Gallo diversifica negócio para crescer
As conservas em azeite (na foto) são o mais recente segmento de negócio que a Gallo está a explorar. A marca, que exporta 70% da produção de azeite, é a protagonista da rubrica O Que é Nacional, dedicada a marcas nacionais

Luis Batista Gonçalves
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Alma Portuguesa é o nome da coleção especial de azeite virgem extra que a Gallo está a lançar no mercado nacional, homenageando Lisboa, a azulejaria, o fado e ícones de Portugal, como o coração de filigrana, a andorinha e a sardinha, através dos elementos gráficos que surgem nos rótulos das quatro garrafas.
A coleção é a primeira novidade que a marca apresenta desde que, em 2023, para chegar a mais consumidores, apostou no lançamento de conservas de peixe produzidas com azeite virgem extra 100% português.
Apesar de ter começado a diversificar a oferta em 2007, com a comercialização de vinagres e depois de temperos picantes em 2012, só no ano passado é que a Unilever Fima, empresa que atualmente detém a insígnia, decidiu sair da zona de conforto para investir numa nova categoria de produtos.
“A entrada no mercado das conservas não só representa uma expansão da marca como também reforça o compromisso com os princípios de qualidade e de autenticidade, conjugando o seu ‘know-how’ na produção de azeite com o foco no desenvolvimento de inovações”, explica ao M&P fonte oficial da Gallo.
Apesar de também comercializar azeitonas verdes embaladas, inteiras com ou sem caroço e fatiadas, o foco principal do negócio continua, no entanto, a ser o azeite, com o Gallo Azeite Virgem Extra Reserva a absorver a maior fatia do orçamento de promoção da insígnia, que a empresa não divulga.
De acordo com um estudo da Euromonitor International, a Gallo é a primeira marca portuguesa de azeite e a terceira maior do mundo, fruto da presença em 26 mercados, sendo o brasileiro o maior. A notoriedade no Brasil levou a empresa a abrir uma filial em São Paulo. “As vendas internacionais representam, hoje, 70% do negócio”, informa a mesma fonte.

O Instagram é uma das redes sociais que a Gallo inclui no planeamento de meios
Embora adaptada aos mercados a que se destina, a comunicação global da insígnia, maioritariamente assente nas redes sociais, muitas vezes através da divulgação de vídeos de receitas e recomendações culinárias, valoriza sempre a portugalidade da marca.
Em alguns países, os nomes dos rótulos surgem em português nas garrafas, embora também integrem a descrição na língua dos consumidores a que se destinam. “Equilibramos a história centenária com uma abordagem moderna e sofisticada”, afirma ainda fonte oficial da marca.
O Galo cantou e a Gallo nasceu
Embora as origens da insígnia remontem a 1860, a Gallo só é registada em 1919, numa altura em que já exporta para o Brasil o azeite que produz em Abrantes, no Ribatejo. A origem do nome estará no galo que, um dia ao acordar, o empresário Victor Guedes, terá ouvido a cantar, dias após a aquisição, à União Industrial, do lagar que esteve na origem do negócio da produção de azeite.
De origem galega, o empreendedor decidiu registá-la com dois L, para lhe dar um cunho de sofisticação, adotando o galináceo como logótipo da marca, uma opção que se mantém até hoje.
Em 1989, após uma maratona de negociações, a Fima, ‘joint-venture’ entre a Unilever e a Jerónimo Martins, adquire a Gallo. Após a fusão entre a Fima, a Lever e a Iglo/Olá, a marca passa a integrar a Unilever Jerónimo Martins, que volta a mudar de nome, assumindo a designação de Unilever Fima, em 2018.
Nos Estados Unidos, os azeites com o logótipo da Gallo são comercializados com a marca Victor Guedes, que se apresenta como “a marca de azeite número um em Portugal e a terceira maior no mundo”, tal como salienta a insígnia nos materiais promocionais que divulga em Portugal.