A estratégia que está a pôr Portugal na rota dos turistas
O que tem a ver o adepto francês consolado por uma criança com a camisola da selecção portuguesa no final do jogo que deu o título de campeão europeu a Ronaldo e companhia com a estratégia do Turismo de Portugal que está a pôr o país na rota dos turistas?

Pedro Durães
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As imagens correram o mundo. O vídeo em que um adepto francês é animado por uma criança que torcia pela selecção portuguesa no final do jogo em que Portugal se sagrou campeão da Europa no campeonato, que decorria precisamente em França, foi partilhado inúmeras vezes nas redes sociais como exemplo de desportivismo e de valores mais altos do que os do futebol e que nos ligam a todos. Mas o que tem isto a ver como o turismo português? Tudo. Porque é um de muitos exemplos que ilustram também a forma como a estratégia do Turismo de Portugal está a tirar partido do digital para promover o país enquanto destino turístico e não só, muitas das vezes sem recorrer a grandes investimentos em meios e com um apurado sentido de oportunidade.
“Uma das principais vantagens do digital é a oportunidade, o permitir que estejamos em cima do acontecimento”, referiu Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, que falou na abertura da conferência Comunicação em Debate organizada pelo M&P, que decorreu esta terça-feira no Tivoli BBVA, para explicar a estratégia da entidade responsável pela promoção do país. Sobre esta activação em concreto, em que o Turismo de Portugal foi à procura dos dois protagonistas e acabou por filmar o reencontro do adepto francês com o pequeno apoiante da selecção nacional para uma visita a alguns destinos turísticos no país, o responsável salienta que “o vídeo que resultou da activação alcançou um reach de mais de um milhão sem nenhum investimento em media, despertou inúmeras conversas nas redes sociais sobre a hospitalidade dos portugueses e a forma como Portugal é um bom anfitrião”. “O que sublinho aqui é o custo da campanha porque, de facto, tirando o custo da viagem, não houve qualquer custo apesar do alcance que conseguiu”, garante Luís Araújo.
Este tipo de activação é reveladora da mudança feita nos últimos anos pelo turismo português ao nível das suas campanhas de promoção. Luís Araújo recordou o passado das campanhas do Turismo de Portugal referindo que “a promoção era baseada em produtos, em regiões, em coisas, claro que hoje nada disto faz sentido. As coisas mudaram e vemos um país diferente, inclusivo e aberto, que pode ser desfrutado todo o ano, que não é só para nós nem só para turistas, pode ser para quem quer vir para cá estudar ou trabalhar, um país aberto onde as pessoas gostem de estar”. É nesse sentido que a promoção fez a viragem dos produtos e regiões para características como o bem receber, a qualidade de vida, o bom ambiente para investimento de startups, por exemplo. “A comunicação é hoje muito mais do que mostrar aquilo aquilo que temos, é mostrar aquilo que somos e o que podemos dar para lá do turismo também”, explicou o responsável, referindo que desde o último ano foram carregados mais de 140 conteúdos sobre as muitas vertentes de Portugal nas variadas plataformas de comunicação do turismo português. Em poucos anos passaram de sete para 11 plataformas que vão de sites a redes sociais.
Este tema será desenvolvido na próxima edição do M&P em papel