90% das agências criativas acham que os ‘marketers’ fazem maus ‘briefings’
Estudo internacional da consultora BetterBriefs, desenvolvido em parceria com a empresa Flood+Partners, identifica as diferenças de perceção que os profissionais de marketing e as agências criativas têm dos ‘briefings’ com os quais trabalham no trabalho de comunicação de marcas

Luis Batista Gonçalves
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Só 10% das agências criativas é que acham que os ‘marketers’ fazem bons ‘briefings’, revela um estudo internacional da consultora BetterBriefs, desenvolvido em parceria com a empresa Flood+Partners. A partir das respostas de cerca de 1.700 profissionais de marketing europeus, norte-americanos e australianos a um inquérito, a análise identifica as perceções diferentes que os ‘marketers’ e as agências criativas têm dos documentos que servem de base ao trabalho de comunicação de marcas.
Embora 89% dos profissionais do marketing e 86% dos representantes das agências criativas considerem os ‘briefings’ importantes, 90% dos ‘marketers’ sentem que os princípios orientadores que definem são negligenciados ao longo do processo criativo, uma tese que é corroborada por 92% das agências.
A falta de qualidade das linhas orientadoras apresentadas nos ‘briefings’ é apontada como a principal causa. De acordo com o estudo, 31% dos profissionais do marketing inquiridos reconhecem que os últimos três ‘briefings’ que produziram não tinham qualidade suficiente e que 52% eram medianos. Só 17% é que os consideraram bons.
Em contrapartida, do lado das agências, 75% classificam as três últimas propostas que receberam como más e 22% como aceitáveis. Só 3% é que merecem uma avaliação mais elogiosa, com 7% a considerá-los claros e 9% inspiradores. Na opinião de 26%, os ‘briefings’ recebidos são inúteis, 39% são de má qualidade, 65% são aborrecidos, 79% são pouco claros e 83% estão desfocados da realidade.
Ainda que, numa autoavaliação, 78% dos ‘marketers’ considerem que os ‘briefings’ que produzem são suficientemente claros nas indicações estratégicas que apresentam, apenas 5% dos representantes das agências criativas é da mesma opinião. Segundo o estudo, 83% dos profissionais do marketing considera que usa uma linguagem clara e concisa, uma tese que só 7% das agências criativas perfilha.
No dia a dia, as dificuldades de comunicação acabam por obrigar ‘marketers’ e agências a terem de refazer os ‘briefings’. Na opinião de 69% dos profissionais do marketing, essa situação ocorre demasiadas vezes. Do lado das agências criativas, a percentagem dos que partilham da mesma opinião sobe para os 73%.
De acordo com o estudo da BetterBriefs, a produção de ‘briefings’ de baixa qualidade acaba por afetar 33% das campanhas. “Estimamos que cerca de um terço dos orçamentos alocados ao marketing de produtos e serviços são gastos em ‘briefings’ pobres que acabam por direcionar mal a atividade criativa que é desenvolvida”, refere a análise, que considera que 72% das orientações definidas nos documentos tendem a estar mal estruturadas.