HBO Portugal deixa porta aberta à produção local
O serviço de streaming da HBO está disponível em Portugal desde esta segunda-feira e, à semelhança do que já acontece noutros mercados europeus, incluindo na vizinha Espanha, a produção de conteúdos locais está no horizonte.

Pedro Durães
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Rodrigo Santoro (Westworld), Hervé Payan (CEO HBO Europe), Rui Pedro Tendinha, Mário Vaz (CEO Vodafone) e Stephen Dorff (True Detective)
O serviço de streaming da HBO está disponível em Portugal desde esta segunda-feira e, à semelhança do que já acontece noutros mercados europeus, incluindo na vizinha Espanha, a produção de conteúdos locais está no horizonte. “Em todos os mercados para onde vamos fazemos produção local. Vamos fazer isso em todos os mercados, mesmo nos mais pequenos. Estamos a fazê-lo na Hungria, por exemplo”, assegurou esta terça-feira Hervé Payan, CEO da HBO Europe, em resposta aos jornalistas durante a apresentação oficial da plataforma OTT (over-the-top) HBO Portugal, embora ressalvando que “obviamente isso leva tempo. Não consigo dizer neste momento quando acontecerá, é algo que precisa de tempo até porque para avançarmos a produção tem de cumprir os patamares de exigência das produções HBO. Tem de ser o projecto certo”.
Questionado sobre se quando fala de produção local está a referir-se a projectos desenvolvidos em parceria com produtoras portuguesas ou se serão conteúdos produzidos localmente por equipas da própria HBO, Hervé Payan sublinha que “só temos trabalhado com produtoras locais. Não há planos de construir um complexo de produção aqui. Não estou a apontar o dedo a ninguém, mas a nossa ideia é produzir com parceiros locais”, aludindo ao projecto anunciado no último ano pelo Netflix de criar o seu primeiro centro de produção europeu em Madrid, um campus de 22 mil metros quadrados em Tres Cantos, Madrid, desenvolvido e gerido pelo Grupo Secuoya. Resta saber quão serão os parceiros referidos pelo CEO da HBO Europe já que, colocado perante a possibilidade de, por exemplo, uma produtoras espanhola vir a produzir conteúdos para a plataforma em Portugal, Hervé Payan não rejeitou em absoluto essa possibilidade, referindo que há, por exemplo, casos de produtoras de outros países a desenvolver conteúdo para a HBO Nordic.
A escolha da Vodafone
Tal como já havia acontecido com a entrada do Netflix no mercado português, a escolha da HBO para disponibilizar o seu serviço de streaming recaiu sobre a Vodafone, para lá das formas de subscrição directa (apps OTT em smartphones, tablets, Chromecast, Apple TV, LG TV e PS4). Os motivos para esta parceria em exclusivo com a operadora liderada em Portugal por Mário Vaz são dois. “Primeiro, já temos acordos de parceria noutros mercados europeus, como é o caso da HBO España, e depois vimos que havia uma afinidade maior entre os subscritores da Vodafone em Portugal e o nosso target enquanto plataforma de streaming, que tem naturalmente uma adesão maior junto do público mais jovem e depois vai subindo”, justificou Hervé Payan, antecipando que “as pessoas dizem que o mercado OTT ainda é pouco significativo mas vai explodir em breve”. “Vemos o mesmo padrão em todos os mercados onde já entrámos, começámos por captar subscritores mais jovens e depois explodiu”, conta o CEO da HBO Europe.
Questionado sobre a duração do contrato de exclusividade, Mário Vaz, CEO da Vodafone, preferiu não revelar detalhes. “Posso apenas dizer que são mais de dois anos”, disse, salientando que “não é a data que está no documento o mais importante. A duração do contrato será aquilo que resultar da nossa experiência, são os nossos clientes que vão determinar a duração do contrato”.
Estreias em simultâneo
No que diz respeito novos conteúdos, Hervé Payan adianta que o objectivo é estrear pelo menos uma nova série a cada semana. Além das temporadas completas das séries mais icónicas da cadeia televisiva norte-americana já disponíveis, como Guerra dos Tronos, Westworld ou True Detective e os clássicos Os Sopranos ou Sexo e a Cidade, para os próximos meses estão já previstas as estreias da nova temporada de Guerra dos Tronos (15 de Abril) e de Big Little Lies (Junho), além de novas séries como Watchmen, Euphoria ou Gentleman Jack. Todas as estreias, garante Hervé Payan, serão realizadas “em simultâneo com a emissão original em todos os casos, seja de que país for, pela simples razão de que, se não o fizermos, serão os piratas a fazê-lo”.