“Ranking” de jornalistas? As reações do SJ e da APECOM
Na sequência da divulgação dos resultados do estudo “Best PR agency to work for”, da Scopen em parceria com a APECOM, que inclui uma lista com os jornalistas que as agências […]

Sónia Ramalho
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Na sequência da divulgação dos resultados do estudo “Best PR agency to work for”, da Scopen em parceria com a APECOM, que inclui uma lista com os jornalistas que as agências de comunicação “mais admiram”, o Sindicato dos Jornalistas “lamenta a publicação de uma lista deste género, que hierarquiza jornalistas, incluindo pela sua relação com fontes profissionais, o que o SJ não pode deixar de ver como preocupante – e causador de pressão – para o trabalho editorial”, pode ler-se num comunicado divulgado hoje, dia 31 de outubro, no site do sindicato.
O SJ refere que “não compactua com a publicação de listas que façam “rankings” entre jornalistas, muito menos de um que menciona a relação com agências de comunicação, que dá azo a interpretações que deixam os jornalistas desconfortáveis”, chamando a atenção para o ponto 11 do Código Deontológico: “O jornalista deve recusar funções, tarefas e benefícios suscetíveis de comprometer o seu estatuto de independência e a sua integridade profissional”.
No comunicado, o SJ refere ter conhecimento que “há jornalistas que surgem naquela lista, associados ao órgão de comunicação em que trabalham, que não foram informados da sua inclusão. O SJ foi já confrontado com mal-estar motivado por esta publicação e está solidário com os jornalistas que se sentem atacados por este ranking”, sendo que “o único “ranking” que interessa aos jornalistas é o do leitor”.
Mal-estar no meio jornalístico
A notícia do ranking dos jornalistas mais admirados pelas agências foi destaque em vários meios de comunicação social, mas foram vários os jornalistas a questionar a divulgação da listagem, nomeadamente Miguel Carvalho, ex-jornalista da Visão, que numa publicação no Facebook questionou: “E o próximo ranking será o dos jornalistas mais admirados pelos bancos, hipermercados, farmacêuticas, empresas de vending e barquinhos no Doutro?”
Contactada pelo M&P, Domingas Carvalhosa, presidente da APECOM, explicou que o estudo “Best PR agency to work for” é da responsabilidade da Scopen e que a APECOM “apenas facilitou o acesso aos nossos associados para que fossem contactados no âmbito do estudo. Enquanto associação do setor não tivemos qualquer envolvimento na metodologia do estudo, nem sabíamos quais as perguntas que iriam ser colocadas”.
Para Domingas Carvalhosa, o importante é saber quais as agências de PR mais conceituadas para trabalhar e os profissionais de marketing com quem os participantes do estudo mais gostariam de trabalhar. “Se é importante para o setor ter a informação de quais os jornalistas com quem mais gostam de trabalhar? Não acho importante e nunca pensei em fazer este tipo de abordagem”.