Condé Nast partilha conteúdos com OpenAI
Os artigos da editora vão alimentar o novo motor de pesquisa SearchGPT, que está a ser desenvolvido para competir com Google e Bing. Roger Lynch, CEO da Condé Nast, diz que o acordo é uma forma de atenuar a perda de receitas

Luis Batista Gonçalves
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A OpenAI assinou um acordo plurianual com a Condé Nast, que lhe permite partilhar os conteúdos do grupo editorial no SearchGPT, o motor de busca que a empresa tecnológica está a desenvolver para competir diretamente com o Google e com o Bing, da Microsoft.
Embora os termos financeiros do contrato não tenham sido revelados, devido à cláusula de confidencialidade, a imprensa internacional avança que a parceria também abrange a plataforma de inteligência artificial (IA) generativa ChatGPT.
À semelhança dos acordos estabelecidos anteriormente com o jornal francês Le Monde ou o grupo de media espanhol Prisa Media, a colaboração garante à OpenAI o acesso aos arquivos de texto das publicações da Condé Nast, incluindo a Vogue, a Allure, a Vanity Fair, a GQ, a Pitchfork, a The New Yorker, a Wired, a Architectural Digest e a Condé Nast Traveller. Além de treinar grandes modelos de linguagem, como os do ChatGPT, os artigos vão ser usados para melhorar o software de pesquisa de informações em tempo real do novo motor de busca.
“Com o lançamento do nosso protótipo SearchGPT, estamos a testar novas funcionalidades para tornar o processo de procura mais rápido e intuitivo, disponibilizando informações de fontes fiáveis e mantendo a precisão, a integridade e o respeito pela qualidade dos trabalhos produzidos”, explica a OpenAI em comunicado de imprensa.
Em declarações ao The New York Times, Roger Lynch, CEO da Condé Nast, admite que o acordo assinado é uma forma de atenuar a perda de receitas que se tem verificado globalmente no setor dos media. “A IA generativa está a mudar rapidamente a forma como as pessoas acedem à informação. É crucial que caminhemos em direção ao seu encontro, ao mesmo tempo que garantimos a atribuição e compensação adequadas pelo uso da nossa propriedade intelectual”, defende o responsável.
A estratégia colaborativa está, todavia, longe de ser unânime no setor. Ao contrário do que fizeram a Condé Nast, o Le Monde e a Prisa Media, a The Intercept Media, o The New York Times e a Raw Story Media preferiram apresentar queixa contra a OpenAI, pela alegada utilização indevida dos seus artigos no ChatGPT e no SearchGPT. Os processos de litigância encontram-se atualmente em curso.