Edição digital
PUB
Edição Impressa

‘Já não é possível construir marcas através da televisão’

“As lojas vão passar a ser uma espécie de showroom das marcas, um local onde o consumidor vai ver, sentir, cheirar, provar a marca.

Pedro Durães
Edição Impressa

‘Já não é possível construir marcas através da televisão’

“As lojas vão passar a ser uma espécie de showroom das marcas, um local onde o consumidor vai ver, sentir, cheirar, provar a marca.

Pedro Durães
Sobre o autor
Pedro Durães
Artigos relacionados
Presidente da Televisa suspende funções após investigação
Media
Marketing de guerrilha da Liquid Death distribui biscoitos do azar
Marketing
Contabilização do ROI ignora metade do retorno de media
Marketing
Impresa tem a melhor reputação nos meios de comunicação, aponta MERCO
Marketing
Francesco Muglia assume marketing e comunicação global da Costa Cruzeiros
Marketing
Sumol+Compal ganha diferendo de marca com Boiron Frères
Marketing
Pedro Barreto é o novo vice-presidente da Impresa
Media
Addiction assina campanha do Crédito Agrícola com Sílvia Alberto (com vídeo)
Publicidade
Compras em canais digitais deverão crescer até 60%, até 2029
Marketing
CM Rádio será lançada até ao final do ano
Media

“As lojas vão passar a ser uma espécie de showroom das marcas, um local onde o consumidor vai ver, sentir, cheirar, provar a marca. Quem decide se quer comprar vai fazê-lo online.” Esta é uma das previsões sobre a evolução do retalho de Martin Lindstrom, neuromarketeer e especialista em branding, que fundou a sua própria agência de publicidade com apenas 12 anos e que esteve na última semana em Portugal para participar na conferência Tardes de Comércio, uma iniciativa dos Prémios Mercúrio. O autor de Buyology – A ciência do neuromarketing, eleito em 2009 como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela Time, veio falar sobre os desafios que se colocam actualmente aos retalhistas. Em entrevista ao M&P analisa as novas tendências do neuro-marketing e da psicologia do consumidor, a importância dos media sociais e os pontos chave da construção de marca em tempos de crise.

Meios & Publicidade (M&P): Veio a Portugal para falar sobre os desafios que se colocam hoje aos retalhistas. Que desafios são esses?

Martin Lindstrom (ML): Há três grandes desafios. Um deles tem a ver com o desconto. Hoje em dia, os consumidores querem mesmo obter esse desconto mas, por outro lado, quanto mais desconto se dá mais as pessoas ficam viciadas neles e isso conduz a uma espiral negativa. É preciso evitar dar tantos descontos. O segundo desafio diz respeito à interessante luta entre os retalhistas e as lojas de marca própria, que começam a ter uma maior fatia dos gastos dos consumidores. Isto significa que, no futuro, as marcas vão tornar-se mais proeminentes e eficazes em cativar consumo e, além disso, vão voltar a lutar entre si na disputa pela maior fatia de mercado. O terceiro aspecto tem a ver com o tempo de produção e distribuição dos produtos aos retalhistas, que é demasiado longo para os dias que correm. Isto é um problema para aquilo a que chamo gratificação instantânea. As pessoas querem respostas imediatas, basta olhar para as redes sociais. Quando vemos que um produto foi lançado em determinada parte do mundo e só podemos comprá-lo nos nossos retalhistas meio ano depois, não temos essa resposta imediata e actualmente isso já não funciona.

M&P: Esses são desafios globais. Há algum desafio particular que tenha identificado no retalho português?

ML: Aqui em Portugal há um problema com o segmento de luxo, as pessoas não dispõem de recursos para comprar marcas caras. Fui até a vossa rua de luxo [Avenida da Liberdade], estive nas lojas da Louis Vuitton, Prada, etc., e não estava lá ninguém. Isto não é um bom sinal. O grande boom do segmento de luxo está a cair e acabámos num mundo de descontos. E quanto mais dependemos do desconto, menos os consumidores estarão dispostos a voltar se não lhes oferecermos ainda mais descontos. Este é o ciclo a que estamos a assistir.

M&P: Como é que os retalhistas podem contrariar esse ciclo?

ML: Em primeiro lugar, quando colocam à venda as suas marcas, precisam de saber que não devem avançar com descontos, devem fazer algo diferente que deixe a mesma sensação. Ao vender uma mala Louis Vuitton, em vez de fazer um desconto, o retalhista pode dizer que na compra da mala oferece um porta-chaves da marca dizendo que é uma edição limitada. O consumidor continua a sentir que o custo foi justificado e não se está a colocar em risco o nível de preço da marca, que depois de terminada a crise precisa de continuar a vender as suas malas a um preço elevado. Outro aspecto tem a ver com o facto de que, no futuro, as marcas precisam de passar a trabalhar a dois níveis: o nível emocional mas também o nível racional. O lado emocional, aquele que é mais trabalhado hoje, diz respeito àquilo que sentimos pela marca, que nos leva a gostar da marca e estar disposto a pagar um pouco mais para a ter. O outro lado, mais racional, tem a ver com a justificação para esse impulso emocional. No caso de um casaco caro em que não conseguimos um desconto, a marca pode criar um casaco com dois lados e dizer: “Não fazemos desconto mas o casaco que lhe estamos a vender são na verdade dois casacos pelo preço de um e não precisa de comprar mais casacos nos próximos quatro anos.” O que as marcas devem fazer passa por oferecer de antemão a justificação racional ao consumidor. A terceira coisa é a capacidade para estar constantemente a renovar a loja e torná-la uma experiência para o consumidor, estimulando todos os sentidos.

M&P: Pode exemplificar?

ML: Hoje sabemos que se passarmos determinado tipo de música numa loja, os consumidores vão passar lá mais tempo e se colocarmos determinado cheiro as pessoas vão comprar mais. Estudos demonstram, por exemplo, que a duplicação do tamanho do cesto de compras faz aumentar em 40 por cento a tendência para comprar. Se as marcas não apelarem aos cinco sentidos por que motivo devemos escolhê-las? A força das lojas de retalho tem a ver com a possibilidade de cheirar as coisas, senti-las nas nossas mãos e prová-las. Não é possível fazer isso online. Só apelando aos cinco sentidos é que os retalhistas poderão continuar a ter pessoas nas lojas e evitar que elas se limitem a comprar online. Se uma pessoa quer comprar um livro e eu lhe der o livro para a mão, o simples facto de a pessoa o estar a segurar torna 60 por cento mais provável que o compre. É nisto que os retalhistas têm de trabalhar.

M&P: Será isso suficiente para que os consumidores continuem a comprar nas lojas ou a tendência passa pela compra online?

ML: O que vai acontecer durante os próximos quatro a cinco anos é que as lojas de retalho vão mudar. Vão passar a ser uma espécie de showroom das marcas, um local onde o consumidor vai ver, sentir, cheirar, provar a marca. Quando decide se quer comprar vai fazê-lo online. Ou seja, as lojas vão passar a ser uma montra e não um local onde se fazem as trocas comerciais.

M&P: Escreveu Buyology – A Ciência do Neuromarketing. Quais são as últimas tendências na área do neuromarketing?

ML: O neuromarketing tem vindo a estudar o que se passa no cérebro dos consumidores quando compram algo porque isso pode ajudar a perceber melhor os motivos que levam as pessoas a comprar. O que sabemos hoje é que a decisão sobre cerca de 85 por cento de tudo aquilo que compramos diariamente tem lugar numa parte não consciente do nosso cérebro, pelo que não temos sequer consciência do que nos levou a fazer esta ou aquela compra. Pode ter a ver com o som que estamos a ouvir, com um odor que detectámos… Ao nível de tendências, os estudos mostram que hoje questões sanitárias, por exemplo, são incrivelmente determinantes no momento em que os consumidores decidem a compra, o que faz com que não queiram comprar uma t-shirt que já foi muito mexida ou que não comprem algo porque não está embrulhado ou acondicionado da forma mais correcta. Uma outra tendência ao nível do neuromarketing tem a ver com o medo. O medo vai conduzir muitas das compras e determinar o comportamento do consumidor, seja o medo de não ser uma boa mãe, de não ser uma boa esposa, de não conseguir dar uma boa alimentação aos filhos… Sabendo disto, as marcas vão forçar ainda mais o medo, vão tirar partido dele. Vão apostar em anúncios onde dizem que se não usar aquela marca vai deixar de ser popular ou vai ter determinada doença, isto é, vão focar na consequência de não comprar aquela marca e não na vantagem de a comprar. Não é muito agradável mas é o que está a começar a acontecer. Vamos ver medo, culpa e questões sanitárias.

M&P: O potencial do neuromarketing e da psicologia dos consumidores está a ser explorado pelas marcas?

ML: Começa a estar. Escrevi o livro na altura em que as pessoas começavam a despertar para este assunto, mas hoje posso dizer que cerca de 40 por cento das marcas mundiais de topo estão a explorar o potencial da neurociência. E calculo que esse número chegará aos 100 por cento num prazo de dez anos. A neurociência vai estar em todo o lado, desde a forma como as marcas comunicam até à forma como desenham os seus produtos.

M&P: Nesta conjuntura de crise, o que se passa no cérebro dos consumidores?

ML: Não estão a comprar produtos mas não porque não tenham dinheiro. Os consumidores não estão a comprar porque têm medo das consequências dessa compra. Um bom exemplo disso é a marca de automóveis Hyundai. No ano passado lançaram um novo modelo com uma garantia que basicamente dizia: “Se comprar o nosso carro poderá devolvê-lo e receber o dinheiro de volta durante o primeiro ano caso perca o emprego.” O resultado foi uma subida de mais de 20 por cento nas vendas do último ano e apenas cinco carros foram devolvidos. As pessoas não estavam a comprar por não terem dinheiro mas por terem medo de vir a perder o emprego. É um facto que a recessão está ter este tipo de impacto no consumo, não acredito que alguma vez voltemos a ter níveis de consumo semelhantes àqueles que tínhamos há alguns anos.

M&P: Do ponto de vista das marcas, o que é preciso para se construir uma marca forte nos dias que correm?

ML: O mais importante hoje são os valores com que a marca se identifica. Têm de ser fortes, relevantes e absolutamente sólidos para que o consumidor se consiga relacionar e identificar com eles. Em segundo lugar, a marca tem de se destacar. É preciso fazer algo diferente de forma dramática para vincar a sua diferenciação relativamente à concorrência na mente dos consumidores. Por fim, é incrivelmente importante que a marca esteja constantemente a quebrar regras. Actualmente, continua a haver muitas marcas que se concentram em conceber um bom logótipo e em ter bons produtos. Isso não é suficiente. É preciso que as marcas tenham uma atitude tão inteligente que nem seja necessário ver o logo para identificar a marca. Isto acontece se a marca for dona de uma série de simbolismos não conscientes, como acontece com a forma da garrafa de Coca-Cola, por exemplo. O simbolismo é hoje o aspecto mais determinante no processo de branding.

M&P: O que é que as marcas devem fazer para enfrentar a actual crise?

ML: É preciso apostar mais naquele marketing que é menos evidente. As marcas não devem gastar todo o seu dinheiro em anúncios de televisão e imprensa. É bom e importante mas não é a resposta para tudo. A resposta passa por questionar como é que a marca pode ser activa e provocadora na internet, como é que pode fazer algo que não será esquecido. Isto só será possível se forem utilizadas todas as novas formas de comunicação disponíveis. Os retalhistas e as marcas precisam de compreender que hoje já não é possível construir marcas através da televisão. É bom trabalhar em televisão, usá-la como suporte, mas o condutor principal tem de ser o word-of-mouth. As pessoas ouvem mais o que dizem os amigos do que aquilo que se diz na televisão. Estão cépticos, acreditam que a televisão só lhes quer vender as coisas.

M&P: Qual a importância que assumem hoje os media sociais na construção das marcas?

ML: Estamos a começar a perceber que se houver uma forte presença nesses meios, se passarmos tempo no Facebook, no Twitter e em todas essas plataformas, esta é uma boa forma de arrancar e de começar a ser ouvido. Os consumidores passam mais tempo na internet do que a ver televisão, o que faz com que este seja um meio importantíssimo que não pode ser colocado de lado. As marcas devem saber se, quando um consumidor procura no Google por um determinado produto, são um dos três primeiros resultados a surgir. Se não forem têm de optimizar imediatamente a sua configuração de search engine para assegurar que aparecem no topo. Os consumidores não vão à segunda página de resultados.

M&P: Tendo em conta a interactividade que os consumidores pretendem das marcas e a capacidade que têm para determinar a sua notoriedade na internet, o poder está do lado das marcas ou dos consumidores?

ML: Do lado dos consumidores, sem dúvida e isso vai ser ainda mais evidente dentro de dois ou três anos. Esse poder está a afastar-se cada vez mais das marcas. Cada consumidor, graças à internet, tem como que uma estação de televisão e tem mais acesso a ela do que as marcas que têm de investir muito dinheiro para terem tempo de antena. E hoje os consumidores são instantâneos, reagem muito rapidamente e se não gostam de uma marca simplesmente afastam-se. As marcas, por seu turno, são muito mais lentas nas suas respostas, pelo que não conseguem reagir e mudar de direcção com a mesma rapidez que os consumidores. As marcas terão de estar dispostas a abdicar de todo o poder e dá-lo aos consumidores dizendo “aqui está a nossa marca, está na hora de serem responsáveis pelo nosso marketing”. É isso que vai acontecer. Se uma marca não tiver consciência disto vai ser vista como um dinossauro antiquado.

M&P: As marcas estão preparadas para abdicar desse poder?

ML: Não, não estão. Muito poucas estão preparadas para o fazer porque têm medo de perder o controlo. A próxima geração de marcas vai ter de fazê-lo para sobreviver. Mas as marcas actuais têm três ou quatro anos para perceber que não têm alternativa.

Sobre o autorPedro Durães

Pedro Durães

Mais artigos
Artigos relacionados
Presidente da Televisa suspende funções após investigação
Media
Marketing de guerrilha da Liquid Death distribui biscoitos do azar
Marketing
Contabilização do ROI ignora metade do retorno de media
Marketing
Impresa tem a melhor reputação nos meios de comunicação, aponta MERCO
Marketing
Francesco Muglia assume marketing e comunicação global da Costa Cruzeiros
Marketing
Sumol+Compal ganha diferendo de marca com Boiron Frères
Marketing
Pedro Barreto é o novo vice-presidente da Impresa
Media
Addiction assina campanha do Crédito Agrícola com Sílvia Alberto (com vídeo)
Publicidade
Compras em canais digitais deverão crescer até 60%, até 2029
Marketing
CM Rádio será lançada até ao final do ano
Media
PUB
Media

Presidente da Televisa suspende funções após investigação

A empresa de media mexicana está a ser investigada por corrupção nos Estados Unidos, devido ao alegado pagamento à FIFA de 95 milhões de dólares, cerca de €87,9 milhões, para conseguir os direitos de transmissão do mundial de futebol de 2026

Emilio Azcárraga, presidente do Grupo Televisa, suspendeu funções após uma investigação da FIFA de que é alvo. A empresa de media mexicana está a ser investigada nos Estados Unidos por corrupção, devido ao alegado pagamento de subornos a dirigentes da instituição desportiva, para conseguir os direitos de transmissão do campeonato do mundo de futebol de 2026.

O dirigente pediu uma licença de afastamento temporário, com efeitos imediatos, mas mantém-se no cargo. Segundo o Financial Times, Emilio Azcárraga, que sabia que estava sob investigação desde agosto, terá desembolsado 95 milhões de dólares, cerca de €87,9 milhões, em 2023, para poder exibir os jogos.

O pedido de suspensão de funções foi feito e aceite a 24 de outubro, dia em que o Grupo Televisa apresentou os resultados da operação do terceiro trimestre do ano, que revelam uma quebra de 6,4% na faturação, que desce para os 775 milhões de dólares, cerca de €717,2 milhões.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

Marketing de guerrilha da Liquid Death distribui biscoitos do azar

Os biscoitos do azar (na foto) estão disponíveis em restaurantes chineses em Nova Iorque e Los Angeles, a partir de 25 de outubro e a antecipar o Halloween. “Vais viver uma vida longa e feliz. Não, espera. Desculpa. Isto era para a pessoa à tua frente. As coisas não vão correr bem para ti” é uma das frases

A Liquid Death está a distribuir os ‘misfortune cookies’, biscoitos da sorte reinventados, que são parte de uma ação de marketing de guerrilha em restaurantes chineses, em Nova Iorque e Los Angeles, noticia a Ad Age. Os biscoitos do azar da marca norte-americana de água enlatada são criados em parceria com a OpenFortune, empresa especializada em colocar mensagens publicitárias em biscoitos da sorte.

Com uma cor escura, os biscoitos da marca que se popularizou por apregoar a ‘morte à sede’ contêm um papel com o logótipo da Liquid Death, de um lado, e uma mensagem de azar, do outro. Andy Pearson, vice-presidente do departamento criativo da Liquid Death, que está avaliada em 700 milhões de dólares (€649 milhões), revela à Ad Age que as ‘misfortune cookies’ são uma extensão do conceito dos ‘HorrorScopes’, enviados mensalmente aos fãs da Liquid Death e que são uma paródia aos horóscopos.

“Os nossos azares não vos mentem como os outros produtos astrológicos, que só dizem todas as coisas boas que podem vir a acontecer. Os nossos são 100% precisos”, salienta o responsável.

 

Algumas das mensagens apresentadas nos biscoitos vaticinam, por exemplo, “vais viver uma vida longa e feliz. Não, espera. Desculpa. Isto era para a pessoa à tua frente. As coisas não vão correr bem para ti”, ou “em breve, a tua confiança vai-te levar numa viagem. A viagem será por um beco escuro”.

Centenas de milhares de biscoitos, disponíveis durante um mês, chegam aos restaurantes chineses a partir de 25 de outubro, a antecipar o Halloween, a 31 de outubro, e subvertendo o que é considerado um fim de refeição agradável.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
Marketing

Contabilização do ROI ignora metade do retorno de media

“Um panorama mediático fragmentado, aliado ao foco da indústria na medição de curto prazo, aponta para uma falta de visão holística, por parte dos ‘marketers’, conclui o estudo do WARC em parceria com a Google

A contabilização do retorno do investimento (ROI) feita pelos profissionais de marketing da região EMEA tende a ignorar metade do retorno obtido com a divulgação de produtos, serviços, marcas e empresas nos meios de comunicação, segundo o estudo ‘Beyond the Horizon – The Holistic Path to Measuring Media Investments’, do World Advertising Research Center (WARC), em parceria com a Google.

“A adoção de estratégias de marketing eficazes permite um equilíbrio entre os retornos imediatos e as metas estabelecidas para prazos mais dilatados. No entanto, um panorama mediático fragmentado, aliado ao foco da indústria na medição de curto prazo, aponta para uma falta de visão holística, por parte dos ‘marketers’, do impacto do seu marketing de funil completo, o que faz com que corram o risco de tomar decisões orçamentais equivocadas”, conclui o estudo.

Investir num ‘marketing mix’ que contemple a totalidade do funil, na tentativa de abranger a maioria de canais e de pontos de contacto com o consumidor, impulsiona o crescimento a longo prazo. “Alocar investimento de marketing de funil inferior para impulsionar a intenção de compra também provou ter efeitos em períodos mais dilatados”, refere a investigação.

A análise do WARC corrobora o estudo desenvolvido pela Nielsen para a Google, que defende que as estratégicas promocionais delineadas pelos profissionais na base do funil, para aumentar a intenção de compra em 1%, tendem a fazer com que as vendas a curto prazo cresçam 0,7% e que as vendas a longo prazo subam 0,2%. As opções estratégicas que se centram no topo e no meio do funil levam, em média, a um aumento de 0,4% a curto prazo e de 0,6% a longo prazo.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Marketing

Impresa tem a melhor reputação nos meios de comunicação, aponta MERCO

No ranking de líderes de empresas com melhor reputação, Francisco Pedro Balsemão (na foto), CEO da Impresa, ocupa a 7ª posição da lista liderada por Rui Miguel Nabeiro, da Delta

A Impresa é a empresa com melhor reputação no ranking do MERCO, no setor Meios de Comunicação, enquanto Francisco Pedro Balsemão (na foto), CEO do grupo de media, é o 7º líder com melhor reputação em Portugal, em 2024.

No setor Meios de Comunicação, a  RTP ocupa a segunda posição, seguida pela Media Capital (3ª), The Empower Brands House (4ª) e Observador (5ª) completam o top cinco, do ranking elaborado pelo Monitor Empresarial de Reputação Corporativa (MERCO).

A lista geral das empresas com melhor reputação é liderada pelo Grupo Nabeiro/Delta Cafés, seguido pela Sonae, no segundo lugar, e pela EDP, na terceira posição. A tabela fica completa com a Ikea (4.º lugar), a Jerónimo Martins (5.º), a Galp (6.º), a Microsoft (7.º), a Mercadona (8.º), o Lidl (9.º) e a Vodafone (10.º). Os rankings do MERCO, organização que avalia a reputação de empresas, resultam de uma análise que tem por base 2310 inquéritos, seis avaliações e 17 fontes de informação.

Já no ranking dos líderes de empresas, a classificação é liderada por Rui Miguel Nabeiro, da Delta, que ultrapassa Cláudia Azevedo (Sonae), no segundo lugar. As dez primeiras posições são completadas com Paulo Macedo (3º, Caixa Geral de Depósitos), Pedro Soares dos Santos (4º, Jerónimo Martins), Paula Amorim (5º, Galp), Miguel Stilwell d’Andrade (6º, EDP), Francisco Pedro Balsemão (7º, Impresa), Paulo Azevedo (8º, Sonae), António Horta Osório (9º, Bial) e Rita Nabeiro (10º, Delta).

A iniciativa contou com a participação de 258 executivos de grandes empresas, 340 especialistas (incluindo diretores de comunicação, jornalistas de negócios, membros do governo, professores de negócios, analistas financeiros, gestores de redes sociais, gestores de organizações não governamentais, líderes sindicais e dirigentes de associações de consumidores), 883 estudantes universitários e 800 cidadãos.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

Francesco Muglia assume marketing e comunicação global da Costa Cruzeiros

O novo diretor comercial (na foto) da companhia de cruzeiros italiana integra a equipa de gestão da operação em Portugal, Espanha, França e Itália entre 2019 e 2023, quando é eleito vice-presidente associado para a região do sul da Europa

Francesco Muglia é o novo diretor comercial global da Costa Cruzeiros, assumindo a responsabilidade da coordenação do marketing, da comunicação, das vendas e das operações comerciais dos navios da companhia de cruzeiros italiana.

Na empresa desde 2012, o italiano integrou a equipa de gestão da operação em Portugal, Espanha, França e Itália entre 2019 e 2023, altura em que foi eleito vice-presidente associado para a região do sul da Europa.

“Ao longo dos anos, a minha experiência em países-chave para a empresa, como Espanha, França, Itália e Portugal, foi muito enriquecedora, permitindo-me compreender as dinâmicas e as necessidades de cada mercado, para podermos desenvolver estratégias mais eficazes e personalizadas”, refere Francesco Muglia, citado em comunicado de imprensa.

O anúncio da promoção é feito numa altura em que a empresa acaba de convidar Luigi Stefanelli a assumir o novo cargo de vice-presidente de vendas mundiais. Reportando diretamente a Francesco Muglia, o novo vice-presidente passa a coordenar as atividades comerciais da companhia nos mercados da região do Sul do Europa, que abrange Portugal, Espanha, França e Itália. Alemanha, Suíça, Áustria, Europa do Norte, Europa de Leste, América do Norte e América do Sul são outras das áreas que o novo vice-presidente irá supervisionar, bem como mercados emergentes para a empresa.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Marketing

Sumol+Compal ganha diferendo de marca com Boiron Frères

Em causa está a palavra ‘frutologia’, utilizada num registo de marca da Compal, em 2017, e a palavra ‘fruitology’, que a empresa francesa quis proteger em 2020. A decisão do Tribunal Geral da União Europeia, agora, contraria a do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, em 2023

O Tribunal Geral da União Europeia (TGUE) dá razão à Sumol+Compal no diferendo que opõe a empresa portuguesa à francesa Boiron Frères. Em causa está a palavra ‘frutologia’, que a produtora de sumos e néctares utilizou quando registou a marca Centro de Frutologia Compal, em 2017, e a palavra ‘fruitology’, que a Boiron Frères quis proteger em 2020.

Em comunicado, citado no site da Lusa, o TGUE destaca que, tendo em conta a identidade e similitude dos serviços em causa, “a elevada coincidência entre as palavras inventadas, ‘frutologia’ e ‘frutology’, supera as diferenças entre os sinais em conflito”. Em 2020, a Boiron Frères pediu a proteção da palavra ‘fruitology’, com a intenção de a utilizar num leque de serviços relativos à educação no domínio da culinária, dando origem ao diferendo com a Sumol-Compal.

Esta decisão do TGUE contraria uma resolução de 2023 do Instituto da Propriedade Intelectual da União Europeia, que considera que as duas marcas “apresentam um grau de semelhança médio no plano visual”, apesar de a portuguesa ter sido criada e registada três anos antes. O TGUE, por seu lado, alega que “as marcas são semelhantes em grau médio, no plano visual, fonético e conceptual”.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Media

Pedro Barreto é o novo vice-presidente da Impresa

O gestor (na foto) passa a ser administrador não-executivo do grupo de media, em substituição de António Horta Osório, que abandona o cargo ao fim de dois anos, mantendo-se como ‘senior advisor’ do CEO da empresa, Francisco Pedro Balsemão

Pedro Barreto substitui António Horta Osório na vice-presidência da Impresa. O gestor passa a ser administrador não-executivo do grupo de media, em substituição do anterior vice-presidente, que abandona o cargo ao fim de dois anos, alegando indisponibilidade, mantendo-se, no entanto, como ‘senior advisor’ do CEO da empresa, Francisco Pedro Balsemão.

“Aceito o desafio com muito gosto, naturalmente. O setor dos media passa por um período de desafios relevantes, mas também há oportunidades a explorar. O papel da comunicação social, e em particular do grupo Impresa, na sociedade portuguesa, é um fator determinante para encarar esta nova etapa com entusiasmo”, refere Pedro Barreto, citado em comunicado de imprensa.

Licenciado em administração e gestão de empresas pela Universidade Católica Portuguesa, Pedro Barreto foi membro executivo do conselho de administração do BPI, vice-presidente do BCI Moçambique e membro do conselho de administração da SIBS, Unicre e Allianz, entre 2014 e 2017.

“António Horta Osório transmitiu-nos a sua impossibilidade em desempenhar, com a regularidade e presença desejadas, as suas funções de vice-presidente. Percebemos a sua situação e tomámos esta decisão em conjunto, em benefício de ambas as partes”, refere Francisco Pedro Balsemão, citado no documento.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Publicidade

Addiction assina campanha do Crédito Agrícola com Sílvia Alberto (com vídeo)

Até 8 de novembro, a apresentadora da RTP1 (na foto) partilha semanalmente nas redes sociais recomendações para quem deseja comprar, construir casa ou transferir o crédito à habitação. O spot tem direção criativa de Ana Leitão, redação de Gonçalo Fialho e realização de Rogério Silva

Sílvia Alberto é o rosto da nova vaga da campanha omnicanal das soluções de crédito à habitação do Crédito Agrícola, idealizada pela Addiction. Com direção criativa e direção de arte de Ana Leitão, e redação de Gonçalo Fialho, o filme publicitário tem produção da Stepupp e realização de Rogério Silva. A pós-produção é de Pedro Valente, com banda sonora da BalloonPlanet.

Divulgada em televisão, rádio, imprensa, múpis e media digitais, também pode ser vista nas agências do Crédito Agrícola. Para amplificar a comunicação, Sílvia Alberto partilha semanalmente nas redes sociais e no YouTube, até 8 de novembro, recomendações para quem pretende investir num imóvel ou transferir o crédito à habitação.

“A campanha multimédia dá dicas e reforça que somos a solução ideal para o fazer, reforçando as vantagens adjacentes, como a disponibilização das três modalidades de taxa – fixa, variável e mista – que se conseguem ajustar às necessidades dos clientes, a vasta rede com mais de 600 agências distribuídas por todo o país; e o simulador disponível no site”, refere o Crédito Agrícola em comunicado de imprensa.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

Compras em canais digitais deverão crescer até 60%, até 2029

Dispositivos móveis são cada vez mais dominantes no comércio online, apesar de as lojas físicas terem recuperado importância no último ano, revela estudo ‘The Future Shopper Report’ da VML. Plataformas digitais ‘marketplaces’ lideram em todas as fases do processo de consumo

As compras através de canais digitais deverão crescer até 60% até 2029, avança a oitava edição do estudo ‘The Future Shopper Report’ da VML. Elaborada a partir de um questionário a 31.500 consumidores globais que compram online regularmente, pelo menos uma vez por mês, a análise revela que os compradores mostram-se mais abertos a novas experiências de compras físicas.

Segundo o estudo, a posição dominante dos ‘marketplaces’ no processo de tomada de decisão do cliente enfraqueceu no último ano. O impacto de novas tecnologias, como a inteligência artificial (IA), também está a alterar hábitos e comportamentos. “Está a mudar o que vendemos, como vendemos e a quem vendemos”, revela a VML em comunicado de imprensa.

É nos ‘marketplaces’ que 35% dos consumidores procuram inspiração para as compras e que 32% conduzem as pesquisas de comparação para a escolha de produtos. “Apesar do domínio dos canais digitais, os canais físicos apresentaram uma recuperação junto destes consumidores, sendo que mais de metade dos inquiridos afirmam que preferem marcas que tenham lojas físicas e digitais”, refere o documento.

O telemóvel é o dispositivo preferido da maioria dos compradores, que adquirem produtos e serviços online, superando os 50%. Em segundo lugar, surge o computador portátil, mencionado por apenas 16% dos inquiridos.

“Ainda assim, a experiência nestes dispositivos podia ser melhor, uma vez que dois terços dos inquiridos afirmam que as marcas precisam de fazer mais para cumprir as expetativas. Dispositivos como consolas de jogos, ‘smartwatches’ ou assistentes virtuais, apesar de ainda residuais, apresentam-se como alternativas para a realização de compras em canais digitais”, refere o documento.

Os amigos são, por norma, quem mais influencia as decisões de compras. “No entanto os influenciadores apresentam a liderança, em audiências abaixo dos 34 anos, e a família, nas audiências acima dos 45”, explica a VML. As respostas ao inquérito revelam ainda que o preço é o principal fator que incentiva os consumidores a comprar online.

“Este estudo reforça as nossas análises nacionais e internacionais, que demonstram uma transferência significativa da procura de produtos e serviços para canais digitais. As decisões das empresas e das marcas para se posicionarem nestes canais devem ser encaradas como um imperativo de transformação, superior ao que fizeram no passado, para se adaptarem ao retalho físico moderno”, afirma Gonçalo dos Santos Rodrigues, diretor de consultoria da VML, citado no comunicado de imprensa.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Media

CM Rádio será lançada até ao final do ano

A nova rádio “encarnará aqueles que são os valores do Universo CM, cuja missão é informar, inspirar, proteger e dar poder às pessoas”, refere a Medialivre em comunicado de imprensa

A Medialivre apresenta esta tarde, em Lisboa, o Universo CM,  plataforma que permite ao grupo ter uma presença 360º, incluindo papel, televisão, digital e, agora, rádio, com o lançamento da CM Rádio (CMR), que era o pilar que ainda não tinha abrangido.

A CMR, que deverá ir para o ar até ao final de 2024, “além de reforçar o ADN da Medialivre enquanto ‘casa das notícias’ e produtores de conteúdos, reforçando a sua presença a nível nacional, consolida também a posição de liderança do grupo na informação”, argumenta o grupo de media em comunicado de imprensa.

A CMR resulta da fusão da SBSR e da Rádio Festival, assegurando uma cobertura através de frequência radioelétrica nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, complementando o restante território com a emissão digital.

“Quando em maio apresentamos o nosso último projeto – o canal Now – anunciámos que até ao final do ano iríamos apresentar outros. Esse anúncio materializa-se agora com a CM Rádio, que permite construir o Universo CM, que serve leitores, espetadores e ouvintes a todas as horas do dia e nas diversas plataformas. Acreditamos que os media são essenciais à democracia e continuaremos a aumentar as nossas equipas, de modo a cada momento melhor servir os nossos clientes e utilizadores”, refere Luís Santana, CEO da Medialivre, citado em comunicado de imprensa.

“A nova rádio encarnará aqueles que são os valores do Universo CM, cuja missão é informar, inspirar, proteger e dar poder às pessoas, na medida em que pessoas mais informadas têm mais poder”, refere o comunicado, destacando que “a CMR aposta na proximidade e na rapidez, sendo melhor primeiro, comungando da coragem, da independência e da inquietude transversal às restantes marcas”.

A estação de rádio terá Carlos Rodrigues como diretor e Pedro Carreira como diretor executivo, num projeto de implementação que é liderado por Francisco Penim.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.