IA agêntica está a afetar as métricas de desempenho online
“Os agentes de IA não clicam em anúncios nem compram produtos, mas a sua atividade inflaciona a contagem de impressões, levando os anunciantes a pagar por interações pelas quais não vão ter retorno”, adverte Cintia Gabilan, vice-presidente sénior do IAB

Daniel Monteiro Rahman
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A inteligência artificial (IA) agêntica está a transformar a publicidade, permitindo uma segmentação mais precisa através da análise de dados e da automação de processos. Mas isto acarreta o desafio de como medir o tráfego online, num ecossistema onde os agentes de IA são tão ativos quanto os utilizadores humanos, defende Cintia Gabilan, vice-presidente sénior dos centros de excelência e iniciativas setoriais do Interactive Advertising Bureau (IAB), num artigo de opinião na Ad Age.
De acordo com Cintia Gabilan, a análise das métricas de desempenho online torna-se pouco fiável, se as interações e visitas a páginas web efetuadas por agentes de IA forem contabilizadas como as visitas humanas. “Um aumento de tráfego pode tanto refletir um número elevado de agentes de IA como um interesse genuíno dos consumidores. Isso afeta as métricas das campanhas, com um impacto negativo nos orçamentos e ao prejudicar a confiança nas decisões baseadas em dados”, explica.
Face a este cenário, Cintia Gabilan alerta para a necessidade de se criar formas de distinguir o tráfego humano do artificial. “Os agentes de IA são concebidos para imitar o comportamento humano, pelo que conseguem escapar aos filtros e distorcer os dados. Não clicam em anúncios nem compram produtos, mas a sua atividade inflaciona a contagem de impressões, levando os anunciantes a pagar por interações pelas quais não vão ter retorno”, adverte Cintia Gabilan.
Para mitigar este problema, Cintia Gabilan sugere que soluções como a ferramenta AI Blueprints da Nvidia podem eventualmente ajudar a ajudar a diferenciar tráfego humano de tráfego automatizado, mas que “a indústria ainda está longe de chegar a um consenso sobre como uniformizar essas medições” e que “até lá, os anunciantes devem exigir transparência tanto aos desenvolvedores de IA como às plataformas de análise”.
Para Cintia Gabilan, a emergência da IA agêntica deve servir de alerta não só para as empresas tecnológicas, mas para qualquer investidor em publicidade digital. “É essencial repensar o que significa sucesso neste novo panorama. Se 2025 é realmente o ano em que a IA se torna indispensável, a indústria publicitária precisa de se adaptar rapidamente. Caso contrário, corremos o risco de transformar a promessa da IA agêntica numa oportunidade desperdiçada”, conclui.