Expetativas elevadas estão a fazer com que ‘marketers’ abandonem projetos de IA
Os profissionais de marketing esperam um retorno rápido dos seus investimentos em inteligência artificial, mas o melhor será concentrarem-se nos resultados indiretos, segundo um estudo da Gartner
Daniel Monteiro Rahman
KFC é a marca com mais interações no TikTok em Portugal
Sidul entrega comunicação à Adagietto
BA&N conquista comunicação da Salsa
Marcas tiram partido do regresso dos ‘dumbphones’
Manicómio e Izidoro lançam campanha de sensibilização para a saúde mental
Spotify ocupa uma das icónicas cabines telefónicas de Londres
Guess What reforça direção com três novos sócios
Maria João Serra reforça a área de comunicação da M Public Relations
Oreo despede-se de Portugal com campanha da Publicis
Audiências mensais: todos os canais em aberto estão em crescimento
Oito em cada 10 profissionais de marketing afirmam esperar que os investimentos em inteligência artificial (IA) tenham um impacto positivo no setor este ano, de acordo com o mais recente relatório da consultora Gartner, noticia a Ad Age. No entanto, uma análise separada da Gartner, publicada no verão de 2024, conclui que a IA generativa requer tempo e investimento contínuo para trazer retornos significativos. Uma realidade que fará com que pelo menos 30% dos projetos que dependem da IA generativa sejam abandonados pelos ‘marketers’, até ao final de 2025.
Estas perspetivas contraditórias indicam que os ‘marketers’ podem ter de ajustar as suas perceções sobre a IA, se quiserem concretizar os seus investimentos. “Esta mudança implica aumentar a tolerância, a curto prazo, para resultados indiretos, como sucessos na gestão de mudanças, em vez de retornos financeiros sobre os investimentos”, afirma Nicole Greene, vice-presidente e analista da Gartner e autora do relatório, citada pela Ad Age. “A IA generativa tem muito potencial, mas vai exigir mais recursos e mais orçamento para ter sucesso”, acrescenta. A gestão de mudanças diz respeito às alterações das organizações, para se prepararem para novas tecnologias ou outras transições.
Os elevados custos associados à IA estão a tornar as coisas mais difíceis, sobretudo porque muitos anunciantes parecem assumir incorretamente que os retornos vão compensar rapidamente os investimentos. No entanto, até uma utilização de IA comum entre os ‘marketers’, como o recurso à IA generativa para criar conteúdo personalizado, pode custar de 750 mil dólares (€678 mil) a um milhão de dólares (€905 mil), de acordo com a Gartner. Sendo que a manutenção deste serviço varia entre 790 dólares (€715) e 1200 dólares (€1086) por utilizador, por ano, segundo a mesma fonte.
Estes custos aumentam ainda mais no caso da criação de um assistente virtual, que pode exigir entre 5 milhões de dólares (€4,5 milhões) e 6,5 milhões de dólares (€5,8 milhões) em custos iniciais e entre 8 mil dólares (€7,2 mil) e 11 mil dólares (€9,9 mil) por utilizador por ano, com o desenvolvimento de um modelo de IA personalizado a custar entre 8 milhões de dólares (€7,2 milhões) e 20 milhões de dólares (€18,1 milhões) e entre 11 mil dólares (€9,9 mil) e 21 mil dólares (€19 mil) por utilizador, anualmente, de acordo com a consultora. Por outro lado, 41% dos profissionais de marketing veem resistência dos funcionários à IA, uma consequência do medo de serem substituídos, dificultando ainda mais a vida dos anunciantes.
Embora os retornos financeiros levem tempo, Nicole Greene vê três oportunidades na gestão de mudanças, através das quais as organizações podem encontrar retornos a curto prazo: a higiene dos dados, a tecnologia e talento, e a confiança. A higiene dos dados refere-se à qualidade, à governação e à gestão dos dados proprietários. Os dados proprietários são dados exclusivos da organização e dos seus clientes e são a base das plataformas de IA generativa. São as informações que são utilizadas para treinar os modelos de IA. Contudo, apenas 4% dos ‘marketers’ afirmam que os seus dados estão preparados para a IA, de acordo com a Gartner.