“O foco no design foi decisivo na revitalização e internacionalização da Vista Alegre”
Nuno Barra, director de marketing e design externo da Vista Alegre, explica o impacto da associação da marca a designers internacionais e a política de abertura de novas lojas. “A […]
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Nuno Barra, director de marketing e design externo da Vista Alegre, explica o impacto da associação da marca a designers internacionais e a política de abertura de novas lojas. “A Vista Alegre em 2009 atravessava grandes dificuldades e não estava a acompanhar as tendências de mercado. A partir de 2009 apostámos muito no design e na inovação, trabalhando com os melhores criadores nacionais e internacionais, estando no centro do nascimento das tendências, sobretudo Paris e Nova Iorque”, relembra o responsável.
Meios & Publicidade (M&P): Acabam de chegar a uma parceria por cinco anos com o designer holandês Marcel Wanders para a criação de novas colecções. Em termos práticos, o que se pode esperar deste acordo?
Nuno Barra (NB): Podemos esperar colecções que aliam o arrojo à tradição – conceitos que fazem parte do ADN da Vista Alegre. Com raízes clássicas – e sem renunciar à sua história – a marca reinventa-se através da associação aum criador prestigiado internacionalmente, o que permite que a Vista Alegre compita com as melhores marcas de porcelana. Marcel Wanders conhece bem a história da Vista Alegre, o seu percurso e a sua forte ligação ao design.
M&P: Acabam de chegar a uma parceria por cinco anos com o designer holandês Marcel Wanders para a criação de novas colecções. Em termos práticos, o que se pode esperar deste acordo?
NB: Esta não é a primeira vez que a Vista Alegre faz parcerias internacionais. Nos últimos anos temos feito inúmeras colaborações. Em 2013 associámo-nos à Christian Lacroix e as peças foram muito bem recebidas em Portugal e internacionalmente. Ainda este ano fizemos uma parceria com a casa Oscar de La Renta, o que permite reforçar a nossa presença no mercado americano, muito importante para a Vista Alegre. Escolhemos designers que tenham um percurso e conceitos/linguagens idênticas à Vista Alegre e que tenham um estilo criativo que se adeqúe ao produto que estamos a desenvolver. Para criar para a Vista Alegre é preciso captar e respeitar a essência da marca e, também, entender que as criações, apesar das suas linhas contemporâneas, terão que respeitar a herança de quase dois séculos de história.
M&P: E como está a vossa colaboração com designers portugueses?
NB: Estamos em permanente contacto com designers portugueses. Acompanhamos de perto o trabalho de designers consagrados e de jovens talentos. Mas, a Vista Alegre não trabalha apenas com designers. Temos colecções que contam com a participação de autores consagrados de áreas culturais muito distintas, como a literatura, a música e o cinema, artistas da área da pintura, da ilustração e do design gráfico. As colecções 1+1=1 unem o trabalho de autores consagrados em diversas áreas criativas; 2i são colecções assinadas pelos ilustradores mais conceituados da actualidade e o Projecto Artistas Contemporâneos, que prevê a apresentação de quatro edições anuais, limitadas e numeradas, concebidas por diversos artistas, ligados às artes plásticas e gráficas, são alguns dos projectos que destacam o carácter multidisciplinar da Vista Alegre. O nosso trabalho com criadores portugueses é uma constante. Temos peças por exemplo com a Joana Vasconcelos, Cruzeiro Seixas, José de Guimarães, Luis Vaz de Carvalho, Teresa Lima, Pedro Sousa Pereira, Marco Sousa Santos, Siza Vieira, Valter Hugo Mãe, Graça Morais, entre muitos outros.
M&P: Uma colaboração com um designer de renome como Karim Rashid ou com uma marca como Christian Lacroix traduz-se em vendas significativas ou é antes uma forma de reforçar o valor de marca Vista Alegre e dar-lhe projecção internacional?
NB: Ambos. As parcerias internacionais reforçam o valor da marca, a forma como ela é percepcionada o que se traduz em vendas também. Estas parcerias dão-nos projecção internacional mas também têm grande receptividade em Portugal.
M&P: Quais são neste momento as geografias mais importantes para a expansão da marca?
NB: O peso das exportações representa 62% do negócio da Vista Alegre. Os mercados mais importantes são Espanha, Brasil, França e EUA.
M&P: Como tem evoluído a presença internacional?NB: A presença da marca no exterior tem vindo a reforçar-se de ano para ano, fruto dos investimentos e esforços de consolidação nalguns mercados. Por exemplo, abrimos recentemente duas lojas em Espanha (Madrid e Barcelona) e uma loja no Brasil (São Paulo) e um showroom na 41 Madison em Nova Iorque. Criámos estruturas locais e fizemos investimentos em comunicação. Estamos agora a trabalhar parcerias com criadores locais. Tudo isto tem alicerçado o processo de crescimento da marca internacionalmente. A Vista Alegre neste momento vende os seus produtos para mais de 50 países e é uma das marcas mais respeitadas internacionalmente ao nível da porcelana e cristal topo de gama.M&P: Como tem evoluído a presença internacional?NB: A presença da marca no exterior tem vindo a reforçar-se de ano para ano, fruto dos investimentos e esforços de consolidação nalguns mercados. Por exemplo, abrimos recentemente duas lojas em Espanha (Madrid e Barcelona) e uma loja no Brasil (São Paulo) e um showroom na 41 Madison em Nova Iorque. Criámos estruturas locais e fizemos investimentos em comunicação. Estamos agora a trabalhar parcerias com criadores locais. Tudo isto tem alicerçado o processo de crescimento da marca internacionalmente. A Vista Alegre neste momento vende os seus produtos para mais de 50 países e é uma das marcas mais respeitadas internacionalmente ao nível da porcelana e cristal topo de gama.M&P: A Visabeira comprou a Vista Alegre em 2009, quando a empresa atravessava uma situação complicada. Quais são as principais diferenças entre o que era a marca na altura e o que é agora?
NB: A Vista Alegre em 2009 atravessava grandes dificuldades e não estava a acompanhar as tendências de mercado. Tinha já quase dois séculos de história, um know-how e profissionais de excelência mas era preciso modernizá-la sem que a sua essência se perdesse. A partir de 2009 apostámos muito no design e na inovação, trabalhando com os melhores criadores nacionais e internacionais, estando no centro do nascimento das tendências, sobretudo Paris e Nova Iorque. O foco no design foi decisivo no processo de revitalização da marca e na sua internacionalização. Hoje, a Vista Alegre apesar de manter peças e serviços clássicos, é associada a design. Prova disso são as recentes distinções. Em Março, o serviço de mesa Orquestra recebeu o prémio de design da prestigiada revista Wallpaper na categoria Best Coffee And Cake. Em Abril, Plissé e Orquestra conquistaram o júri do Red Dot Award: Product Design 2015, o mais prestigiado prémio de design internacional.
M&P: Além de Portugal, têm lojas em Espanha, Namíbia, Angola, Moçambique e Brasil. Que outros planos têm em termos de lojas físicas? O que determina ou permite a abertura de uma nova loja?
NB: A abertura de uma nova loja representa um grande esforço para a empresa, mas ocorre quando o mercado tem um potencial de negócio interessante em que as lojas próprias representam um factor crucial para acelerar o processo de implementação da marca e o crescimento da facturação da empresa. O nosso objectivo passa por abrir mais lojas em Espanha e no Brasil.
M&P: Em termos globais, qual o principal canal de vendas? São as lojas próprias?
NB: Há vários canais de venda importantes sendo os principais as lojas, o retalho independente e a hotelaria. Não esquecer que a Vista Alegre é um player muito importante na área da hotelaria, tendo uma relação muito próxima com alguns dos grandes chefs internacionais e fornecendo alguns dos mais importantes hotéis e restaurantes pelo mundo. Também na restauração a Vista Alegre tem vindo a crescer com o lançamento de colecções de peças de design extraordinárias, que já valeram a entrada em locais de restauração de topo.
M&P: E o canal online? É já significativo? Quanto representa em termos de vendas?
NB: A Vista Alegre abriu há cerca de um ano uma nova loja online para Portugal, outra em Espanha e esta semana irá abrir uma para a União Europeia e, ainda este ano, abrirá outra no Brasil e outra para o Resto do Mundo. O online é o futuro e por isso a Vista Alegre está a investir muito neste canal de vendas, onde se espera que daqui a algum tempo, algumas destas lojas passem a ser os principais canais de venda da marca. O crescimento das vendas online é muito grande de ano para ano.
M&P: Ainda este ano a Visabeira pretende inaugurar um hotel de cinco estrelas que resulta da transformação do antigo palácio da Fábrica da Vista Alegre, em Ílhavo. Qual será a presença da marca neste hotel? Será uma espécie de mostruário do seu catálogo?
NB: Não será um mostruário mas será um local onde se poderá respirar a história e o percurso e o prestígio da Vista Alegre. Será um espaço que segue a nova tendência do turismo industrial, onde os hóspedes passarão a fazer parte da vivencia da fábrica e do local, podendo experimentar fazer as suas peças, visitar a fábrica, entre muitas outras coisas.
O nosso objectivo passa por abrir mais lojas em Espanha e no Brasil