“A expetativa é atingir os 3.500 subscritores no final do primeiro ano”
No último mês chegou ao mercado mais uma plataforma de streaming. A FilmTwist apresenta-se com um catálogo dedicado ao cinema de terror, ficção científica e fantasia. À frente do projeto está Diogo Bivar, que explica como surgiu o novo serviço e quais os objetivos
Pedro Durães
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No último mês chegou ao mercado mais uma plataforma de streaming. A FilmTwist apresenta-se com um catálogo dedicado ao cinema de terror, ficção científica e fantasia. À frente do projeto está Diogo Bivar, que explica como surgiu o novo serviço e quais os objetivos
Terror, thriller, ficção científica e fantasia são os géneros cinematográficos em destaque no catálogo da nova plataforma de streaming que está a ser apresentada ao mercado como um “projeto nacional criado e desenvolvido por profissionais com experiência nas áreas do cinema e do audiovisual” com o objetivo de “dinamizar a cultura do cinema fantástico”. A partir de maio, o objetivo será reforçar o catálogo com cerca de uma dezena de novos títulos a cada mês e no horizonte estará a disponibilização do serviço através das operadoras de televisão nacionais. À frente do projeto está Diogo Bivar, profissional que se tem dedicado à aquisição e distribuição de cinema internacional, colaborando como consultor para diversas distribuidoras em Portugal, entre elas a Vendetta Filmes, da qual é atualmente managing partner após quase uma década como head of acquisitions & distribution.
Meios & Publicidade (M&P): Como surge a ideia de avançar com a criação desta plataforma?
Diogo Bivar (DB): Surgiu há cerca de quatro ou cinco anos, na sequência de uma reunião com um operador de televisão, que lançou o desafio de apresentarmos um projeto de subscrição com conteúdos mais alternativos, isto para complementar com outros dois ou três serviços que já existiam na altura. Entretanto, por limitações tecnológicas na época, acabámos por não avançar com o projeto. Durante este último ano tivemos conhecimento de uma nova solução que nos permitiu dar seguimento e lançar o serviço.
M&P: É um nicho com mercado suficiente para garantir a sustentabilidade da plataforma?
DB: Sim, e cada vez mais. Basta ver o sucesso crescente de filmes e séries que se enquadram nos géneros de terror, thriller, fantasia e ficção científica. Apesar de não termos as grandes produções do Netflix, HBO Max ou Disney Plus, teremos bastantes conteúdos inéditos e/ou exclusivos, para que todos os apreciadores desses géneros, dos mais casuais aos grandes fãs, possam seguramente apreciar.
M&P: Falam na intenção de “dinamizar a cultura do cinema fantástico”. É um mercado pouco explorado em Portugal?
DB: Sim, basta contar o número desses filmes que estreiam todos os anos no cinema em Portugal ou que passam nos canais tradicionais de televisão. É verdade que festivais como o MotelX, eventos como a Comic Con, ou até os grandes streamers, têm contribuindo bastante para dinamizar essa cultura, mas ainda há uma grande lacuna quando vemos que há centenas de filmes independentes da última década, particularmente dos géneros de terror e thriller, que nunca foram lançados comercialmente em Portugal. Esperamos também poder vir a colaborar de futuro quer em eventos, quer na produção. A nível nacional, para além de curtas metragens, a produção é muito escassa.
M&P: A plataforma apostará, referiam aquando da apresentação do projeto, num “catálogo seleto que vem preencher um espaço cada vez menos explorado pelas salas de cinema e pelos serviços de televisão e de streaming a atuar no mercado nacional”. A oferta disponível em plataformas como Netflix, HBO ou Prime Video é insuficiente?
DB: Não diria que é insuficiente. Mas, na verdade, nenhuma é suficiente por si só. As suas ofertas são mais generalistas e para um público muito vasto. Sabemos que há um público fiel que gosta de ver cinema fantástico com alguma frequência e que procura algo de novo e diferente. Mais uma vez, uma parte considerável do nosso catálogo não está presente em nenhum desses serviços e temos algumas apostas fortes agendadas para o primeiro ano. Para quem gosta de terror ou de thriller, terá uma boa seleção todos os meses, com novidades provenientes de vários cantos do mundo.
M&P: Há espaço no mercado para uma plataforma como a FilmTwist? Serão, mais do que concorrentes, complementares das outras plataformas?
DB: Sinceramente, espero que sim. Temos tido, em grande parte, um bom feedback, quer do layout e interatividade da plataforma quer de alguns dos nossos primeiros conteúdos. Somos seguramente complementares, como poderão ver pela oferta do nosso catálogo. Não somos concorrentes diretos de nenhum outro serviço de streaming a operar no mercado nacional, e posicionamo-nos para um target mais jovem adulto, 18-34.
M&P: A FilmTwist conta com ligações a várias distribuidoras nacionais. O objetivo passa também por ajudá-las a assegurar a distribuição de filmes que acabam por não ter espaço em sala?
DB: Para além de alguns títulos que são comprados diretamente pela plataforma, contamos, para já, com a parceria de alguns distribuidores importantes em Portugal, tais como a Alambique, Cinemundo, Films4You, Legendmain Filmes e Pris. Vamos ter a oportunidade de exibir, em primeira mão, filmes que não vão ter espaço para estrear nas salas, o que é ótimo para o serviço, mas uma grande perda para a dinamização do cinema fantástico independente. Há 10 ou 15 anos, estes filmes estariam seguramente nos cinemas. Temos ainda uma colaboração com o MotelX para dar visibilidade a algumas das curtas que passaram nos últimos anos pelo festival.
M&P: Quais são os objetivos ao nível do número de subscritores?
DB: A nossa expetativa é atingirmos os 3.500 subscritores no final do primeiro ano. Isto não é um número atirado ao calhas. Foi baseado em métricas feitas para serviços de streaming semelhantes na Europa, e tendo por base estudos existentes que foram adaptados à realidade portuguesa. Dentro de 12 meses veremos se a expetativa foi muito otimista ou se, pelo contrário, fomos realistas.
M&P: A subscrição, com um custo de 5,99 euros, está em linha com o custo de outros serviços de streaming internacionais com catálogos fortes. Apesar de ter um custo abaixo do Netflix, está inclusivamente acima dos valores praticados por plataformas como HBO Max ou Amazon Prime Video. A proposta de valor justifica estes valores?
DB: Queremos acreditar que a qualidade e especialidade do nosso catálogo para os próximos 12 meses será determinante para o nosso sucesso. Pode parecer um valor elevado quando nos comparam com gigantes como a HBO Max ou Amazon Prime Video, mas, quer os custos da sua plataforma tecnológica quer os de licenciamento de conteúdos, são diluídos por dezenas ou centenas de territórios. Isto permite-lhes uma oferta de preço muito baixa e competitiva, já para não falar que o seu target de subscritores em Portugal é cem vezes, ou mais, superior ao da FilmTwist. Estando limitados ao território nacional, um valor mais baixo seria totalmente inviável.
M&P: A plataforma estará numa fase inicial disponível exclusivamente através do site Filmtwist.pt, com possibilidade de transmissão em televisão através de dispositivos Apple TV e Chromecast. Para o terceiro trimestre deste ano está previsto o lançamento de aplicações nativas para sistemas iOS e Android. Há planos ou negociações no sentido de disponibilizar a plataforma através dos operadores de televisão?
DB: Sim, é algo que está previsto. De momento, não podemos adiantar muito mais. Já tivemos contactos nesse sentido e esperamos ter mais notícias em breve.