APCT: Quebras na circulação impressa paga mantêm-se e digital ainda não compensa
Nenhum dos jornais generalistas publicados em Portugal foi capaz de contrariar a erosão da sua circulação impressa paga no último ano. Correio da Manhã, Jornal de Notícias e Público, os três diários generalistas auditados pela APCT, venderam em média, e no conjunto, menos 11.127 exemplares por edição em 2019, uma quebra de 7,9%. Os semanários, Expresso e Diário de Notícias, caíram também, respectivamente, 7% e 35,4%.

Pedro Durães
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Nenhum dos jornais generalistas publicados em Portugal foi capaz de contrariar a erosão da sua circulação impressa paga no último ano. Correio da Manhã, Jornal de Notícias e Público, os três diários generalistas auditados pela APCT, venderam em média, e no conjunto, menos 11.127 exemplares por edição em 2019, uma quebra de 7,9%. Os semanários, Expresso e Diário de Notícias, caíram também, respectivamente, 7% e 35,4%. Entre os títulos de informação geral, só a newsmagazine Sábado consegue apresentar uma evolução positiva. Os números do mais recente relatório da APCT, relativos ao período entre Janeiro e Dezembro do último ano, traçam assim um retrato pouco animador para a imprensa em Portugal já que, com excepção do jornal Público, o crescimento da circulação digital paga continua longe de compensar as perdas registadas pelas edições impressas.
Com uma média de 72.846 exemplares vendidos por edição no último ano, o Correio da Manhã mantém o estatuto de jornal com maior circulação impressa paga no mercado português. Ainda assim, estes números representam uma quebra de 9,3% face ao período homólogo em 2018, quando o título detido pela Cofina Media apresentava uma média de circulação impressa paga de 80.324 exemplares. O Jornal de Notícias encerra o ano abaixo da fasquia dos 40 mil exemplares, descendo de uma média de 42.595 exemplares vendidos por edição em 2018 para uma média de circulação impressa paga de 39.307 exemplares no último ano (-7,7%), enquanto o Público apresentou uma circulação impressa paga de 17.323 exemplares (-2%).
O cenário de contracção estende-se aos títulos de informação geral com periodicidade semanal. O Expresso, líder do segmento, encerrou o ano de 2019 com uma média de circulação impressa paga abaixo da fasquia dos 60 mil exemplares, registando em média 56.677 exemplares vendidos por edição no último ano, o que traduz uma diminuição de 7% comparativamente à média de 60.966 exemplares que o título da Impresa apresentava em 2018. Já o Diário de Notícias, que teve em 2019 o primeiro ano completo enquanto semanário depois de ter passado a chegar às bancas apenas uma vez por semana a partir de Julho de 2018, apresenta uma circulação impressa paga de 5.399 exemplares, uma contracção na ordem dos 35,4% face aos 8.351 exemplares que o título do Global Media Group registava no ano anterior.
É no segmento das newsmagazines que surge a única excepção entre os títulos de informação geral, com a Sábado a registar um crescimento da circulação impressa paga e a encerrar o ano de 2019 na liderança, que em 2018 pertencia à Visão. A newsmagazine da Cofina vendeu, em média, 38.566 exemplares por edição entre os meses de Janeiro e Dezembro do último ano, o que representa uma subida de 1,3% comparativamente aos 38.061 exemplares vendidos no período homólogo em 2018. Pelo contrário, o título editado pela Trust in News, que em 2018 vendia uma média de 40.260 exemplares por edição, caiu 11,6%, para os 35.574 exemplares de circulação impressa paga média entre Janeiro e Dezembro de 2019. De referir que, na comparação entre estes dois títulos, a revista Sábado apresenta, tal como em 2018, cerca de 5.800 exemplares de vendas em bloco, que no caso da Visão, ficam pelos 359 exemplares.
Analisando isoladamente as vendas em banca, a generalidade dos títulos regista igualmente uma perda de expressão com quebras no Correio da Manhã (-9%), Jornal de Notícias (-10%), Expresso (-7%), Diário de Notícias (-39%), Visão (-13%), Sábado (-1%). A única excepção é o Público, cujas vendas em banca entre Janeiro e Dezembro do último ano cresceram 3% comparativamente ao período homólogo em 2018, fixando-se numa média de 13.892 exemplares vendidos por edição nas bancas.
Digital cresce mas revela-se incapaz de equilibrar a balança
A circulação digital paga apresenta crescimentos significativos em alguns títulos. Crescimento que continua, no entanto, a revelar-se insuficiente para compensar as quebras na circulação impressa e trazer equilíbrio à balança. O Expresso reforça o estatuto de líder no digital ao ver a sua circulação digital paga crescer de 25.089 em 2018 para os 27.688, uma subida de 10,3% na comparação entre os valores alcançados pelo semanário da Imprensa nos últimos dois anos. O Público, que mantém também a segunda posição no digital, regista o maior crescimento, com uma subida de 27,7% na circulação digital paga entre 2018 e 2019, ao passar dos 12.414 para os 15.855. Outro título a registar resultados positivos no digital é o Correio da Manhã, embora com uma base menos expressiva: 1.595 (+12,2%). Já os títulos detidos pelo Global Media Group apresentam um cenário menos positivo, ambos com quebras também na circulação digital paga: Jornal de Notícias (5.179/-1,1%) e Diário de Notícias (1.646/-48,2%). Entre as newsmagazines, a Sábado regista uma descida de 6,6% para os 1.913, números que lhe garantem também a liderança do segmento no digital já que a Visão regista 1.651, ainda assim um crescimento de 14,3% face aos 1.444 registados no ano anterior.
Apesar dos crescimentos registados, analisando a circulação total paga, quase nenhum dos jornais generalistas consegue alcançar um saldo positivo. A única excepção volta a ser o Público, cuja subida de 27,7% na circulação digital paga acabou por equilibrar a balança a favor do diário da Sonaecom, compensando a quebra de 2% na circulação impressa paga e fazendo subir 10,3% a circulação total paga. Já o Expresso, que lidera na soma da circulação impressa paga e da circulação digital paga, com 84.365, desce 2% face ao ano anterior. Seguem-se o Correio da Manhã, com 74.441 (-8,9%), o Jornal de Notícias, com 44.486 (-7%), o Público, com 33.178 (+10,3%) e o Diário de Notícias, com 7.045 (-38,9%).