Observador prepara lançamento de novos podcasts
Em março, o Observador lançou o Podcast +, o projeto de áudio desenvolvido pela Observador On Time para entrar no segmento dos podcasts narrativos. A iniciativa arrancou com O Sargento […]
Luis Batista Gonçalves
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Em março, o Observador lançou o Podcast +, o projeto de áudio desenvolvido pela Observador On Time para entrar no segmento dos podcasts narrativos. A iniciativa arrancou com O Sargento na Cela 7, o primeiro dos três atualmente disponíveis, com narração do ator Pepê Rapazote e música original de Noiserv. Seguiu-se-lhe, pouco depois, Piratinha do Ar, narrado pela atriz Margarida Vila Nova ao som de novas composições musicais de David Fonseca.
Espião no Kremlin, com narração do ator Marco Delgado e banda sonora original do maestro Martim Sousa Tavares, foi o último a ser lançado mas, nos próximos meses, surgirão outros igualmente disruptivos. “Vamos fazer mais”, avançou ao Meios & Publicidade Rudolf Gruner, diretor-geral do Observador, sem no entanto levantar a ponta do véu.
“No caso dos podcasts, como em muitos outros casos, não ficamos nada atrás do melhor que se faz no mundo”, garante. “São produções que levam meses de trabalho de várias pessoas, com investigação jornalística e muita edição sonora”, sublinha o responsável. O nível de profissionalização e o grau de preciosismo têm vindo a aumentar com a generalização do formato, à semelhança do que sucede lá fora.
“O som da avioneta é o da avioneta original, a rajada de metralhadora é da arma verdadeira que foi usada naquela situação, são pormenores mas que ajudam a criar uma experiência de consumo incrível. Os resultados são impressionantes, cada série de seis episódios, um por semana, atingiu largas centenas de milhares de downloads e ocupou sempre a primeira posição do ranking nacional de podcast da Apple”, regozija-se.
Investimento publicitário não acompanha crescimento
Apesar do êxito, continuam todavia a ser muitos os obstáculos à rentabilização do formato. “É necessário que as agências de meios e os anunciantes entrem nos podcasts. Por vezes, falo com diretores de marketing que são, eles próprios, heavy users, adoram o formato e têm total noção do consumo que já existe, mas depois não investem aqui”, lamenta Rudolf Gruner.
“A oportunidade de crescimento é enorme e vai acontecer”, vaticina, contudo. A esmagadora maioria das previsões também aponta nesse sentido. “O setor evoluiu muito nos últimos tempos. Os estudos dizem que Portugal é um dos países com maior penetração de podcasts no mundo, com já 38% da população a ouvir podcasts nos últimos 30 dias, segundo o estudo Reuters Digital News Report”, justifica.
“A oferta nacional está seguramente a estimular este indicador. Não só da parte das rádios, mas também por parte de outros media nacionais e produtores independentes que têm estado a entrar cada vez mais nos podcasts e com conteúdos cada vez melhores”, elogia ainda o diretor-geral do Observador. Nos últimos dias, além do Público, também a RTP e a Bauer Media Audio Portugal anunciaram novos formatos.
Medição de audiências (também) condiciona evolução
Embora os podcasts e os videocasts que foram sendo lançados nos últimos anos tenham revitalizado o panorama audiovisual nacional, continuam a haver entraves, dificuldades que vão deitando água na (muita) fervura que atualmente se vive. “Há claramente um obstáculo enorme que é o estudo de audiências atual, o Bareme Rádio [da Marktest]”, critica Rudolf Gruner.
“É um estudo obsoleto, que continua a dar resultados com base em entrevistas, parte delas [feitas] para a rede fixa, com 20 minutos de duração, em que se pergunta qual foi a rádio ouvida na véspera. Um estudo que, pela sua metodologia, não consegue abranger segmentos importantes de consumidores e que não reflete de forma adequada o consumo digital, tanto live como em diferido em podcast”, lamenta.
“Basta dizer que, no caso do Observador por exemplo, só a audiência real medida diretamente em digital é muito superior à audiência total que resulta do estudo. Há um plano para fazer evoluir este estudo, mas está a levar demasiado tempo e com resistências que não fazem sentido e apenas provocam a perda de importância do meio rádio e do meio áudio face a outros meios”, condena.
“Acumulado a agosto, o mercado total de publicidade cresce 11% e a rádio não cresce. Perdeu 0,3% face ao período homologo, o que é estranho e não faz sentido, tendo em conta que em FM/live o nível de consumo está em máximos históricos e no digital/podcast há uma oferta tão dinâmica e com audiências já tão elevadas. No digital, nem sequer a publicidade programática de áudio ganhou a expressão que seria de esperar”, sublinha.