“A comunicação ainda não olha para Cannes como um agregador de boas práticas”
José Manuel Costa está já em Cannes a avaliar os trabalhos inscritos na secção de Public Relations (PR) do festival de criatividade
Rui Oliveira Marques
José Pedro Mozos lidera área de assuntos públicos da All Comunicação
Faturação da Meta suplanta investimento publicitário global em televisão linear em 2025, antevê estudo
News Now, novo canal 9 do cabo, arranca no início do verão. Concorre diretamente com CMTV, também da Medialivre
Criatividade ao serviço de um alfabeto em extinção
RTP transmite jogos do UEFA Euro Feminino Sub-17 em direto
Crescer sozinha e em parceria não é uma contradição
Clube da Criatividade apresenta programa do 26º Festival CCP 2024 e da Semana Criativa de Lisboa
Sónia Araújo e Mário Daniel são mecânicos por um dia em campanha da Mercedes (com vídeo)
Perfect Storm produz nova campanha internacional da Coca-Cola (com vídeo)
Carlos Maciel assume direção da Caras e da Caras Decoração. Mariana Correia de Barros convidada a dirigir Activa
José Manuel Costa está já em Cannes a avaliar os trabalhos inscritos na secção de Public Relations (PR) do festival de criatividade. Ao todo estão inscritos 1.130 trabalhos dos quais apenas 13 são portugueses. O júri de Relações Públicas é presidido por Gail Hiemann (Weber Shandwick).
Meios & Publicidade (M&P): As agências de comunicação portuguesas não costumam valorizar muito o festival de Cannes. Pelo que conhece do festival, acha que se pode tornar num bom indicador para a criação de estratégias de comunicação?
José Manuel Costa (JMC): Sim, é verdade, mas categoria de PR também não existe assim há tanto tempo. Ao contrário de outras áreas, a comunicação ainda não olha para Cannes como um agregador de boas práticas, de criatividade e do melhor que se faz, em PR, no mundo. Cannes sempre foi visto como um festival de criatividade publicitária, e poderá levar algum tempo a mudar esta percepção. Creio que as consultoras de PR ainda olharão com alguma desconfiança para Cannes, e não falo apenas das portuguesas. Haverá, porventura, alguma falta de cultura do sector. É que Cannes, na verdade, é o palco onde o melhor da comunicação é avaliado. E aqui as fronteiras são cada vez mais ténues, veja-se o número de agências de publicidade a inscrever trabalhos em PR.
M&P: E do lado dos clientes? Devem valorizar os prémios que as agências conquistam nos festivais em geral?
JMC: Há um mito – que creio ser verdade – que um cliente, depois de ganhar um prémio inscrito por uma determinada agência ou consultora, decide mudar a agência. Não sei o que quer dizer este mito, mas a verdade é que só existe uma boa estratégia com um bom cliente e uma boa consultora. Só se as duas partes fizerem uma equipa única, com objectivos comuns, é que a relação será proveitosa.
M&P: Há alguma hipótese de as agências de comunicação portuguesas ganharem prémios neste festival?
JMC: Não posso falar dos trabalhos que avalio. No entanto, é interessante ver que a categoria de PR foi a que mais cresceu, globalmente, em inscrições. São 1.130 trabalhos a concorrer, o que nos dá uma ideia da crescente importância de PR em Cannes. Gostaria de ver mais trabalhos portugueses em Cannes. E gostaria de ver o sector da comunicação, em Portugal, a funcionar como incubador de campanhas globais, tal como já acontece noutras indústrias. Incubador – com talento nacional – e não cobaia. Talvez assim olhássemos com outra confiança para Cannes.