Destaque M&P Exclusivo

“Quando os jornais são úteis aos seus leitores têm futuro”

Para assinalar o sétimo aniversário, o Jornal Económico entra numa nova fase com um novo grafismo e uma edição diária digital, numa lógica de “less is more”, além da edição […]

Sónia Ramalho
Destaque M&P Exclusivo

“Quando os jornais são úteis aos seus leitores têm futuro”

Para assinalar o sétimo aniversário, o Jornal Económico entra numa nova fase com um novo grafismo e uma edição diária digital, numa lógica de “less is more”, além da edição […]

Sónia Ramalho
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Sónia Ramalho
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Para assinalar o sétimo aniversário, o Jornal Económico entra numa nova fase com um novo grafismo e uma edição diária digital, numa lógica de “less is more”, além da edição semanal. Estivemos à conversa com Filipe Alves, diretor do JE, que revela o que está por detrás destas alterações, porque já não guardam as notícias para o papel apostando numa lógica de “digital first” e os eventos que estão a preparar para a rentrée, a partir de setembro.

 

Anunciaram que o Jornal Económico (JE) está a entrar numa nova fase. O que podemos esperar do JE?

Este ano fizemos grandes alterações e essas mudanças ocorrem num novo enquadramento no Grupo Media N9ve, no qual o JE está inserido desde o final de 2022. A entrada no Grupo deu-nos várias vantagens. Por um lado, temos um acionista com uma perspetiva mais cosmopolita e internacional. Atualmente, o JE posiciona-se como um jornal lusófono, ou seja, os nossos leitores estão em todos os países onde se fala português, o que obrigou a um ajuste na estratégia para ter conteúdos para esses leitores.

Por outro lado, este ano tivemos a oportunidade de fazer um investimento em várias áreas decisivas para o futuro, como o novo site, que arrancou em soft launch em maio, e que está a ter muito bons resultados. Conseguimos aumentar a audiência em cerca de 40 a 50% nas diferentes métricas e vamos fechar o primeiro mês do novo site acima dos 2 milhões de page views.

A que se deve esse aumento?

No último ano tivemos grandes problemas de cibersegurança. Fomos alvo de um ataque que afetou o nosso posicionamento no Google e tivemos de criar uma nova plataforma. Por outro lado, melhorámos os conteúdos, reforçámos a equipa e estamos a passar para um modelo de “digital first”, ou seja, já não guardamos notícias para a edição semanal. Apostamos diariamente em ter notícias e isso é muito importante porque, apesar desse “digital first”, não estamos a deixar de investir na edição semanal. Pelo contrário, lançámos um novo grafismo, com novos conteúdos e o caminho é cada vez mais de excelência. Antes, o nosso foco podia estar mais concentrado na edição semanal, em ter um bom produto à sexta-feira, e neste momento queremos ter um bom produto todos os dias.

Esta aposta no “digital first” não prejudica a edição semanal?

Não, pois o que mudámos foi a forma de trabalhar. A edição semanal continua a ser o nosso espaço premium, com conteúdos de grande qualidade. Com a reformulação gráfica, os artigos analíticos ganharam mais espaço. Ou seja, vamos apostar mais nesse tipo de trabalhos e não guardar notícias exclusivas para sexta-feira. Vamos ter sempre histórias exclusivas na edição semanal, mas o jornal vai ser mais analítico, vai ter mais contributos de novos colonistas, novas parcerias com universidades e outras instituições. O que é notícia e o que é urgente vai sair no momento.

Há outra vertente: a edição diária digital. Na prática, vamos ser um jornal diário, vamos ter um produto premium todos os dias para assinantes, embora não em papel, mas é um jornal condensado com os grandes acontecimentos do dia e a sua análise.

De que forma a edição diária, exclusiva para assinantes, é diferente dos conteúdos no disponíveis no site?

A edição diária vai arrancar com um período experimental em que vai estar acessível a todos. Queremos dar a conhecer o produto para que os leitores possam experimentar. A diferença face ao site é que vamos ter conteúdos com mais profundidade, mais tempo de edição, mais aprofundados e notícias exclusivas todos os dias. O JE tem-se distinguido desde o início por ser capaz de dar notícias que marcam a agenda e vamos continuar nesse caminho. A edição diária é mais uma plataforma para o fazer. Vamos ter um produto que nasce com o objetivo de dar o essencial que um leitor de economia precisa todos os dias, ou seja, eliminando o ruído, a espuma dos dias. Há outros temas que fazem mais sentido no site, como artigos de lifestyle, mas que na edição diária não vão ter tanta expressão, pois é focada no essencial.

Na sua opinião, as pessoas ainda têm paciência para ler artigos mais analíticos, numa altura onde apenas se lê os títulos e pouco mais?

Há muita gente que faz isso, mas considero que há cada vez mais espaço para esse tipo de conteúdos mais analíticos. As pessoas são diariamente bombardeadas com uma informação tão intensa que acaba por ser difícil de acompanhar. Tivemos recentemente o caso da TAP em que bastava perder uma reunião da comissão de inquérito para perder o fio à meada. Mais do que nunca, a quantidade de conteúdos e de informação com que somos bombardeados de manhã à noite é tanta que há necessidade daquela função do jornalista de procurar a informação, selecionar e validar o que é importante.

CURADORIA DE INFORMAÇÃO

Um jornalismo quase como uma curadoria de informação?

Exatamente. Passa por pegar no que é realmente importante. O que quero é que o nosso leitor típico – quadros de empresas, gestores, profissionais liberais, investidores, estudantes, professores universitários – saibam que, de manhã, vão ter um guia essencial para o seu dia e, se não tiverem muito tempo para ler o resto, já ficam por dentro de tudo e isso é um grande desafio. É fácil? Obviamente que não, mas vamos fazer um esforço muito grande para isso.

Como surgiu a necessidade de reformular do JE? Foi uma forma de assinalar os sete anos?

Sim. A reformulação tem por base duas vertentes: gráfica e de conteúdos. Na vertente gráfica havia uma consciência de que o jornal precisava de um refresh. Tinha havido um trabalho anterior de atualização, mas nunca um refresh por circunstâncias relacionadas com o lançamento do jornal. Foi feito num processo acelerado e acabou por não ter a atenção devida. De há um ano para cá que estávamos a pensar fazer isto e pedimos o apoio do Pedro Fernandes, um designer conceituado que, juntamente com a equipa de arte do JE, liderada pelo Mário Malhão, produziu esta nova edição com um grafismo mais clean, moderno, apelativo, sem cortar com o que existia. Percebe-se que há um fio condutor. Nas secções, o leitor frequente do JE identifica-se pois percebe que é uma evolução, não há um corte radical com o passado.

Há mais espaço para análise e alguns temas internacionais vão ter mais profundidade. Depois existem duas alterações no conceito: por um lado, é um produto multimédia e temos conteúdos, como entrevistas, em que é possível aceder em vídeo ou podcast, basta abrir um QR Code. Isto permite dar destaque à entrevista no jornal, mas esta pode não ocupar duas páginas e ter somente o título, parte do texto e, com o QR Code, o leitor pode ter acesso ao conteúdo na íntegra. Dá ao leitor a opção de aceder ao conteúdo no formato que for mais conveniente. Estamos a dar mais opções ao leitor e a ir ao encontro do que são as novas tendências de consumo de conteúdos. Conseguimos ter mais conteúdos no jornal pois não ocupam tanto espaço, o que permite redefinir as secções.

Quais as mudanças que implementaram nas secções?

O antigo JE começava com a secção de economia e política, seguida da secção de empresas e finanças e depois o internacional, lusofonia e universidades. Com a reformulação passámos as empresas para a frente. Não é que os outros temas sejam menos importantes, mas somos um jornal virado para as empresas e muitos leitores compram o jornal para ler essas notícias.

Por outro lado, os conteúdos internacionais e de lusofonia não devem estar acantonados numa secção, uma vez que a economia não tem fronteiras. Significa que, se houver uma notícia sobre eleições no Brasil ou em Angola ou num pais lusófono, pode ser a abertura da secção de política. Ou uma reunião do banco central dos EUA pode abrir a economia. Permite pensar de uma forma mais internacional. Os temas estão apenas divididos em macro (economia) e micro (empresas). Diria que, cada vez mais, o caminho para o JE passa por procurar servir melhor a sua comunidade de leitores.

COMUNIDADE DE LEITORES

Essa comunidade é vital?

Acredito que qualquer projeto, para ser bem-sucedido, tem de ter a sua comunidade e tem de a servir bem. Não podemos estar de costas voltadas para os leitores, anunciantes e parceiros, temos de procurar cumprir os princípios básicos do jornalismo, que é ser independente, para o nosso jornalismo ter valor para as pessoas. É para isso que servimos.

Para serem reconhecidos por isso?

Diria que o ser reconhecido não é um fim em si mesmo, o ser reconhecido como independente, rigoroso e isento é necessário para que o modelo de negócio seja sustentável. Existem muitas pessoas no nosso sector que ainda não compreenderam isso. Pensam que têm de faturar em publicidade, mas esquecem-se que, para atrair publicidade e organizar eventos, é necessário que as marcas sejam reconhecidas como credíveis. A grande vantagem dos media passa por aí: ter a sua comunidade e ir ao encontro do que ela quer e construir uma comunidade à volta disso (leitores, parceiros, anunciantes), além dos stakeholders, que se associam aos eventos, às iniciativas, às pessoas que somos capazes de atrair para os eventos.

O principal é ser fiel aos nossos princípios e não abdicar do essencial porque, se abdicarmos, é o fim. Deixamos de inspirar confiança nos leitores, deixamos de ter valor comercial e deixamos de ser capazes de cumprir a nossa função perante a sociedade.

A IMPORTANCIA DOS EVENTOS

Os eventos e as conferências são uma parte importante no vosso modelo de negócio?

Sempre foram, mas este ano vamos fazer uma aposta maior com a introdução de novos formatos, como conferências à porta fechada, observatórios com stakeholders relevantes e a introduzir uma forte componente lusófona.

No segundo semestre vamos ter um calendário de eventos muito preenchido. Começamos em setembro com a conferência para assinalar o 7º aniversario do JE, onde vamos debater os grandes temas que consideramos mais relevantes para o próximo ano, quase como uma conferência de antevisão para 2024 em matéria de macroeconomia, no setor financeiro, nas empresas, na lusofonia.

Também em setembro vamos ter um grande evento em Lisboa, em parceria com a Forbes: Doing Business Angola. A ideia é criar um fórum, que se pode repetir mais tarde noutras geografias, para discutir as grandes oportunidades para investir em Angola, nomeadamente as privatizações e as mudanças que estão a decorrer em vários setores de atividade.

Além destes dois eventos, e até ao final do ano estão calendarizados o Fórum Banca, um evento anual do setor financeiro, o Fórum Telecomunicações, que vai juntar os players das telecoms para debater o futuro do setor, um grande evento sobre tecnologia na área da saúde e um outro sobre o orçamento do Estado.

A área dos eventos é importante para a faturação do JE?

Sim, é muito importante. Há um mix de receitas, que está dividido em partes iguais entre o digital, os produtos em papel e os eventos.

EDIÇÃO IMPRESSA

Ainda faz sentido ter uma edição impressa?

Sim, ainda faz sentido uma vez que o papel se paga a si mesmo, além de ser um suporte muito do agrado dos nossos leitores. Ao manter o papel estamos a ir ao encontro desses leitores, nos quais me incluo, que gostam de ler em papel. O papel num jornal semanal faz todo o sentido pois é uma forma de posicionamento e de promoção do próprio jornal. Pela nossa experiência, as próprias fontes valorizam muito o papel, que resulta de um trabalho de edição, de escolha do que é relevante. É um espaço finito e as pessoas têm noção de que o que está ali é importante o suficiente. Por isso, acho que o papel vai continuar sempre a fazer sentido. Hoje em dia, a dicotomia entre o papel e o digital não se coloca. A verdadeira dicotomia é entre o que é premium (reservado a assinantes) e o que é livre e a tendência é que cada vez mais produtos com qualidade sejam reservados a assinantes.

E onde se inserem os conteúdos no jornal?

O JE à sexta-feira é um semanário, nos outros dias é um diário, que sai em papel e no digital. Temos mais leitores pagos no digital do que no papel, mas o caminho passa cada vez mais por conteúdos com valor acrescentado para os leitores, para que sintam necessidade de comprar. Neste caso, os económicos têm vantagem face aos generalistas pois é mais fácil dar conteúdos que fazem a diferença e que ajudam os leitores a fazer escolhas informadas e esclarecidas na sua vida profissional, nas suas poupanças, até na vida pessoal (escolher o sítio onde vão morar, a escola dos filhos). Um jornal de economia pode ajudar a tomar essas decisões. Quando os jornais são úteis aos seus leitores têm futuro. Acredito muito nisso. Isto conjugado com outras formas de monetização, como a publicidade e os eventos, acaba por fazer um mix que permite a sustentabilidade de um projeto.

O facto de terem uma área de podcasts e vídeos é uma forma de atrair leitores mais jovens?

É para ir ao encontro das novas tendências de consumo de informação e para proporcionar aos anunciantes outros suportes para a publicidade, nomeadamente o branded content onde o vídeo é muito importante. O facto de termos um produto multimédia, apesar de ser papel, faz com que o leitor possa aceder aos conteúdos multimédia e permite chegar a mais pessoas, com interesses distintos.

Como se convence um jovem adulto a comprar um jornal económico?

De duas formas: por um lado fazendo bom jornalismo. Os jovens são muito mais idealistas, dão mais atenção a temas do interesse coletivo. É uma mudança geracional e até as empresas têm sentido isso. Querem trabalhar em empresas e projetos que partilhem os seus valores, que tenham uma causa em que possam acreditar e se o jornalismo for levado a sério também pode ajudar a mostrar a essa juventude que é possível tentar chegar à verdade. Sermos honestos no nosso trabalho faz toda a diferença. É um ideal, mas acho que nós (jornalistas) temos de tentar ir atrás de um ideal, chegar o mais próximo possível da verdade e, para isso, temos de usar as ferramentas: o contraditório, verificar os factos, cruzar informações, ser honesto, olhar para as histórias sem conflitos de interesse. Em Portugal ainda se dá pouca importância ao conflito de interesses e é um tema que se vai colocar, mais tarde ou mais cedo. Temos de ser procurar ser sérios e chegar à verdade de forma honesta e isso implica seguir os princípios básicos do jornalismo. Só assim temos futuro como setor.

 

Sobre o autorSónia Ramalho

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Guilherme Coelho lidera nova área tecnológica da Havas

“Há uma crescente complexidade regulatória no uso de dados para fins de comunicação, o que obriga a uma atenção constante às exigências legais”, diz ao M&P Guilherme Coelho (na foto), sócio-gerente da CSA, consultora focada em dados, tecnologia e análise

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Guilherme Coelho, anterior gestor nacional da Incubeta, é o sócio-gerente da CSA, nova consultora tecnológica que o grupo Havas está a lançar em Portugal. Licenciado em engenharia alimentar pela Universidade Católica Portuguesa e mestre em engenharia e gestão industrial pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, lidera a nova consultora de tecnologia, dados e análise.

“Um dos principais desafios deste mercado centra-se na complexidade da análise de dados e na sua transformação em ‘insights’ acionáveis que sejam de fácil compreensão para os clientes. Será esse um dos nossos maiores focos, sermos tradutores capazes de simplificar algo tão técnico sem perder profundidade e riqueza de informação”, refere ao M&P Guilherme Coelho, sócio-gerente da CSA.

Fomentar nas empresas portuguesas uma cultura de utilização dos dados mais estratégica é uma das prioridades do proprietário da Bracket, consultora de ‘data analytics’, ‘web development’ e ‘media strategy’, que ao longo da carreira passou pela Lisbon Digital School, Samsung Portugal, SIVA, Emailbidding, Kwanko e Adclick.

“Ter uma cultura de utilização de dados mais estratégica é algo que ainda não é amplamente priorizado, mas, a par disto, há também uma crescente complexidade regulatória no uso de dados para fins de comunicação, o que obriga a uma atenção constante às exigências legais e à criação de uma equipa especializada na área de dados aplicada ao marketing, preparada para tirar máximo partido das oportunidades em tempo real”, sublinha Guilherme Coelho.

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ByteDance fatura €136,1 mil milhões

A faturação do TikTok em 2024 representa um quarto das receitas totais da ByteDance, que atingem um novo recorde apesar da desaceleração das operações na China

As receitas de faturação da ByteDance, empresa-mãe do TikTok, aumentam 29% para 155 mil milhões de dólares (€136,1 mil milhões) em 2024, de acordo com um relatório obtido pelo site The Information, mas não confirmado pela empresa. Os lucros da marca chinesa aumentam 6% para 33 mil milhões de dólares (€28,9 mil milhões) no mesmo período.

A faturação do TikTok em 2024 representa um quarto das receitas totais da ByteDance, que atingem um novo recorde apesar da desaceleração das operações na China, segundo o relatório. Os mercados internacionais também representam um quarto da faturação total da ByteDance e registam um aumento de 63% em 2024, para 39 mil milhões de dólares (€34,2 mil milhões), impulsionado pelo crescimento da rede social.

A ByteDance tem vindo a expandir o comércio eletrónico, através do TikTok Shop, para um maior número de mercados estrangeiros, incluindo Espanha e Irlanda em 2024, com o objetivo de competir com empresas como a Shein e a Temu. A empresa está também a tentar expandir o TikTok Shop para Itália, Alemanha e França, com planos de entrar no Japão e no Brasil ainda este ano.

A ByteDance está ainda a tentar competir no setor da inteligência artificial (IA), com o desenvolvimento de novos óculos inteligentes, de acordo com outro relatório da The Information. O foco deste novo dispositivo será a captação de imagens e vídeos de boa qualidade.

A empresa até já terá iniciado o processo de negociação com os fornecedores para determinar os detalhes do dispositivo, nomeadamente as especificações técnicas, o custo e a data de lançamento.

Atualmente, a ByteDance enfrenta inúmeros desafios nos Estados Unidos, o seu maior mercado, onde terá de vender a operação da rede social, sob risco de ser proibida por motivos de segurança nacional e preocupações com a privacidade dos dados.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

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Sugestões para ler, ver e escutar da edição 977 do M&P

O livro ‘Storytelling — A Melhor História Ganha’, de Mark Edwards, a série ‘Vinagre de Sidra’, da Netflix, e o podcast ‘Uncensored CMO’, são alguns dos destaques

Ler

Storytelling — A Melhor História Ganha

Ao longo de várias décadas dedicadas ao jornalismo, Mark Edwards criou um método próprio para escrever histórias convincentes e cativantes. Neste livro, partilha as técnicas que desenvolveu e a abordagem seguida na criação de histórias vencedoras e na comunicação eficaz. A obra inclui vários exemplos aplicáveis a diferentes áreas, como a publicidade, o marketing e os negócios.

Partindo da premissa de que, num mundo saturado de informação, as melhores histórias são as que se destacam e conquistam audiências, Mark Edwards demonstra que a forma como uma mensagem é contada pode ter mais impacto do que a própria mensagem. Explica ainda como estruturar histórias eficazes, utilizando personagens, conflito e resolução para criar uma ligação autêntica com o público, mostrando como histórias bem construídas geram emoção, envolvimento e ação.

Autor Mark Edwards
Editora Clube do Autor
Lançamento Março de 2025
Páginas 248
Preço €18,00

Personal Branding — O Guia Para Uma Marca Pessoal de Sucesso

Neste livro, Raquel Soares, fundadora da Love People, consultora de marca pessoal, imagem e da conferência Personal Branding Summit, partilha estratégias, histórias e as lições que aprendeu ao longo de anos de experiência na transformação de carreiras e negócios.

A obra apresenta estratégias para destacar talentos, criar conexões e aumentar a credibilidade profissional. Com sugestões aplicáveis e casos reais, Raquel Soares mostra como se pode destacar num ambiente competitivo, reforçando a importância da consistência e do propósito, e como criar uma marca pessoal autêntica, influente e memorável.

Autor Raquel Soares
Editora Ideias de Ler
Lançamento Março de 2025
Páginas 272
Preço €17,75

Ver

Vinagre de Sidra


Criada por Samantha Strauss e realizada por Jeffrey Walker, Vinagre de Sidra inspira-se na história verídica de Belle Gibson, influenciadora que enganou os seguidores ao afirmar ter-se curado de um cancro através da medicina alternativa, para lucrar com esse estilo de vida.

A série destaca os perigos das falsas promessas no mundo do bem-estar, o impacto das redes sociais e o papel dos influenciadores na disseminação de informações de saúde.

Formato Minissérie
Género Drama
Realizador Jeffrey Walker
Estúdio See-Saw Films
Distribuidora Netflix
Plataformas Netflix
Lançamento Fevereiro de 2025

A Batalha das Pop-Tarts

Escrito e realizado pelo ator e humorista norte-americano Jerry Seinfeld, A Batalha das Pop-Tarts é uma comédia que retrata a guerra entre as marcas Kellogg’s e Post, que resulta na criação da icónica Pop-Tart da Kellogg’s, que revolucionou o pequeno-almoço dos norte-americanos.

Através do humor, o filme mostra os bastidores da rivalidade entre as gigantes da indústria alimentar e como o marketing transforma umas simples bolachas num fenómeno cultural.

Formato Filme
Género Comédia
Realizador Jerry Seinfield
Estúdio Columbus 81 Productions
Distribuidora Netflix
Plataformas Netflix
Lançamento Maio de 2024

Escutar

Uncensored CMO

O Uncensored CMO é um podcast de Jon Evans, diretor de marketing e clientes da plataforma de eficácia de marca System 1, criado para explorar os prós, os contras e a verdade por trás da prática do marketing.

Com entrevistas a diretores de marketing e líderes do setor, o podcast aborda estratégias de marca, casos de sucesso e desafios das marcas, entre outros temas.

Screaming Creativity

Conduzido por Rob Reilly, diretor criativo executivo global do grupo WPP, o Screaming Creativity explora o impacto da criatividade nos negócios e na cultura.

O podcast inclui conversas com personalidades influentes do marketing e da publicidade, nas quais são abordados temas como o impacto da tecnologia na criatividade, o panorama em constante evolução do setor criativo, o futuro da publicidade e os percursos criativos dos convidados.

What Next?

O What Next? explora como a globalização, a tecnologia e as mudanças demográficas estão a remodelar a forma como criamos, consumimos e comunicamos.

Rishad Tobaccowala, conselheiro sénior do Publicis Groupe, conversa com diretores executivos e diretores criativos, para discutir o impacto da tecnologia nos meios de comunicação social, o atual cenário empresarial e da publicidade, bem como os desafios da liderança no futuro do trabalho.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

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Palhaçadas sérias

‘Clowns’ da BBH, para a Audi, é a campanha que Joana Antunes, redatora da Fuel, gostava de ter feito. ‘Estrelas Perfeitas’ da Dentsu Creative Portugal, para a Associação Salvador, é a que mais gostou de fazer, revela na rubrica Como É Que Não Me Lembrei Disto?

Vencedora de uma Prata no Young Lions Portugal 2023, Joana Antunes, redatora da Fuel, não tem na escrita a maior das paixões. Do que gosta mesmo é de pegar num ‘briefing’ e explorar as potencialidades do projeto que tem em mãos, procurando desafiar-se até ao limite, sem receio de pensar em grande.

É por isso que elege ‘Clowns’, que só descobriu recentemente, como a campanha que gostaria de ter feito. A simplicidade da ideia é o que mais a cativa, revela na rubrica do M&P Como É Que Não Me Lembrei Disto, dedicada à criatividade.

‘Estrelas Perfeitas’, a campanha que mais gostou de fazer, foi desenvolvida durante o período em que trabalhou na Dentsu Creative Portugal, entre julho de 2022 e outubro de 2023, antes de sair para a Alfred e depois para a Judas. Está na Fuel desde junho de 2024.

Qual é a campanha publicitária que gostaria de ter feito?

São várias as campanhas que gostaria de ter feito, especialmente as da Apple e do Burger King, que são sempre incríveis. No entanto, recentemente, deparei-me com uma campanha da Audi, de 2017, chamada ‘Clowns’, que me fez querer vê-la e revê-la vezes sem conta.

Quais são as razões dessa escolha?

Gosto sempre de fazer um exercício quando vejo uma boa campanha, que é imaginar qual seria o ‘briefing’. Neste caso, o ‘briefing’ deve ter sido daqueles que tinha tudo para ser aborrecido. Algo na linha de “precisamos de criar uma campanha que fale dos novos atributos de segurança dos nossos carros”.

A equipa que o recebeu deve ter conseguido dar-lhe a volta, desenvolvendo uma ideia muito simples, com base num ‘insight’ verdadeiro, o que é incrível. É algo que eu gostaria de ter conseguido fazer, caso tivesse recebido esse ‘briefing’.

O que é que lhe chama mais a atenção na campanha?

A simplicidade é o que me fascina nesta campanha. O filme passa uma mensagem forte. Consegue ter humor e emocionar em simultâneo. Porque há, de facto, muitos ‘palhaços’ na estrada, que são um perigo para todos nós. Este seria, talvez, o caminho mais óbvio, fazer uma campanha emocional e pesada.

Joana Antunes, redatora da Fuel

É só a simplicidade que a cativa?

Para mim, a inteligência da ideia é o uso da metáfora, ao trazerem os palhaços para o filme, o que torna a ideia mais leve, cativante e com algum humor. O facto de não serem necessárias falas para explicar a mensagem é outro dos pontos que adoro nesta campanha.

A assinatura no final do filme, ‘Audi Technology. Clown Proof’, é suficiente e resume a ideia de forma muito clara. Por fim, a escolha da música [‘Send In The Clowns’ de Faultline feat. Lisa Hannigan], é a cereja no topo do bolo.

É uma música que nos transporta para algo triste, mas que acaba por trazer algum sarcasmo para a campanha, reforçando a ideia de que podem mandar vir os palhaços porque a Audi está preparada para nos proteger deles.

Esta campanha inspirou-a a nível criativo?

Comunicar para marcas de carros nunca foi uma ambição e sempre achei que, criativamente, era algo um pouco limitado. No entanto, esta campanha fez-me ver este segmento de outra forma. Veio, inclusive, relembrar-me de que não existem maus ‘briefings’.

Se existir um cliente aberto a novas abordagens, conseguimos fazer coisas diferentes, que toquem as pessoas e que passem uma mensagem clara e impactante. Esta campanha inspirou-me a olhar para os ‘briefings’ que parecem aborrecidos com um novo olhar.

Qual é a campanha que fez que mais a concretizou profissionalmente?

Ainda tenho de pedalar muito nesta área para poder responder a esta pergunta. No entanto, com a experiência que tenho, posso dizer que o projeto que me fez sentir mais realizada foi a campanha ‘Estrelas Perfeitas’, para a Associação Salvador.

Primeiro, porque criámos um produto de raiz, o que por si só já é algo que me dá orgulho. Depois, ver o impacto do projeto e pôr as pessoas a contribuir e a falar sobre uma causa importante, é gratificante.

Sabemos que, só com a publicidade, não conseguimos mudar o mundo, mas se podermos contribuir para que seja um sítio melhor, torna-se mais fácil criá-la todos os dias.

Como é que chega a essa ideia?

O desafio que a Associação Salvador nos lançou consistia em criar um amuleto, um objeto, para assinalar o Natal e reforçar a importância da acessibilidade.

Ao fim de várias ideias chumbadas, lembrámo-nos de um momento, de uma tradição, que é comum em todas as casas, pôr a estrela no topo da árvore. É um momento que vemos como algo normal, mas que para muitas pessoas não é possível.

E assim nasceu a ideia de criarmos árvores de Natal inclusivas, construindo estrelas que podiam ser colocadas em qualquer parte da árvore.

Como é que avançou para a execução?

Para que a inclusão estivesse presente no nosso próprio produto, decidimos criar estrelas assimétricas e imperfeitas, simbolizando as fragilidades que todos temos. A nossa ideia era, também, que este objeto fosse bonito e apelativo, para que as pessoas o quisessem comprar para decorar as suas árvores.

Por isso, decidimos fazer uma parceria com a Burel, que facultou o excedente de produto e produziu as estrelas, tornando também a ideia sustentável.

 

As campanhas atualmente estão mais ou menos criativas do que antigamente?

Acho que os tempos mudam e devemos adaptar-nos. Presumo que, antigamente, as marcas investissem e arriscassem mais na comunicação. No entanto, acho que, hoje em dia, o ruído é tanto e está em tantos meios ao mesmo tempo que se torna essencial fazer uma comunicação mais de entretenimento e menos de ‘hard selling’.

O que faz quando não tem ideias?

Era incrível existir uma fórmula que resultasse sempre, mas no meu caso ainda não a descobri, nem depois de ler o guia prático de criatividade do John Cleese.

Quando não tenho ideias, passo primeiro pela clássica fase de síndrome de impostor, onde tudo é motivo de questionamento. Depois, vou dormir sobre o assunto, literalmente, o que resulta muito bem.

Noutras alturas, arregaço as mangas, abro um documento de Word em branco e começo a desenvolver uma pesquisa e a escrever ‘insights’ soltos.

Ficha técnica

Campanha ‘Clowns’
Cliente Audi
Agência Bartle Bogle Hegarty (BBH)
Diretor criativo Ian Heartfield
Diretor de arte Mikael Alcock
Diretor de estratégia Damien Le Castrec
Redator Doug Fridlund
Produtora Rattling Stick
Produtora executiva Katie Keith
Produtores David Lynch, Tim Nunn e Sally Humphries
Realizador Ringan Ledwidge
Diretor de fotografia Adam Arkapaw
Edição Rich Orrick/Work Editorial
Pós-produção The Mill Sonoplastia String and Tins
Diretora musical Ayla Owen
País Reino Unido
Ano 2017

Ficha técnica

Campanha ‘Estrelas Perfeitas’
Cliente Associação Salvador
Agência Dentsu Creative Portugal
Diretor criativo Ivo Purvis
Diretora de arte Madalena Montellano
Redatores Joana Antunes e Nuno Leal
Realizadora Maria Mena
Vídeografia Luís Pinto Magalhães
Fotografia Fernando Sousa
Entrevistas Nuno Mata, Diana Niepse e Hugo Maia
País Portugal
Ano 2023

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Havas inspira-se na força do vento para reposicionar EDP

O filme institucional da campanha conta com a participação da atleta norte-americana Melissa Jefferson (na foto) que, aos 24 anos, está a consolidar-se como uma das principais velocistas do mundo

A Havas destaca o papel da energia eólica na campanha institucional global que marca o reposicionamento da EDP.
Somos Mais Rápidos Com o Poder do Vento’ é o mote da nova campanha produzida e realizada pela Garage, com planeamento de meios da Wavemaker. Em Portugal, vai estar três semanas no digital, redes sociais e televisão.

A campanha decorre também em digital e redes sociais em Espanha, Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Polónia, Bélgica e Dinamarca.

O filme publicitário conta com a presença da desportista Melissa Jefferson, que, aos 24 anos, está a consolidar-se como uma das principais velocistas do mundo. No anúncio, a atleta norte-americana supera o seu recorde pessoal numa pista situada num parque eólico, reforçando a mensagem de que todos somos mais rápidos quando aproveitamos a força do vento.

Para além do novo posicionamento da EDP, o ‘spot’ realça o papel transformador da energia eólica na construção de um futuro neutro em carbono.

“Em 2024, ultrapassámos os 12 mil megawatts de capacidade instalada e gerámos mais de 31 mil gigawatts de energia limpa a partir da força vento. Esta é a década da ação, em que cada rotação das turbinas conta”, salienta Vera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP, citada em comunicado de imprensa.

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L’Oréal Paris escolhe Philippine Leroy-Beaulieu

A atriz (na foto) que interpreta Sylvie Grateau na série da Netflix ‘Emily em Paris’ protagoniza a campanha da linha Age Perfect Collagen Expert da marca francesa

A L’Oréal Paris anuncia a atriz Philippine Leroy-Beaulieu, de 61 anos, para embaixadora da marca em França. A atriz vai promover a linha Age Perfect Collagen Expert, a partir de 9 de junho. A divulgação é feita na página do Instagram da L’Oréal Paris com a mensagem: ‘a idade perfeita é agora!’

Conhecida pela personagem Sylvie Grateau na série da Netflix, ‘Emily em Paris,’ a atriz francesa desperta a atenção pelo estilo francês sofisticado. A L’Oréal Paris descreve-a como “um modelo de perseverança e ousadia”.

Para a diretora-geral da L’Oréal Paris, Marie-Julie Monnot, a atriz é a personificação do ‘french chic’. “Ao celebrar a idade, torna-se uma verdadeira fonte de inspiração para todas as mulheres”, conclui em comunicado.

A escolha de Philippine Leroy-Beaulieu faz parte de um movimento mais amplo da L’Oréal Paris, para defender a diversidade e a inclusão em todas as idades, culturas e estilos de vida.

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Comunicação

Digidelta lança marca de filmes sustentáveis para impressões digitais

Desenvolvidos nos últimos dois anos, os filmes da Biond (na foto), da Digidelta, podem ser usados, com ou sem adesivo, em comunicações visuais, decorações de interior, publicidade, rotulagens e embalagens

A Digidelta, empresa que desenvolve e comercializa soluções de impressão, está a lançar no mercado a Biond, uma gama de filmes sustentáveis. Desenvolvidos com materiais biodegradáveis, de origem vegetal, que absorvem dióxido de carbono durante o processo de crescimento, são 100% biodegradáveis e podem decompor-se em menos de 90 dias, nas condições adequadas.

“A sustentabilidade não é apenas uma escolha, mas uma necessidade imperativa para o mercado global. Com a gama Biond, que traz ao mercado uma inovação sem precedentes, acreditamos que podemos redefinir os padrões de qualidade e responsabilidade ambiental, promovendo uma alternativa que alia a eficiência e o respeito pelo planeta”, salienta Armando Mota, CEO da Digidelta, citado em comunicado de imprensa.

Além de minimizarem as emissões de compostos orgânicos voláteis, tornando-os mais seguros e ecológicos, os novos filmes, desenvolvidos pela empresa nos últimos dois anos, também garantem benefícios de usabilidade idênticos aos tradicionais filmes adesivos de PVC, sem comprometer a qualidade de impressão. A nova solução pode ser usada, com ou sem adesivo, em comunicações visuais, decorações de interior, publicidade, rotulagens e embalagens.

“Com uma compatibilidade abrangente com tecnologias de impressão digital como o UV LED, o UV gel, o eco-solvente, o látex e a impressão mecanográfica flexografia e ‘offset’, a Biond adapta-se facilmente às necessidades mais exigentes do mercado”, salienta o responsável, que aposta na assinatura ‘A Branded Film Today for a Carbon-Free Tomorrow’ para exportar os novos filmes, investindo numa estratégia de distribuição global.

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Marketing

Marcas americanas adaptam estratégias em resposta às tarifas de Trump

Para marcas que produzem na China e no Vietname, como a Nike, a situação é preocupante. As que fabricam nos EUA estão numa boa posição, mas têm de ser cautelosas com o marketing Made in USA

À medida que as marcas nos Estados Unidos se confrontam com um cenário marcado por tarifas comerciais alargadas e aumentos de preços nas importações, os anunciantes estão a adaptar as estratégias para enfrentarem um novo período de incerteza que os especialistas preveem que possa resultar numa crise mundial, noticia a Ad Age.

As marcas estão cautelosas em relação ao impacto das tarifas nos preços e na procura por parte dos consumidores. O mais recente plano de tarifas imposto por Donald Trump inclui uma taxa de 10% sobre todas as importações, bem como tarifas recíprocas sobre os países que impõem tarifas às importações dos Estados Unidos. O presidente norte-americano promete taxar os “piores infratores”, nomeadamente a União Europeia, a China e o Vietname.

A situação é preocupante para marcas como a Nike, que tem grande parte da produção centrada em fábricas na China e no Vietname, ou para a Bogg Bags, obrigada a procurar alternativas à produção na China. De acordo com dados da Bloomberg Intelligence, marcas como a Gap, a Victoria’s Secret e a Ralph Lauren também vão ser afetadas pelas pressões resultantes da instalação de fábricas no Vietname.

As marcas que fabricam a maior parte dos produtos nos Estados Unidos, por seu lado, estão numa boa posição. Segundo avança o The Wall Street Journal, é provável que uma vaga de anunciantes promova campanhas focadas no termo ‘Made in the U.S.A.’. A tendência já começa a surgir, com marcas como a New Ballance e a Ford, entre outras, a divulgarem publicidade centrada na produção nacional.

‘Made in the U.S.A.’ pode trazer problemas

Embora estejam numa boa posição comercial face às tarifas, devido ao fabrico nacional, as marcas norte-americanas devem escolher cuidadosamente as expressões que utilizam, visto que as normas da Comissão Federal do Comércio dos Estados Unidos exigem que os produtos comercializados com a etiqueta ‘Made in the USA’ sejam, de facto, “totalmente ou quase totalmente” fabricados no país.

A fabricante de automóveis Stellantis foi das primeiras empresas a ver nas tarifas uma oportunidade de negócio, apostando na divulgação de anúncios patrióticos para a Jeep, a Ram e a Dodge. Entretanto, a empresa já foi obrigada a alterar a mensagem, em resposta a um inquérito de uma organização de regulação publicitária que alega que a Stellantis estaria a promover publicidade enganosa, sendo que algumas das peças utilizadas nos veículos das marcas são importadas e que os carros não são, de facto, fabricados nos Estados Unidos, mas sim montados no país.

“A Stellantis tem todo o direito de se vangloriar das fábricas de montagem das marcas que detém nos Estados Unidos, que criam empregos e fortalecem a economia americana, mas não pode induzir os consumidores em erro sobre a verdadeira dimensão da produção nacional”, escreve a Truth in Advertising, organização sem fins lucrativos que regula a publicidade enganosa, numa carta dirigida a Olivier François, diretor de marketing global da Stellantis, e a Giorgio Fossati, conselheiro geral da fabricante de automóveis.

Na sequência desta queixa, a Stellantis remove os anúncios do YouTube e termina prematuramente as campanhas televisivas para fazer alterações à linguagem utilizada nos anúncios. Este é mais um caso que retrata o impacto direto da instabilidade promovida pela Administração Trump.

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Flesh512 cria campanha digital para a Água Serra da Estrela

“O programa que a campanha (na foto) promove vai permitir evitar a utilização de cerca de 700 toneladas de plástico virgem em 2025”, explica ao M&P Ana Rita Martins, diretora de marketing da marca

A agência criativa e produtora audiovisual Flesh512 assina ‘Para Que Nunca Acabe’, campanha digital da Água Serra da Estrela que divulga o programa de promoção de sustentabilidade ambiental, que apela à valorização da água e dos recursos naturais da região que a marca está a dinamizar.

“A Serra da Estrela enfrenta desafios crescentes, como os incêndios, as alterações climáticas e a ação humana. Esta iniciativa surge como a consolidação de uma resposta concreta e urgente, reforçando o compromisso da marca com a valorização da sua origem e preservação e regeneração do ecossistema único onde nascemos e estamos inseridos”, justifica ao M&P Ana Rita Martins, diretora de marketing da Água Serra da Estrela.

Lançada a 8 de abril na fábrica da empresa, em Gouveia, a campanha está a ser divulgada nas redes sociais da marca e das organizações com quem a Água Serra da Estrela estabeleceu parcerias de cooperação que preveem a plantação de 15 mil árvores até 2035.

“Este ano, alcançamos um marco inédito no setor, ao garantirmos a utilização de 100% plástico reciclado em todas as nossas embalagens. O programa que a campanha promove vai permitir evitar a utilização de cerca de 700 toneladas de plástico virgem em 2025, passo este que corresponde a uma antecipação e superação do requisito legal, com o objetivo de mitigar ao máximo o impacto das garrafas de uso único”, sublinha Ana Rita Martins. 

Desde 2002, a Água Serra da Estrela já apoiou a plantação de 1,7 milhões de árvores. “Além de medidas concretas na operação da marca, o programa integra a dimensão comunitária, chamando à ação parceiros, instituições e cidadãos. Sabemos que não movemos montanhas, mas juntos podemos atravessá-las e chegar mais longe, mobilizando e inspirando mudanças de comportamentos”, refere ainda a responsável.

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Media

TV: Os programas que dominam as audiências, gravações e redes sociais em março

O futebol lidera a lista dos programas mais vistos. Nas gravações diárias, o programa de Ricardo Araújo Pereira, ‘Isto é Gozar com Quem Trabalha’, conquista a primeira posição. A TVI ganha novamente nas menções nas redes sociais com os ‘reality shows’ do canal

Em março, o jogo a contar para a Liga das Nações que opõe a seleção nacional à Dinamarca é o programa mais visto. Transmitido na RTP1 a 23 de março, o jogo de futebol lidera o top de programas, com uma audiência média de 2,531,000 espectadores, num ranking liderado pela transmissão de eventos desportivos, segundo a análise da Marktest com base nos dados da Mediamonitor.

Na segunda posição encontra-se a primeira mão do mesmo confronto entre Portugal e a Dinamarca, exibido a 20 de março na RTP1, com uma audiência média acima dos dois milhões de espectadores. A fechar as três primeiras posições está o programa de Ricardo Araújo Pereira ‘Isto é Gozar com Quem Trabalha’, transmitido a 9 de março, na SIC.

Nos programas gravados e visionados no próprio dia, a liderança cabe novamente a um episódio do programa ‘Isto é Gozar com Quem Trabalha’, transmitido na SIC a 30 de março, que regista 228,300 espectadores em termos de audiência média. Nas gravações de sete dias, a emissão do programa ‘Taskmaster’, na RTP1 a 29 de março, ocupa o primeiro lugar.

Nas redes sociais, os ‘reality shows’ da TVI ‘Secret Story – Casa dos Segredos’ e ‘Big Brother’, encontram-se em destaque nas primeiras e segundas posições da tabela, respetivamente.

Na terceira posição surge o programa da manhã da TVI, ‘Dois às 10’, à frente do ‘reality show’ da SIC ‘Casados à Primeira Vista’, que ocupa a quarta posição. ‘Goucha’, o programa da tarde da TVI, encontra-se na quinta posição, seguido do concurso de talentos da RTP1 ‘Got Talent Portugal’ e da novela da TVI ‘A Protegida’, na sexta e sétima posição, respetivamente.

O top 10 dos programas com mais menções nas redes sociais no segundo mês do ano é completado pela novelas ‘A Fazenda’, da TVI, e ‘A Herança’, da SIC, na oitava e nona posição respetivamente, seguidas da  série juvenil da TVI ‘Morangos Com Açúcar’, em décimo.

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