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Estas cabeças estiveram a prémio em 2022

É tempo de virar os holofotes para as equipas, conhecer as cabeças por detrás das melhores ideias de 2022 e colocar na mira os rostos de quem dá o corpo às balas pelas agências e produtoras que mais se destacaram nas áreas da criatividade, design, meios, comunicação e produção. Tempo também de dar a palavra aos profissionais do setor, que partilham desejos e expectativas para 2023, os conselhos que deixariam às marcas e os principais desafios que antecipam para o novo ano

Pedro Durães
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Estas cabeças estiveram a prémio em 2022

É tempo de virar os holofotes para as equipas, conhecer as cabeças por detrás das melhores ideias de 2022 e colocar na mira os rostos de quem dá o corpo às balas pelas agências e produtoras que mais se destacaram nas áreas da criatividade, design, meios, comunicação e produção. Tempo também de dar a palavra aos profissionais do setor, que partilham desejos e expectativas para 2023, os conselhos que deixariam às marcas e os principais desafios que antecipam para o novo ano

Pedro Durães
Sobre o autor
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Após dois anos desafiantes, 2022 esteve longe de ser um ano sem obstáculos para superar. Mas é nestes momentos que fica (ainda mais) evidente o poder das grandes ideias. Isso ficou claro num ano com vários projetos que permitiram à criatividade nacional, não só brilhar nos principais festivais em Portugal, mas também regressar aos grandes palcos internacionais, com destaque para uma das melhores performances de sempre em Cannes. Motivos de sobra para conhecer as cabeças por detrás das melhores ideias. Como já vem sendo tradição no M&P, é tempo de virar os holofotes para as equipas e colocar na mira os rostos de quem dá o corpo às balas pelas agências e produtoras que mais se destacaram nas áreas da criatividade, design, meios, comunicação e produção. Tempo também de dar a palavra aos profissionais do setor, que partilham desejos e expectativas para 2023, os conselhos que deixariam às marcas e os principais desafios que antecipam para o próximo ano.

Criatividade
BAR Ogilvy
A agência liderada por Miguel Ralha e José Bomtempo venceu o principal troféu nos Prémios Criatividade M&P. O Grande Prémio foi alcançado graças a Breaking Sirens, campanha desenvolvida pela BAR Ogilvy para a Amnistia Internacional em parceria com o Meo, num trabalho que se afirmou como um dos projetos nacionais que mais se destacaram nos principais festivais de criatividade em 2022, não só em Portugal mas também a nível internacional, tendo chegado a leão de ouro no festival Cannes Lions.
“Começo por dizer que quando a essência do nosso trabalho é a criatividade, é bom que o nosso principal objetivo seja garantir que essa criatividade está sempre ao mais alto nível. Por isso, 2023 começa com o desafio de não baixarmos o resultado alcançado em 2022 pela criatividade portuguesa. Foi sem dúvida o nosso melhor ano de sempre, que, no mínimo, é para manter.
2023 vai ser também um ano desafiante para as marcas, onde se esperam tempos difíceis, com a ressaca da covid-19, com a guerra na Ucrânia, que não tem um fim à vista, e com toda a contração da economia, fruto do aumento galopante da inflação, das taxas de juro e da mais do que evidente redução do poder de compra. As marcas vão precisar de estar ao lado dos seus consumidores, com soluções e propostas de valor que acompanhem as suas necessidades. Para todos nós, que diariamente trabalhamos neste mercado, desejo que 2023 seja um ano cheio de criatividade e que consigamos, com essa criatividade, alcançar os nossos objetivos”, Miguel Ralha, CEO da BAR Ogilvy

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FCB Lisboa
Pela primeira vez na história do festival Cannes Lions, uma agência portuguesa ganhou o prémio máximo numa categoria. O primeiro grand prix em Cannes, feito alcançado pela FCB Lisboa na categoria de Design, seria o pontapé de saída para um palmarés internacional que não parou de aumentar até chegarmos ao final de 2022. O grande prémio foi repetido nos festivais Mad Stars, El Ojo e Eurobest, confirmando a FCB Lisboa como a agência nacional que mais se destacou nos palcos internacionais ao longo deste ano. Em causa está o projeto Reconstituição Portuguesa, desenvolvido para a Penguin Random House Portugal, que somou ainda ouro nos Epica Awards, além de um bronze nos LIA. No El Ojo, festival ibero-americano onde a FCB Lisboa se tornou igualmente a primeira agência portuguesa a vencer um Gran Ojo, o desempenho alcançado com este trabalho garantiu ainda à equipa liderada por Edson Athayde os principais prémios na categoria El Ojo Local, com as distinções de Melhor Agência no mercado português, Melhor Ideia e Melhor Criativo, para Viton Araújo e Diego Tórgo, com contributo decisivo para o prémio de Melhor Anunciante de Portugal, atribuído à Penguin Random House.
“No começo de 2022, respondendo a uma questão parecida com a de agora (o que esperar do novo ano), afirmei que era a hora do ‘Re’. Do ‘refazer’, ‘repensar’, ‘redescobrir’, enfim, de uma série de verbos bons para conjugar num mundo ávido para recomeçar. Tentámos colocar essa ideia em prática na nossa empresa. O que, como todos sabem, nunca é fácil. Rever coisas e processos dá trabalho. Redefinir o seu foco, a sua posição de mercado, os seus objetivos, gera stress, consome energias, obriga a sair da sua zona de conforto. Foi o que fizemos. É o que estamos a fazer. Estamos a preparar a FCB Lisboa de 2023, mas também a de 2033. Isto faz o ‘Re’ continuar a ser importante enquanto filosofia de vida. Essa visão acaba por ser muito parecida com o slogan mundial da FCB: #NeverFinished. ‘Nunca Acabar’, no caso, não quer dizer deixar por fazer. Ao contrário, significa não dormir à sombra da bananeira. Indica desejo de encontrar novas maneiras, novos jeitos de fazer as coisas. Ou de fazer outras coisas, usar outros saberes. Ou como diria o meu Tio Olavo: ‘Nada é permanente, a não ser a mudança’”, Edson Athayde, CEO e COO da FCB Lisboa

O Escritório
Pelo terceiro ano consecutivo, a agência fundada por Nuno Jerónimo e Tiago Canas Mendes saiu dos Prémios Eficácia com o título de Agência Criativa do Ano.
“Nada como uma edição especial sobre as agências mais premiadas para recordar que para uma agência os prémios não são o mais importante. Pelo menos para esta. Para O Escritório, o mais importante é termos boas pessoas, bons clientes e boas ideias. A nossa expectativa para 2023 é simplesmente continuarmos a ter ideias capazes de entusiasmar as nossas pessoas e os nossos clientes. Não somos de dar conselhos a ninguém, mas o desejo de ano novo que deixamos – não apenas às marcas mas a todos os protagonistas do mercado – é que, apesar dos algoritmos, do ritmos das redes sociais e da vontade de ter opinião sobre tudo, não subestimem aquele que é o bem mais valioso e escasso para a indústria criativa, mas também para a humanidade: o tempo para pensar”, Nuno Jerónimo e Tiago Canas Mendes, fundadores de O Escritório

Partners
A Partners conquistou, pelo terceiro ano consecutivo, o título de Agência Criativa do Ano nos Prémios Marketing M&P. Com o projeto The Unwanted Shapes – Covid Edition, a agência agora detida pelo grupo Dentsu fez o pleno nesta edição e conquistou também o Grande Prémio.
“2003 a 2022! 20 anos, duas décadas, uma Partners. Não temos espaço neste artigo para agradecer a todos os que aqui trabalham e trabalharam. Não temos espaço para dedicar muitas palavras a todos os nossos clientes com quem fizemos acontecer muita coisa boa. Nem para todos aqueles que foram e são nossos parceiros nesta fascinante indústria e que nunca tiveram medo de mudar, de nos mudar, de mudar o setor; que acreditaram e confiaram, uma e outra vez, no ‘fora da caixa’, no ‘unfollow’ e no ‘trust risk’. Não temos espaço para contar histórias, ideias, prémios, alegrias, tristezas, ansiedades, gritos, risos… Mas temos espaço de sobra para deixar uma palavra que significa tudo aquilo que, como fundadores, sentimos e queremos escrever nas várias línguas de todos os países por onde deixámos, e queremos continuar a deixar, a marca criativa da Partners: Obrigado, gracias, merci, thank you, danke, spacibo, xiéxie… arigatô”, Tomás Froes, CEO da Partners

Stream and Tough Guy
Três anos após ter sido fundada, a agência de João Ribeiro e Miguel Durão teve em 2022 o seu ano de afirmação no mercado ao somar dois títulos de Agência do Ano, um no festival do Clube de Criativos de Portugal e outro nos Prémios Criatividade M&P. Com vários trabalhos premiados, acabaria por ser o projeto CO2AT, desenvolvido em parceria com a This is Pacifica, a assumir maior protagonismo como um dos cases nacionais com melhores resultados a nível nacional e internacional ao somar dois Grandes Prémios, um nos Eficácia e outro nos APPM Marketing Awards, além de um ouro no festival Cannes Lions.
“A guerra, a inflação, a diminuição do poder de compra e a consequente angústia da incerteza que embrulha 2023 fazem com que se antecipe que o próximo ano venha a ser pior do que os anteriores. Mas não é assim todos os anos? Não nos recordamos de vez alguma termos lido ou ouvido projeções em que se previsse com convicção, mais do que por ténue esperança ou otimismo descabido, que os tempos que se avizinhavam fossem períodos de ostentação, folgas orçamentais ou margem para arriscar. As estratégias de marketing assentes em tendências tendem, passe a redundância, a ser demasiado conservadoras. Diz-nos a experiência que, algures no último trimestre, se tenta aproveitar o budget que (afinal) sobrou para uma iniciativa extra plano.
O desejo da Stream and Tough Guy para 2023 é que se siga mais o instinto, porque os relatórios de intelligence, pese embora sejam um conhecimento privilegiado, só o são até certo ponto, pois toda a indústria tem acesso aos mesmos dados, de uma forma ou de outra. Quanto ao instinto, ele não é copiável nem previsível. A melhor vantagem competitiva para os responsáveis de marca é a de fazerem algo que não se está à espera enquanto todos os outros estão na expectativa de uma certeza que nunca chegará em tempo útil de fazer a diferença. Por tudo isto, fazemos votos para que 2023 seja o ano dos e das Irresponsáveis de Marketing”, João Ribeiro, managing partner da Stream and Tough Guy

The Walt Disney Company Portugal
Após projetos como Estreia-te e Intervalo, a campanha Fox The Scroll valeu à equipa criativa in-house da The Walt Disney Company Portugal, pelo terceiro ano consecutivo, a distinção máxima nos Prémios M&P Criatividade em Autopromoções. Este ano, além do Grande Prémio, o trabalho desenvolvido pela equipa liderada por Hellington Vieira em diversos projetos, como Relicário e Cowboy Fashion Week, os únicos trabalhos nacionais distinguidos internacionalmente nos Promax Awards, levou a The Walt Disney Company a ser eleita Empresa de Media do Ano nos Prémios M&P Criatividade em Autopromoções & Inovação em Media.
“Temos apenas uma grande previsão para o próximo ano: 2023 será imprevisível. Algumas das mais bem reputadas previsões dos anos anteriores tiveram em comum o facto de que estavam erradas. Nada prevê que em 2023 isto seja diferente. Então, não será melhor aprendermos a lidar com a imprevisibilidade? Em vez de confiar em cenários rígidos, as marcas devem estar preparadas para a fluidez”, Hellington Vieira, creative director da The Walt Disney Company Portugal

Uzina
Tens-me na Mão, projeto criado pela Uzina para a Samsung, esteve na origem de um déjà vu para agência e anunciante no festival do Clube de Criativos de Portugal. Após terem conquistado no último ano o Grande Prémio com O Ídolo, voltaram a subir ao palco para receber o troféu para o melhor trabalho em competição na edição deste ano. A Uzina acabaria por ser eleita Agência do Ano nas categorias de Publicidade, Digital e Integração e Inovação, nesta última ex aequo com a Stream and Tough Guy, títulos a que somou ainda o de Agência Criativa do Ano na primeira edição dos APPM Marketing Awards.
“Guerra na Europa, alterações climáticas, ODS, inflação, quebra do poder de compra, quebras de investimento, fragmentação dos media, global versus local, estratégico versus tático, ROI, propósito de marca, greenwashing, teletrabalho versus presencial, saúde mental, inteligência artificial, metaverso e NFTs, criptomoedas e Web 3.0, TikTok, o fim das redes sociais, branded content, content creators, influencers, performance, métricas, fuga de talentos e tanto mais. Como navegar por este mapa sem perder o Norte? Deixo aqui um desejo pessoal, que também pode ser útil para marcas e organizações. Que em 2023 nos consigamos adaptar à mudança, mas sem querer ser o que não somos. Como supostamente disse Oscar Wilde: “Seja você mesmo, porque todos os outros já existem.” E sermos uma boa versão de nós próprios já dá bastante trabalho”, Susana Albuquerque, partner e diretora criativa executiva da Uzina

Design
Deadinbeirute
Com o projeto Cadáver Esquisito, a agência esteve em destaque nos Prémios Design M&P ao conquistar o Grande Prémio. Pelo Clube de Criativos, a Deadinbeirute foi também eleita Agência do Ano na categoria de Design.
“As marcas mais valiosas arriscam. Não têm medo de seguir um caminho menos convencional. Não são iguais às outras. Distinguem-se pela sua vitalidade. Pela sua capacidade de se exporem nos contextos certos. Nos contextos onde podem exprimir o seu verdadeiro caráter. Onde a sua honestidade é plena. Onde são capazes de inspirar. Tornando-se importantes e ligadas às pessoas que as amam. Esta atitude não está, na maioria das vezes, ligada àquilo que a sociedade declara como conveniente, como exemplar ou até como expectável. Num mundo toldado pelo medo e pelo cancelamento, sabemos que é mais fácil ceder às tendências, à alegoria, à falácia do ‘fazer o bem’, deixando de lado a essência, a poesia e o caráter. Ter um impacto positivo na sociedade e no mundo não está limitado a códigos mais ou menos estipulados e previstos. Está antes circunscrito ao risco. Ao assumir a verdade, ou a busca pela mesma, com o fim de criar um valor intemporal. É aqui que reside o valor das marcas. É aqui que queremos estar em 2023. A assumir riscos e a criar marcas e produtos cujo valor resista ao tempo e que o seu impacto seja relevante, honesto e verdadeiro de acordo com o seu contexto”, Marko Rosalline, fundador e diretor criativo executivo da Deadinbeirute

This is Pacifica
CO2AT, projeto desenvolvido em parceria com a Stream and Tough Guy para a marca Azgard9, valeu à agência de design do Porto dois Grandes Prémios, um nos Eficácia e outro nos APPM Marketing Awards, além de um Pencil Award no D&AD, um ouro no The One Show e três leões, um deles igualmente ouro, no festival Cannes Lions.
“2022 foi um ano vintage e, tal como acontece no vinho do Porto, a definição vintage acontece num ano considerado monumental, de exceção, e para ser preservado para consumo nos próximos anos. 2022 trouxe-nos três leões no Cannes Lions International Festival of Creativity, trouxe o nosso primeiro Pencil Awards no D&AD e também o primeiro prémio no The One Show com um ouro. Trouxe também Grand Prix nos Prémios Eficácia e nos prémios da APPM (Associação Portuguesa de Profissionais de Marketing) e, mais do que isso, consolidou e projetou o trabalho da This is Pacifica internacionalmente.
Mas, por muito que celebremos o ano que passa, estamos com uma enorme vontade de entrar no ano que aí vem. E já sabemos muito sobre 2023, porque já estamos a trabalhar há vários meses nele. Em 2023 vamos iniciar projetos que ficaram já adjudicados em 2022, alguns que, acreditamos, podem fazer deste um ano também de exceção. Em 2023 vamos apresentar projetos que ficaram prontos em 2022 (incluindo um com impacto europeu) e que só podemos mostrar no decorrer do ano. Em 2023 vamos começar projetos em que vamos poder transformar marcas, serviços e produtos ajustando-os às necessidades e exigências de desafios como o da sustentabilidade (em que estamos empenhados em marcar a diferença e investir em formação e implementação de eco-design). Em 2023 vamos fazer projetos da This is Pacifica que já não cabem dentro da This is Pacifica. Estamos a lançar um novo projeto chamado Prática of Pacifica, workshops desenhados para crianças com início em janeiro de 2023. Em 2023 queremos juntar equipas capazes de mudar o mundo, clientes, marcas, produtos e ideias de transformação, de ativismo, de causas, emoções e narrativas com nervo e coração”, Filipe Mesquita, fundador e diretor criativo da This is Pacifica

VMLY&R Branding
A unidade de design da VMLY&R Portugal foi eleita Agência do Ano nos Prémios Design M&P.
“Nos últimos anos, muito se tem falado de transformação digital e, para 2023, esse pensamento continuará na ordem do dia. Contudo, acreditamos que a palavra ‘digital’ deveria ser abolida do léxico da comunicação. Hoje em dia, a forma como se pensa, cria e desenvolve uma marca tem que passar por uma atitude transversal e consistente, independentemente de ‘onde’ se comunica. Sobretudo considerando que a comunicação está cada vez mais fragmentada entre meios tradicionais, digitais, virtuais, macro ou micro targets… Para 2023, e numa altura em que grande parte das marcas vive momentos de incerteza potenciados pela inflação, crise, guerra, o sistema de identidade das marcas, sustentado num posicionamento sólido e, sobretudo, verdadeiro, assume um papel preponderante no mundo multicanal em que vivemos. É a base que garante que todos os que respiram a marca, dos colaboradores aos parceiros, têm as ferramentas necessárias para comunicar de forma integrada, seja em que momento/meio for. Manterem-se fiéis ao compromisso do que cada marca representa e ao seu posicionamento permitirá aos decisores mais facilmente definir como se apresentam nos diferentes canais e em quais faz sentido estar. Venha 2023”, Rodrigo Freixo, CEO da VMLY&R

Meios
Havas Media
Para a agência de meios do grupo Havas, 2022 começou como 2021. E como 2020. Pelo terceiro ano consecutivo, a agência liderada por Rita Amzalak repetiu o titulo de Agência de Meios do Ano nos Prémios Marketing M&P.
“Estamos todos convocados! Entramos em 2023 conscientes e alinhados com o que se espera de nós. Temos todos de fazer mais e melhor, porque a sustentabilidade é hoje um pilar central na estratégia das marcas e um indicador de progresso, mas uma escolha menos óbvia para os consumidores quando entram em jogo crescentes restrições financeiras. Estudos recentes dizem-nos que as pessoas esperam mais das marcas, nesta transformação, do que aquilo que esperam do seu próprio governo. Efetivamente, e de acordo com dados MB, 83 por cento dos consumidores acreditam que as marcas devem estar ativamente envolvidas na resolução de problemas sociais e ambientais. As marcas estão a acelerar o seu contributo e a comunicação tem o seu papel no envolvimento das comunidades. É aqui que os desafios na área do talento e da data transitam para o novo ano com uma importância crescente. As marcas têm hoje uma pool de data diversificada que deveria permitir a extração de insights, gerando conhecimento. Porém, tornar esta data acionável continua a ser um grande desafio, mas também um caminho para tornar a comunicação mais relevante, permitindo conectar pessoas com comportamentos e padrões de consumo mais sustentáveis. Esta evolução exige também novos perfis e competências nas equipas, o que torna a requalificação e integração de novos talentos uma condição”, Rita Amzalak, managing partner da Havas Media

Initiative
A agência do grupo IPG/Mediabrands fez o bis este ano. Ao título de Agência de Meios do Ano na primeira edição dos APPM Marketing Awards, somou no último mês a mesma distinção nos Prémios Eficácia, onde foi considerada a agência de meios mais eficaz no mercado nacional.
“2023 vai ser um ano de oportunidades para as marcas que decidirem manter a sua estratégia de investimentos e crescimento de negócio. Para as restantes, nomeadamente as que desinvestirem, vão acabar por ver a sua posição de mercado ‘ameaçada’. Teremos um ano muito condicionado pelo contexto macroeconómico, nomeadamente em função do nível de inflação e dos seus efeitos no consumo. Prevemos um crescimento global de três por cento vs 2022, proveniente do reforço de atividade de alguns setores tais como o retalho, alimentação, bebidas, higiene pessoal (para contrariar contenção consumo e trade down de marcas fabricante para marcas distribuidor), imobiliário, entretenimento, turismo, eletrónica de consumo/telco (para contrariar adiamento compras bens e serviços não essenciais e incentivar consumo fora de casa) e, por fim, banca/crédito/seguros (para responder à crescente competição entre os players). A tendência de investimento dos últimos anos deverá manter-se com a TV a captar a maior fatia dos budgets, o digital a continuar a ser o principal motor de crescimento. Nos meios offline, o exterior alavancado pela sua digitalização, e a rádio vão registar um crescimento moderado. Por fim, a imprensa a manter uma trajetória de decréscimo. Será um ano para as marcas serem ainda mais eficazes e mais inteligentes na forma como investem e medem o respetivo retorno, este tem sido o grande foco da Initiative nos últimos anos, premiado recentemente com a agência do ano nos Prémios Eficácia. 2023 será um ano onde ter parceiros que priorizem a eficácia vai fazer toda a diferença. Citando Churchil, “o pessimista vê dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”, Rui Freire, managing director da Initiative

Comunicação
Adagietto
A agência liderada por Miguel Moreira Rato foi eleita Agência de Comunicação do Ano na primeira edição dos APPM Marketing Awards.
“Deixemo-nos de m****s. É este o mote da Adagietto para 2023. Num 2023 que traz uma grande dose de incerteza e uma pequena dose de novas tendências, a receita é simplificar. Não vale a pena reinventar a roda, procurar novos conceitos, redistribuir focos ou repensar visões. Deixemo-nos disso. Deixemo-nos de tentar encurtar ciclos por acharmos que o que aí vem vai ser transformacional. Deixemo-nos de m****s. Em 2023 queremos continuar a olhar para projetos de comunicação com uma visão holística, sem rótulos e sem preconceitos. Queremos continuar a ser ágeis e enxutos. Os clientes não querem, nem podem, esperar semanas por ideias que chegam formatadas a um canal específico. Nem podem continuar a falar com várias pessoas/agências para uma campanha só. Não há tempo para quem não for ágil, nem tempo para quem não for enxuto. Num mundo sem rótulos, que já se vive neste momento apesar de tantos não perceberem, qual a vantagem de uma marca lançar uma campanha e distribuir o seu briefing por várias agências dependendo da expertise que pensam que essas agências têm? Qual a vantagem, tanto para a marca como para o consumidor? Nenhuma, certo? Qual a vantagem para quem trabalha nas agências e tem a oportunidade de se tornar verdadeiramente completo? Todas, certo? Acreditamos muito nisto. E é por isso temos vindo a crescer. Sem rótulos. Enxutos e ágeis. Venha daí 2023”, Miguel Moreira Rato, CEO da Adagietto

Corpcom
O título de Agência do Ano nos Prémios Comunicação M&P voltou a ficar nas mãos da agência liderada por José Franco.
“2023 será o primeiro de alguns anos em que haverá uma crise económica transversal a todas as indústrias. Vai haver retração de consumo, mais custos e incerteza, pelo que será natural que as marcas comecem a redefinir os orçamentos, bem como a reorganizar e reestruturar equipas. Já começamos a ver os maiores empregadores do mundo a fazer cortes. Porém, no caso da comunicação, acredito que o exemplo dos dois anos anteriores, marcados por uma forte pandemia, permitiu que os decisores empresariais e gestores de marcas reconhecessem o poder da comunicação e das relações públicas, com todos os seus diferentes públicos, incluindo internos. Em épocas de crise, a comunicação é a ferramenta mais poderosa das empresas, não reagindo em modo de comunicação de crise, mas agindo e antecipando os problemas que possam vir a surgir, comunicando de forma estruturada e ágil com os diferentes stakeholders. Vai ser crítica essa antecipação e preparação. A nível de tendências, não será muito diferente, com a comunicação digital a ganhar mais força e o ESG a ter mais evidência em algumas empresas, provavelmente com o tema social mais em evidência pois a atual conjuntura não é, de todo, positiva: aumento do custo do dinheiro, inflação alta, aumento de custos para as empresas, desemprego e instabilidade nos mercados internacionais. Continuo a defender que, tal como na nossa vida, é nos momentos mais desafiantes que as marcas se podem evidenciar ao mostrar o seu valor e propósito. Sem comunicação e autenticidade na mesma, tal não será possível. É para isso que cá estamos, e é por isso que acho que será positivo para a indústria das relações públicas”, José Franco, managing partner da Corpcom

Produção
78
Pelo segundo ano consecutivo, a produtora, que tem como sócios João Marques e Nuno Alberto, saiu do festival do Clube de Criativos de Portugal com o título de Produtora de Imagem do Ano. Só que ao contrário do último ano, em que dividiu a distinção com a Krypton, desta vez ficou com todo o protagonismo e viria mesmo a repeti-lo na edição deste ano dos Prémios Criatividade M&P, onde foi igualmente eleita Produtora do Ano.
“2023 avizinha-se mais um ano incerto na produção de publicidade em Portugal. Mas que ano até agora não foi incerto? Já é típico no nosso meio chegarmos próximos do final do ano e depararmo-nos com essa questão, mas a verdade é que arranjamos sempre formas de adaptação ao mercado, seja ele com pouco ou muito trabalho. Tudo está mais caro e mais difícil, será sem dúvida mais um ano desafiante onde já estamos de mangas arregaçadas. Mais uma vez esperamos que as marcas não tenham medo de arriscar em termos de criatividade e que proporcionem espaço para ideias arrojadas e criativas às agências. Podemos ser um país de excelentes ideias e produções, temos bons criativos e boas produtoras, muito talento mesmo. Esperamos que as agências se divirtam a fazer filmes e estejam motivadas a filmar com um sorriso no rosto. Adoramos pessoas e desejamos a todos um ano incrível de 2023. Sejam arrojados e curtam a vida.
Queremos agradecer a todos os que têm feito da 78 uma produtora feliz. A toda a nossa equipa um grande abraço apertado muito sentido porque têm sido inesquecíveis”, João Marques e Nuno Alberto, sócios da 78

Núcleo
E vão quatro. A Núcleo, de Fred Pinto, conquistou pelo quarto ano consecutivo o título de Produtora de Som do Ano no festival do Clube de Criativos de Portugal.
“Para 2023 desejo que todas as marcas continuem a comunicar como têm feito e todas as agências, produtoras e as suas equipas possam trabalhar bem. Pessoalmente, será um ano de investimento para a nossa empresa, com criação de novos postos de trabalho e investimento em novo material, para dessa forma podermos continuar também a fazer o nosso melhor trabalho e prosseguir o desenvolvimento da empresa. Em nome da Núcleo, resta-me agradecer a todos pelas oportunidades de fazermos o que mais gostamos”, Fred Pinto, fundador da Núcleo

Sobre o autorPedro Durães

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Marketing de guerrilha da Liquid Death distribui biscoitos do azar

Os biscoitos do azar (na foto) estão disponíveis em restaurantes chineses em Nova Iorque e Los Angeles, a partir de 25 de outubro e a antecipar o Halloween. “Vais viver uma vida longa e feliz. Não, espera. Desculpa. Isto era para a pessoa à tua frente. As coisas não vão correr bem para ti” é uma das frases

A Liquid Death está a distribuir os ‘misfortune cookies’, biscoitos da sorte reinventados, que são parte de uma ação de marketing de guerrilha em restaurantes chineses, em Nova Iorque e Los Angeles, noticia a Ad Age. Os biscoitos do azar da marca norte-americana de água enlatada são criados em parceria com a OpenFortune, empresa especializada em colocar mensagens publicitárias em biscoitos da sorte.

Com uma cor escura, os biscoitos da marca que se popularizou por apregoar a ‘morte à sede’ contêm um papel com o logótipo da Liquid Death, de um lado, e uma mensagem de azar, do outro. Andy Pearson, vice-presidente do departamento criativo da Liquid Death, que está avaliada em 700 milhões de dólares (€649 milhões), revela à Ad Age que as ‘misfortune cookies’ são uma extensão do conceito dos ‘HorrorScopes’, enviados mensalmente aos fãs da Liquid Death e que são uma paródia aos horóscopos.

“Os nossos azares não vos mentem como os outros produtos astrológicos, que só dizem todas as coisas boas que podem vir a acontecer. Os nossos são 100% precisos”, salienta o responsável.

 

Algumas das mensagens apresentadas nos biscoitos vaticinam, por exemplo, “vais viver uma vida longa e feliz. Não, espera. Desculpa. Isto era para a pessoa à tua frente. As coisas não vão correr bem para ti”, ou “em breve, a tua confiança vai-te levar numa viagem. A viagem será por um beco escuro”.

Centenas de milhares de biscoitos, disponíveis durante um mês, chegam aos restaurantes chineses a partir de 25 de outubro, a antecipar o Halloween, a 31 de outubro, e subvertendo o que é considerado um fim de refeição agradável.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

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Compras em canais digitais deverão crescer até 60%, até 2029

Dispositivos móveis são cada vez mais dominantes no comércio online, apesar de as lojas físicas terem recuperado importância no último ano, revela estudo ‘The Future Shopper Report’ da VML. Plataformas digitais ‘marketplaces’ lideram em todas as fases do processo de consumo

As compras através de canais digitais deverão crescer até 60% até 2029, avança a oitava edição do estudo ‘The Future Shopper Report’ da VML. Elaborada a partir de um questionário a 31.500 consumidores globais que compram online regularmente, pelo menos uma vez por mês, a análise revela que os compradores mostram-se mais abertos a novas experiências de compras físicas.

Segundo o estudo, a posição dominante dos ‘marketplaces’ no processo de tomada de decisão do cliente enfraqueceu no último ano. O impacto de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA), também está a alterar hábitos e comportamentos. “Está a mudar o que vendemos, como vendemos e a quem vendemos”, revela a VML em comunicado de imprensa.

É nos ‘marketplaces’ que 35% dos consumidores procuram inspiração para as compras e que 32% conduzem as pesquisas de comparação para a escolha de produtos. “Apesar do domínio dos canais digitais, os canais físicos apresentaram uma recuperação junto destes consumidores, sendo que mais de metade dos inquiridos afirmam que preferem marcas que tenham lojas físicas e digitais”, refere o documento.

O telemóvel é o dispositivo preferido da maioria dos compradores, que adquirem produtos e serviços online, superando os 50%. Em segundo lugar, surge o computador portátil, mencionado por apenas 16% dos inquiridos.

“Ainda assim, a experiência nestes dispositivos podia ser melhor, uma vez que dois terços dos inquiridos afirmam que as marcas precisam de fazer mais para cumprir as expetativas. Dispositivos como consolas de jogos, ‘smartwatches’ ou assistentes virtuais, apesar de ainda residuais, apresentam-se como alternativas para a realização de compras em canais digitais”, refere o documento.

Os amigos são, por norma, quem mais influencia as decisões de compras. “No entanto os influenciadores apresentam a liderança, em audiências abaixo dos 34 anos, e a família, nas audiências acima dos 45”, explica a VML. As respostas ao inquérito revelam ainda que o preço é o principal fator que incentiva os consumidores a comprar online.

“Este estudo reforça as nossas análises nacionais e internacionais, que demonstram uma transferência significativa da procura de produtos e serviços para canais digitais. As decisões das empresas e das marcas para se posicionarem nestes canais devem ser encaradas como um imperativo de transformação, superior ao que fizeram no passado, para se adaptarem ao retalho físico moderno”, afirma Gonçalo dos Santos Rodrigues, diretor de consultoria da VML, citado no comunicado de imprensa.

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CM Rádio será lançada até ao final do ano

A nova rádio “encarnará aqueles que são os valores do Universo CM, cuja missão é informar, inspirar, proteger e dar poder às pessoas”, refere a Medialivre em comunicado de imprensa

A Medialivre apresenta esta tarde, em Lisboa, o Universo CM,  plataforma que permite ao grupo ter uma presença 360º, incluindo papel, televisão, digital e, agora, rádio, com o lançamento da CM Rádio (CMR), que era o pilar que ainda não tinha abrangido.

A CMR, que deverá ir para o ar até ao final de 2024, “além de reforçar o ADN da Medialivre enquanto ‘casa das notícias’ e produtores de conteúdos, reforçando a sua presença a nível nacional, consolida também a posição de liderança do grupo na informação”, argumenta o grupo de media em comunicado de imprensa.

A CMR resulta da fusão da SBSR e da Rádio Festival, assegurando uma cobertura através de frequência radioelétrica nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, complementando o restante território com a emissão digital.

“Quando em maio apresentamos o nosso último projeto – o canal Now – anunciámos que até ao final do ano iríamos apresentar outros. Esse anúncio materializa-se agora com a CM Rádio, que permite construir o Universo CM, que serve leitores, espetadores e ouvintes a todas as horas do dia e nas diversas plataformas. Acreditamos que os media são essenciais à democracia e continuaremos a aumentar as nossas equipas, de modo a cada momento melhor servir os nossos clientes e utilizadores”, refere Luís Santana, CEO da Medialivre, citado em comunicado de imprensa.

“A nova rádio encarnará aqueles que são os valores do Universo CM, cuja missão é informar, inspirar, proteger e dar poder às pessoas, na medida em que pessoas mais informadas têm mais poder”, refere o comunicado, destacando que “a CMR aposta na proximidade e na rapidez, sendo melhor primeiro, comungando da coragem, da independência e da inquietude transversal às restantes marcas”.

A estação de rádio terá Carlos Rodrigues como diretor e Pedro Carreira como diretor executivo, num projeto de implementação que é liderado por Francisco Penim.

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Adidas explora paixão dos fãs em campanha com Messi e Bad Bunny (com vídeo)

O anúncio apresenta a coleção ‘The Bad Bunny + Messi Collection’, a lançar a 26 de outubro, que celebra a intersecção entre o futebol e a música

O futebolista argentino Lionel Messi e o cantor porto-riquenho Bad Bunny protagonizam a nova campanha publicitária da Adidas Originals, para promover a coleção colaborativa entre os protagonistas da campanha para a Adidas.

No anúncio, idealizado pela agência criativa e de estratégia digital Newcycle, é explorada a paixão dos fãs pelos protagonistas, através de mensagens das redes sociais e de cartas dos fãs, que são narradas por Lionel Messi e Bad Bunny.

De acordo com o comunicado de imprensa, a Adidas procura “cimentar o seu papel na cultura” através desta parceria. A campanha está presente em plataformas como o Instagram, YouTube e o X. 

O anúncio apresenta a coleção ‘The Bad Bunny + Messi Collection’, que é lançada a 26 de outubro. O objetivo é celebrar a intersecção entre a música, o desporto e o estilo. Os dois ténis da coleção são uma variação das sapatilhas Gazelle e das chuteiras F50, respetivamente. As assinaturas reais dos protagonistas aparecem nas riscas superiores do calçado.

“Esta campanha celebra os nossos fãs. Ver as pessoas que me seguem e me apoiam não só me inspira como me faz sentir muito grato. Tento sempre dar tudo o que tenho em campo, por isso é ótimo ver que há pessoas que apreciam esse esforço e que me apoiam sempre, mesmo nos maus momentos”, enfatiza Lionel Messi, citado em comunicado de imprensa. 

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Continente é a marca que os portugueses mais seguem no Instagram

No que respeita às figuras públicas, a lista é liderada por Cristiano Ronaldo. O Instagram destaca-se entre as redes sociais mais usadas para seguir figuras públicas, sendo referido por cerca de 87% dos entrevistados no estudo da Marktest ‘Os Portugueses e as Redes Sociais 2024’

Mais de metade dos portugueses que usam redes sociais seguem marcas (55%) e figuras públicas (58%), avança o estudo ‘Os Portugueses e as Redes Sociais 2024’, realizado pela Marktest. O Continente (na foto) é a insígnia com mais seguidores nacionais, seguida do Pingo Doce e da SIC. Público e Lidl completam o top 5 das marcas mais mencionadas pelos 803 inquiridos que servem de base à análise.

No que respeita às figuras públicas, a lista é liderada pelo futebolista Cristiano Ronaldo, seguido pela apresentadora de televisão Cristina Ferreira e pela atriz e apresentadora Rita Pereira. O humorista e radialista Nuno Markl ocupa o quarto lugar. A influenciadora digital Madalena Abecasis fecha o top 5.

“O Instagram destaca-se entre as redes sociais mais usadas para seguir estas figuras públicas, sendo referido por quase 87% dos entrevistados que revelaram fazê-lo. Fotos, ‘stories’ ou vídeos foram também indicados como o tipo de conteúdos de figuras públicas mais apreciados”, revela o estudo da Marktest.

Moda (51%) e restauração e culinária (50%) são os setores de atividade que despertam o maior interesse entre os utilizadores de redes sociais, seguidos pelos de alimentação e bebidas, tecnologia e desporto. “Em média, cada inquirido diz seguir 22 entidades entre marcas, empresas ou grupos de interesse, mais sete em comparação com os dados deste estudo no ano anterior”, revela a análise.

Em termos médios, 38% dos inquiridos revela que consulta os perfis das empresas e insígnias que seguem “pelo menos uma vez por dia e 26% assume que o faz entre duas a três vezes por semana, com 79% dos que seguem marcas nas redes sociais a revelar consultar estas páginas pelo menos uma vez por semana”, refere ainda a Marktest, em comunicado de imprensa.

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“A ambição é alcançar as 15 mil faces em papel e as mil faces em digital, durante 2025”

“O investimento que segue para a internet, por via da programática, vai chegar ao digital ‘out-of-home'”, refere Ricardo Bastos (na foto), CEO da DreamMedia, em entrevista ao M&P a propósito da aquisição da Cemark

Catarina Nunes

Ricardo Bastos é CEO do grupo DreamMedia, operador de comunicação ‘out-of-home’, que compra a 10 de outubro a empresa de mobiliário urbano Cemark, que sucede à extinta Cemusa. Em entrevista ao M&P, revela os objetivos da integração da Cemark no grupo que lidera e que é composto por duas empresas do setor, a DreamMedia e a BIGoutdoors. Os desafios e as oportunidades deste mercado, o estudo de audiências de ‘outdoor’ e a internacionalização são outros dos temas abordados.

Qual foi a oportunidade detetada na Cemark que determinou ter avançado com a aquisição?

Prende-se com aquilo que é o ‘know-how’ das pessoas e o ‘expertise’ que existe dentro da Cemark, que acreditamos ser possível capitalizar, e com todos os produtos que tem a nível nacional, com uma expressividade ainda com muito significado, em municípios com alta densidade populacional, elevado poder de compra e cujos contratos têm um prazo de vida médio muito razoável.

Em termos de fraquezas, o que é que encontrou?

A Cemark, antiga Cemusa, foi uma referência global no setor do mobiliário urbano. Teve alguma dificuldade em adaptar-se aos novos tempos, nomeadamente à era da digitalização, o que, com a fusão com o grupo DreamMedia, passa a estar ultrapassado.

Os grandes desafios vão ser de integração cultural entre as nossas equipas, mas que acreditamos que a paixão que a equipa Cemark tem, junto com a paixão da equipa DreamMedia, fará ultrapassar, para construirmos aquela que será a maior equipa a trabalhar em Portugal, no setor ‘out-of-home’.

A Cemark não tem equipamentos digitais?

A Cemark tem uma ‘joint-venture’ no segmento digital, e já opera digital em umas largas dezenas de municípios. O digital da DreamMedia vem complementar toda esta rede, fazendo com que a Cemark passe a oferecer ao mercado uma rede digital com grande potencial.

A ‘joint-venture’ da Cemark é com que empresa?

Tem várias operações locais, que lhes permite garantir uma presença ao longo de todo o país, tanto em digital como em formatos estáticos.

Quais são os municípios em que a Cemark está presente?

Está presente com intensidade no distrito de Lisboa e do Porto, entre outros. Com maior relevância destacam-se a concessão de Lisboa, das bancas de jornais que estão presentes no coração da cidade, na Amadora, em Odivelas e Seixal, no distrito de Setúbal, e também a concessão de Sintra, onde mais de 70% da cobertura territorial ficou nas mãos da Cemark, no último concurso público.

A norte, a Cemark é concessionária das cidades de Vila Nova de Gaia e Gondomar. Na área metropolitana do Porto, tem Espinho e Santa Maria da Feira. As estas soma-se, por exemplo, Braga.

No total, de quantos municípios está a falar?

A Cemark estava presente em mais de 20 municípios, apenas no formato em papel. Se incluíssemos a digitalização, a presença da Cemark já por si tinha muito significado no país.

A digitalização que agora vai somar com a DreamMedia?

Corretamente.

Em Lisboa, além das bancas de jornais, que outros formatos é que tem e em que localizações?

Em Lisboa, além das bancas de jornais, que complementam uma rede com mais de 1800 faces, a DreamMedia é também concessionária…

Refiro-me aos formatos e localizações da Cemark.

A presença da Cemark em Lisboa ocorre por via das bancas de jornais.

Portanto, em Lisboa é só bancas de jornais?

Sim.

E no Porto?

No Porto, a Cemark não tem presença, tem através da DreamMedia.

Quando perguntei os municípios da Cemark, falou-me em Lisboa e Porto.

Distritos do Porto e de Lisboa, sabendo que os municípios a norte são Gaia, Gondomar e depois, ainda pertencentes à área metropolitana do Porto, Santa Maria da Feira e Espinho.

Nesses municípios, qual é o tipo de equipamento ou mobiliário urbano da Cemark?

Nesses municípios são abrigos de passageiros, múpis isolados e outro tipo de mobiliário urbano, também equipado com múpis de publicidade.

Investimento de €20 milhões na Cemark
Vai investir cerca de €20 milhões na rede da Cemark. Ao longo de quanto tempo e em quê?

Baseia-se naquilo que é a modernização das infraestruturas da Cemark, a transformação tecnológica dos equipamentos e também a expansão, proporcionada por via das concessões que vencemos recentemente.

Que venceu com a Cemark?

Por via da DreamMedia.

Até quando são os contratos da Cemark?

A duração média dos contratos da Cemark, neste momento, é de cinco anos, sabendo que a concessão de Sintra se está a iniciar e tem uma duração de 15 anos.

E as restantes concessões?

São contratos antigos, em que a média irá permanecer por mais cinco anos.

Quais são os anunciantes na rede da Cemark neste momento e até quando?

O negócio do mobiliário urbano é bastante dinâmico, com campanhas semanais. A Cemark, tal como a DreamMedia, representa aquelas que são as maiores marcas presentes no país em diversas áreas de atividade.

Há algum anunciante que se destaque na Cemark?

A nossa integração foi muito recente. Esta entrevista ocorre no nosso primeiro dia de integração na Cemark, ainda é cedo para conseguirmos ter acesso a históricos de clientes mais relevantes.

Como é que se encaixa a Cemark na estratégia da DreamMedia?

A DreamMedia, desde sempre, teve um espírito e enquadramento de negócio muito conectados com a cidade. A Cemark trabalha exclusivamente concessões à superfície, em ambiente de cidade.

A fusão das duas empresas é uma integração que proporciona uma rede de comunicação, presente em 14 distritos e mais de 60 municípios, considerando que passa a estar presente nos principais municípios do país, na área metropolitana do Porto, de Lisboa e do Algarve, e em formatos de papel e digitais.

É uma integração perfeita, porque cada empresa tinha as suas valências, mas as suas sobreposições eram muito reduzidas.

Vai manter as posições em papel ou vão ser digitalizadas?

O mercado ainda não está preparado para absorver uma plena digitalização de todo o parque, nem é isso que as tendências internacionais mostram. Espera-se que, até 2026, entre 25% a 30% do parque de faces em Portugal esteja digitalizado, isto é a média de mercado. A DreamMedia está muito próxima de atingir esse valor entre o final deste ano e o início de 2025.

A digitalização da Cemark será feita de acordo com a estratégia do grupo DreamMedia e visa digitalizar as cidades na medida daquilo que é também a conciliação dos interesses públicos e privados, porque é necessário que o mercado tenha capacidade para absorver a digitalização.

Isso significa haver anunciantes interessados ou equipamentos e tecnologia disponíveis?

Significa existir uma maturidade do mercado capaz de compreender todas as vantagens do digital. A digitalização chegou muito recentemente a Portugal, já representa uma fatia expressiva daquilo que é o investimento publicitário, mas é um mercado que ainda tem muito para se desenvolver. A tecnologia está muitíssimo avançada e a DreamMedia está muito preparada do ponto de vista tecnológico.

Contributo para concorrência firme

Qual é o objetivo desta fusão?

Esta aquisição não visa somente um crescimento da DreamMedia, visa garantir uma concorrência mais firme no mercado, e não procura a conquista de um mercado só para si, nem defende mercados monopolistas. Defendemos mercados abertos, que promovam a concorrência, que tragam vantagens às marcas e às agências, mas também aos municípios.

Porque os municípios tomam um conjunto de iniciativas para proceder à abertura de concursos públicos, para a concessão dos espaços, para modernizar as cidades. Mas é preciso que tenham empresas robustas capazes de acreditar nas iniciativas que os municípios promovem e de colocar financiamento nesses projetos. E o desenvolvimento das cidades só existe se existir concorrência.

Atualmente não existe concorrência?

Até ao momento não existia concorrência.

Além das grandes, há um movimento de consolidação, como a aquisição da Unimídia pela Spreading Advertising.

Referia-me ao mobiliário urbano e neste setor faz falta um operador que imponha efetiva concorrência ao mercado, que é um dos atributos que trazemos com esta fusão. Somos totalmente a favor de todas as operações de concentração, sempre com o intuito de construirmos um setor cada vez mais robusto e desenvolvido.

Em termos de faturação, qual é a sua ambição para o grupo DreamMedia?

Em 2024, a DreamMedia conjugada com a Cemark deverá aproximar-se dos €30 milhões de faturação.

E em 2023, que não conta com esta consolidação, quanto é que foi?

A DreamMedia, em 2023, fechou nos €20 milhões.

Voltando à Cemark. Quantas faces tem no total nacional, além das que referiu em Lisboa?

Aquilo que lhe posso dizer é que a nossa ambição é alcançar as 15 mil faces em papel e as mil faces em digital, durante 2025. O que significa seis mil anúncios digitais, porque o digital suporta até seis anunciantes.

Qual é a estratégia que tem para alcançar esses objetivos? Ir a mais concursos?

A nossa estratégia para 2020-2025, para além de um crescimento orgânico e por via de concursos públicos, previa também o crescimento por via de uma aquisição. Desenvolvemos este plano em 2019, o que significa que a aquisição de um ‘player’ do mercado já estava projetada. No plano plurianual 2026-2030, pretendemos continuar a crescer por via orgânica, mas também por concursos públicos.

A nossa expansão, a partir deste momento, passa a ser muito mais sustentada, porque as conquistas que fizemos nos últimos meses e a aquisição da Cemark potenciaram a rede DreamMedia. A expansão será sempre sustentada e controlada, o que não quer dizer que paremos os investimentos.

Foco nos ativos e presença geográfica

Qual é o foco da expansão?

Estamos com muito foco no crescimento dos nossos ativos e presença geográfica, mas muitíssimo mais focados naquilo que é a qualidade do produto e das soluções tecnológicas, e da utilidade pública que oferecemos aos municípios.

É um foco mais em qualificar o produto, que inclui também a expansão, mas seguindo critérios muito mais rigorosos, para que possamos oferecer continuamente as melhores soluções aos anunciantes e às agências.

A aquisição foi feita com capitais próprios ou com recurso à banca?

100% com capitais próprios.

Quanto é que investiu na aquisição?

Não revelamos os valores concretos da aquisição. Reforçamos aquilo que é o investimento que vamos continuar a fazer nas duas marcas, nos próximos três anos, e as verbas aprovadas são de €20 milhões.

O ‘outdoor’ digital já está ou pode vir a ocupar parte do espaço da televisão e do digital?

A minha visão relaciona-se com aquilo que são as experiências e as tendências internacionais. Portugal esteve atrasado cerca de sete ou oito anos, face às tendências internacionais, e isto não nos pode trazer só desvantagens. Traz-nos a grande vantagem de conhecermos o que é que pode vir a acontecer.

O que está a acontecer a nível internacional é que o ‘out-of-home’ digital está a ter crescimentos surpreendentes, as marcas estão a aderir de forma muito positiva, também a nível nacional, porque estão a saber explorar cada vez melhor o ‘out-of-home’ digital.

Há uma canibalização de outros meios?

Este crescimento internacional não tem surgido exatamente por via de uma canibalização do produto clássico.

Um ‘outdoor’ digital que permita vídeo pode roubar o papel da televisão?

Cada meio tem a sua importância e a sua estratégia. O ‘out-of-home’ digital é uma nova tendência de mercado. O que tem acontecido é que não tem canibalizado o ‘outdoor’ convencional tem crescido ‘on top’. Isto significa uma ligeira transferência dos orçamentos de televisão e de internet, e digo ligeira porque são meios que absorvem muitíssimo investimento internacional.

Pode acontecer, mas não só pelas vantagens daquilo que é o meio ‘out-of-home’ digital, mas também pelas desvantagens que os meios como a internet, com o efeito ‘cookieless’, podem estar a provocar, ou com a fragmentação das audiências em televisão. As marcas têm de saber adaptar-se a esta tendência e o investimento que segue para a internet, por via da programática, vai chegar ao ‘out-of-home’ digital.

Ainda não chega?

Já começa a chegar, mas ainda é inexpressivo, face àquilo que é esperado. Este ano existe uma ambição internacional de que, dentro do ‘out-of-home’ digital, a programática possa valer até 10%.

Em Portugal, a percentagem é mais baixa?

Em Portugal é inexpressiva. A DreamMedia lançou recentemente a plataforma DreamMedia Ads, bem como conectou a DreamMedia Ads com a HiveStack, com o DV360, e com a Trade Desk. Ou seja, as soluções da DreamMedia disponíveis em Portugal podem ser compradas em qualquer parte do mundo e já recebemos campanhas internacionais para marcas que querem anunciar em Portugal.

Não vindo dos planos de meios das marcas em Portugal, o que é que esses anunciantes procuram?

Por exemplo, a organização de um evento em Portugal, promovido por uma empresa internacional, procura na programática as soluções mais eficazes para se promover no país de destino. Os turismos internacionais, por exemplo, são um dos grandes clientes que podem fazer sentido.

‘Out-of-home’ será o segundo maior meio

Vai haver uma redivisão de quotas de mercado em termos de meios?

É uma pergunta pertinente, mas bastante complexa de responder. O mercado está habituado a determinadas quotas de investimento por meio. Não podemos negar que Portugal tem, por um conjunto de circunstâncias, um ‘share’ no ‘out-of-home’ substancialmente superior à média europeia, recebendo 14% do total do investimento publicitário.

Portugal tem potencial para crescer mais ou vai ficar em torno dos 14%, 15%?

Serei sempre suspeito a dar essa resposta, mas, naquilo em que acredito, o ‘out-of-home’ digital traz uma grande oportunidade para que o ‘out-of-home’ se torne, num futuro próximo, o segundo maior meio a receber investimento.

A seguir à televisão ou ao digital?

A seguir ao digital.

O digital vai ultrapassar a televisão?

Essa é a tendência internacional. Na grande parte do mundo, o investimento em digital já ultrapassou a televisão.

A televisão em Portugal ainda continua a ser o meio mais barato ou eficaz em termos de custo por contacto?

Essa é uma matéria em que os especialistas farão as suas reflexões, mas o que nos dizem os media internacionais é que a internet já ultrapassa a televisão. Não só em Portugal, e nem é um tema da DreamMedia, o meio tem-se transformado e valorizado e a qualidade dos equipamentos de publicidade exterior é cada vez maior e melhor.

A digitalização traz uma série de vantagens, e também a programática, e os meios ‘out-of-home’ têm uma utilidade pública inegável. A sustentabilidade juntou-se ao setor com ‘outodors’ que permitem ter jardins naturais ou com abrigos de passageiros como a Green Station, cobertos por jardins naturais, ou equipamentos totalmente abastecidos por energia fotovoltaica.

Poderia continuar a enumerar todos os esforços que o meio ‘out-of-home’ está a desenvolver internacionalmente, para continuar a merecer o reforço de investimento das marcas e das agências.

A polémica do estudo de audiências

Há falta de dados de audiências de ‘outdoor’, que legitimem esse esforço das marcas?

Existe um estudo de audiências acreditado pela CAEM [Comissão de Análise de Estudos de Meios] e desenvolvido pela PSE, para medir as audiências do ‘outdoor’. A minha posição, que já confirmei publicamente sucessivas vezes, é que queremos que o estudo seja transparente.

Com a aquisição da Cemark e a relevância da DreamMedia, o estudo necessita de uma auditoria independente, seja por via da CAEM, da APAN [Associação Portuguesa de Anunciantes] ou de uma das quatro grandes consultoras internacionais.

Porquê? A CAEM já faz esse papel.

Não colocamos em questão a metodologia, porque essa questão tem de ser colocada pelos anunciantes e pelas agências. E, a partir do momento em que os anunciantes e as agências concordarem com a metodologia, a DreamMedia nunca será uma oposição ao estudo. O que nos indigna profundamente é a interferência que os nossos concorrentes têm sobre o estudo.

Quais empresas concorrentes?

A JCDecaux e a MOP.

Refere-se a que tipo de interferências?

Muitas notícias já vieram a público sobre discordâncias de vários operadores, seja de que meio for, televisão, internet ou ‘out-of-home’, em Portugal e em todo o mundo, sobre resultados e metodologias, ou qualquer outra matéria sobre os estudos. Pode parecer leviano aquilo que se diz, que é: “ok, este é mais um operador a criticar o estudo de audiências porque o estudo não lhe é, de alguma forma, conveniente”.

A isto já estamos habituados, é algo que acontece com todos os meios, internacionalmente. O que está em questão é uma interferência premeditada e aceite por quem está a desenvolver o estudo da PSE. A DreamMedia e agora a Cemark repugnam a forma como os responsáveis pelo estudo se deixam contaminar e influenciar por estes operadores.

Quando fala em interferências da JCDecaux e da MOP, refere-se a quê, concretamente?

A partir do momento em que somos, de forma clara e direta, confrontados com quem desenvolve o estudo a indicar-nos que teremos sempre limitações na participação no estudo, porque estes meus concorrentes não pretendem que a DreamMedia faça parte do estudo, está tudo dito. O mercado é conhecedor de toda esta história, que não é nova, mas agora acentua-se com muita gravidade com a aquisição da Cemark.

Por que razão é que não querem as suas empresas no estudo?

O mercado quer, mas a concorrência quer absorver 100% do mercado e fazer acreditar que as dezenas de milhares de faces que a DreamMedia tem em Portugal – e agora com a aquisição da Cemark são muitas mais – são invisíveis e ignoradas pelos consumidores.

Recorreu a algum mecanismo legal para entrar no estudo?

Já demonstrámos, por sucessivas vezes, a nossa indignação, acionámos mecanismos jurídicos e tentámos negociações com a entidade que promove o estudo da PSE, que se diz de mãos e pés atados porque os nossos concorrentes, JCDecaux e MOP, não permitem a entrada da DreamMedia no estudo.

Não vamos tolerar mais esta situação. Se o estudo já está obviamente inquinado, porque um dos operadores com maior presença no país não estava no estudo, agora sendo dois, DreamMedia e Cemark, faz com que o estudo perca todo o valor. Faremos um apelo à CAEM e à APAN, para que consigam ajudar o setor a encontrar uma solução.

Qual é a sua sugestão, um estudo auditado independentemente?

Sim, porque a partir do momento em que o promotor do estudo não se consegue manter equidistante das empresas que ele próprio audita e verifica as audiências, o estudo perde credibilidade. A CAEM ou a APAN, ou ambas, porque este estudo é do interesse dos anunciantes, terão de tomar medidas e impor as suas condições.

O que estamos a falar é de um estudo que perde o seu efeito prático, a partir do momento que não é um estudo transparente. Chegou o momento em que o mercado tem de promover uma profunda reflexão, para que o estudo, efetivamente, se torne uma realidade.

Sem esse estudo, que ferramentas tem para medir audiências?

A DreamMedia decidiu seguir os padrões internacionais, em que a medição das audiências é realizada por via de acordos com empresas de telecomunicações. Temos um contrato com a Altice, que nos permite ter informações, livres de RGPD, de mais de seis milhões de telemóveis.

O que temos não é uma estimativa de audiência dos nossos equipamentos, mas o pleno daquilo que são as audiências dos nossos equipamentos.

Mede se a pessoa passou junto ao ‘outdoor’. Mas pode ter passado sem olhar para o ‘outdoor’.

Sim, obviamente, é um princípio. As outras metodologias também têm por base um algoritmo. Com o nosso programa Target Profile conseguimos ter acesso não só ao tráfego, como também ao género, à faixa etária, ao poder económico, ao ponto de origem e ponto de destino, e à nacionalidade.

Os dados de telemóveis dão-nos muito mais do que passagens pelos nossos equipamentos, dão informações altamente válidas, para que o anunciante possa fazer a segmentação dos seus perfis. Mas posso devolver a mesma questão: como é que no estudo da PSE se garante que o suporte foi visto? “Ah, porque tem um algoritmo que…”. Também é um algoritmo.

Se calhar tem uma amostra mais representativa.

Temos seis milhões de telemóveis numa população de dez milhões de portugueses. Não é uma amostra, é uma plenitude. Não há nenhum estudo no mundo que tenha seis milhões de telemóveis num país com dez milhões de habitantes.

Além das audiências, que outra questão é urgente no ‘out-of-home’?

A digitalização, a concentração de operadores e as transformações que se têm verificado no mercado, a modernização dos ativos publicitários, a sustentabilidade nas impressões e na construção dos equipamentos, a utilidade pública, a tecnologia e a inovação fazem-me olhar para este setor com alta positividade.

Aquilo que é possível fazer pela indústria está a ser feito e o mercado está a reconhecer e a fazer, continuamente, os seus investimentos em ‘out-of-home’.

No ‘out-of-home’ para ficar

Como é que chega a esta atividade?

Iniciei a minha vida no mundo da publicidade. A minha família trabalhava com a pintura de publicidade, na altura em que ela era pintada. Desde os 16 anos que decidi iniciar uma atividade por conta própria na área de media, que era totalmente diferente da área da minha família.

Foi aí que nasceu a DreamMedia. Hoje tenho 36 anos, a DreamMedia faz 20 anos este ano e a aquisição da Cemark marca a minha carreira com muita intensidade. O que está para vir é uma das maiores transformações de setor em Portugal.

Como é que aos 16 anos pensa trabalhar em media?

Foi passar pelas cidades e acreditar que a minha paixão um dia faria com que as cidades pudessem receber um contributo da media exterior, para transformar a vida das pessoas. Foi aí que nasceu a nossa operação, muito conectada com as cidades, com a inovação e a diferenciação.

Costumo dizer que foi o mercado que quis que a DreamMedia existisse. Se os anunciantes e as agências não tivessem confiado em mim, nos meus produtos, na DreamMedia e nas nossas soluções, não teríamos conseguido vingar.

Pondera entrar em outros media?

Não. Sou um apaixonado pelo ‘out-of-home’ e ficarei sempre neste setor. Isto é, digo sempre porque não tenho em mente extravasar para outro tipo de media, mas tenho em mente a expansão internacional. Já estamos presentes em Moçambique, há mais de uma década, e queremos continuar a empenhar esforços naquilo que possam ser as oportunidades internacionais.

Para que países?

Temos em mente um conjunto de destinos, nos quais fizemos estudos e que ainda não ganharam o topo da lista de prioridades, porque temos decidido investir em Portugal. Quando ponderámos esta operação da Cemark, poderíamos ter feito outras escolhas, investido em outros setores ou países. Decidimos adquirir a Cemark porque acreditamos em todo o seu potencial.

A internacionalização está em ‘stand-by’?

Não diria em ‘stand-by’, porque está a ser desenvolvida, temos técnicos da DreamMedia que estão a desenvolver essas atividades internacionais. Estamos a trabalhar e temos escritórios fora do país, com operações que não divulgamos. O primeiro país, que já foi tornado público e onde estamos a iniciar as nossas atividades, é o Reino Unido, onde temos escritório e empresa constituída.

Sobre o autorCatarina Nunes

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O novo palco da publicidade

A Disney+ é a mais recente plataforma de ‘streaming’ internacional a estrear um plano de subscrição com anúncios em Portugal. É também a primeira a estar integrada nos planos de meios dos anunciantes nacionais. Lá fora, a oferta e a procura deste meio são mais fortes

Os serviços de ‘streaming’ tradicionais têm transformado a experiência de consumo de entretenimento e de publicidade. Plataformas como Netflix, Disney+, Prime Video, Max, SkyShowtime e AppleTV permitem uma flexibilidade de acesso a conteúdos audiovisuais, tornando as emissões programadas menos relevantes e criando um mercado avaliado em 670 mil milhões de dólares (€613 mil milhões), em valor acumulado, que chega a cerca de 1,8 mil milhões de pessoas em todo o mundo.

Apesar disto e do crescente investimento publicitário neste meio a nível internacional, o mercado nacional não acompanha a tendência ao mesmo ritmo. À exceção da SkyShowtime, a primeira plataforma de ‘streaming’ internacional a estrear anúncios em Portugal, em abril, e da Disney+, que lança a 17 de outubro um novo plano com publicidade, nenhum dos restantes principais serviços de ‘streaming’ internacionais em Portugal inclui publicidade. Questionadas sobre o tema, referem a ausência de planos, no curto prazo, para este tipo de oferta em Portugal.

A Disney+, disponível em Portugal desde setembro de 2020, acaba de estrear um novo plano de subscrição com anúncios em Portugal, no seguimento do lançamento desta modalidade em vários países europeus no ano passado. O plano ‘Standard com Anúncios’ tem um valor mensal de €5,99 e soma-se aos planos ‘Standard’ (€9,99) e ‘Premium’ (€13,99), que não têm publicidade a interromper as séries e os filmes. Esta é a primeira plataforma de ‘streaming’ tradicional estrangeira a ser integrada nos planos de meios dos anunciantes nacionais.

“Para além da variedade crescente de conteúdos, a disponibilização de um novo plano com anúncios, permite-nos potenciar o crescimento da Disney+, e revela-se uma oportunidade para consumidores e anunciantes”, refere Jorge Padinha, diretor de vendas de publicidade e media da The Walt Disney Company Portugal, em declarações ao M&P. “Os primeiros têm à sua disposição uma oferta reforçada com planos de subscrição a partir de um valor mais baixo, com mais opções e maior flexibilidade, que permitem escolher o tipo de consumo que melhor se adapta às necessidades de consumo”, explica Jorge Padinha.

Disney+ capitaliza estrutura local

Os anunciantes e parceiros da Disney+, por outro lado, “entendem a plataforma como uma oportunidade única para promoverem e divulgarem as suas mensagens, num novo suporte premium. A Disney+ surge assim, e já este mês, como a primeira plataforma de ‘streaming’ internacional em Portugal a disponibilizar uma oferta com publicidade a anunciantes. Neste lançamento, estamos a trabalhar com a maioria dos setores e marcas que já trabalham connosco, que são nossos clientes nos canais lineares”, revela o responsável.

A SkyShowtime, plataforma europeia que combina a programação dos serviços de ‘streaming’ Peacock e Paramount+ e os conteúdos da Sky Studios, disponível cá desde outubro de 2022, é a primeira a lançar um plano com anúncios em Portugal. No entanto, ainda não permite a integração de anúncios locais, não constando nos planos de meios dos anunciantes nacionais. O plano ‘Standard with Ads’, é lançado a nível nacional a 23 de abril de 2024 e tem um preço de cerca de €4,99 na maioria dos mercados. O serviço conta ainda com o plano ‘Standard Plus’ (€6,99), sem anúncios, que anteriormente era o único plano disponível.

A Disney+ espera ter uma receita publicitária de cerca de €835 mil milhões, em 2024, segundo os dados da Statista

Questionado sobre ausência de planos com publicidade na maioria das plataformas de ‘streaming’ no país, Frederico Correia, diretor-geral da Wavemaker Portugal, explica ao M&P que a razão se prende fundamentalmente com escala e volume. “Não se investe porque ainda não existem estruturas comerciais definidas na nossa geografia. Isso deve-se à questão da escala e dimensão do peso do negócio, que, cá, é menor face a alguns países a nível europeu, por exemplo”.

Frederico Correia antevê que com a solução disponibilizada pela Disney+, que beneficia da estrutura comercial já existente em Portugal há bastantes anos, “o mercado deverá seguramente começar a canalizar investimento para essa plataforma, mediante a sua performance. As restantes, não temos ainda visibilidade de quando ou se poderão vir a disponibilizar essas soluções no nosso mercado”.

Contudo, com o fim da publicidade na RTP1 e a tendência crescente de saturação publicitária nos canais generalistas, é expectável que estes investimentos sejam redirecionados para outros meios, possivelmente para plataformas de ‘streaming’ internacionais.

“Estas plataformas permitem que seja o utilizador a selecionar efetivamente o que mais lhe interessa ver e ouvir. É aqui que está o verdadeiro ponto de diferenciação. Com o rápido crescimento da literacia digital no país, estas plataformas vão-se tornando cada vez mais democráticas e, ainda que não tenhamos números oficiais fornecidos pelos próprios, sabemos pelos estudos locais, que a sua utilização cresce de forma sustentada ano após ano”, argumenta Frederico Correia.

Pioneiras nacionais nos anúncios em ‘streaming’

Entre as plataformas de ‘streaming’ nacionais, destacam-se a RTP Play (RTP), a Opto (Impresa) e o TVI Player (Media Capital). Os três serviços de ‘streaming’ contam com estratégias diferentes, mas todos com integração de publicidade. “No que diz respeito às plataformas de ‘streaming’ tradicionais locais, nomeadamente RTP Play, Opto e TVI Player, os investimentos acontecem e o mercado está a corresponder naturalmente à oferta existente”, salienta Frederico Correia.

Com cerca de 280 milhões de assinantes, a Netflix é a plataforma com mais quota de mercado a nível mundial

A RTP Play, lançada em 2011, tem uma estratégia de registo gratuito, recorrendo a diferentes tipos de formatos publicitários para gerar receita. Isabel Marques, diretora comercial de digital e rádio da RTP, revela, em declarações ao M&P, que “a RTP Play conta com formatos publicitários ‘pre-roll’, com diferentes durações que variam entre 30 segundos e seis segundos”.

A diretora comercial de digital e rádio da RTP acrescenta que a plataforma de ‘streaming’ da estação pública conta com uma ampla variedade de anunciantes. “A diversidade dos conteúdos presentes na plataforma e, consequentemente, a variedade de perfis dos utilizadores fazem com que a procura publicitária seja bastante flexível. Os principais anunciantes pertencem à indústria alimentar, ao setor automóvel e ao setor tecnológico”, refere Isabel Marques.

RTP Play abdica da subscrição. Opto faz mix

Em termos do peso da publicidade na RTP Play, Isabel Marques refere que “sendo a RTP um serviço público, há uma autolimitação nos formatos publicitários disponíveis na plataforma”, mas que, “apesar disso, a receita gerada pela publicidade na RTP Play representa mais de 60% da receita total das plataformas digitais da RTP”.

João Pedro Galveias, diretor de serviços digitais da RTP, por seu lado, refere que “não está prevista a possibilidade de implementar qualquer modelo de subscrição paga”, reforçando a aposta da RTP nas vendas publicitárias para sustentar a plataforma.

A Opto, por seu lado, introduzida em novembro de 2020, assegura-se numa estratégia de subscrições pagas e gratuitas, com o plano ‘Premium’ (€3,99 por mês), sem publicidade e com acesso a todos conteúdos da plataforma, e com o plano gratuito com anúncios, restringindo os conteúdos a uma parte do catálogo disponível, sem incluir séries exclusivas, nem antestreias de novas novelas.

No que diz respeito aos anúncios na Opto, Bruno Mateus Padinha, diretor digital da Impresa, refere que os formatos ‘pre-roll’ e ‘mid-roll’, “com uma pressão muito inferior às plataformas ‘web’, são os mais utilizados pelo serviço”, acrescentando que “a ‘connected TV’ cobra um custo por mil impressões (CPM) mais caro, justificado por só ter conteúdo profissionalmente produzido de elevada qualidade, sessões longas, que exigem qualidade de atenção, e por ter pouca publicidade, oferecendo taxas de conclusão próximas dos 100% para os seus anúncios”, refere.

A Amazon investiu €17,3 mil milhões na criação de conteúdos audiovisuais exclusivos para a Prime Video em 2023

O responsável da Impresa enfatiza que os anunciantes da plataforma são, na maioria, aqueles que pretendem atingir audiências até aos 35 anos. “A audiência da Opto, que se encontra maioritariamente na faixa etária até aos 35 anos, é um excelente complemento às audiências da SIC na televisão linear. Por isso, todas as marcas que anunciam em televisão procuram este formato de ‘connected TV’, tendo maior expressão aquelas que querem chegar ao público jovem adulto”, afirma.

Bruno Mateus Padinha salienta que, “como colocamos pouca pressão publicitária, comparada com as plataformas ‘web’, temos uma elevada procura, fazendo com que a faturação cresça ao ritmo do aumento da audiência. Este ano, estamos a crescer mais de 100%, face a 2023, e esperamos manter esse crescimento até ao final do ano e continuar a ganhar escala muito rapidamente”, avançando que a Opto conta com cerca 250 mil utilizadores, com a base de subscritores ‘Premium’ a corresponder a cerca de 12% dos utilizadores totais.

TVI Player: com e sem interrupções

Lançado em junho de 2015, o TVI Player caminha para o décimo aniversário e apresenta uma estratégia de subscrição semelhante à da RTP Play, sendo de acesso gratuito e suportada por publicidade.

Contudo, o serviço de ‘streaming’ da Media Capital apresenta um plano de subscrição sem publicidade, dedicado na maioria a utilizadores que se encontrem no estrangeiro. O ‘Internacional’ tem um custo mensal de €4,99, e dá acesso a todos os conteúdos de programas e canais, bem como exclusivos do TVI Player, fora de Portugal, excluindo conteúdos bloqueados por região.

Ricardo Tomé, diretor-geral da Media Capital Digital, destaca a variedade de formatos publicitários no TVI Player, que diferem consoante o dispositivo com o que o utilizador acede ao serviço. “Na versão ‘web’ e na aplicação móvel, os formatos de ‘display’ são os tradicionais. Em ‘connected TV’, temos apenas formatos de vídeo ‘pre-roll’ e ‘mid-roll’, até 30 segundos, sem possibilidade de ‘skip’. O TVI Player também pode alojar conteúdos patrocinados em vídeo, sejam produzidos pela Media Capital ou por uma marca, sempre curados pelos editores da equipa do TVI Player”, explica Ricardo Tomé.

A Max acumula 103,3 milhões de assinantes a nível mundial e garantiu os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Paris 2024

O diretor-geral da Media Capital Digital salienta que, “só em Portugal e em 2024, o TVI Player ultrapassa os 200 anunciantes”, acrescentando que “há um peso maior da distribuição, bens de consumo rápido, automóvel e produtos farmacêuticos”. Isto não exclui outros segmentos, uma vez que “todos os setores que investem em vídeo e televisão estão no TVI Player. Temos uma audiência de dois milhões de utilizadores por mês e recebemos campanhas publicitárias com objetivos muito distintos”, garante.

Frederico Correia, diretor-geral da Wavemaker Portugal, por seu lado, argumenta que “a razão pela qual faz sentido investir em comunicação neste tipo de plataformas, prende-se essencialmente com a necessidade de ir ao encontro dos conteúdos relevantes para as audiências que mais interessam às marcas”, recordando que “temos disponíveis, há já alguns anos, plataformas que nos permitem comunicar marcas, como são exemplos locais a RTP Play, o TVI Player ou a Opto, da Impresa”.

Números de audiências são relevantes? Depende

Quando questionado sobre se as audiências das plataformas de ‘streaming’ são pouco ou muito atrativas para as marcas, o diretor-geral da Wavemaker Portugal refere que “audiências são audiências”, uma vez que “dependendo do que queremos comunicar, poderão ser mais ou menos relevantes para uma determinada marca, produto ou serviço num determinado momento”.

Frederico Correia considera que, “a partir do momento em que sentimos a democratização das plataformas de ‘streaming’, percebemos que vai sendo cada vez mais complexo encontrar um perfil específico para os seus utilizadores. Nessa medida, o que temos de compreender são as volumetrias que se encontram disponíveis para comunicar em cada segmento e aqui necessitamos de informação, de detalhe e de abertura por parte dos proprietários das plataformas, por forma a que possamos assegurar relevância no momento de segmentar e entregar mensagens publicitárias”, argumenta o diretor-geral da Wavemaker, sustentando que “quanto melhores forem as segmentações disponibilizadas pelas plataformas, mais interessantes se irão tornar as suas audiências para as agências e para as marcas”.

Ciente de que o consumo de conteúdos neste tipo de plataformas está a crescer, Frederico Correia garante que “estamos naturalmente atentos à importância que elas desempenham, quer na construção de marca como na ignição de decisões de compra”. Mas, essencialmente, acredita que, neste momento, “são um complemento adicional de cobertura num plano de meios competente”.

Marcas querem comunicação holística

Maria Carvalho, diretora de media do Publicis Groupe, por seu lado, refere que “dentro do planeamento de meios audiovisual já são incluídas as soluções existentes no mercado, sendo que os consumidores consomem cada vez mais os conteúdos que querem, quando querem”, acrescentado que, “neste contexto de consumo audiovisual cada vez mais fragmentado, é crucial para as marcas terem uma comunicação mais holística, que lhes permita impactar o seu público-alvo de forma eficaz e criar envolvimento com o target”.

O catálogo da SkyShowtime conta com conteúdos da Nickelodeon, Sky, Universal, Paramount, Dreamworks, Peacock e Showtime

Maria Carvalho enfatiza ainda o facto de que as audiências que se encontram neste tipo de plataformas serem “claramente atrativas” para as marcas. “As plataformas de ‘streaming’ permitem utilizar dados de consumo e visionamento, o que nos permite uma maior capacidade de segmentação da audiência desejada. Estas audiências são também atrativas, pois, ao estarem a consumir um conteúdo que foi escolhido por si, estão mais predispostas e atentas, o que pode aumentar a eficácia da comunicação a que estão expostas”, argumenta a responsável.

Questionada sobre os objetivos de comunicação e/ou vendas que melhor se alcançam através dos serviços de ‘streaming’, Maria Carvalho explica que “a comunicação através das plataformas de ‘streaming’ permite trabalhar no ‘upper funnel’, ou seja, na notoriedade de marca, pois temos uma audiência mais atenta e um espaço menos saturado. Permite-nos também trabalhar nos objetivos de consideração e compra, através da possibilidade de segmentação da audiência e personalização dos conteúdos”.

Netflix em “ponto de inflexão”

A segmentação precisa da oferta publicitária, com base nos hábitos e comportamentos dos espetadores, tem sido muito atrativa para as marcas. A Netflix tenta expandir-se neste mercado, implementando um negócio programático mais robusto e desenvolvendo a sua própria plataforma publicitária, o que leva Amy Reinhard, presidente de publicidade da Netflix, citada na Ad Age, a considerar que o negócio está num “ponto de inflexão”.

A Netflix vai faturar mais de 150% em publicidade em vendas antecipadas, em comparação com o ano passado, com os contratos assinados para a temporada de 2024/25, nos Estados Unidos. Além de produções de sucesso como ‘Squid Game’, ‘Wednesday’ e ‘Bridgerton’, a plataforma de ‘streaming’ também viu eventos com transmissão em direto, como as lutas de ‘wrestling’ do WWE Raw e os jogos da National Football League (NFL), no dia de Natal, a despertarem o interesse dos anunciantes internacionais.

‘Bridgerton’ é a série mais vista de sempre numa só semana para a Netflix desde que a plataforma começou a apresentar números de visualizações

“Queremos ter a certeza de que temos uma vasta gama de programação que vai agradar a uma vasta gama de membros e, ao mesmo tempo, a ideia seria atrair uma gama mais vasta de anunciantes que estão a olhar para diferentes demografias ou a pensar em como atingir as pessoas de uma forma diferente”, explica Amy Reinhard.

A empresa estabeleceu acordos com as principais ‘holdings’ e agências independentes do setor, atraindo o investimento de marcas como LVMH, L’Oréal, Gucci, Amazon, Google, Booking.com, Pure Leaf, Hilton, Rakuten, AeroMexico, Kaiku Caffee Latte e Coty. A maior parte dos anúncios contratualizados pertencem são de setores como tecnologia, entretenimento, indústria automóvel, restauração rápida e produtos de grande consumo.

Prime Video é a mais lucrativa

A Prime Video é, no entanto, a plataforma de ‘streaming’ mais lucrativa em termos de publicidade a nível mundial, esperando faturar aproximadamente 1,3 mil milhões de dólares (€1,1 mil milhões) em receitas publicitárias em 2024, segundo noticia a Entrepreneur.

A integração da Prime Video com o ecossistema de comércio eletrónico da Amazon dá aos anunciantes uma ferramenta eficaz para combinar anúncios em vídeo com a venda de produtos. A capacidade exclusiva da plataforma de combinar anúncios com vendas diretas de comércio eletrónico também a tornou uma opção atrativa para os anunciantes que procuram um retorno de investimento mensurável.

‘Fallout’, um dos maiores sucessos da Prime Video, alcançou mais de 100 milhões de espetadores na plataforma de ‘streaming’ da Amazon

À semelhança da aposta da Netflix no desporto, também a Prime Video tem estabelecido acordos de transmissão desportiva, incluindo a temporada da Nascar Cup Series de 2025, um jogo dos ‘playoffs’ da NFL na próxima época e os jogos da NBA e da WNBA, por 11 anos, a partir da temporada 2025/26. Uma aposta para dar às marcas razões para anunciarem na Amazon, mesmo que não vendam produtos na plataforma de comércio eletrónico.

A Disney+, por seu lado, espera ter uma receita publicitária de cerca de 912 milhões de dólares (€835 mil milhões), em 2024, segundo os dados da Statista. Crucial para a estratégia da The Walt Disney Company é a continuação do aumento das subscrições da Disney+, que no segundo trimestre de 2024 ascendem a 153,6 milhões assinantes em todo o mundo.

A empresa planeia gastar, pelo menos, cinco mil milhões de dólares (€4,5 mil milhões) no Reino Unido e na Europa continental nos próximos cinco anos para produzir filmes e programas de televisão que vão estar presentes na Disney+, segundo revela Jan Koeppen, presidente da The Walt Disney Company na Europa, Médio Oriente e África, em entrevista ao Financial Times.

O filme ‘Deadpool & Wolverine’, produzido nos estúdios Pinewood, no Reino Unido, atraiu quase 900 milhões de dólares (€824 milhões) em receitas de bilheteira, antes do seu terceiro fim de semana, alcançando a maior receita de bilheteira de sempre para um filme de classificação +18. Atualmente, contabiliza um total de €1,3 mil milhões de arrecadados em bilheteira. ‘Divertida-Mente 2’, por seu lado, tornou-se o filme de animação com a maior receita de bilheteira de todos os tempos e o maior sucesso do ano para a empresa, totalizando mais de €1,6 mil milhões em receitas mundiais.

‘Deadpool & Wolverine’ estreou com um recorde de €407 milhões em receitas de bilheteira a nível mundial, o que representa a sexta maior estreia de sempre de um filme

A Disney+ é o terceiro maior serviço de ‘streaming’ por subscrição nos Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Alemanha, Espanha e França, segundo a Kantar. A plataforma, que integra a oferta conjunta do serviço de ‘streaming’ Hulu e os conteúdos desportivos da ESPN+ também tem introduzido experiências de anúncios personalizados, melhorando o envolvimento e as taxas de conversão para os anunciantes.

A Max alcança um crescimento de quase 100% nas receitas de publicidade no segundo trimestre do ano, arrecadando 240 milhões de dólares (€219 milhões), e estima ver a receita publicitária chegar perto dos mil milhões de dólares (€916 milhões) em 2024, de acordo com os resultados do segundo trimestre fiscal de 2024 da Warner Bros. Discovery.

A empresa, que em agosto revela que o antigo HBO Max já acumula 103,3 milhões de assinantes a nível mundial, atribui este sucesso ao aumento das subscrições mais baratas com publicidade e ao consumo de séries de sucesso, como ‘The Last of Us’ e ‘House of the Dragon’, que ajudam os anunciantes a chegar a milhões de espetadores.

‘House of the Dragon’ foi alvo da maior campanha de marketing de sempre da HBO, tendo sido avaliada em mais de €90 milhões de investimento publicitário

Este crescimento é ainda mais impulsionado pela tendência da aposta nos eventos desportivos, tendo a Max garantido os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, e pela expansão do alcance internacional, sobretudo após o lançamento da plataforma em vários países europeus e latino-americanos.

Embora não haja dados divulgados, prevê-se que a SkyShowtime, ‘casa’ de séries como ‘Tulsa King’, ‘Yellowstone’, ‘Poker Face’ ou ‘The Curse’, obtenha receitas consideráveis com anúncios em 2024, sobretudo após o lançamento do novo pacote de publicidade, em abril. Espera-se que a introdução do plano já anunciado em cerca de 20 mercados europeus, incluindo Portugal, Espanha e países nórdicos, aumente as receitas da SkyShowtime face aos €133 milhões registados em 2023.

‘Tulsa King’ marca o regresso de Sylvester Stallone à televisão, com a estreia da segunda temporada da série a atrair 5,4 milhões de espetadores nos primeiros sete dias de exibição

Esta plataforma tem ainda uma parceria com a Paramount, para gerir as vendas de anúncios em todos os mercados, o que lhe permite tirar partido das relações existentes com os principais anunciantes e da tecnologia da empresa, para um posicionamento eficiente de anúncios.

Os pacotes que os anunciantes compram, em diferentes formatos e com vários serviços associados, dificultam comparações diretas. Mas de acordo com responsáveis de plataformas concorrentes e profissionais de marketing, citados numa notícia no Financial Times, a Amazon pratica preços mais baixos do que a Netflix, ainda que mais elevados do que a Disney+, por exemplo.

À medida que estas plataformas continuam a otimizar as tecnologias de segmentação de anúncios, espera-se ver um crescimento ainda maior nas receitas de anúncios nos próximos anos. Os serviços de ‘streaming’ estão a explorar formatos de anúncios mais inovadores, incluindo anúncios interativos e inserção de produtos no conteúdo, que podem tornar-se novos fluxos de receitas.

Por sua vez, é provável que as marcas continuem a investir mais dinheiro em publicidade nestas plataformas, uma vez que oferecem formas cada vez mais sofisticadas de atingir audiências específicas em todo o mundo.

Prime Video ameaça Netflix em Portugal
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Segundo o ranking do guia de ‘streaming’ internacional JustWatch, a que o M&P teve acesso, a Netflix continua a ser a plataforma de ‘streaming’ com maior quota de mercado em Portugal, no terceiro trimestre do ano, à semelhança dos dois trimestres anteriores, mas a Prime Video está a aproximar-se.

A Netflix tem 23% de quota nos serviços de subscrição de ‘streaming’, menos 1% do que no trimestre anterior, e, em segundo lugar, surge a Prime Video, com 22%. No terceiro lugar mantém-se a Disney+, com 18%, tal como nos dois trimestres anteriores, enquanto na quarta posição está a Max, com 13% do mercado.

A posição seguinte no ranking é ocupada pela SkyShowtime, em quinto lugar com 8%, mais 1% em comparação com o trimestre anterior. A Apple TV+ ocupa o sexto lugar no ranking, mantendo os 7% de quota de mercado que apresentou nos trimestres anteriores.

 

Mercado internacional atrai anunciantes
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No mercado das plataformas de ‘streaming’ a nível mundial, segundo o relatório ‘Global Entertainment & Media Outlook 2024-2028’ da PwC, “a publicidade vai representar quase 28% dos lucros totais dos serviços de ‘streaming’, até 2028”.

Isto representa um aumento em relação aos 20% das receitas de publicidade em ‘streaming’ registados em 2023 e a multinacional de consultoria e auditoria empresarial e financeira estima que as subscrições globais de serviços de ‘streaming’ aumentem para 2,1 mil milhões até 2028, face aos 1,6 mil milhões registados em 2023, uma taxa de crescimento anual composta de 5,0%.

Prevê-se, no entanto, que a receita média global por assinaturas de plataformas de ‘streaming’ aumente apenas de 65,21 dólares (€59,75) em 2023 para 67,66 dólares (€61,99), em 2028. De acordo com o relatório da PwC, “esta falta de crescimento das receitas deve-se ao facto de os consumidores estarem a ficar sobrecarregados” com o número de opções de serviços de ‘streaming’.

O relatório da consultora salienta que “as empresas estão a responder, oferecendo preços de subscrição mais reduzidos, como contrapartida pela apresentação de anúncios”.

A Netflix regista um crescimento de 34% nas assinaturas de planos com publicidade a nível mundial, de acordo com dados da Pymnts, empresa de estudos de mercado. Com cerca de 280 milhões de assinantes, é a plataforma com mais quota de mercado a nível mundial, esperando faturar cerca de mil milhões de dólares (€916 milhões) em receitas publicitárias, em 2024.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Vídeos curtos influenciam compras de 63% dos consumidores tecnológicos B2B

Estudo internacional do LinkedIn revela que 80% dos inquiridos valoriza a opinião de influenciadores digitais. A geração Z é a que está mais atenta ao marketing de influência, com 90% a assumirem que apreciam conteúdos de criadores em parceria com marcas

A publicação de vídeos curtos nas redes sociais influenciou as decisões de compra de 63% dos consumidores de negócios tecnológicos B2B, no primeiro semestre de 2024, avança um estudo do LinkedIn, que pretende ser representativo da realidade global. Apesar da duração mais reduzida do formato, os inquiridos consideram-nos suficientemente informativos e esclarecedores.

Após analisar as respostas de 1.700 indivíduos, residentes nos Estados Unidos, no Reino Unido e na Índia, em representação dos três continentes, a análise determinou ainda que 80% dos inquiridos valorizam a opinião de influenciadores digitais, sendo a geração Z a que está mais atenta ao marketing de influência, com 90% a assumirem que apreciam os conteúdos desenvolvidos pelos criadores em parceria com marcas.

Na opinião de 67%, a ligação de personalidades às insígnias, humanizando a comunicação, credibiliza a tecnologia que é promovida. Segundo um relatório da Ogilvy, três quartos dos profissionais de marketing que divulgam produtos e serviços tecnológicos recorre com regularidade a marketing de influência, dos quais 53% preveem estabelecer parcerias com influenciadores nos próximos meses.

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Já há um índice que mede níveis de inclusão na publicidade

As empresas XR Extreme Reach e The Female Quotient uniram esforços para desenvolver uma metodologia que, com recurso à IA, cria métricas (na foto) que permitem aos anunciantes perceberem se estão a ser inclusivos nas campanhas que apresentam

Há um novo índice de representatividade que permite medir os níveis de inclusão na publicidade e na generalidade dos conteúdos produzidos globalmente. Desenvolvido pelas empresas XR Extreme Reach e The Female Quotient, o RX tem por base uma metodologia que, com recurso à inteligência artificial (IA), cria métricas quantitativas que permitem aos anunciantes perceberem se estão a ser inclusivos nas campanhas que apresentam.

A partir de modelos de IA avançados, gerados com base numa escala representativa de 140 países, a ferramenta analisa em tempo real a idade, o género, o tipo de corpo e o tom de pele dos protagonistas dos anúncios, gerando um valor que pode ir de 0,1 a 100. Quanto mais baixo for, menos inclusiva é a campanha ou o conteúdo.

“O RX permite aos anunciantes e aos produtores de conteúdos quantificar a inclusão, acompanhar o desempenho e tomar decisões baseadas em dados concretos. À medida que os mercados globais continuam a evoluir no sentido de uma maior inclusão, mantém-se o desafio de medir e alcançar uma representação autêntica no conteúdo publicitário”, explica a XR Extreme Reach, numa apresentação do projeto.

Os índices de representatividade, que não são divulgados publicamente pelas empresas que desenvolveram a metodologia, são apenas disponibilizados às organizações que contratam o serviço. Segundo o site da XR Extreme Reach, a Coca-Cola e a Apple foram das primeiras marcas a recorrer à metodologia. Em fase de desenvolvimento está uma nova funcionalidade que, a partir de 2025, permitirá averiguar se as pessoas analisadas ocupam posições de autoridade.

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60% dos diretores de marketing planeiam investir €9,2 milhões em IA, por ano, até 2027

Estudo internacional da BCG revela que quase 80% dos CMO afirmam que a IA generativa está a melhorar a automação, a velocidade e a produtividade nas organizações que integram, mas 18% continuam a rejeitá-la, mais 6% do que em comparação com 2023

O estudo internacional ‘How CMOs Are Shaping Their GenAI Future’, da Boston Consulting Group (BCG), avança que três em cada cinco diretores de marketing (60%) planeiam investir dez milhões de dólares, cerca de €9,2 milhões, em inteligência artificial (IA) generativa, por ano, até 2027.

Numa altura em que 78% dos CMO estão otimistas quanto ao impacto da utilização desta tecnologia nas organizações, o que representa um aumento de quatro pontos percentuais face a 2023, cerca de 80% dos diretores de marketing afirma que a IA generativa está a melhorar a automação, a velocidade e a produtividade nas organizações que integram.

De acordo com o estudo da consultora, a possibilidade de implementação da padronização em escala, a instauração de funções criativas mais estratégicas para a promoção do negócio e o ganho de vantagens competitivas são os principais benefícios da adoção da IA generativa em escala na área do marketing.

Mais de metade dos 200 diretores de marketing europeus, norte-americanos e asiáticos que responderam ao inquérito que serve de base ao estudo da BCG apontam para “um crescimento de, pelo menos, 5% da receita nos seus projetos comerciais baseados em IA generativa”, refere a análise.

A criação de conteúdos (36%) é a prioridade mais invocada para o uso da tecnologia, seguida da monitorização de redes sociais (32%), da escrita de textos (31%) e da segmentação, personalização e análise preditiva (27%). “Os diretores de marketing estão a usá-la para conseguir obter feedback mais específico, assente em dados sobre variações nos segmentos de clientes e diferenças em relação à concorrência, permitindo-lhes ganhar vantagens competitivas nos seus mercados”, refere o estudo.

Apesar do entusiasmo da maioria dos inquiridos, 18% rejeitam o recurso à IA generativa, o que corresponde a um aumento de 6% em relação ao ano passado. A qualidade do trabalho obtido é uma das causas apontadas, uma fraqueza que os utilizadores mais regulares da tecnologia também reconhecem.

“Em termos de qualidade dos conteúdos, ainda há necessidade de aperfeiçoar as ferramentas de IA generativa implementadas, visto que 70% dos diretores inquiridos estão preocupados com o seu impacto na criatividade e no posicionamento das marcas e, por isso, cerca de metade afirmam estar a contratar talento com competências específicas de IA generativa para reforçar a criatividade humana, à medida que vão sendo adotadas ferramentas tecnológicas mais sofisticadas”, avança o estudo.

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