Faturação do WPP desce 0,7% para €17,8 mil milhões
“A receita líquida foi inferior, com o quarto trimestre impactado por gastos discricionários mais fracos dos clientes”, esclarece Mark Read, CEO do grupo WPP. Os lucros antes de impostos descem para 1,03 mil milhões de libras (€1,2 mil milhões)

Luis Batista Gonçalves
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A faturação do WPP desce 0,7% em 2024, para 14,7 mil milhões de libras (€17,8 mil milhões), face aos 14,8 mil milhões de libras (€17,9 mil milhões) de 2023, revelam os resultados preliminares da ‘holding’ de agências multinacionais. O reforço dos investimentos é uma das causas apontadas.
O desinvestimento publicitário que marca a reta final de 2024 acaba por afetar o negócio, com a faturação a cair 2,7% no Reino Unido, 1% na Alemanha, 0,6% nos Estados Unidos e 20,8% na China. “A receita líquida foi inferior, com o quarto trimestre impactado por gastos discricionários mais fracos dos clientes”, explica Mark Read, CEO do WPP, citado no comunicado de apresentação de resultados aos investidores. A quebra registada na aquisição de espaços publicitários por parte dos anunciantes não é, todavia, generalizada.
“Verificámos um crescimento de 2% nos nossos 25 principais clientes e uma melhoria no desempenho de novos negócios na segunda metade do ano, com vitórias da Amazon, da J&J, da Kimberly-Clark e da Unilever”, revela o CEO do grupo WPP, que se mantém expectante em relação a 2025. “Embora continuemos cautelosos devido ao ambiente macro geral, acreditamos que o nosso foco na inovação, uma oferta mais simples orientada para o cliente e a excelência operacional apoiarão o nosso crescimento”, diz.
Mark Read admite mesmo o regresso ao crescimento da faturação. “Esperamos alguma melhoria no desempenho das nossas agências criativas integradas no próximo ano. Ao mesmo tempo, temos esforços abrangentes em curso para melhorar o nosso posicionamento competitivo através de uma nova liderança no GroupM, com mais investimentos em IA, dados e media proprietários”, desvenda.
“Alcançámos um progresso significativo em relação à nossa estratégia em 2024, com a criação da VML, da Burson e a simplificação do GroupM, que representam cerca de 70% do nosso negócio. Vendemos a nossa participação na FGS Global para criar valor significativo para os acionistas e aumentámos a nossa margem, ao mesmo tempo que aumentámos o nosso investimento em IA através do WPP Open”, salienta Mark Read, CEO do grupo WPP.
Os lucros operacionais aumentam 149,5%, para os 1,3 mil milhões de libras (€1,5 mil milhões), fruto da margem de 9%. Em 2023, não tinham ido além dos 531 milhões de libras (€643,2 milhões), com uma margem de lucro operacional de 3,6%. Apesar do aumento de 198%, os lucros antes de impostos descem para 1,03 mil milhões de libras (€1,2 mil milhões).
GroupM regista quebra de 0,8%
Em termos de agências, o GroupM termina o ano com uma quebra de 0,8% nos resultados operacionais, com uma descida de 2,2% no quarto trimestre de 2024. “O nosso negócio de planeamento e compra de media cresce 2,7% em 2024 e 2,4% no último trimestre do ano, apesar da descida de 3,9% nas outras agências globais integradas do grupo, que recuam 6,5% no mesmo período”, refere Mark Read.
Os resultados apresentados integram “as poupanças de custos estruturais de 85 milhões de libras (€102,9 milhões) das iniciativas Burson, GroupM e VML, o controlo disciplinado de custos e o investimento contínuo na nossa oferta de inteligência artificial (IA) e de dados”, com o ano fiscal a ficar marcado por um lucro operacional de 1,3 mil milhões de libras (€1,5 mil milhões), “um aumento de 149,5%, refletindo menores encargos de amortização e maiores ganhos com alienações”.