Compra de livros aumenta na Grande Lisboa. Porto regista a maior quebra
A maioria dos portugueses adquiriu livros no último ano. De acordo com o estudo “Mercado do livro e hábitos de compra em Portugal”, nos últimos 12 meses, foram 62% os […]
Luis Batista Gonçalves
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A maioria dos portugueses adquiriu livros no último ano. De acordo com o estudo “Mercado do livro e hábitos de compra em Portugal”, nos últimos 12 meses, foram 62% os que o fizeram. Desses, 70% revelaram que compraram o mesmo número de obras literárias ou até mais do que no ano anterior.
O inquérito, realizado pela GfK a um painel constituído por 1.001 consumidores, entre os dias 18 de julho e 10 de agosto, apurou também que os jovens entre os 15 e os 34 anos continuam a ter o hábito de comprar livros. Este foi mesmo o segmento que mais os adquiriu no último ano, com 28% a confirmar a aquisição de novos títulos. Ainda assim, nas diferentes regiões de Portugal, os hábitos de leitura diferem. E muito.
Na Área Metropolitana de Lisboa, a compra de livros cresceu, mas no resto do país diminuiu. “As maiores quebras no último ano registaram-se no Porto”, avança a Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL). Na segunda maior cidade de Portugal, o mercado livreiro recuou 14% face ao ano anterior. No litoral e no interior do país, a quebra ronda os 10%. As classes sociais mais baixas (C e D) foram as que menos obras compraram. Foram vendidas menos 26%.
Uma tendência que Pedro Sobral, presidente da instituição, gostaria de ver contrariada. “Não podemos ficar satisfeitos quando assistimos a uma subida do índice de compra de livros, mas apenas na Grande Lisboa. O aumento da leitura deve ser transversal a todo o país, independentemente da classe económica ou da região. Por isso, democratizar o acesso ao livro deve ser um imperativo nacional”, defende o dirigente.
Romance continua a ser o género literário preferido
Em comparação com o período anterior à pandemia viral de covid-19, 68% dos compradores adquiriu o mesmo número ou até mais livros do que em 2022. Nas camadas mais jovens, a compra de livros subiu 44%. Por critério geográfico, o Porto sofreu uma quebra de vendas de 11%, enquanto Lisboa cresceu 5% e o sul do país subiu 12%. O romance continua a ser o género literário preferido. Foi a escolha de 69% dos compradores.
O romance histórico, referido por 52%, ocupa o segundo lugar. Em terceiro lugar, figuram os livros infantojuvenis, que continuam a representar 50% das compras efetuadas. De acordo com o novo estudo da GfK, 82% dos inquiridos que comprou obras literárias fê-lo para consumo próprio. Na faixa etária dos 55 aos 74 anos, essa percentagem sobe para os 87%. 53% adquiriu títulos para oferecer.
O livro em papel continua a ser o mais privilegiado, representando 99% das obras transacionadas. As lojas físicas atraem 88% dos compradores, mas o digital também tem vindo a ganhar terreno no formato e no canal de compra. 8% dos leitores já adquire livros eletrónicos e 39% já tem o hábito de os comprar online. “Num país com os índices de leitura mais baixos da Europa, estes números trazem-nos esperança no futuro”, refere Pedro Sobral.
Hoje e amanhã, a primeira edição do Book 2.0 debate o futuro dos livros e da leitura no Picadeiro Real do Museu Nacional dos Coches, em Lisboa. Promovido pela APEL, o evento reúne alguns dos grandes escritores e pensadores da atualidade. Impulsionar políticas públicas e fortalecer o ecossistema do setor livreiro, as editoras e a educação no país é a ambição deste estudo inédito sobre a literacia em Portugal, ponto de partida para uma nova reflexão.