Opinião: Look, AI everywhere
O último ano foi repleto de desafios onde fomos obrigados não a andar, mas a correr o mais rápido possível atrás de todas as inovações tecnológicas que diariamente surgiam e […]

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O último ano foi repleto de desafios onde fomos obrigados não a andar, mas a correr o mais rápido possível atrás de todas as inovações tecnológicas que diariamente surgiam e que continuam num ritmo alucinante. Diariamente, temos novas ferramentas com base em inteligência artificial (IA), novos serviços e produtos. A IA não veio abrir um caminho, mas sim uma autoestrada de várias faixas de rodagem para percorrermos em alta velocidade.
Esse caminho precisa de um carro robusto para ser percorrido e, na busca por esse veículo, temos muitas opções e vários extras. Precisamos de tirar a carta e ganhar competências que nos permitam fazer as escolhas corretas, que nos permitam saber as potencialidades, mas também o caminho que ainda falta percorrer. Avaliar e definir bem o caminho que queremos percorrer na adoção e uso de IA nos nossos produtos e serviços e de que forma se podem tornar mais-valias e não ser o carro que compramos porque o vizinho tem um igual.
Imagine entrar num mundo onde os limites entre o físico e o virtual são cada vez mais indistintos, onde cada produto pode ser explorado e experimentado em ambientes virtuais realistas e personalizados e onde o esforço para viver essa experiência é cada vez menor e mais simples. A AR(augmented reality), a MR(mixed reality) e a VR(virtual reality), combinadas com a IA, estão a tornar esta visão uma realidade. Estas tecnologias não se limitam apenas a melhorar a experiência do utilizador, têm o potencial para redefinir toda a forma como os consumidores interagem com as marcas, como compram e, principalmente, como pesquisam. Podem, por exemplo, ver como um produto fica na sua casa ou experimentar uma peça de vestuário, assim como o seu processo de pesquisa e acesso a resultado podem ser mais contextualizados, como, por exemplo, ter informação da loja mais próxima mostrando o caminho até lá. Tudo isto pode ser agora potencializado pela IA, que aprende e se adapta ao contexto e às preferências individuais.
Além disso, a pesquisa de produtos está a tornar-se uma experiência em tempo real e on the go. Uma das evoluções que me entusiasmam mais são, por exemplo, os novos óculos da Meta (Meta Smart Glasses – www.meta.com/smart-glasses). Equipados com câmaras, open-ear speakers e potenciados por IA, abrem toda uma nova forma de interação onde os consumidores podem vir a obter informações sobre um produto simplesmente olhando para ele. Esta capacidade de pesquisa instantânea e intuitiva é um avanço notável, proporcionando uma riqueza de dados e insights que antes eram inacessíveis ou que nos limitavam ao uso de um dispositivo que iria requisitar mais esforço ou mais atenção.
No entanto, esta revolução tecnológica também traz desafios. Questões relacionadas com a privacidade dos dados e a ética no uso da IA são preocupações crescentes e cada vez mais debatidas na procura por regulamentação eficaz. A personalização extrema, embora atraente, deve ser equilibrada com considerações sobre a segurança dos dados do consumidor.
Além disso, as marcas enfrentam o desafio de integrar estas tecnologias de forma a complementar, e não substituir, a experiência humana. O toque pessoal e a interação humana continuam a ser componentes extremamente valiosos no processo de compra. À medida que a tecnologia evolui para nos permitir experiências de compra mais informadas e otimizadas, a vertente humana tem também uma oportunidade de se reinventar e potencializar essa mesma experiência. Como, por exemplo, um atendimento mais personalizado ao cliente que entra na loja após uma pesquisa sobre determinado produto e que quer aconselhamento de um humano no seu processo de decisão ou quando seremos capazes de transpor para uma relação humana um processo de benchmark entre produtos após ter a informação de um cliente.
A tecnologia poderá ser uma grande aliada na humanização dos nossos processos de compra. A evolução tecnológica continua a todo o gás e a integração de IA em praticamente todos os produtos e serviços está a tornar-se uma realidade e a abrir novos horizontes em todas as indústrias. Estas tecnologias estão a mudar não apenas a forma como os consumidores pesquisam e compram produtos, mas também como interagem com as marcas. À medida que avançamos nesta nova era, é crucial que as marcas naveguem nestas águas com uma abordagem que equilibre inovação tecnológica com ética e experiência humana.
Artigo de opinião assinado por Ricardo Melo, head of frontend na Fullsix