Como se produz um festival com o Douro como cabeça de cartaz
A região do Douro será, nos próximos dias 14 e 15 de Setembro, simultaneamente palco e protagonista daquele que se apresenta como “o primeiro grande festival inspirado pelo vinho que nasce no Douro”. São esperadas entre 10 a 15 mil pessoas e a edição de 2020 já está confirmada, adianta ao M&P Ricardo Acto, vice-presidente da Better World.

Pedro Durães
Dio Rods é o ‘gamer’ nacional com mais interações no Instagram
Doja Cat dá a cara pela Marc Jacobs
APR exige retoma de programa de aquisição de geradores para rádios locais
João Maia Abreu assume direção executiva da SPi
Hub Media reforça portefólio com quatro novas contas
Nuno Markl é a personalidade nacional que gera mais empatia
Coca-Cola é alvo de boicote e tenta distanciar-se de Trump
SA365 lança primeira produtora de vídeo 100% inteligência artificial
Agência Trema Creative com identidade renovada
Grupo Gate adquire participação maioritária na Naughty Boys
A região do Douro será, nos próximos dias 14 e 15 de Setembro, simultaneamente palco e protagonista daquele que se apresenta como “o primeiro grande festival inspirado pelo vinho que nasce no Douro”. O Wine & Music Valley, cuja organização está a cargo da Better World, empresa responsável pelo Rock in Rio, promete juntar vinhos, gastronomia e música nas margens do Douro, mais concretamente no Porto Comercial de Cambres, em Lamego, reunindo nomes como Bryan Ferry, Mariza, António Zambujo, Salvador Sobrar, DJ Vibe e Rui Vargas. A organização antecipa “uma experiência de fusão musical e gastronómica, capaz de contribuir para o desenvolvimento do enoturismo na Região Demarcada do Douro”, sendo esperadas nesta primeira edição entre dez a 15 mil pessoas. “O projecto tem como promotores três empresários do Douro – Manuel Osório, Edgar Gouveia e Pedro Ribeiro – que entregaram à Better World a produção do evento, desde a contratação artística à logística, montagens, marketing e comunicação, entre outras”, começa por enquadrar Ricardo Acto, vice-presidente da empresa, que explica ao M&P como surge este projecto.
“O Wine & Music Valley nasce de uma história de encontros. Há muito que os promotores queriam criar um evento na região, num espaço que há mais de duas décadas se encontra desocupado”, refere, acrescentando que “por outro lado, a Better World começava já a explorar outros destinos fora das grandes metrópoles para criar um evento cujo conceito combinasse música com outros formatos de entretenimento, bebendo de algumas referências internacionais com as quais temos vindo a tomar contacto ao longo dos anos”. “Quando os dois lados se encontram, por intermédio de pessoas em comum, não levou muito a que o conceito nascesse e o projecto começasse a ser desenhado”, recorda Ricardo Acto.
O festival, que entretanto passou a contar com o apoio do Turismo do Porto e Norte, da Câmara Municipal de Lamego e do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), apresentará três palcos com “atracções musicais e gastronómicas”. Um deles, o Chef’s Stage, será totalmente dedicado à gastronomia, com um “cartaz” de chefs e eventos como live cooking shows e degustações. Além dos palcos, haverá duas áreas dedicadas ao vinho, o Wine Valley e a Wine Experience. “A primeira é o espaço principal do recinto, composto por um conjunto de casas de madeira, ocupadas pelos produtores locais. É aqui que estarão representadas grandes casas como Carm, Ramos Pinto, Porto Cruz, Quinta da Pacheca, Sandeman, 100 Hectares, Quinta do Portal, Quinta da Pôpa, entre dezenas de outras”, antecipa o vice-presidente da Better World, concluindo que “o Wine Experience será um espaço dedicado a experiências sensoriais e vínicas, isto é, actividades ligadas às vinícolas ou a produtos vínicos”. O objectivo declarado é divulgar e promover os vinhos da região, motivo por que, ao contrário do habitual em festivais de música, não haverá cerveja à venda dentro do recinto.
Na apresentação do festival, Manuel Osório referiu que “o Wine & Music Valley nasce da vontade de colocar o Douro no panorama dos grandes eventos nacionais e internacionais, como o Bottle Rock [Napa Valley] ou o Guadalupe Festival [Baja California, México]. É um evento que pretende, não só, projectar o Douro, promovendo as suas características únicas, como incentivar as empresas a investirem, de forma sustentada e regular, nesta região”. Sobre a aposta num evento deste tipo, Ricardo Acto argumenta que “o Douro é uma das regiões de Portugal mais referidas internacionalmente, sobretudo pelos seus vinhos, muitos deles medalhados lá fora em diversos concursos” e que “é uma região privilegiada do ponto de visto turístico pelas suas paisagens encantadoras e pela oferta, quer vínica quer gastronómica”. Ainda assim, quando entramos no panorama do entretenimento, é uma região que não consta dos circuitos internacionais, mesmo tendo todas as potencialidades para o ser”, afirma, acreditando que “ao desenhar um evento pensado para o público português mas com potencial para atrair público internacional, conseguiremos fazê-lo”. Para ajudar a alcançar esse objectivo, prossegue o responsável, “temos toda uma estratégia de marketing internacional a ser implementada gradualmente, acompanhando a evolução do próprio festival”, onde se inclui “a divulgação do evento em países como Espanha, França, Itália e Inglaterra, parcerias com entidades locais, entre outras”.
Questionado sobre o futuro do projecto, Ricardo Acto adianta ao M&P que “a edição de 2020 do Wine & Music Valley já está confirmada”. “Esperamos, acima de tudo, ao longo dos próximos anos e edições, conseguir atrair novos públicos ao Douro e projectar o nome da região ainda mais longe, internacionalmente, captando investimentos para o enoturismo”, defende. E, caso o evento alcance bons resultados na promoção da região, estará em cima da mesa a hipótese de realizar iniciativas semelhantes noutras regiões do país? “Neste momento o nosso foco está no desenvolvimento e enraizamento do conceito na região do Douro”, assegura o vice-presidente da Better World, deixando em aberto a expansão do evento ao dizer apenas que “a possibilidade de expandir o conceito a outras regiões, a seu tempo, avaliaremos.”
O peso do turismo na economia disparou nos últimos anos, assumindo-se cada vez mais como motor para o desenvolvimento das regiões. Reunimos alguns projectos que surgem para sublinhar o que cada região tem de melhor, quer partindo dos municípios e entidades públicas quer da iniciativa privada. Conheça os nove case studies apresentados na edição mais recente do jornal Meios & Publicidade.