Afastamento de Nuno Artur Silva da RTP questionado por mais de 200 personalidades da cultura e dos media
“Conhecem alguém mais competente para este cargo do que Nuno Artur Silva?” questionam mais de 200 figuras da cultura e dos media nacionais num abaixo-assinado contra a decisão do Conselho Geral Independente (CGI) de afastar o profissional da administração da RTP.

Pedro Durães
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“Conhecem alguém mais competente para este cargo do que Nuno Artur Silva?” questionam mais de 200 figuras da cultura e dos media nacionais num abaixo-assinado contra a decisão do Conselho Geral Independente (CGI) de afastar o profissional da administração da RTP. A resposta “nós não” é dada no mesmo documento, assinado por actores, músicos, escritores, encenadores, realizadores ou jornalistas, entre outros, e enviado esta quarta-feira ao final do dia a António Costa, ao ministro da Cultura, à administração da RTP e ao presidente do CGI.
“Enquanto cidadãos interessados na coisa pública, enquanto profissionais e espectadores, pedimos explicações. A que se deve esta decisão?”, querem saber os profissionais que assinam a carta aberta, sublinhando que o objectivo da mesma é “entender o porquê e perceber a razão”.
Recorde-se que recentemente também a Associação de Realizadores de Cinema e de Audiovisual (ARCA) emitiu um comunicado contra a saída de Nuno Artur Silva avisando que “a RTP pode vir a regressar aos tempos em que era mais uma televisão, igual às outras” e considerando que “afastá-lo agora, a meio do percurso que já distingue a RTP das outras televisões, equivale a regressar ao passado sem futuro”.
Em causa está a decisão do Conselho Geral Independente (CGI) da RTP, que reconduziu na presidência do Conselho de Administração Gonçalo Reis enquanto Nuno Artur Silva e Cristina Vaz Tomé, os dois restantes membros, terminam funções. “Os realizadores da ARCA veem com apreensão a intenção do Conselho Geral Independente de afastar quem nos últimos três anos protagonizou a reestruturação da RTP, com os resultados que conhecemos e que, de facto, a distinguem das operadoras privadas pela positiva”, reforça a associação no mesmo comunicado.
Na última semana, o afastamento de Nuno Artur Silva foi justificado pelo órgão que supervisiona a administração da estação público sustentando que a sua continuidade é “incompatível com a irresolução do conflito de interesses entre a sua posição na empresa e os seus interesses patrimoniais privados, cuja manutenção não é aceitável”. Isto apesar de ressalvar, “no âmbito das suas funções de supervisão e fiscalização, não ter verificado que isso tenha sido lesivo da empresa, no decurso do seu mandato”. O CGI reconheceu ainda que Nuno Artur Silva foi responsável, nos últimos três anos, pela reconfiguração estratégica da política de conteúdos da empresa, “tarefa que desempenhou de modo altamente meritório e sucessivamente reconhecido pelas instâncias de escrutínio da empresa”.