SPi e RTP terão a primeira produção original portuguesa no Netflix
Glória, uma série passada durante a Guerra Fria e actualmente em rodagem na região do Ribatejo e em Lisboa, será a primeira produção original da ficção nacional para o Netflix.
Pedro Durães
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Glória, uma série passada durante a Guerra Fria e actualmente em rodagem na região do Ribatejo e em Lisboa, será a primeira produção original da ficção nacional para o Netflix. O projecto, anunciou esta quinta-feira a plataforma de streaming, tem produção a cargo da SPi, braço internacional da SP Televisão, e co-produção da RTP.
Com realização de Tiago Guedes e argumento original de Pedro Lopes, um dos autores da série Auga Seca, que entretanto foi adquirida pela HBO Portugal, Glória decorre nos anos 60, sendo descrita como um thriller cuja acção se concentrará na aldeia da Glória do Ribatejo. É aqui que se situa o centro de transmissões americano RARET, a emitir propaganda Ocidental para o Bloco de Leste, fazendo com que a aldeia se transforme num “improvável palco da Guerra Fria”.
O projecto, enquadra José Amaral, director executivo da SPi, resulta do caminho que a produtora tem vindo a percorrer no âmbito de “uma visão estratégica de expansão internacional”, sublinhando que “enquanto produtores, este momento representa igualmente para o mercado audiovisual português o início de um novo ciclo, já que posiciona o nosso país no roadmap das grandes produções internacionais que a Netflix tem vindo a preconizar”.
Também José Fragoso, director de programas da RTP1 e RTP Internacional, salienta que o “início da rodagem da série Glória representa a chegada da ficção televisiva portuguesa a um novo patamar de qualidade e exigência”. “Com um perfil internacional indiscutível, desenvolvida por uma equipa da SP experiente e rigorosa”, a série “será o primeiro projecto de ficção nacional a contar com a excepcional capacidade de produção e distribuição internacional da Netflix”, reforça o director de programas da estação pública, apontando o papel da RTP como “elemento decisivo” ao nível do investimento “na produção regular de séries” em Portugal. Glória, conclui, representa “um momento histórico para a produção audiovisual”.
A expectativa, refere, por sua vez, Nuno Artur Silva, secretário de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, é que este seja o primeiro de “muitos outros projectos que venham dar visibilidade à criatividade de argumentistas, realizadores e produtores portugueses, e imprimir ao cinema e audiovisual do país um novo dinamismo”.
Miguel Nunes, Carolina Amaral, Victoria Guerra, Afonso Pimentel, Adriano Luz e Gonçalo Waddington estarão entre os protagonistas da série, que contará ainda com a participação de nomes como Joana Ribeiro, Marcelo Urgeghe, Sandra Faleiro, Carloto Cotta, Maria João Pinho, Inês Castel-Branco, Rafael Morais e Leonor Silveira.