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Tiro certeiro no coração de um adolescente

Na rubrica Como É Que Não Me Lembrei Disto?, Flávio Gart aponta a campanha de promoção dos seguros do Itaú, da DM9, como a que gostaria de ter feito. A campanha para a Critical TechWorks, que envolve bananas, macacos e códigos de programação, foi a que o diretor criativo da Bazooka mais gostou de fazer

Luis Batista Gonçalves
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Tiro certeiro no coração de um adolescente

Na rubrica Como É Que Não Me Lembrei Disto?, Flávio Gart aponta a campanha de promoção dos seguros do Itaú, da DM9, como a que gostaria de ter feito. A campanha para a Critical TechWorks, que envolve bananas, macacos e códigos de programação, foi a que o diretor criativo da Bazooka mais gostou de fazer

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Qual é a campanha que gostaria de ter feito?

São tantas e tão diferentes que se torna difícil escolher uma. Nem sequer consigo elaborar um top 10. Já em pequeno me interessava por publicidade e estava atento a muitas campanhas. Uma das que mais me marcou, apesar de não conseguir explicar porquê, é uma brasileira, antiga, de 1993, da DM9 para o banco Itaú. Tinha apenas 14 anos quando o anúncio passava na televisão.

Denominava-se ‘Completamente Louco’ e promovia um seguro de vida, procurando tocar o público-alvo, pais à espera do primeiro filho, com a mensagem que, se algo de mal lhes acontecesse, nunca deixariam de estar presentes na vida da criança. A narração era do conhecido ator brasileiro, Paulo Goulart, uma voz familiar para quem via televisão.

Quais são as razões dessa escolha?

Tenho 45 anos e optei por não ter filhos. Adoro crianças, mas, além de achar que a paternidade não é para mim, também não aconteceu. Essa campanha tocou-me imenso numa altura que, ainda adolescente, não sabia se, um dia, viria a ser pai. Apesar de não ser o ‘target’, entendi o conceito de esperança, desejo e ansiedade que a marca transmitia de uma forma muito próxima.

É fantástica a capacidade que a publicidade tem de tocar em pontos que mexem com o nosso lado emocional. De uma forma ímpar e relevante, sem necessidade de forçar as coisas, de aumentar o logótipo ou o tamanho da embalagem do produto, para transmitir essas emoções.

O que é que lhe chamou mais a atenção, o texto, a imagem, o protagonista ou outro aspeto da campanha?

Houve uma conjugação de vários fatores. Além da escolha do narrador, uma voz muito conhecida, de um ator que estava muito ativo na altura, o texto da narração, a cadência e a forma funcionaram muito bem, enquanto eram ilustrados em vários ‘frames’ a preto e branco, com os afazeres da vida de um casal antes da chegada do primeiro filho.

Esta campanha inspirou-o a nível criativo?

De certo modo, sim. Além de ter sido feita por grandes nomes da publicidade brasileira e mundial, demonstrou-me, desde início, a possibilidade de falarmos de serviços ou de produtos, focando-nos diretamente nas necessidades do público-alvo e não nas vantagens ou nas especificidades do próprio produto ou serviço.

Foi uma abordagem curiosa, numa altura que o normal seria explicar que o seguro de vida do Itaú tinha a anuidade X e o período de carência Y, além das vantagens Z, B e T.

Qual é a campanha que fez que mais o concretizou profissionalmente?

Ao longo dos mais de 15 anos de trabalho nesta área, foram várias as campanhas em que participei que me deram muitas alegrias. É-me difícil eleger uma só. Mas, tendo de o fazer, diria que foi uma que fizemos para uma empresa de software, a Critical TechWorks (CTW), uma ‘joint venture’ entre a gigante tecnológica portuguesa Critical Software (CS) e o BMW Group. A marca surge para o desenvolvimento de ‘software’ para os veículos da BMW.

No início, sob a alçada da CS, era preciso fazer com que a CTW se desse a conhecer ao público-alvo, constituído por engenheiros, programadores, matemáticos, etc. Ao mesmo tempo, era necessário falar a língua do ‘target’. Tendo isso em conta, criámos a campanha ‘Free The Code Monkeys’, que teve um enorme sucesso.

Como é que chegou a esta ideia e avançou para a execução?

A ideia surge numa conversa com engenheiros, sobre o seu quotidiano. Foi aí que ficámos a saber que ‘code monkey’ é um termo de ‘bullying’ para referir um programador que não é inteligente, que não pensa por ele e que só ‘bate’ código. A ideia surge da tentativa de explicar que não existem programadores pouco inteligentes.

Transformámos o conceito numa forma positiva, explicando que não há ‘code monkeys’. O que há são projetos maus, líderes que não os estimulam, ambientes desadequados, desafios aquém das suas capacidades, etc.

Como é que a ideia foi materializada?

Criámos uma imagem gráfica, procurando recorrer a algo próximo do código de programação. Usámos os caracteres como grafismo e resultou. Na altura, entendemos que era melhor usar algo que não estivesse focado na marca em si, para que a audiência pudesse interessar-se, optando por escolher o preto e o amarelo como cores da campanha.

Como é que a campanha foi divulgada?

Além de um manifesto, com uma clara homenagem aos engenheiros de software e às suas necessidades e especificidades, fizemos um vídeo de animação, que foi o mote e o meio de divulgação principal de divulgação. Criámos também uma ‘landing page’ no endereço Freethecodemonkeys.com, onde apresentávamos a campanha e as vagas que estavam disponíveis para programadores no site da CTW.

 

Depois de a lançarmos online, fomos para a rua, para locais-chave do Porto e de Lisboa, onde oferecemos autocolantes com a imagem da campanha, além de bananas, numa associação à libertação dos ‘code monkeys’.

O que é que faz quando não tem ideias?

A criatividade não surge de forma isolada. Por norma, tem por base uma conversa ou uma troca de opiniões. Muitas vezes, estamos a resolver um ‘briefing’ em equipa e, de repente, surge uma boa ideia. Nesses momentos, gera-se um período de silêncio, durante o qual apenas nos olhamos e sorrimos.

Essa é uma das coisas de que mais gosto. No entanto, a criatividade também pode ser muito traiçoeira e, quando desaparece, tento não forçar o pensamento e procuro fazer algo diferente. Vou para a rua e dou uma volta ao quarteirão. Por vezes, é o suficiente. Já tive muitas ideias em movimento.

Ficha técnica
–––

Campanha: Completamente Louco
Cliente: Itaú
Agência: DM9
Diretores criativos: Nizan Guanaes e Marcello Serpa
Encenador: Rodolfo Vanni
Diretor de locução: Emílio Carrera
Locução: Paulo Goulart
Ano: 1993

 

Ficha técnica
–––

Campanha: Free The Code Monkeys
Cliente: Critical TechWorks
Agência: Bazooka
Diretor criativo: Flávio Gart
Diretor de arte: Miguel Tavares
Diretora de projeto: Raquel Belard
Designer: Alan Kubota
Redator: Orlando Andrade
Ano: 2019

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Notable confirma desvio de fundos por Manuel Santana Lopes

“A Notable mandatou os seus advogados para, através dos meios jurídicos adequados, assegurarem o ressarcimento da empresa e o exercício dos demais direitos”, informa a agência de Inês Mendes da Silva

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A agência de relações públicas Notable, liderada por Inês Mendes da Silva, confirma o desvio de fundos destinados a dois agenciados da empresa. “O ex-colaborador visado reconheceu o sucedido e cessou imediatamente funções na empresa”, admite a Notable em comunicado divulgado nas redes sociais, sem concretizar que se trata de Manuel Santana Lopes (na foto).

A agência acrescenta, ainda, que os factos foram apurados no âmbito de uma auditoria interna, realizada de urgência por iniciativa da Notable, “após verificação de alguns indícios que apontavam no sentido daquele desvio”, adianto comunicado. Perante os resultados, a agência propriedade da empresária Inês Mendes da Silva, mandatou os seus advogados para, “através dos meios jurídicos adequados, assegurarem o ressarcimento da empresa e o exercício dos seus demais direitos”.

A apresentadora Carolina Patrocínio, através um comunicado divulgado hoje no Instagram, confirma que foi vítima do desvio de fundos . “Sermos enganados por quem nos é próximo e tem a nossa confiança é ser roubado duas vezes. E dói duas vezes mais”, reagiu a repórter da SIC, sem se referir diretamente ao chefe de operações da Notable, depois de a agência ter confirmado o desvio de fundos. Patrocínio, próxima de Santana Lopes, fala em “momentos difíceis que nos confrontam com o pior da natureza humana”.

De acordo com a SIC Notícias, valor ronda os €300 mil e terão sido os próprios lesados a descobrir a alegada burla. Segundo a estação, Manuel Santana Lopes criou uma conta de email falsa para se fazer passar pelo marido de Patrocínio, Gonçalo Uva. Assim, conseguiu direcionar o valor de várias faturas para a sua conta bancária.

O profissional de relações públicas é sobrinho de Pedro Santana Lopes, atual autarca da Figueira da Foz, e filho de Paulo Santana Lopes, detido em 2016 durante a operação Rota do Atlântico, no âmbito da investigação de um processo de alegada corrupção internacional. Manuel Santana Lopes desativou, entretanto, todas as contas nas redes sociais.

Contactados pelo M&P, Manuel Santana Lopes e Inês Mendes da Silva, fundadora e CEO da Notable, não atenderam o telefone.

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Impresa teve prejuízos de €66,2 milhões em 2024

“A nossa meta é reduzir os custos em 10% em quatro anos, o que corresponde a um corte de cerca de €16 milhões”, esclarece Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa, admitindo a venda do edifício do grupo em Paço de Arcos para reduzir o endividamento bancário

A Impresa, empresa proprietária da SIC e do Expresso, encerrou o exercício de 2024 com um resultado líquido negativo de €66,2 milhões. O agravamento é explicado, em grande parte, por uma perda por imparidade de €60,7 milhões, relacionada com os segmentos da televisão e da subsidiária Infoportugal, reavaliados em baixa pelo grupo.

“Durante o exercício de 2024, face à evolução de determinadas atividades nos segmentos de televisão e da Infoportugal, bem como à tendência perspetivada dos principais mercados onde estas se enquadram, foram revistos os pressupostos-chave utilizados nos testes de imparidade destes negócios”, refere a Impresa no comunicado de resultados enviado à CMVM.

A empresa liderada por Francisco Pedro Balsemão salienta, contudo, que, estas imparidades não têm impacto na atividade operacional do grupo, nem comprometem a sua tesouraria. “Na sequência da evolução dos processos judiciais em curso intentados contra o grupo e da aferição dos respetivos riscos e responsabilidades, o valor das provisões foi reforçado em, aproximadamente, 5,3 milhões de euros”, refere o grupo liderado por Francisco Pedro Balsemão.

Em declarações à Lusa, O CEO da Impresa admitiu, ainda, a venda do edifício do grupo em Paço de Arcos, para obter um encaixe financeiro que permita reduzir o endividamento bancário e avançar, depois, para um arrendamento subsequente, tendo também garantido que os principais ativos da Impresa “não estão à venda”.

Receitas totais de 2024 crescem 0,2%

A empresa fecha o ano com receitas totais de €182,3 milhões, mais 0,2% do que no ano anterior, tendo os custos operacionais recuado 1,6%, para €163,8 milhões, informou a Impresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). O EBITDA do grupo de media cifra-se em €18,4 milhões e o EBITDA recorrente, ajustado dos custos de reestruturação e de indemnizações pagas e recebidas, é de €15,6 milhões. A dívida remunerada líquida registada no final de 2024 é de €130,9 milhões.

“Melhorámos o EBITDA, devido à redução de custos e a um aumento ligeiro nas receitas. No entanto, o EBITDA recorrente, que exclui indemnizações pagas e recebidas, caiu. Por essa razão, e principalmente pelo agravamento do serviço da dívida e do custo de financiamento ao longo dos últimos três anos, verificou-se um aumento da dívida líquida”, explica Francisco Pedro Balsemão, citado em comunicado de imprensa.

A estratégia para voltar a crescer em 2025

A estratégia definida para este ano pretende aumentar os resultados operacionais e reduzir a dívida da empresa. “Para esse efeito, lançámos um novo plano estratégico, com um foco ainda maior no corte de custos. A nossa meta é reduzir os custos em 10% em quatro anos, o que corresponde a um corte de cerca de €16 milhões, especificamente na área de conteúdos, operações e tecnologia e despesas administrativas gerais”, revela Francisco Pedro Balsemão.

Além de procurar rentabilizar as áreas centrais do negócio, reformulando e inovando em áreas como a publicidade, a intenção é ter “uma presença mais estruturada, relevante e transversal das nossas marcas e ativos no digital, com o objetivo de aumentar a sua contribuição positiva para a margem do negócio”, salienta o CEO. A diversificação das fontes de receitas e o investimento na produção e venda de conteúdos de ficção e informação a outros mercados também fazem parte da estratégia.

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CH Group reforça presença em África

A consultora portuguesa assume a comunicação estratégica da Comissão Africana da Aviação Civil, entidade que gere o mercado aéreo africano. “Estamos muito orgulhosos por liderar um projeto desta magnitude”, sublinha António Henriques, CEO do CH Group (na foto)

O CH Group acaba de conquistar a comunicação estratégica da Comissão Africana da Aviação Civil (AFCAC), entidade responsável pela implementação do Mercado Único de Transporte Aéreo (SAATM) em África. Além do desenvolvimento de um sistema de comunicação, defesa e relações públicas para promover a integração do setor da aviação no continente africano, o contrato, com um valor de cerca de €450 mil, também contempla o desenvolvimento da nova identidade visual do organismo.

“Estamos muito orgulhosos por liderar um projeto desta magnitude. Este projeto vai além de um desafio de comunicação, é uma oportunidade para impulsionar a integração e o desenvolvimento económico de África. Estamos comprometidos em apoiar a AFCAC e o SAATM na construção de um futuro mais conectado e próspero para o continente africano”, salienta António Henriques, CEO do CH Group, citado em comunicado de imprensa.

O acordo assinado reforça a estratégia de internacionalização da consultora, consolidando a presença em mercados estrangeiros enquanto parceiro de referência em projetos institucionais de grande impacto. “A execução deste projeto representa um desafio significativo, não apenas pela sua complexidade técnica e institucional, mas também pelo seu impacto na promoção de um mercado aéreo verdadeiramente unificado e acessível em África”, afirma Carlos Adegas, sócio e diretor de pesquisa internacional do CH Group, citado no documento.

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Polémicas de Elon Musk estão a destruir a marca Tesla

Apesar de ter a ‘pick-up’ eléctrica mais vendida do mundo, a Tesla Cybertruck (na foto), a empresa de Elon Musk desvaloriza-se, com as vendas a cair e as ações a perder €737,2 milhões em bolsa em três meses. Marcas e influenciadores associam-se aos boicotes dos consumidores

A cotação da Tesla perde 800 mil milhões de dólares (€737,2 mil milhões) em bolsa em apenas três meses. Só no dia 10 de março, o prejuízo foi de 29 mil milhões (€26,7 mil milhões). Elon Musk, CEO da Tesla e maior acionista da empresa, tem-se envolvido em sucessivas polémicas pelo seu papel no departamento encarregue de cortar os gastos do Estado norte-americano (DOGE, na sigla em inglês).

Embora continue a ser considerado o homem mais rico do mundo, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index, os boicotes à marca, que se multiplicam nos Estados Unidos e na Europa, estão a afetar o negócio e a sua fortuna. Segundo estimativas da Forbes, desde dezembro, a fortuna pessoal de Elon Musk cai 7,1 mil milhões de dólares (€6,5 mil milhões) desde janeiro, para os 347,7 mil milhões de dólares (€320,4 mil milhões).

“A retenção de clientes é um desafio crítico para a marca em 2025, uma vez que o número de condutores que procura uma alternativa à Tesla está a aumentar”, refere Matthias Schmidt, analista de mercado do setor automóvel, citado pelo The Guardian. Um estudo divulgado pela CNBC revela que 85% dos norte-americanos considera que as declarações públicas de Elon Musk estão a impactar a Tesla “negativamente” ou “muito negativamente”.

“O impacto das visões políticas de Elon Musk nas vendas da Tesla pode estar a ser empolado, mas a Tesla está gradualmente a perder a sua posição como vendedor dominante de veículos elétricos no Reino Unido, à medida que outros fabricantes de automóveis trazem modelos mais atualizados e baratos para o mercado”, salienta Ben Nelmes, diretor executivo da publicação especializada New Automotive, ao The Guardian. A consultora JP Morgan estima que, em 2025, as previsões de lucro desçam 70% face a 2022.

Vendas em queda em todo o mundo

No mercado europeu, em janeiro, as vendas da Tesla caem cerca de 50%, com quebras na ordem dos 75% em Espanha, 63% em França e 59% na Alemanha, país onde as vendas de carros elétricos crescem 31%. Na China, a queda é de 49%, face a 2024. Na Austrália, recua 72% em fevereiro, face a fevereiro de 2024. Apesar de ainda ter a ‘pick-up’ eléctrica mais vendida do mundo, a Tesla Cybertruck, a empresa tem dificuldade em manter a faturação. A marca aposta, agora, no lançamento de um modelo mais económico para inverter a situação, o Tesla Model Y.

“Estimamos que menos de 5% das vendas globais da Tesla venham a ser afetadas devido a estes problemas, apesar da narrativa global draconiana que envolve Elon Musk, que reconhecemos que é um problema para a marca”, assume Dan Ives, analista da consultora financeira Wedbush Securities, ao The Guardian.

Numa inédita ação de marketing na Casa Branca, Donald Trump anuncia a compra de um Tesla em apoio a Elon Musk e declara que atacar stands da marca poderá ser considerado ‘terrorismo doméstico’. Declarações que não impedem os acionistas da empresa, como Jerry Avenaim e Dave Portnoy, de questionarem publicamente a continuidade de Elon Musk como CEO da empresa, ou o investidor Robyn Denholm, presidente do conselho de administração da Tesla, de vender cerca de 112.400 ações da empresa.

Embora as taxas impostas por Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, à China, de onde vêm muitos dos componentes usados pela Tesla, venham a afetar o negócio, o descontentamento atingiu um novo pico em janeiro de 2025, quando Musk gerou polémica ao fazer a saudação nazi após a tomada de posse de Donald Trump. Musk, no entanto, rejeitou as acusações acerca do gesto nazi, alegando que estava a ser alvo de um “golpe sujo”.

Este mês, o empresário volta a causar polémica ao sugerir uma semana de 200 horas de trabalho para os funcionários públicos norte-americanos.

Os clientes da Tesla recorrem às redes sociais para mostrar a sua oposição a Musk e alguns chegam ao ponto de vender ou trocar o veículo por outro de outra marca para mostrar o seu desagrado em relação ao empresário. Figuras públicas também se juntaram ao movimento.

Nos Estados Unidos, a cantora Sheryl Crow, a jornalista Alisyn Camerota ou o senador Mark Kelly engrossam a lista de personalidades que colocaram à venda o Tesla que conduziam. Em Portugal, a mesma decisão foi tomada por João Manzarra. “Ele investe em ideias que me parecem perigosas para o mundo, e eu não quero compactuar com isso”, justifica o apresentador de televisão em declarações ao Público.

Marcas reagem às polémicas de Elon Musk

Um pouco por todo o mundo, os protestos e boicotes à Tesla sucedem-se. Nos Estados Unidos, além de manifestações de protesto em vários estados, um stand da marca foi baleado em Portland e postos de abastecimento de veículos elétricos foram incendiados em Boston e Chicago.

No Reino Unido, foram colocados cartazes contra a marca em várias cidades. Em Milão, um grupo de ativistas invadiu uma loja da Tesla. Os autocolantes com a inscrição ‘I bought this car before I knew Elon was crazy’ [‘Eu comprei este carro antes de saber que Elon era doido’], comercializados por empresas como a MadPufferSticker, já circulam na Europa e nos Estados Unidos.

Além dos consumidores, também as marcas reagem à postura de Elon Musk. A Kia provoca o empresário com um anúncio sarcástico, entretanto apagado, onde exibia um dos autocolantes da MadPufferStickers. A empresa de aluguer de carros Hertz pôs 30 mil veículos da Tesla à venda, desvalorizando ainda mais a marca. Apesar de continuar a ser uma das empresas mais valiosas do setor automóvel, para muitos consumidores, a Tesla tornou-se um símbolo político.

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Jornadas de Marketing do ISCAP debatem poder da conexão

“O objetivo passa por promover um ambiente de proximidade e interação onde o conhecimento se alia à prática”, informa o Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (na foto). Debate pode ser acompanhado através do WhatsApp

A 23ª edição das Jornadas de Marketing do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP) realiza-se nos dias 17 e 18 e tem como tema ‘The Power of Connection’. A iniciativa pretende reforçar a conexão entre marcas, estudantes e profissionais do setor.

“Durante os dois dias, vão realizar-se workshops, palestras e atividades interativas, nos quais todos terão a oportunidade de explorar o impacto da conexão no mundo do marketing, um motor essencial para a inovação e transformação da área. O objetivo passa por promover um ambiente de proximidade e interação onde o conhecimento se alia à prática”, salienta o ISCAP em comunicado de imprensa.

Além do empresário Fernando Félix, que fala sobre ‘IA: A Revolução Silenciosa’, as jornadas contam ainda com a participação do consultor de marketing digital Marco Gouveia, que vai abordar ‘As Fórmulas Secretas do Marketing Digital’. Paulo Faustino, especialista em marketing digital, realiza um workshop sobre ‘Marca Pessoal’, enquanto que Regina Santan, especialista em neurovendas, traz ‘O Poder da Mente’ para a discussão. O diretor de marketing do SC Braga, João Cunha, aborda o ‘Marketing no Desporto’.

As inscrições são feitas através do site das Jornadas de Marketing do ISCAP, sendo também possível acompanhar todos os momentos através da comunidade no WhatsApp, bastando para tal solicitar acesso à conversa, através deste link.

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Multilem cria stand imersivo que celebra 80 anos da TAP na BTL

O stand (na foto) explora a evolução da companhia ao longo das décadas, através de uma experiência sensorial que cruza tecnologia, design e ‘storytelling’, para criar uma narrativa sobre a história da aviação portuguesa

A Multilem volta a assinar o stand da TAP Air Portugal na BTL 2025, reforçando a parceria com a companhia aérea. Depois do sucesso do projeto desenvolvido para a edição de 2024, que recebe várias distinções, a Multilem aposta agora numa abordagem distintiva e imersiva para assinalar os 80 anos da TAP.

Inspirado no conceito ‘TAP 80 Anos – Uma Viagem no Tempo’, o stand explora a evolução da companhia ao longo das décadas através de uma experiência sensorial. O espaço, que cruza tecnologia, design e ‘storytelling’, cria uma narrativa sobre a história da aviação portuguesa. Com este projeto, a Multilem cria um stand que traduz a essência da TAP e a sua importância na aviação e no turismo.

Entre os destaques do projeto encontra-se uma parede cronológica interativa, que transporta os visitantes para várias épocas da TAP; uma exposição instagramável com peças emblemáticas da companhia; um ‘pod’ imersivo que recria a sensação de estar nas nuvens; e uma mostra de lugares de classe executiva, que apresenta os primeiros modelos até aos atuais.

Fundada em Portugal há cerca de 35 anos, a Multilem Worldwide é uma empresa que desenvolve experiências de marca, através de espaços imersivos, eventos ao vivo, stands de exposição e ativações. Com centros de produção em Portugal e Angola, tem oito escritórios em Espanha, Portugal, EUA, Angola, Brasil, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Reino Unido.

Realiza cerca de 300 projetos anualmente, em cerca de 50 localizações internacionais, e conta com uma equipa composta por cerca de 200 profissionais. Visa, Google, Amazon, Apex Brasil e a Autoridade de Turismo da Arábia Saudita são algumas das marcas globais que são parceiras da Multilem Worldwide.

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IxDA Lisboa organiza evento focado na inclusão digital

A EDIT. vai reunir especialistas e profissionais da área para discutir a importância da acessibilidade em produtos e experiências digitais

A EDIT. Lisboa recebe, no dia 29 de março, o IxDA Lisboa – Acessibilidade Digital, um evento que reúne profissionais da área para discutir a importância da acessibilidade em produtos e experiências digitais.

O evento será composto por uma série de palestras, onde serão abordadas boas práticas, desafios legais e técnicos, bem como estratégias para criar interfaces verdadeiramente inclusivas. O objetivo passa por sensibilizar e capacitar designers, ‘developers’ e outros profissionais do setor para a necessidade de um digital mais acessível a todos, tendo em conta as novas regulamentações europeias.

Com a entrada em vigor da Lei Europeia da Acessibilidade, em junho de 2025, e que impõe requisitos obrigatórios de acessibilidade para produtos e serviços digitais, torna-se essencial que as empresas e os profissionais do setor compreendam e implementem estas diretrizes. O IxDA Lisboa será um espaço de debate e partilha para apoiar esta transição e garantir um digital mais acessível e inclusivo.

Para isso, o painel de oradores conta com especialistas de referência na área, como Ruben Ferreira, Accessibility Lead na Bliss Application, que irá abordar a acessibilidade em Portugal; Salomé Pereira, Legal Manager na Mediaweb, que falará sobre a perspetiva legal da acessibilidade; Filipa Moreno, UX Writer no Santander Portugal, que trará insights sobre acessibilidade em UX Writing; Gonçalo Neves e Pedro Pereira, da Mediaweb, que irão apresentar boas práticas e implementação de acessibilidade no digital; e Bruno Figueiredo, Lead Designer da Friends of Figma, que se debruçará sobre acessibilidade em Design Systems.

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Saúde financeira melhora, mas ainda há 69% de portugueses com dificuldades em pagar contas

Para 67% da população, poupar continua a ser impossível ou muito difícil, revela o Barómetro Deco Proteste, estudo anual que analisa a saúde financeira das famílias portuguesas

Entre 2023 e 2024 houve um alívio nas despesas dos portugueses, segundo os principais resultados do Barómetro Deco Proteste, estudo anual que analisa a saúde financeira das famílias portuguesas. A maioria (69%) dos quase 5.700 inquiridos, porém, revelam ter dificuldades para pagar as contas em 2024 e para 11% a situação é de sufoco.

Estes resultados, divulgados em comunicado de imprensa quando se assinala o Dia Mundial dos Direitos do Consumidor a 15 de março, indicam que em sete anos de barómetro nunca Portugal teve um índice tão elevado como o registado em 2024, com exceção de 2020, quando ocorre a pandemia.

“Apesar disso, apresenta um dos índices mais baixos entre os países analisados no Barómetro da Deco Proteste, o que evidencia a necessidade de medidas que promovam a melhoria da situação financeira das famílias portuguesas e que permitam convergir com os níveis de bem-estar financeiro dos seus parceiros europeus”, refere a Deco em comunicado de imprensa, avançando que em 2025 os portugueses anteveem uma queda do poder económico.

Apenas um quinto dos portugueses estão otimistas em relação a este ano e acreditam que a situação financeira irá melhorar. Em 2024, a manutenção da casa é a única despesa que sobe, face a 2023, mas são as férias grandes e os tratamentos dentários que representam o maior peso financeiro.

O estudo revela ainda disparidades regionais, com o centro e a Madeira a destacarem-se como as regiões onde as famílias enfrentam maiores dificuldades. Em contraste, Beja é o distrito com maior desafogo financeiro.

A poupança, um importante indicador da saúde financeira das famílias, continua também a ser um desafio para a maioria dos portugueses: para 67% da população, poupar continua a ser impossível ou muito difícil, “o que demonstra a necessidade de medidas que incentivem a poupança e promovam a educação financeira”, salienta o comunicado de imprensa.

A Deco Proteste sublinha ainda a importância de garantir que todos os consumidores, independentemente da sua situação socioeconómica, tenham acesso a bens e serviços essenciais a preços justos e acessíveis. “Os resultados do Barómetro Deco Proteste reforçam a urgência de implementar medidas que protejam os consumidores mais vulneráveis e promovam a justiça social e a igualdade de oportunidades”, refere o comunicado.

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Companhia das Soluções ganha quatro marcas

Isdin, Shiseido, Uber & Uber Eats e Too Good to Go são as novas contas. “Cada uma representa um novo desafio e uma nova oportunidade de crescimento e de explorar novos caminhos”, refere Sónia Pereira, CEO e fundadora da agência de comunicação

A Companhia das Soluções reforça a carteira de clientes com quatro marcas globais – Isdin, Shiseido, Uber & Uber Eats e Too Good to Go -, que se juntam ao portefólio da agência de comunicação.

A agência passa a ser responsável pela definição e implementação da estratégia de assessoria de comunicação e relações públicas, marketing de influência e organização de eventos das marcas Isdin e da Shiseido. Ao mesmo tempo que assume a gestão de marketing de influência da Uber & Uber Eats e fica também responsável pelo serviço de consultoria em comunicação e assessoria de imprensa da Too Good To Go.

“Cada nova marca que acrescentamos ao nosso portefólio é uma prova do nosso compromisso com a qualidade e inovação. Cada uma representa um novo desafio e uma nova oportunidade de crescimento e de explorar novos caminhos. No caso da Isdin que retorna à Companhia, é um símbolo de confiança renovada que nos deixa ainda mais felizes. Estamos muito orgulhosos por sermos a agência escolhida para trabalhar com marcas tão icónicas, revolucionárias e influentes” refere Sónia Pereira, CEO e fundadora da agência, em comunicado de imprensa.

Fundada em 2004, a Companhia das Soluções tem uma carteira de clientes globais como a Vans, Rituals, Givenchy, Fred Ferry, Timberland, Pinko, Elisabetta Franchi, Samsonite, Nuxe, Yves Rocher, Delonghi, e marcas nacionais como a Decenio, Lion Of Porches, Eugénio Campos Jóias e Ambitious Shoes, entre outras.

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Campanha da VML lança Compal Origens sabor Goiaba Rosa do Brasil

Com produção da Garage e realização de João Nuno Pinto, a campanha (na foto) é veiculada em televisão, digital, outdoor, pontos de venda e rádio

Para apresentar o sabor Goiaba Rosa do Brasil, a Compal Origens está a apostar numa campanha de comunicação 360º, presente em televisão, digital, outdoor, pontos de venda e rádio, entre 10 de março e 14 de abril. Com criatividade da VML, produção da Garage e realização de João Nuno Pinto, a campanha quer envolver os consumidores numa viagem ao coração do Brasil, celebrando a intensidade da goiaba rosa e a diversidade cultural do país.

“A Compal Origens tem como missão trazer o melhor da fruta de diferentes partes do mundo, e a Goiaba Rosa do Brasil é um exemplo perfeito dessa viagem de sabores. Queremos proporcionar uma autêntica imersão na energia tropical do Brasil, através de um néctar fresco, intenso e autêntico”, afirma Mariana Tropa, gestora de marca da Compal, citada no comunicado.

O spot publicitário envolvente explora a riqueza cultural brasileira, traduzida em cores vibrantes, ritmos contagiantes e imagens que captam toda a autenticidade do Brasil. Para reforçar esta experiência, a Compal investe também em conteúdos criativos no digital e em ativações exclusivas nos pontos de venda.

“Este lançamento é uma verdadeira celebração dos sabores tropicais. Queremos que os consumidores sintam, com cada copo a vitalidade do Brasil e a qualidade que define a Compal Origens. Com esta campanha, reforçamos o nosso compromisso de oferecer bebidas que vão para além do sabor e qualidade: são autênticas viagens sensoriais”, destaca Mariana Tropa, citada no comunicado.

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