os fãs da modalidade seguem atentamente

A MSC Cruzeiros também está a preparar ativações de marcas nos navios. “A visibilidade é conseguida maioritariamente através da televisão, uma vez que a F1 é transmitida em centenas de países, aumentando o reconhecimento da marca em diferentes regiões e atraindo novos clientes”, refere Eduardo Cabrita, diretor-geral da MSC Cruzeiros.

A ligação à F1 permite à MSC Cruises promover eventos e experiências exclusivas nos navios nos dias das corridas, que geram conteúdos para as redes sociais, “incentivando a partilha de experiências, o que acaba por aumentar a visibilidade online”.

Mesmo nos países que não acolhem provas da competição, como é o caso de Portugal desde 2021, há fãs a acompanhar a F1. “Não termos grandes prémios limita as oportunidades de ativação no terreno, porque a nossa abordagem de marketing está globalmente ligada. Por enquanto, não temos campanhas exclusivas para Portugal, mas procuramos amplificar as iniciativas internacionais através de conteúdos localizados”, esclarece Mathias Wendholt, diretor de marketing global de desportos motorizados da Puma, outro dos patrocinadores da prova.

Na F1 há 40 anos, a marca desportiva tem uma das parcerias mais longas no ‘paddock’, com a Ferrari. À semelhança da Puma, há marcas que, em vez de investir no campeonato de F1, preferem patrocinar equipas, como é o caso da Xerox, que em 2025 patrocina a Aston Martin Aramco. O acordo prevê a gestão da impressão de dados de telemetria para os pilotos, o desenvolvimento de tecnologias de realidade aumentada – para permitir a assistência remota em pista – e a recolha de dados para o departamento de marketing da equipa.

A Adidas também anuncia em janeiro o apoio à Mercedes-AMG Petronas. O contrato plurianual, que marca a estreia da marca desportiva na F1, dá origem a uma nova coleção de calçado, roupa e acessórios. Em média, as equipas de F1 obtêm, esta época, 250 milhões de dólares (€233,8 milhões) em receitas anuais com patrocínios, mais 20% do que em 2024.

F1 com estatuto de espetáculo global

A perder 200 milhões de espectadores entre 2008 e 2016, a F1 volta a despertar o interesse das audiências a partir do momento em que a Liberty Media adquire o Formula One Group por 4,4 mil milhões de dólares (€4,2 mil milhões), em 2017.

As negociações com a Netflix levam a plataforma de ‘streaming’ a desenvolver ‘Drive to Survive’, em 2019, documentário que reposiciona a modalidade. Para atrair as novas gerações, sem paciência para assistir às duas horas de corrida, a Netflix converte-as em dez episódios de 40 minutos, que são vistos por cerca de 6,8 milhões, segundo o relatório ‘YouGov Sports Whitepaper 2023’.

Daniel Sá, diretor executivo do IPAM, especialista em marketing desportivo

“Fizeram estudos a nível global para entender a perceção dos diferentes tipos de consumidores, introduziram alterações na competição, deram espaço a novos circuitos e modificaram o consumo de F1, com a Netflix a trazer uma dimensão ‘hollywoodesca’ que alterou completamente o interesse mundial pela competição”, salienta Daniel Sá.

Segundo o site Thesportsrush.com, cerca de 16,9 milhões de pessoas viram a quinta temporada do documentário, emitida entre fevereiro de 2023 e junho de 2024, levando os organizadores e anunciantes a confirmar a dimensão que o fenómeno ganha.

A Lego lança uma coleção de jogos de construção com os carros da F1

“Este conteúdo aproximou o desporto das pessoas, através de uma quase ‘novelização’ do dia a dia dos pilotos e das equipas. Ao estilo dos ‘reality shows’, capturou uma nova geração de fãs que, ao longo da época, quer seguir aquelas personagens da vida real, por causa das rivalidades, da competição e da tecnologia”, considera Frederico Correia.

A ascensão de Stefano Domenicali, ex-diretor executivo da Lamborghini, a CEO da F1 e a existência de três grandes prémios nos Estados Unidos, um dos países onde as audiências da prova mais cresceram, também contribui para a atratividade que a F1 recupera.

“O apelo resulta da transformação para um espetáculo global. Este desporto automobilista tornou-se numa plataforma de entretenimento que alia a adrenalina da competição a um estilo de vida cheio de glamour e histórias humanas fascinantes. A F1 está a oferecer um produto que vai para além das pistas”, salienta Bruno Moreira.

Bruno Moreira, fundador e gestor da agência criativa Modal Brands & Digital e coautor do livro ‘Metaverso no Marketing, nas Marcas e nos Negócios’, em parceria com a consultora de marketing Ana Canavarro

Portugal acompanha a tendência. A partir de 2003, com as corridas a deixarem de ser transmitidas em sinal aberto e sem provas em Portugal nem pilotos portugueses em competição, a F1 foi caindo no esquecimento. Mas, após 2019, o interesse gerado pelo documentário da Netflix estende-se às redes sociais, com os portugueses a recuperarem as emoções de seguir a prova.

“Há um incremento do número de perfis dedicados à modalidade e, se pensarmos no áudio, o podcast ‘F1 na Sport TV’ chegou a estar no top de podcasts mais ouvidos em Portugal durante a última época”, salienta Frederico Correia. Para as agências de meios dos países onde não se realizam corridas, como Portugal, as marcas podem desenvolver iniciativas de comunicação e ativações paralelas.

“Numa perspetiva local, passa por associar a marca às corridas, bem como à restante programação ligada ao desporto em si, através de patrocínio na plataforma que detém os direitos de transmissão”, refere o diretor executivo da Wavemaker Portugal.

Os dez maiores patrocínios a equipas de F1
–––

1.º Red Bull/Oracle e Ferrari/HP
A Red Bull e a Ferrari vão receber cerca de 100 milhões de dólares (€96,1 milhões) cada em 2025 dos principais patrocinadores, a Oracle e a HP, respetivamente. Estes acordos colocam as duas equipas no topo da lista dos maiores ganhos com patrocínios na Fórmula 1 para 2025, de acordo com a Sports Illustrated.

3.º Aston Martin/Aramco
O grupo petrolífero saudita não só é parceiro oficial da F1 como é o principal patrocinador da Aston Martin. De acordo com a RacingNews365, a Aramco paga à equipa britânica 75 milhões de dólares (€69,1 milhões) por ano.

4.º Mercedes/Petronas
O grupo empresarial malaio, que patrocina a Mercedes-AMG Petronas desde 2010, investe em força na parceria. O novo acordo, que se prolonga para além de 2026, rende à equipa 70 milhões de dólares (€64,4 milhões) na próxima temporada, segundo a RacingNews365.

5.º Alfa Romeo/Stake
A empresa de criptomoedas australiana, que também patrocina o clube de futebol Everton X, investe anualmente 50 milhões de dólares (€46 milhões) na Stake F1 Team, comprada pela Audi no ínicio de 2024, segundo a RacingNews365.

6.º McLaren/Mastercard
Apesar de nunca ter sido divulgado o montante do patrocínio, executivos do setor da F1 estimam que a Mastercard vai pagar à McLaren entre 30 e 40 milhões de dólares (€27,6 e €36,8 milhões) por ano, segundo o Sports Business Journal.

7.º Alpine/Best Water Technology
A empresa tecnológica austríaca investe anualmente 25 milhões de dólares na Alpine (€24,1 milhões), desde fevereiro de 2022.

8.º Haas/MoneyGram
Em vigor desde 2022, o contrato de parceria com a MoneyGram rende à equipa 20 milhões de dólares por ano (€19,2 milhões), revela o PlanetF1.com.

9.º Scuderia AlphaTauri/AlphaTauri
A marca de moda austríaca que dá o nome à equipa desembolsa 15 milhões de dólares (€14,4 milhões) por ano, tendo na temporada de 2023 patrocinado 15 equipas

10.º Williams/Duracell
Apesar da visibilidade que tem na grelha de partida, está longe de ser o negócio mais lucrativo. Segundo a GlobalData, a equipa de James Vowles só recebe seis milhões de dólares (€5,8 milhões) da Duracell.

 

DAZN lança subscrição para fãs de desportos motorizados
–––

A DAZN, que detém os direitos de transmissão da FIA Formula 1 Championship no triénio 2025-2027, aproveita o entusiasmo em torno da prova para lançar a DAZN Motores, plataforma de ‘streaming’ para os fãs de desportos motorizados.

O novo serviço de subscrição está disponível desde 18 de fevereiro, com a transmissão de ‘F1 75’, cerimónia inédita que reúne, em Londres, todas as equipas da F1 para a apresentação dos carros da nova temporada.

O serviço DAZN Motores, que tem uma subscrição autónoma a partir de €6,99/mês, vai acompanhar as provas de F1, Fórmula 2, Fórmula 3 e Fórmula E, além da Porsche SuperCup e da F1 Academy, disponibilizando transmissões em direto, análises especializadas e reportagens.

As conferências de imprensa dos pilotos também passam a ser acompanhadas em direto, à semelhança dos testes de pré-temporada, no Bahrein.

A DAZN também vai divulgar conteúdos exclusivos da Flying Lap, a maior comunidade digital de fãs portugueses de F1, que conta com cerca de 60 mil seguidores, nas redes sociais da plataforma. Com o reforço da aposta da empresa no automobilismo, o canal DAZN 5 passa a ser exclusivamente dedicado ao desporto motorizado.

 

A corrida aos direitos de transmissão
–––

O mercado norte-americano é uma prioridade para o crescimento da Fórmula 1 (F1), devido ao sucesso da série ‘Drive to Survive’, da Netflix, lançada em 2019. Mas a relação entre a Netflix e a F1 pode estar prestes a estender-se, com a plataforma a ponderar uma proposta para adquirir os direitos de transmissão da F1 nos Estados Unidos, detidos pela ESPN até ao final de 2025.

O valor atual, 90 milhões de dólares (€83,5 milhões) por ano, é considerado baixo para uma modalidade com 24 corridas anuais e o céu é o limite no que toca aos valores a que o próximo acordo pode ascender. No Reino Unido este valor é de 250 milhões de dólares (€231,8 milhões) por ano, num acordo até 2029 com a Sky Sports. “O preço é tão baixo que só pode subir substancialmente”, considera François Godard, analista da consultora de pesquisas de mercado Enders, ao The Athletic.

A renovação com a ESPN garante à F1 um alcance e uma estrutura que só uma rede televisiva consegue fornecer, mas a concorrência das plataformas de ‘streaming’ promete aquecer as negociações. Netflix, Amazon (Prime Video), Apple (Apple TV) – que está a produzir o filme ‘F1’, com Brad Pitt (na foto) e a lançar em junho – e NBC (Peacock) têm investido fortemente em transmissões desportivas.

Adquirir os direitos da F1 marcaria uma mudança estratégica para estas plataformas, sobretudo para a Netflix, que tem privilegiado eventos pontuais. “Claro que a Netflix está interessada”, revela Pierre Maes, consultor especialista de direitos de media, ao The Athletic, ressalvando que, “no entanto, a Netflix não quer entrar em leilões contra a ESPN, a Apple ou a Amazon”.

Existem dúvidas acerca da capacidade e sustentabilidade a longo prazo dos serviços de ‘streaming’ de transmitirem uma temporada inteira de F1, devido ao modelo de negócio e às audiências. A F1, focada na construção da reputação e audiência nos Estados Unidos, pode não querer arriscar desfazer esse progresso ao apostar num serviço de ‘streaming’.

Certo é que independentemente do vencedor, seja uma estação tradicional ou uma plataforma de ‘streaming’, o próximo contrato de transmissão nos Estados Unidos promete ter um impacto determinante no futuro da F1, tanto a nível financeiro como estratégico.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman e Luis Batista Gonçalves

Daniel Monteiro Rahman e Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
FOTO DR
Marketing

Notable confirma desvio de €300 mil destinados a Carolina Patrocínio e Tiago Teotónio Pereira

Manuel Santana Lopes (na foto) assumiu a culpa e cessou funções na agência de relações públicas e agenciamento de influenciadores. A Notable já acionou os meios jurídicos para ser ressarcida

A Notable, liderada por Inês Mendes da Silva, confirma o desvio de €300 mil destinados a dois agenciados da agência, Carolina Patrocínio e Tiago Teotónio Pereira. “O ex-colaborador visado reconheceu o sucedido e cessou imediatamente funções na empresa”, revela a Notable, agência de relações públicas e agenciamento de influenciadores, em comunicado divulgado nas redes sociais, sem concretizar que se trata de Manuel Santana Lopes.

A agência explica que os factos foram apurados no âmbito de uma auditoria interna, realizada de urgência por iniciativa da Notable, “após verificação de alguns indícios que apontavam no sentido daquele desvio”, adianta o comunicado. Perante os resultados, a agência mandatou os advogados para, “através dos meios jurídicos adequados, assegurarem o ressarcimento da empresa e o exercício dos seus demais direitos”.

A apresentadora Carolina Patrocínio, através de um comunicado divulgado no Instagram, confirma que foi vítima do desvio de fundos . “Sermos enganados por quem nos é próximo e tem a nossa confiança é ser roubado duas vezes. E dói duas vezes mais”, diz a influenciadora e repórter da SIC, sem se referir diretamente ao chefe de operações da Notable.

De acordo com a SIC Notícias, o valor ronda os €300 mil e terão sido os próprios lesados a descobrir a alegada burla. Manuel Santana Lopes criou uma conta de email falsa, para se fazer passar pelo marido de Carolina Patrocínio, Gonçalo Uva, conseguindo direcionar o valor de várias faturas para a sua conta bancária.

O profissional de relações públicas é sobrinho de Pedro Santana Lopes, atual autarca da Figueira da Foz, e filho de Paulo Santana Lopes, detido em 2016 durante a operação Rota do Atlântico, no âmbito da investigação de um processo de alegada corrupção internacional. Manuel Santana Lopes desativou, entretanto, todas as contas nas redes sociais.

Contactados pelo M&P, Manuel Santana Lopes e Inês Mendes da Silva, fundadora e CEO da Notable, não estiveram disponíveis para prestar declarações.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Media

Impresa com prejuízos de €66,2 milhões em 2024

“A nossa meta é reduzir os custos em 10% em quatro anos, o que corresponde a um corte de cerca de €16 milhões”, diz Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, que admite vender o edifício do grupo em Paço de Arcos, para reduzir o endividamento bancário

A Impresa, empresa proprietária da SIC e do Expresso, encerra o exercício de 2024 com um resultado líquido negativo de €66,2 milhões. O agravamento é explicado, em grande parte, por uma perda por imparidade de €60,7 milhões, relacionada com os segmentos da televisão e da subsidiária Infoportugal, reavaliados em baixa pelo grupo.

“Durante o exercício de 2024, face à evolução de determinadas atividades nos segmentos de televisão e da Infoportugal, bem como à tendência perspetivada dos principais mercados onde estas se enquadram, foram revistos os pressupostos-chave utilizados nos testes de imparidade destes negócios”, refere a Impresa em comunicado de imprensa.

A empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão salienta, contudo, que estas imparidades não têm impacto na atividade operacional do grupo nem comprometem a sua tesouraria. “Na sequência da evolução dos processos judiciais em curso, intentados contra o grupo, e da aferição dos respetivos riscos e responsabilidades, o valor das provisões foi reforçado em aproximadamente €5,3 milhões”, explica o comunicado de imprensa.

Em declarações à Lusa, Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, admite ainda a venda do edifício do grupo em Paço de Arcos, para obter um encaixe financeiro que permita reduzir o endividamento bancário e avançar, depois, para um arrendamento subsequente, tendo também garantido que os principais ativos da Impresa “não estão à venda”.

Receitas totais de 2024 crescem 0,2%

A empresa fecha o ano com receitas totais de €182,3 milhões, mais 0,2% do que no ano anterior, tendo os custos operacionais recuado 1,6%, para €163,8 milhões. O EBITDA do grupo de media cifra-se em €18,4 milhões e o EBITDA recorrente, ajustado dos custos de reestruturação e de indemnizações pagas e recebidas, é de €15,6 milhões. A dívida remunerada líquida registada no final de 2024 é de €130,9 milhões.

“Melhorámos o EBITDA, devido à redução de custos e a um aumento ligeiro nas receitas. No entanto, o EBITDA recorrente, que exclui indemnizações pagas e recebidas, caiu. Por essa razão, e principalmente pelo agravamento do serviço da dívida e do custo de financiamento ao longo dos últimos três anos, verificou-se um aumento da dívida líquida”, explica Francisco Pedro Balsemão, citado em comunicado de imprensa.

A estratégia para voltar a crescer em 2025

A estratégia definida para este ano pretende aumentar os resultados operacionais e reduzir a dívida da empresa. “Para esse efeito, lançámos um novo plano estratégico, com um foco ainda maior no corte de custos. A nossa meta é reduzir os custos em 10% em quatro anos, o que corresponde a um corte de cerca de €16 milhões, especificamente na área de conteúdos, operações e tecnologia e despesas administrativas gerais”, revela Francisco Pedro Balsemão, citado em comunicado.

Além de procurar rentabilizar as áreas centrais do negócio, reformulando e inovando em áreas como a publicidade, a intenção é ter “uma presença mais estruturada, relevante e transversal das nossas marcas e ativos no digital, com o objetivo de aumentar a sua contribuição positiva para a margem do negócio”, salienta o CEO. A diversificação das fontes de receitas e o investimento na produção e venda de conteúdos de ficção e informação a outros mercados também fazem parte da estratégia.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Comunicação

CH Group reforça presença em África

A consultora portuguesa assume a comunicação estratégica da Comissão Africana da Aviação Civil, entidade que gere o mercado aéreo africano. “Estamos muito orgulhosos por liderar um projeto desta magnitude”, sublinha António Henriques, CEO do CH Group (na foto)

O CH Group acaba de conquistar a comunicação estratégica da Comissão Africana da Aviação Civil (AFCAC), entidade responsável pela implementação do Mercado Único de Transporte Aéreo (SAATM) em África. Além do desenvolvimento de um sistema de comunicação, defesa e relações públicas para promover a integração do setor da aviação no continente africano, o contrato, com um valor de cerca de €450 mil, também contempla o desenvolvimento da nova identidade visual do organismo.

“Estamos muito orgulhosos por liderar um projeto desta magnitude. Este projeto vai além de um desafio de comunicação, é uma oportunidade para impulsionar a integração e o desenvolvimento económico de África. Estamos comprometidos em apoiar a AFCAC e o SAATM na construção de um futuro mais conectado e próspero para o continente africano”, salienta António Henriques, CEO do CH Group, citado em comunicado de imprensa.

O acordo assinado reforça a estratégia de internacionalização da consultora, consolidando a presença em mercados estrangeiros enquanto parceiro de referência em projetos institucionais de grande impacto. “A execução deste projeto representa um desafio significativo, não apenas pela sua complexidade técnica e institucional, mas também pelo seu impacto na promoção de um mercado aéreo verdadeiramente unificado e acessível em África”, afirma Carlos Adegas, sócio e diretor de pesquisa internacional do CH Group, citado no documento.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
FOTO DR
Marketing

Polémicas de Elon Musk estão a destruir a marca Tesla

Apesar de ter a ‘pick-up’ eléctrica mais vendida do mundo, a Tesla Cybertruck (na foto), a empresa de Elon Musk desvaloriza-se, com as vendas a cair e as ações a perder €737,2 milhões em bolsa em três meses. Marcas e influenciadores associam-se aos boicotes dos consumidores

A cotação da Tesla perde 800 mil milhões de dólares (€737,2 mil milhões) em bolsa em apenas três meses. Só no dia 10 de março, o prejuízo foi de 29 mil milhões (€26,7 mil milhões). Elon Musk, CEO da Tesla e maior acionista da empresa, tem-se envolvido em sucessivas polémicas pelo seu papel no departamento encarregue de cortar os gastos do Estado norte-americano (DOGE, na sigla em inglês).

Embora continue a ser considerado o homem mais rico do mundo, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, os boicotes à marca, que se multiplicam nos Estados Unidos e na Europa, estão a afetar o negócio e a sua fortuna. Segundo estimativas da Forbes, desde dezembro, a fortuna pessoal de Elon Musk cai 7,1 mil milhões de dólares (€6,5 mil milhões) desde janeiro, para os 347,7 mil milhões de dólares (€320,4 mil milhões).

“A retenção de clientes é um desafio crítico para a marca em 2025, uma vez que o número de condutores que procura uma alternativa à Tesla está a aumentar”, refere Matthias Schmidt, analista de mercado do setor automóvel, citado pelo The Guardian. Um estudo divulgado pela CNBC revela que 85% dos norte-americanos considera que as declarações públicas de Elon Musk estão a impactar a Tesla “negativamente” ou “muito negativamente”.

“O impacto das visões políticas de Elon Musk nas vendas da Tesla pode estar a ser empolado, mas a Tesla está gradualmente a perder a sua posição como vendedor dominante de veículos elétricos no Reino Unido, à medida que outros fabricantes de automóveis trazem modelos mais atualizados e baratos para o mercado”, salienta Ben Nelmes, diretor executivo da publicação especializada New Automotive, ao The Guardian. A consultora JP Morgan estima que, em 2025, as previsões de lucro desçam 70% face a 2022.

Vendas em queda em todo o mundo

No mercado europeu, em janeiro, as vendas da Tesla caem cerca de 50%, com quebras na ordem dos 75% em Espanha, 63% em França e 59% na Alemanha, país onde as vendas de carros elétricos crescem 31%. Na China, a queda é de 49%, face a 2024. Na Austrália, recua 72% em fevereiro, face a fevereiro de 2024. Apesar de ainda ter a ‘pick-up’ eléctrica mais vendida do mundo, a Tesla Cybertruck, a empresa tem dificuldade em manter a faturação. A marca aposta, agora, no lançamento de um modelo mais económico para inverter a situação, o Tesla Model Y.

“Estimamos que menos de 5% das vendas globais da Tesla venham a ser afetadas devido a estes problemas, apesar da narrativa global draconiana que envolve Elon Musk, que reconhecemos que é um problema para a marca”, assume Dan Ives, analista da consultora financeira Wedbush Securities, ao The Guardian.

Numa inédita ação de marketing na Casa Branca, Donald Trump anuncia a compra de um Tesla em apoio a Elon Musk e declara que atacar stands da marca poderá ser considerado ‘terrorismo doméstico’. Declarações que não impedem os acionistas da empresa, como Jerry Avenaim e Dave Portnoy, de questionarem publicamente a continuidade de Elon Musk como CEO da empresa, ou o investidor Robyn Denholm, presidente do conselho de administração da Tesla, de vender cerca de 112.400 ações da empresa.

Embora as taxas impostas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, à China, de onde vêm muitos dos componentes usados pela Tesla, venham a afetar o negócio, o descontentamento atingiu um novo pico em janeiro de 2025, quando Musk gerou polémica ao fazer a saudação nazi após a tomada de posse de Donald Trump. Musk, no entanto, rejeitou as acusações acerca do gesto nazi, alegando que estava a ser alvo de um “golpe sujo”.

Este mês, o empresário volta a causar polémica ao sugerir uma semana de 200 horas de trabalho para os funcionários públicos norte-americanos.

Os clientes da Tesla recorrem às redes sociais para mostrar a sua oposição a Musk e alguns chegam ao ponto de vender ou trocar o veículo por outro de outra marca para mostrar o seu desagrado em relação ao empresário. Figuras públicas também se juntaram ao movimento.

Nos Estados Unidos, a cantora Sheryl Crow, a jornalista Alisyn Camerota ou o senador Mark Kelly engrossam a lista de personalidades que colocaram à venda o Tesla que conduziam. Em Portugal, a mesma decisão foi tomada por João Manzarra. “Ele investe em ideias que me parecem perigosas para o mundo, e eu não quero compactuar com isso”, justifica o apresentador de televisão em declarações ao Público.

Marcas reagem às polémicas de Elon Musk

Um pouco por todo o mundo, os protestos e boicotes à Tesla sucedem-se. Nos Estados Unidos, além de manifestações de protesto em vários estados, um stand da marca foi baleado em Portland e postos de abastecimento de veículos elétricos foram incendiados em Boston e Chicago.

No Reino Unido, foram colocados cartazes contra a marca em várias cidades. Em Milão, um grupo de ativistas invadiu uma loja da Tesla. Os autocolantes com a inscrição ‘I bought this car before I knew Elon was crazy’ [‘Eu comprei este carro antes de saber que Elon era doido’], comercializados por empresas como a MadPufferSticker, já circulam na Europa e nos Estados Unidos.

Além dos consumidores, também as marcas reagem à postura de Elon Musk. A Kia provoca o empresário com um anúncio sarcástico, entretanto apagado, onde exibia um dos autocolantes da MadPufferStickers. A empresa de aluguer de carros Hertz pôs 30 mil veículos da Tesla à venda, desvalorizando ainda mais a marca. Apesar de continuar a ser uma das empresas mais valiosas do setor automóvel, para muitos consumidores, a Tesla tornou-se um símbolo político.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
FOTO DR
Marketing

Jornadas de Marketing do ISCAP debatem poder da conexão

“O objetivo passa por promover um ambiente de proximidade e interação onde o conhecimento se alia à prática”, refere o Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (na foto). O debate pode ser acompanhado através do WhatsApp

A 23ª edição das Jornadas de Marketing do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) realiza-se a 17 e 18 de março e tem como tema ‘The Power of Connection’. A iniciativa pretende reforçar a conexão entre marcas, estudantes e profissionais do setor.

“Durante os dois dias, vão realizar-se workshops, palestras e atividades interativas, nos quais todos terão a oportunidade de explorar o impacto da conexão no mundo do marketing, um motor essencial para a inovação e transformação da área. O objetivo passa por promover um ambiente de proximidade e interação onde o conhecimento se alia à prática”, salienta o ISCAP em comunicado de imprensa.

Além do empresário Fernando Félix, que fala sobre ‘IA: A Revolução Silenciosa’, as jornadas contam ainda com a participação do consultor de marketing digital Marco Gouveia, que vai abordar ‘As Fórmulas Secretas do Marketing Digital’. Paulo Faustino, especialista em marketing digital, realiza um workshop sobre ‘Marca Pessoal’, enquanto que Regina Santan, especialista em neurovendas, traz ‘O Poder da Mente’ para a discussão. O diretor de marketing do SC Braga, João Cunha, aborda o ‘Marketing no Desporto’.

As inscrições são feitas através do site das Jornadas de Marketing do ISCAP, sendo também possível acompanhar todos os momentos através da comunidade no WhatsApp, bastando para tal solicitar acesso à conversa, através deste link.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Marketing

Multilem cria stand imersivo que celebra 80 anos da TAP na BTL

O stand (na foto) explora a evolução da companhia ao longo das décadas, através de uma experiência sensorial que cruza tecnologia, design e ‘storytelling’, para criar uma narrativa sobre a história da aviação portuguesa

A Multilem volta a assinar o stand da TAP Air Portugal na BTL 2025, reforçando a parceria com a companhia aérea. Depois do sucesso do projeto desenvolvido para a edição de 2024, que recebe várias distinções, a Multilem aposta agora numa abordagem distintiva e imersiva para assinalar os 80 anos da TAP.

Inspirado no conceito ‘TAP 80 Anos – Uma Viagem no Tempo’, o stand explora a evolução da companhia ao longo das décadas através de uma experiência sensorial. O espaço, que cruza tecnologia, design e ‘storytelling’, cria uma narrativa sobre a história da aviação portuguesa. Com este projeto, a Multilem cria um stand que traduz a essência da TAP e a sua importância na aviação e no turismo.

Entre os destaques do projeto encontra-se uma parede cronológica interativa, que transporta os visitantes para várias épocas da TAP; uma exposição instagramável com peças emblemáticas da companhia; um ‘pod’ imersivo que recria a sensação de estar nas nuvens; e uma mostra de lugares de classe executiva, que apresenta os primeiros modelos até aos atuais.

Fundada em Portugal há cerca de 35 anos, a Multilem Worldwide é uma empresa que desenvolve experiências de marca, através de espaços imersivos, eventos ao vivo, stands de exposição e ativações. Com centros de produção em Portugal e Angola, tem oito escritórios em Espanha, Portugal, EUA, Angola, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Reino Unido.

Realiza cerca de 300 projetos anualmente, em cerca de 50 localizações internacionais, e conta com uma equipa composta por cerca de 200 profissionais. Visa, Google, Amazon, Apex Brasil e a Autoridade de Turismo da Arábia Saudita são algumas das marcas globais que são parceiras da Multilem Worldwide.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Marketing

IxDA Lisboa organiza evento focado na inclusão digital

A EDIT. vai reunir especialistas e profissionais da área para discutir a importância da acessibilidade em produtos e experiências digitais

A EDIT. Lisboa recebe, no dia 29 de março, o IxDA Lisboa – Acessibilidade Digital, um evento que reúne profissionais da área para discutir a importância da acessibilidade em produtos e experiências digitais.

O evento será composto por uma série de palestras, onde serão abordadas boas práticas, desafios legais e técnicos, bem como estratégias para criar interfaces verdadeiramente inclusivas. O objetivo passa por sensibilizar e capacitar designers, ‘developers’ e outros profissionais do setor para a necessidade de um digital mais acessível a todos, tendo em conta as novas regulamentações europeias.

Com a entrada em vigor da Lei Europeia da Acessibilidade, em junho de 2025, e que impõe requisitos obrigatórios de acessibilidade para produtos e serviços digitais, torna-se essencial que as empresas e os profissionais do setor compreendam e implementem estas diretrizes. O IxDA Lisboa será um espaço de debate e partilha para apoiar esta transição e garantir um digital mais acessível e inclusivo.

Para isso, o painel de oradores conta com especialistas de referência na área, como Ruben Ferreira, Accessibility Lead na Bliss Application, que irá abordar a acessibilidade em Portugal; Salomé Pereira, Legal Manager na Mediaweb, que falará sobre a perspetiva legal da acessibilidade; Filipa Moreno, UX Writer no Santander Portugal, que trará insights sobre acessibilidade em UX Writing; Gonçalo Neves e Pedro Pereira, da Mediaweb, que irão apresentar boas práticas e implementação de acessibilidade no digital; e Bruno Figueiredo, Lead Designer da Friends of Figma, que se debruçará sobre acessibilidade em Design Systems.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Marketing

Saúde financeira melhora, mas ainda há 69% de portugueses com dificuldades em pagar contas

Para 67% da população, poupar continua a ser impossível ou muito difícil, revela o Barómetro Deco Proteste, estudo anual que analisa a saúde financeira das famílias portuguesas

Entre 2023 e 2024 houve um alívio nas despesas dos portugueses, segundo os principais resultados do Barómetro Deco Proteste, estudo anual que analisa a saúde financeira das famílias portuguesas. A maioria (69%) dos quase 5.700 inquiridos, porém, revelam ter dificuldades para pagar as contas em 2024 e para 11% a situação é de sufoco.

Estes resultados, divulgados em comunicado de imprensa quando se assinala o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor a 15 de março, indicam que em sete anos de barómetro nunca Portugal teve um índice tão elevado como o registado em 2024, com exceção de 2020, quando ocorre a pandemia.

“Apesar disso, apresenta um dos índices mais baixos entre os países analisados no Barómetro da Deco Proteste, o que evidencia a necessidade de medidas que promovam a melhoria da situação financeira das famílias portuguesas e que permitam convergir com os níveis de bem-estar financeiro dos seus parceiros europeus”, refere a Deco em comunicado de imprensa, avançando que em 2025 os portugueses anteveem uma queda do poder económico.

Apenas um quinto dos portugueses estão otimistas em relação a este ano e acreditam que a situação financeira irá melhorar. Em 2024, a manutenção da casa é a única despesa que sobe, face a 2023, mas são as férias grandes e os tratamentos dentários que representam o maior peso financeiro.

O estudo revela ainda disparidades regionais, com o centro e a Madeira a destacarem-se como as regiões onde as famílias enfrentam maiores dificuldades. Em contraste, Beja é o distrito com maior desafogo financeiro.

A poupança, um importante indicador da saúde financeira das famílias, continua também a ser um desafio para a maioria dos portugueses: para 67% da população, poupar continua a ser impossível ou muito difícil, “o que demonstra a necessidade de medidas que incentivem a poupança e promovam a educação financeira”, salienta o comunicado de imprensa.

A Deco Proteste sublinha ainda a importância de garantir que todos os consumidores, independentemente da sua situação socioeconómica, tenham acesso a bens e serviços essenciais a preços justos e acessíveis. “Os resultados do Barómetro Deco Proteste reforçam a urgência de implementar medidas que protejam os consumidores mais vulneráveis e promovam a justiça social e a igualdade de oportunidades”, refere o comunicado.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.