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Oportunidades nascidas da crise

Os estudos de mercado estão em crise, como as restantes áreas económicas, mas as empresas não baixam os braços e reinventam-se. Uma coisa é certa: As marcas não podem deixar […]

Maria João Lima
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Oportunidades nascidas da crise

Os estudos de mercado estão em crise, como as restantes áreas económicas, mas as empresas não baixam os braços e reinventam-se. Uma coisa é certa: As marcas não podem deixar […]

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Os estudos de mercado estão em crise, como as restantes áreas económicas, mas as empresas não baixam os braços e reinventam-se. Uma coisa é certa: As marcas não podem deixar de fazer estudos

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Já parece um cliché, mas a crise económica abalou a economia nacional e, como tal, as empresas que trabalham em torno das marcas. E as de estudos de mercado não são excepção a esse cenário. Ouvidos pelo M&P, os profissionais de algumas das maiores e mais representativas empresas a actuar neste mercado em Portugal são praticamente unânimes em dizer que a crise é sentida pela redução dos orçamentos. “Basicamente, houve uma forte redução de budgets por parte dos clientes, nomeadamente dos grandes consumidores de estudos de mercado, facto que, de certo modo, afectou quase todas as empresas de estudos de mercado, em particular, as que actuam no segmento ad-hoc”, resume António Gomes, director-geral da GfK.

Inegável também, segundo os profissionais da área, é que as dificuldade económicas de algumas empresas do sector têm contribuído para a redução significativa dos preços, numa tentativa de manterem quota de mercado ou, em casos mais extremos, simplesmente manterem-se a funcionar. A guerra de preços, na opinião de João Bento, director-geral da Synovate, “só irá prejudicar a dinâmica do mercado”. É que nesta conjuntura, explica Paula Freire, directora-geral da Multivária, “os padrões de qualidade tendem a diminuir e as empresas terão dificuldade em subsistir a médio prazo”.

João Bento explica que “da mesma forma que alguns dos nossos clientes sentiram a necessidade de repensar um pouco os seus budgets e as suas prioridades, também as empresas de estudos de mercado tiveram que o fazer. Esta conjuntura menos favorável pode gerar oportunidades, o que levou algumas das empresas de estudos de mercado a adaptar a sua oferta com tipo de estudos mais acessíveis e de acordo com os budgets mais magros de alguns clientes”. E o responsável da Synovate acrescenta que este tipo de adaptação obriga as empresas de estudos a serem mais criativas e a encontrar metodologias capazes de responder aos objectivos dos clientes de uma forma mais modesta, mas sem perder a eficácia e a qualidade.

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Apesar das restantes empresas dizerem que a crise é uma realidade, Florbela Borges, marketing manager da Multidados, comenta que a empresa neste último ano teve uma procura, reflectida numa facturação de mais de 200 por cento em relação ao ano anterior. “Não sei se isto foi por causa da crise em que o país aparentemente se encontra, mas de certeza que tem a ver com a forma como as empresas se protegem e reagem ao clima de instabilidade financeira e desconfiança no mercado”, refere.

Mas a crise que se instalou em 2009 teve, na opinião de Alexandre Picoto, administrador da Pitagórica – Investigação e Estudos de Mercado, como ligeiro atenuante o volume significativo de investimentos em estudos de opinião eleitorais, decorrente das três eleições que decorreram no ano passado. Do ponto de vista de volume, foram as autárquicas as que geraram um pacote financeiro mais significativo e as que beneficiaram um número mais significativo de empresas, diz o mesmo responsável.

Alexandre Picoto acredita que “o ano de 2010 encerrará, ainda assim, com mais dificuldades que o de 2009”, sendo de esperar, continua, que “em 2011 se assista uma estabilização das quebras e esperamos que a uma ligeira recuperação dos volumes financeiros investidos no sector”.

A crise tem também algumas virtudes ou, se se quiser, incorpora oportunidades, defende António Gomes. Uma delas é obrigar todos a pensar e a investir melhor. Os estudos de natureza estratégica, quer sejam de marketing, marca, posicionamento ou vendas serão cada vez mais importantes, defende. “Neste momento, tendo em conta as tendências observadas em vários mercados, é normal que os principais fabricantes e prestadores de serviços questionem o respectivo posicionamento de portfólio de produtos e serviços e, claro, até o respectivo posicionamento do ponto de vista corporativo” assegura. E os benefícios dos estudos de mercado são variados: ajudar as empresas a definir quem será a cara mais adequada para promover o produto, escolher a imagem de novos produtos, reposicionar os já existentes, procurar outras aplicações ou tentar aferir nichos por explorar. A lista podia ser interminável.

Salvação ou uma dor de cabeça

Com a banalização do online, será que este suporte reúne os requisitos para ser usado nos estudos de mercado? João Bento sustenta que a questão da fiabilidade dos estudos online ainda não reúne o consenso no mercado. “Conforme o estudo, deverá estar sujeito a uma reflexão sobre a via metodológica a seguir”, refere. No entanto, esclarece, “não é muito diferente da análise que constantemente temos que fazer sobre qual a melhor metodologia a seguir nos estudos não online, tendo em conta a categoria de produto, o target, a dimensão do questionário, entre outros aspectos metodológicos”. Na opinião deste profissional, muitos estudos online são tão fiáveis como qualquer outra metodologia, desde que se pese factores importantes como a categoria que estamos a estudar, o tipo de target, a qualidade e a dimensão do painel que utilizamos. E dá um exemplo: “Se o objectivo do estudo é ter um panorama representativo da população portuguesa sobre os seus conhecimentos em termos de novas tecnologias não será muito adequado fazer online, pois essas pessoas terão potencialmente um conhecimento superior sobre este tema face ao resto da população.”

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Inegáveis são algumas das vantagens dtes estudos como os prazos de execução que podem ser, na maioria dos casos, mais curtos, e face aos presenciais, os custos são normalmente mais baixos. Quando comparados com os estudos telefónicos podem não existir assim tantas vantagens, na opinião de João Bento. “Mas isso depende muito da capacidade de cada empresa em termos da dimensão da sua estrutura para a realização de entrevistas telefónicas”, sublinha o responsável da Synovate. E chama a atenção para outro aspecto a ter em conta face aos estudos telefónicos. É que, em algumas áreas geográficas, a penetração de telefone fixo nos lares baixou bastante nos últimos anos. E nesse contexto, “os estudos online podem ser uma alternativa interessante”.

João Bento identifica ainda as principais desvantagens dos estudos online: “Em alguns casos, a categoria de produto e o target podem ser incompatíveis com este método de recolha, pelo facto do universo da população com internet poder ter determinadas características que a tornam não representativa do universo pretendido e, desse modo, poderem de alguma forma enviesar os resultados.”

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Nos estudos qualitativos a opção pelo online é reduzida e poderá funcionar apenas como complemento das metodologias de contacto directo com o consumidor, diz Paula Freire, directora-geral da Multivária. “Targets muito específicos e problemáticas muito especificas”. Aliás, esta profissional não acredita que o online em Portugal apresente o mesmo grau de fiabilidade dos presenciais.

“A não ser em casos em que o universo esteja todo acessível numa base de dados, senão o risco é muito grande e tenho dúvidas, em muitos destes projectos, sobre as taxas de resposta”, comenta.

Preço é fundamental

Um estudo online consegue ser até três vezes mais barato que um estudo presencial. Quem o garante é Florbela Borges, directora geral da Multidados. “Para os nossos clientes esta vantagem reflecte-se num número maior de vezes de pesquisa ao longo do ano”, explica. E estatisticamente, assegura, é possível fazer um estudo presencial, telefónico e online, retirando as mesmas conclusões. “Já fizemos essa experiência e dentro da margem de erro do estudo as conclusões são as mesmas”, explica. Mas acrescenta que o que não se pode fazer é tentar retirar as mesmas conclusões quando o target não tem o mesmo perfil, idade, localidade e ocupação. Ou seja, não se pode comparar um estudo aleatório telefónico (telefone fixo nacional) com um estudo online (pessoas que acedam pelo menos uma vez a internet por semana) uma vez que a penetração de números fixos para estudos telefónicos está a diminuir e a penetração da utilização da internet em Portugal a subir.

Florbela Borges apresenta aquelas que são para si as vantagens nos estudos online. São mais económicos, permitem ser mais direccionados e mais reais nas respostas, já que o consumidor responde sem qualquer pressão e sem a presença de um entrevistador. Além disso, defende, os estudos online são ecológicos, permitem ser mais interactivos e criativos, já que podem ter imagem, som ou jogos.

“A pesquisa online tem vantagens e o preço é uma delas, contudo se for utilizada para objectivos errados apenas pelo preço, os resultados serão fontes de erro e potenciadoras de custos acrescidos”, adverte, por seu lado, Alexandre Picoto.

O responsável da GFK, António Gomes, admite que se se tratar de estudos com base de dados de e-mails poderá obter-se um grau de fiabilidade equivalente. Mas no caso dos estudos à população já aparenta ter imensas dúvidas.

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Este profissional explica que objectivamente só fará sentido falar em termos comparativos dos estudos online quando aspectos básicos e críticos da implementação dos mesmos em Portugal forem efectivamente ultrapassados. Até lá, diz, trata-se apenas de enunciar vantagens e desvantagens em teoria, diz. “Na prática é mais complicado. Estou a falar naturalmente de estudos à população com base em acess panels online”.

Salvador Patrício Gouveia, partner da Netsonda, defende também que o grau de fiabilidade dos estudos online e presenciais é o mesmo desde que sejam feitos no seu contexto e a amostra possa representar o universo pretendido. “Os estudos online permitem-nos derrubar algumas barreiras. Não só a questão do preço, proveniente de outras vantagens, mas por exemplo obter representatividade nacional com bastante menos logística”. Este profissional destaca também a possibilidade de mostrar imagens, sons e vídeos assim como outras funcionalidades multimedia, obter dados de forma mais célere e sem custos ou erros de inserção e poder inquirir sobre temas mais sensíveis, dada a privacidade do inquirido.

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– O ano em que não haverá triplas eleições

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Autárquicas, europeias e legislativas foram os três actos eleitorais que no ano passado marcaram o panorama político. A alimentá-los estiveram os meios de comunicação social que, em muitas peças, se apoiavam em estudos de mercado. Neste mercado o ano ficou marcado por uma procura “anormal” de estudos ao nível da investigação eleitoral que este ano não se repetirá. Alexandre Picoto, da Pitagórica, acredita que a crise da indústria, em especial a dificuldade de as marcas ocuparem espaço em lineares cada vez mais repletos de produtos de marca própria, será um segmento onde os investimentos terão de ser cada vez mais significativos e, segundo diz, “2010 poderá assistir a um crescimento nesse sector em particular pelo facto de cerca de 50 por cento do nosso volume de negócios resultar de investigação no sector da distribuição. Acreditamos que continuaremos a registar uma grande procura na avaliação de marcas nas suas várias disciplinas, seja na comunicação, nos pontos de contacto com as mesmas ou no posicionamento como que estas chegam aos vários públicos”, antecipa o responsável da Pitagórica, empresa que tem entre os seus clientes regulares a Sonae Distribuição, a Sonae Sierra, o BES, os CTT, o grupo PT e o ACP. Alexandre Picoto acredita também que o facto de se viver um clima de crise profunda gera sempre procura de investigação exploratória para novos produtos e serviços bem como o teste e pré-teste a esses mesmos projectos.

Numa altura em que, para muitas categorias de produto, as dificuldades são uma realidade, a questão da inovação torna-se ainda mais um elemento fundamental, corrobora João Bento, da Synovate. Durante 2009, diz, notou-se uma acentuada preocupação por parte dos clientes na questão da inovação, que se reflectiu no tipo de estudos que fizemos, quer quantitativos, quer qualitativos, recorda.

“Há uma tendência, por parte de algumas áreas, em procurar vias inovadoras para produtos já existentes e para novos produtos, o que originou um aumento de pesquisa ao nível de testes de conceito, produto ou em alternativas inovadoras de posicionamento para produtos e serviços já existentes no mercado”, explica ao mesmo tempo que acrescenta que este vai continuar a ser um aspecto bastante importante no presente ano.

Na Multidados foram os estudos de satisfação e de hábitos de consumo os mais solicitados, seguidos pelos estudos de notoriedade de marca e pelos estudos de implementação de novos produtos ou serviços. Florbela Borges acredita que em 2010 o cenário irá manter-se.

 – Ferramentas para todos os gostos

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António Gomes conta ao M&P que a GfK Metris, por estar integrada numa multinacional, beneficia de um portfólio de produtos e serviços que permite aos clientes obter respostas às suas necessidades qualquer que seja o ciclo de vida dos seus produtos/serviços. Exemplos: estudos de usos e atitudes, segmentação de clientes, testes de conceito e produto, brand trackings, brand comunication tracking, estudos de satisfação e lealdade ou teste de marca. O mesmo acontece noutras multinacionais como a Synovate, que tem entre os seus principais clientes empresas de fast moving consumer goods (principalmente alimentação e bebidas), restauração, retalho, saúde e serviços. Mas o responsável da empresa acredita que, na conjuntura actual, a maior ferramenta é a criatividade.

“A criatividade deve estar presente em tudo aquilo que fazemos para ajudar os nossos clientes na resolução dos seus problemas de marketing. Quer seja na curiosidade para entender aprofundadamente os seus objectivos, quer no desenho final de uma solução metodológica que permita responder aos objectivos do cliente de uma forma eficaz”, diz o director-geral da Synovate, João Bento.

Já Alexandre Picoto comenta que a aposta da Pitagórica vai para investimento em tecnologia e a flexibilidade.

Isto é, tecnologia que permita uma cada vez mais rápida resposta aos pedidos dos clientes e flexibilidade já que não conhecem feriados, fins-de-semana nem férias. “Todos os pedidos com urgência são resolvidos em conjunturas que poucas empresas conseguem responder”, garante. E dá um exemplo: “Já chegámos a receber um briefing numa quinta-feira para apresentarmos conclusões na terça-feira seguinte”. E salienta que o facto de estarem fisicamente presentes em todo o território continental, na Madeira e em três ilhas dos Açores, os tem ajudado a chegar onde outras empresas têm mais dificuldade.

Porém, a directora-geral da Multivária comenta que em estudos qualitativos a panóplia de ferramentas disponíveis não é assim tão vasta. “O que fazemos é estar atentos a novas formas de optimizar os trabalhos e propor as metodologias mais ajustadas aos objectivos dos clientes”, acrescenta a responsável da empresa que tem entre os clientes empresas como Nestlé, Lactalis, Unicer, Optimus, Sonae Distribuição, McDonald’s, Galp, Refriango/Wayfield e institutos internacionais.

Florbela Borges opina que na área dos estudos de mercado online o que distingue as empresas já não são as ferramentas ou plataformas que disponibilizam aos seus clientes, mas sim a qualidade e número de membros do painel. “Pela nossa experiência, é fundamental criar uma relação de interacção com o painel online”, comenta, referindo que recentemente criaram a comunidade virtual MultiDados com as ferramentas sociais que a internet coloca à disposição e procura comunicar com as pessoas que fazem parte do universo MultiDados (mais de 280 mil pessoas registadas a nível nacional) para as conhecer melhor, direccionar os estudos, rodar as pessoas no painel e interagir de forma mais rigorosa.

53 mil consumidores, segmentáveis por mais de 30 critérios, são os números que a Netsonda apresenta do seu painel online e que, segundo Salvador Patrício Gouveia “tem permitido a muitos clientes atingir o seu target de forma segura e incisiva”. Este profissional salienta ainda que a empresa tem capacidade de levar a cabo projectos completamente feitos à medida dos desafios que são colocados, em detrimento de produtos pré-configurados e menos flexíveis. “Desta forma, procuramos uma solução completamente moldada às necessidades de cada projecto”.

– O que passou e o que está por vir

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Em 2009 a Netsonda continuou a desenvolver a sua plataforma com novas funcionalidades feitas à medida dos projectos propostos. É cada vez mais possível mostrar, testar e avaliar conceitos, produtos e serviços através da plataforma online, descreve Salvador Patrício Gouveia.

A empresa realizou “um investimento significativo” no reforço da equipa de research e operações. Este ano a Netsonda pretende apresentar novidades, que estão ainda em desenvolvimento, na área das redes sociais.

Por seu lado, a GfK criou e reforçou, em 2009, o posicionamento do Radar, marca umbrella de um conceito de estudos sindicados, desenvolvidos pela GfK Metris, vocacionados na sua maioria para temas abrangentes e actuais (Radar Brand Card, Radar Sustainability, Radar Celebrities e Radar Crisis). Além disso, fez um esforço no desenvolvimento de projectos na área da inovação, “dado que o acompanhamento dos desafios que se colocam aos nossos clientes em termos de posicionamento estratégico passará invariavelmente pela inovação no lançamento de novos produtos e serviços”, explica António Gomes. Também a aposta em estudos de tipo shopper “foi e será estratégica” face à necessidade de conhecer mais detalhadamente o comportamento de compra do consumidor no ponto de venda, qualquer que seja o produto e o tipo de ponto de venda.

No ano que terminou, a MultiDados consolidou presença a nível nacional e alargou as instalações na sede para uma área de trabalho para estudos de mercado presenciais, telefónicos e online com cerca de 190m2 de área. Além disso, a empresa fez uma parceria com a Ideiateca, que permitiu criar “o maior painel nacional para estudos de mercado e Cliente Mistério em Portugal”, considera Florbela Borges, com mais de 280 mil pessoas registadas e segmentadas. Em 2010, a empresa fará uma alteração tecnológica na sua plataforma online de modo a cruzar e segmentar mais pormenorizadamente o painel online por hábitos de consumo, tendências das famílias e opinião sobre campanhas de comunicação das marcas e produtos preferidos. A empresa pretende abrir dois escritórios: um em Portugal e outro em Espanha para dar resposta a 40 por cento dos clientes actuais da empresa. Está ainda a criar uma nova área de negócio na área da formação, com a implementação da MD-Form.

Também a Pitagórica fez, em 2009, uma aposta nas instalações. “Duplicámos a capacidade instalada no CATI e equipámos uma das melhores salas para projectos qualitativos do país”, diz Alexandre Picoto. Aí instalaram equipamento capaz de fazer a transmissão em tempo real via web com uma descompensação de 15 segundos.

“O arranque em todo o país das operações em Cabo Verde com o primeiro projecto na preparação das eleições legislativas foi a forma de provarmos que temos capacidade de exportar para mercados alternativos e ainda muito virgens”, comenta. Para 2010, a Pitagórica está a ultimar a introdução no mercado de um novo Barómetro Social e Político em colaboração com um jornal semanário.

Além disso, introduzirá um novo conceito de painel qualitativo com uma instituição bancária. “Um conceito muito interessante que cruza numa solução completa, várias técnicas tais como o Cliente Mistério, a investigação qualitativa bem como a investigação quantitativa tradicional”, diz Alexandre Picoto sem revelar mais pormenores.

João Bento recorda que em 2009 o principal esforço da Synovate foi pegar na expertise que tem em algumas áreas como brands & communications, customer experience, shopper e criar uma oferta integrada com medidas destas várias áreas de estudo e poder oferecer ao mercado desenhos metodológicos mais simples e curtos, e consequentemente com um investimento menor. “De facto, em alguns casos os clientes têm diferentes estudos para cada uma destas áreas e muitas vezes não usam toda a informação de cada um deles, pelo que esta solução conhecida como ‘there are times when small does the job’ pode em alguns casos ser de enorme utilidade e rentabilidade para os nossos clientes”, comenta. Em 2010 a Synovate vai continuar a “reinventar o research” com o objectivo de proporcionar ao mercado soluções integradas, que criem mais-valias para os clientes e para a relação que têm com eles, e que permitam ser uma fonte de informação que possa contribuir de forma eficaz para o resultado dos seus negócios.

Já a Multivária, depois de em 2009 ter introduzido no portfólio as entrevistas de “guerrilla”, que são feitas no meio ambiente do objecto de estudo, define para 2010 uma maior atenção às possibilidades web para qualitativos e a continuação do desenvolvimento das competências com os métodos etnográficos sobretudo no mercado angolano.

 – Como estamos de internacionalização?

– A Pitagórica está desde 2008 a operar em Cabo Verde. Em 2010 conta poder abrir o primeiro escritório permanente naquele país.

– Como se trata de um grupo multinacional, a GfK está presente em vários mercados internacionais. Mas no caso dos PALOP, os projectos empresariais da GfK estão a ser coordenados por Portugal.

– Também a Synovate é uma multinacional presente em 63 países, estando muitas vezes envolvida em projectos internacionais. Estes projectos são coordenados a partir de escritórios da Synovate situados em mercados maiores. No entanto, já fez alguns estudos nos PALOP e coordena alguns estudos a nível ibérico.

– A Netsonda tem um painel online em Espanha e abriu recentemente painéis online em Cabo Verde, Angola e Moçambique. A Netsonda faz ainda parte de uma rede internacional de painéis online, disponibilizando um painel português para o mercado internacional e acedendo a uma rede de painéis internacionais para clientes portugueses.

– A Multivária está envolvida há três anos com o mercado de Angola. Apesar da não estar fisicamente instalada nesse país, desloca as equipas técnicas e recorre a um parceiro local, que ajuda em termos de formação e que a tem acompanhado ao longo dos três anos.

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Clube da Criatividade apresenta programa do 26º Festival CCP 2024 e da Semana Criativa de Lisboa

Ao longo da semana criativa que arranca a 17 de maio, o CCP apresenta uma programação com exposições, conferências, iniciativas e tertúlias, terminando com a gala da entrega de prémios e a festa de encerramento, a 24 de maio

O Festival CCP 2024 está de regresso à Fábrica do Pão do Bento Innovation District para a 26ª edição, de 17 a 24 de maio, para destacar a criatividade da comunicação comercial nacional nas categorias de Publicidade, Design, Digital, Criatividade em Meios, Craft em Publicidade, Experiências de Marca e Integração & Inovação.

O arranque da semana  criativa é dado a 17 de maio com as conferências ‘ Presidentes ao Palco’, com os presidentes de júri do festival a falar sobre design e publicidade. No mesmo dia é inaugurada a exposição dos trabalhos finalistas do Festival CCP, a exibição dos vencedores de ouro da 32ª edição dos ADCE Awards e a ‘Julgar um mercado pela capa’, que assinala a 20ª edição da Superbrands em Portugal.

O Dia Aberto CCP Empresas acontece a 21 de maio, com 12 empresas ligadas à criatividade a abrirem as portas a estudantes, profissionais e curiosos. No mesmo dia acontece a Tertúlia APAP Trabalho e Conhaque, para debater ‘O custo da invisibilidade’, seguida por um jantar no restaurante Praça. O dia 22 de maio é dedicado aos jovens criativos, com o regresso das iniciativas Ilustra 33, Portfolio Doctor, Alta Voz e Hora Feliz. Já o dia 23 de maio é dedicado às Conferências CCP “Crias ou Queres?”, com cinco conferências a decorrerem durante o dia.

A 11ª Semana Criativa de Lisboa termina no dia 24 de maio com a gala de revelação e entrega de prémios aos vencedores do Festival CCP, nas sete categorias, bem como os vencedores do Grande Prémio para o Bem, do Grande Prémio Jornalistas e do Grande Prémio CCP 2024. O programa completo está disponível online na página do Festival.

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Sónia Araújo e Mário Daniel são mecânicos por um dia em campanha da Mercedes (com vídeo)

O vídeo da campanha “Exceder os limites” mostra Sónia Araújo e Mário Daniel a chegarem à oficina e a equiparem-se para iniciar o dia de trabalho, em que fazem o diagnóstico e a intervenção mecânica nos automóveis, com alguns truques de ‘magia’ de Mário Daniel

Enquanto embaixadores da C. Santos, a apresentadora de televisão Sónia Araújo e o mágico Mário Daniel foram mecânicos por um dia da Mercedes-Benz, para protagonizarem uma campanha publicitária que promove o desconto em manutenções programadas em viaturas com mais de quatro anos.

O vídeo da campanha “Exceder os limites” mostra Sónia Araújo e Mário Daniel a chegarem à oficina e a equiparem-se para iniciar o dia de trabalho, em que fazem o diagnóstico e a intervenção mecânica nos automóveis, com alguns truques de ‘magia’ de Mário Daniel. A assinatura da campanha ‘Exceder os limites’ remete para a ideia de superação da C. Santos, em termos do desconto pós-venda de €150 e €180 destinado a viaturas com mais de quatro e oito anos, respetivamente, válido até 31 de julho.

O filme e fotografias desta campanha foram realizadas nas instalações da Sociedade Comercial C. Santos, na Maia, com produção do departamento de marketing e comunicação da empresa. “Esta campanha foi mais um desafio aceite pelos nossos embaixadores, neste caso de atuarem como mecânicos, excedendo os seus limites. Foi estrategicamente criada pelo departamento de marketing da Sociedade Comercial C. Santos, num trabalho de equipa com o departamento de ‘customer services’”, refere a diretora de marketing da empresa, Ana Bolina.

 

 

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Perfect Storm produz nova campanha internacional da Coca-Cola (com vídeo)

A estrela do filme publicitário produzido por estúdio português e realizado por André Valenti Gaspar é o Coke SoundZ, instrumento desenvolvido com IA que reproduz o som de uma carica a ser retirada da garrafa quando surgem as primeiras bolhas de Coca-Cola. A DaHouse Audio e o produtor musical Fred Pinto Ferreira colaboram na campanha

O estúdio de produção criativa português Perfect Storm, sediado em Lisboa e com delegações na Alemanha e nos Estados Unidos, assina a nova campanha publicitária global da Coca-Cola. O filme publicitário que a integra, realizado por André Valenti Gaspar, produtor executivo e sócio da produtora, com direção de arte de Renato Marques, explora a experiência sensorial que o som da abertura das garrafas do refrigerante despertam nos consumidores, reproduzindo esse efeito no cérebro.

A partir de um trabalho de investigação da neurocientista norte-americana Katherine Lewis, a Perfect Storm desenvolveu o spot do Coke SoundZ, em colaboração com a DaHouse Audio e o produtor musical Fred Pinto Ferreira. O instrumento, criado pela AKQA e a WPP Open X, não só reproduz o som que se ouve quando é retirada a carica e surgem as primeiras bolhas como permite depois usar os fragmentos sonoros identificados para, com recurso a inteligência artificial (IA), fazer misturas musicais.

Psst! Fizz… Clink! Glug… e Ahh! foram os cinco sons identificados pela neurocientista. Depois de isolados, foram reproduzidos com o auxílio da IA e incorporados no sistema de algoritmos usado no Coke SoundZ. O instrumento está a ser distribuído a produtores musicais e DJ, para que incorporem os sons da marca nas misturas musicais que fazem. A versão digital, também disponível, pode ser descarregada gratuitamente na App Store e no Google Play na Europa e nos Estados Unidos.

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Carlos Maciel assume direção da Caras e da Caras Decoração. Mariana Correia de Barros convidada a dirigir Activa

O novo diretor da Caras e da Caras Decoração deixa a TV Mais. Rita Santos, até aqui jornalista da revista de televisão, é promovida a diretora-adjunta. Natalina de Almeida, que assumia a direção das três publicações, abandonou a Trust in News no final de março

Carlos Maciel é o novo diretor das revistas Caras e Caras Decoração. Após a saída de Natalina de Almeida, que acumulava a direção dos dois títulos com a direção da revista feminina Activa, no final de março, a direção interina das três publicações foi temporariamente entregue a Ana Oliveira, Teresa Mafalda e Cíntia Sakellarides, enquanto a administração da Trust in News (TIN), dona dos títulos, procurava uma solução interna para a substituição. A escolha recaiu sobre o diretor-adjunto da TV Mais, que vai ter Rita Santos, até aqui jornalista da publicação televisiva, como diretora-adjunta.

“Já serão eles a fazer as revistas a partir da semana que vem”, confirmou ao M&P Luís Delgado, proprietário da empresa. Embora a decisão da administração da TIN tenha sido chumbada pelo conselho de redação das publicações, que levantou reservas quanto à promoção de Rita Santos, a intenção de apostar na dupla foi levada avante, uma vez que o parecer daquele órgão não é vinculativo.

Mariana Correia de Barros, diretora da revista Prima desde o início do ano, foi convidada a assumir a direção da revista Activa, mas ainda não chegou a acordo com a administração da TIN para acumular os dois cargos. “Está em curso um processo de reestruturação interna, que está a andar bem”, garante Luís Delgado. “Estas mudanças vão potenciar uma maior sinergia interna no grupo, em particular nas revistas femininas, em tudo o que tem a ver com as equipas gráficas e os repórteres fotográficos”, refere.

“Não faz sentido irem dois fotógrafos de duas publicações a um evento quando um pode tirar fotografias para essas duas revistas”, exemplifica. “No trabalho de escrita jornalística, não, mas em tudo o que forem trabalhos que se possam usar, essa sinergia será feita e é importante que seja feita”, defende Luís Delgado, que continua expectante em relação à evolução do mercado publicitário em Portugal.

“Em janeiro, fevereiro e março, não sentimos melhoria nenhuma. Tradicionalmente, janeiro e fevereiro são meses péssimos mas, em março, o mercado começava a mexer. Este ano, não mexeu. Só começou a mexer em abril”, desabafa, sem desanimar. “Em breve, entraremos no período da boa sazonalidade, que acontece em julho, agosto e uma parte de setembro, altura em que as pessoas estão de férias e têm mais tempo para ler”, justifica o empresário.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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APECOM continua a crescer em número de associados

No ano em que faz 35 anos, a Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação recupera o dinamismo de outrora. O reposicionamento iniciado em 2021 tem vindo a atrair novas agências. A autorregulação setorial é um dos desafios que a APECOM tem em mãos

O GCIMedia Group, que integra as agências de comunicação GCI e Media Consulting, é um dos três novos associados da Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação (APECOM), desde os primeiros meses de 2024. É também a 13ª empresa a aderir à organização presidida por Maria Domingas Carvalhosa no espaço de três anos, no âmbito da nova estratégia de abertura e crescimento que tem vindo a ser implementada.

“Quando esta direção foi eleita em 2021, entre os principais objetivos assumidos pelo novo executivo estavam a redefinição e o reposicionamento da APECOM, que deveria ser mais abrangente e incluir entre os seus associados mais empresas, de diferentes dimensões, que integrassem não só os serviços tradicionais de consultoria de comunicação e assessoria de imprensa como outros que, atualmente, também são determinantes para responder às necessidades dos clientes, nomeadamente a representação legítima de interesses, vulgo lobbying, a comunicação digital, o marketing de influência e a ativação de marca. São tudo disciplinas que integram as relações públicas e que deveriam ser chamadas a integrar esta área”, justifica ao M&P Maria Domingas Carvalhosa, presidente da APECOM.

O apelo feito ao setor não demorou tempo a surtir efeito. Entre agosto de 2021 e dezembro de 2022, entraram sete novos associados e, de lá para cá, aderiram mais seis, de dimensões distintas. “Acredito que começámos a ser ouvidos e que a estratégia foi compreendida. Todas estas adesões vieram reforçar a família da APECOM e empoderar ainda mais a associação que defende, em Portugal, os interesses do setor da comunicação e dos public affairs”, refere a responsável.

32 agências representam 60% do mercado

Fundada em 1989, a associação empresarial integra atualmente 32 agências e consultoras, que são responsáveis por cerca de 60% do volume de negócios e 60% da taxa de emprego do setor, segundo um estudo da Informa DB para a APECOM, referente a 2021 e baseado num universo de 121 empresas.

Para beneficiarem das iniciativas de defesa e promoção de interesses, de representação e de apoio ao desenvolvimento sustentado do negócio que a APECOM promove, os associados pagam uma quota anual que não é igual para todos. “É determinada de acordo com a sua dimensão”, esclarece Maria Domingas Carvalhosa, sem adiantar valores médios nem percentagens usadas para o cálculo dos valores que garantem aos associados as vantagens competitivas que a APECOM oferece.

“Temos estabelecido parcerias e protocolos com academias e entidades que os beneficiam, nomeadamente com o Instituto Superior de Gestão (ISG), a Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e a FLAG, só para referir algumas. A APECOM é igualmente membro ativo da International Communications Consultancy Organisation (ICCO), organização mundial representativa do setor, que agrupa um milhar de consultoras em 30 países. O facto de pertencermos ao conselho de administração dessa estrutura traz vantagens acrescidas aos nossos associados em todas as ações de formação, workshops e eventos que a ICCO organiza anualmente”, esclarece a responsável.

Para além de formação especializada, os associados têm também acesso privilegiado a estudos setoriais, protocolos de estágios com universidades, oportunidades de comunicação em conferências e descontos em eventos de comunicação e nas candidaturas a prémios do setor.

Para satisfazer os interesses de todos os associados, independentemente da dimensão e de necessidades que podem ser distintas, a APECOM desenvolveu uma estratégia que não deixa nenhum de fora.

“Como todos temos a aprender com todos, vamos criando grupos de trabalho por temas consoante a atualidade. Temos atualmente em funcionamento um de lobbying, estamos a criar um de sustentabilidade e vamos criar um de marketing de influência”, anuncia Maria Domingas Carvalhosa.

“Acho que o grupo de trabalho de lobbying fez um belíssimo trabalho na dinamização da discussão pública do tema e, depois, ao avançar para a autorregulação, que está disponível, desde 1 de março, no site que criámos para o efeito. A boa notícia é que já aderiram 34 consultoras de comunicação”, informa a dirigente.

Necessidade de regulação une setor

A Team Lewis Portugal é uma das três empresas a adeir à APECOM nos primeiros meses de 2024. “Sendo a maior e mais relevante associação de empresas de comunicação em Portugal, fazia todo o sentido integrá-la. Esta adesão permite-nos colaborar em diversas frentes e enfrentarmos juntos as questões que têm importância para nós e que nos impactam enquanto setor”, justifica Inês Barbosa, diretora da agência de comunicação.

Quando assumiu a direção da Team Lewis Portugal, o ano passado, aderir à APECOM tornou-se logo ponto assente. “Um dos meus objetivos passa por fazer crescer a nossa presença em eventos e por colaborar mais com os nossos pares”, refere ainda.

Apesar de estar no mercado há mais de três décadas, só no início deste ano é que a UPPartner tomou a decisão de integrar a associação empresarial. “Consideramos crucial que exista uma união do setor em torno de questões que são transversais a todas as agências de comunicação e profissionais da área. Há temas, como o lobbying, em que é de extrema importância que falemos todos a uma só voz”, defende Hélio Soares, diretor-executivo da agência de comunicação.

Essa é também a visão do GCIMedia Group, que a 11 de abril também adere à APECOM e ao Código de Conduta de Assuntos Públicos para a Representação Legítima de Interesses, um documento que materializa a missão da organização.

“Reconhecemos que a criação de sinergias é crucial para o nosso futuro enquanto grupo e para a própria resiliência do setor da consultoria de comunicação. A representatividade através da APECOM espelha o sentido de cooperação entre as empresas e a riqueza que daí advém é crucial ao progresso”, considera André Gerson, diretor-geral do GCIMedia Group desde o início do ano.

Para a BloomCast Consulting, uma das três agências que se juntaram à APECOM em 2023, a possibilidade de ter uma voz mais ativa no setor foi um dos argumentos decisivos. “A divulgação do papel fulcral dos órgãos de comunicação social é essencial para a criação de uma democracia saudável e de uma sociedade melhor e informada”, defende Rodolfo Oliveira, sócio-gerente da consultora de comunicação. “A APECOM tem também pugnado por princípios de transparência e regulação, com os quais nos identificamos, que são pilares fundamentais do setor”, justifica ainda o responsável.

Após um afastamento de vários anos, a Porto de Ideias, liderada por Carlos Furtado em parceria com Isabel Côrte-Real, voltou a preencher a ficha de inscrição, regressando à APECOM em 2023.

“Acreditamos que a nossa atividade deve ser defendida e o nosso trabalho reconhecido perante todos os intervenientes profissionais do ecossistema em que atuamos. Essa defesa é mais bem conseguida debaixo de um chapéu associativo e a uma só voz. Por outro lado, tem havido uma proliferação de agências e, por isso, sermos associados desta organização é um fator distintivo que nos favorece enquanto profissionais de referência”, realça Carlos Furtado, diretor executivo da consultora de comunicação.

“No passado, já tínhamos sido associados, mas como sentíamos que estavam a ser cumpridos os desígnios que pressupunha a nossa participação, resolvemos sair”, justifica Carlos Furtado. A estratégia adotada por Maria Domingas Carvalhosa fê-lo mudar de ideias.

“Uma das vantagens de sermos associados é poder beneficiar da partilha de conhecimento e da participação em projetos comuns, como tem sido a criação do código de conduta do lobbying. Também é uma mais-valia podermos apresentar-nos aos nossos clientes e ao mercado com uma imagem de qualidade e confiança que se rege por códigos de ética internacionais”, refere ainda o responsável.

Novas adesões em perspetiva

Apesar de a APECOM estar a atrair mais associados, são muitas as agências que ainda não aderiram à associação empresarial. “Não tenho uma resposta concreta para isso. Como dizia a Mafalda do Quino, o que é urgente não deixa espaço para o que é importante, mas tenho de me debruçar sobre o assunto”, assume Liana Pinto, fundadora da YOLO.

“É algo a considerar seriamente num futuro próximo”, afirma também Pedro Salazar, sócio-gerente da Pedro Salazar PR. Beatriz Almeida, diretora da 17.Com, também não exclui a hipótese de vir a aderir à APECOM.

Os requisitos exigidos pela APECOM

Para poderem ser aceites na APECOM, as empresas interessadas têm de ter, além da consultoria em comunicação e relações públicas como atividade principal, “pelo menos três anos de atividade permanente efetiva, um volume mínimo de negócios anual igual ou superior a €200 mil, um número mínimo de colaboradores com funções executivas a tempo inteiro (no quadro) de quatro”, estabelece a associação.

“Serão também admitidas as empresas candidatas com menos de três anos de atividade permanente efetiva, mas com sócios de reconhecida e comprovada experiência no setor, incluindo empresas internacionais membros de associações filiadas na ICCO quando proposta por dois sócios efetivos”, esclarece a APECOM. Terem sido constituídas no quadro da legislação portuguesa em vigor e com instalações permanentes em território português é outro dos requisitos.

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Comunicação

Microagências de comunicação estão a mudar paradigma

Há cada vez mais marcas nacionais e internacionais a trocar agências de comunicação de média e grande dimensão por estruturas mais pequenas, que já representam 86% do mercado. São também responsáveis por 45% do volume de negócios do setor e empregam 53% dos consultores. Ainda faturam menos de €2 milhões, mas o negócio não para de crescer

Carlota Morais Pires iniciou a carreira como jornalista. Em 2017, sai da Vogue Portugal para trabalhar numa agência de comunicação. É nessa altura que começa a equacionar a possibilidade de se lançar sozinha num setor, até aí, dominado por agências de média e grande dimensão.

“Ser freelancer foi um passo natural. Tinha aprendido na revista a ser exigente com o texto e com a imagem, a compreender a relevância dos temas e a fazer uma curadoria. Sabia também como é que a imprensa precisava de receber a informação e também já tinha alguns contactos interessantes”, explica a fundadora e diretora de comunicações da The Communication Studio, uma das pequenas agências de comunicação que, nos últimos anos, surgem no mercado, disponibilizando serviços mais personalizados.

Numa fase inicial, Carlota Morais Pires trabalha com marcas portuguesas, que a vão recomendando a outras. “De um momento para o outro, já fazia sentido criar uma empresa e uma identidade e ter uma estratégia e uma carteira de clientes mais sólida”, recorda a empresária, que criou a The Communication Studio, sozinha, em 2021.

A maioria das microagências que hoje opera no mercado arrancou com uma ou duas pessoas. Pedro Salazar, sócio-gerente da Pedro Salazar PR, foi um dos primeiros a antecipar a tendência. “Quando fundei a agência em 2010, após passar pelo jornalismo e por três agências de comunicação e relações públicas, duas delas líderes de mercado na época, pareceu-me que havia espaço e oportunidade para desenvolver um modelo de negócio mais próximo, exclusivo e focado nos clientes e no potencial mediático das suas histórias. O modelo de agência boutique era, na altura, uma novidade”, recorda o empreendedor.

Bang & Olufsen, Volvo, Breitling, Lego, Air France, Toys ‘R’ Us, KLM, Lazartigue, Jack & Jones e Logitech são apenas algumas das muitas marcas internacionais que, em Portugal, em vez de recrutarem uma grande agência, preferem entregar a comunicação a organizações com estruturas mais reduzidas. “A opção por uma empresa muito pequena garante um serviço quase exclusivo e quase totalmente dedicado”, reconhece Maria Domingas Carvalhosa, presidente da Associação Portuguesa das Empresas de Comunicação (APECOM).

“Parece-me difícil que, no geral, clientes muito grandes possam ter toda a sua comunicação assegurada apenas pelos recursos de uma empresa muito pequena. No entanto, isso tem de ser visto caso a caso, de acordo com as necessidades dos clientes”, opina a também diretora-geral da Wisdom, consultora especializada em comunicação e public affairs.

De acordo com um estudo realizado pela Informa DB para a APECOM em 2023, análise que tem por base dados financeiros referentes a 2021, em Portugal só 14% das agências de comunicação fatura entre €2 milhões e €10 milhões. As restantes 86% faturam menos de €2 milhões, apesar de serem responsáveis por 45% do volume de negócios do setor e empregarem 53% dos consultores.

Empatia favorece escolha

Num país onde 55% do volume de negócios do setor está nas mãos de agências de média e grande dimensão, com mais meios e recursos, investir numa microagência de comunicação é uma decisão arriscada. Apesar de estarem cientes desse facto, os que o fazem nunca duvidaram da recetividade do mercado.

“Há uma enorme vantagem em trabalhar com as agências mais pequenas no que respeita o serviço ao cliente. Posso afirmá-lo por ter trabalhado vários anos numa das maiores agências de comunicação do país. Era normal termos muitos clientes e não conseguirmos dispensar tempo de qualidade para eles e para nós. Agora, procuramos dar a mesma atenção a todos os clientes, com uma oferta de serviços idêntica às das grandes agências”, assegura Beatriz Almeida, diretora da 17.Com, agência que funda, em 2016, após deixar a GCI, onde trabalhou durante 15 anos. Arranca sozinha com três clientes. Hoje, tem sete avençados permanentes e já emprega cinco pessoas.

Inicialmente, a intenção de Beatriz Almeida ao investir numa estrutura pequena era ter mais tempo para dedicar aos filhos pequenos. Mas há quem se aventure neste negócio pela vontade de explorar outras áreas. “O meu intuito não era propriamente criar uma agência, queria abraçar outro tipo de projetos, nomeadamente na área da comunicação e produção de espetáculos, algo que não tinha a possibilidade de fazer na agência onde então trabalhava. A partir daí, fui desenvolvendo o conceito da Suit PR, o de termos tudo à medida de cada cliente como se fossemos alfaiates de comunicação. Sejam marcas grandes ou pequenas, temos esta liberdade de poder apresentar propostas à medida das necessidades, objetivos e orçamentos de cada cliente”, ressalva Paula Carvalho, fundadora e diretora de clientes da Suit PR.

Abre a empresa, sozinha, em 2013 com três clientes. Hoje, tem 18 e está a recrutar o sexto colaborador. “Acima de tudo, penso que as grandes marcas internacionais investem em agências mais pequenas por uma questão de empatia. Por detrás das insígnias estão pessoas e essas pessoas querem encontrar alguém que compreenda a sua marca e que a comunique com paixão e propósito. Há empresas que preferem a estrutura de uma grande agência, mas outras preferem o conforto que as mais pequenas proporcionam”, assegura a empreendedora.

A cobrança de valores inferiores é, muitas vezes, apontada como uma das causas que tem favorecido o crescimento das microagências. Uma opinião que não é unânime. “Os haters dirão que é uma questão de preço. Acho que já não o é e até me questiono se algum dia o foi”, confidencia Maria Saldanha Daun, fundadora da agência com o mesmo nome, que continua a ter a dona como única colaboradora desde que é criada, em 2015.

“O rácio custo do serviço versus o retorno do investimento é relevante. Porém, especialmente em clientes com grande notoriedade, tanto nacionais como internacionais, os motivos para esta escolha vão desde a perceção entre resultados prometidos e obtidos e a flexibilidade e capacidade de resposta da agência às necessidades do cliente, até à proximidade entre o consultor e o cliente”, considera Pedro Salazar.

O fator humano é crucial. Nisso estão todos de acordo. “A agência, por muito próxima que seja, é sempre uma organização constituída por diferentes pessoas. O cliente confia na identidade de renome, mas nem sempre sabe ao certo com quem vai trabalhar no dia a dia e não escolhe os interlocutores. Com um freelancer ou com as agências pequenas, escolhe uma determinada pessoa, com uma determinada experiência e um determinado perfil. A somar a tudo isto, há também uma disponibilidade diferente e uma relação muito mais próxima. Na grande maioria dos meus clientes, sou parte integrante da estrutura de marketing ou da direção, participando em todas as decisões desde a ideia até à concretização. Isto requer tempo e disponibilidade, que eu atribuo a cada cliente de acordo com as necessidades e não com uma bolsa de horas contratualizada”, revela Maria Saldanha Daun. “Tenho clientes em Espanha há mais de dois anos que nunca vi pessoalmente, mas que considero amigos”, revela ainda.

Decisores procuram identificação

Ter uma boa rede de contactos é sempre imprescindível para o sucesso do negócio, mas na fase de arranque é crucial. Liana Pinto, cofundadora e diretora de comunicação da You Only Live Once, mais conhecida no mercado pela sigla YOLO, sempre o soube.

“Sou de instinto e de impulso, acreditei que conseguia criar a minha própria agência de comunicação e, em 2019, avancei, seguindo o exemplo de outras ex-colegas. Tinha os contactos, a experiência e a vontade e acreditava, como ainda hoje acredito, que há espaço para todos. As marcas não se esgotam e, como tal, a comunicação também não. O que muda é a forma de a fazer”, garante a ex-diretora de contas da GCI.

“Nesta atividade, é preciso ser um bom relações públicas, porque as marcas seguem as pessoas. Se eu saio de uma agência e crio uma, mesmo que pequena, a probabilidade do cliente ir comigo é muito elevada, visto que, na maioria das vezes, eu era o único interlocutor”, refere Liana Pinto.

A ex-colega Paula Carvalho é exemplo disso. Quando decidiu sair da GCI, a Lego, um dos seus primeiros clientes, acompanhou-a, até hoje. “Não sei se o aparecimento destas microagências é uma tendência, acho que tal sucede porque acaba por haver uma maior identificação dos decisores das marcas com a nossa visão da comunicação”, afirma a fundadora e diretora de clientes da Suit PR.

“Temos os mesmos picos de trabalho que as grandes agências, depende dos clientes, da época do ano e da agenda mediática. Temos a vantagem de poder escolher os projetos em que acreditamos e que realmente nos apaixonam. A principal desvantagem, que diria que com o tempo está a desvanecer, é a importância que as marcas atribuem às estruturas das grandes agências. Talvez por isso é que se nota uma maior flutuação de marcas grandes a transitar para agências mais pequenas”, afirma ainda Paula Carvalho. “Com tantas pequenas agências a dar provas de qualidade nos tempos que correm, o mercado começa a reconhecê-las e a dar-lhes espaço”, sublinha a empresária.

Marcas valorizam proximidade e personalização

Nas últimas semanas, a Toys ‘R’ Us trocou a ADBD Communicare, uma agência no mercado há 24 anos, pela 17.Com, a microagência fundada por Beatriz Almeida em 2016. “Fizemo-lo pela relação de proximidade, e até de uma certa intimidade, que se criou e que me permite sentir que conhecem realmente a minha empresa e que estamos a trabalhar verdadeiramente em equipa. Há uma maior rapidez de resposta com modelos e soluções que estão bem enquadrados nos nossos objetivos e com melhores níveis de eficácia”, assegura Susana Setúbal, diretora de marketing da Toys ‘R’ Us Portugal.

As marcas que têm trocado agências de comunicação maiores por microagências justificam a decisão com a maior proximidade e personalização que conseguem ter. “Procurávamos uma pessoa polivalente, capaz de se adaptar às nossas necessidades a cada momento, que tivesse flexibilidade e espírito de serviço ao cliente e que nos garantisse um acompanhamento personalizado e de confiança. Encontrámo-la na Pedro Salazar PR, que é a nossa agência em Portugal desde 2017”, explica ao M&P fonte da Air France-KLM.

A TK Elevators, antiga Thyssenkrupp, é outra das marcas a aperceber-se do potencial das microagências. “Houve uma ligação imediata com a YOLO. Procurávamos um parceiro que pudesse ser a extensão do nosso departamento interno, porém sem uma grande estrutura associada e sem que isso comprometesse a qualidade do trabalho. Confiámos na nossa intuição e estamos muito satisfeitos com a escolha que fizemos, há já quase cinco anos”, assume Helena Calado, diretora de comunicação, de marketing e de ambiente, social e governança corporativa da TK Elevators Portugal.

A transportadora norte-americana UPS também prefere a Suit PR a uma agência maior. “Escolhemo-la pela sua ligação à rede de meios e jornalistas portugueses e comprovada criatividade”, explica Natacha Montenegro, diretora de comunicações sénior da empresa na Europa, Médio Oriente, África e Índia.

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Oliveira da Serra explica importância de renovar, reciclar e reaproveitar com ajuda da McCann Lisboa (com vídeo)

A nova campanha, Juntos Podemos Fazer O Bem Pela Terra, dá seguimento à campanha O Bom, Pela Terra, lançada há um ano. O filme publicitário que a integra, realizado por Gonçalo Morais Leitão com produção da More Maria, foi recuperado. Os múpis são novos

A Oliveira da Serra está a dar seguimento à campanha O Bom, Pela Terra, lançada há um ano, com a campanha multimeios Juntos Podemos Fazer O Bem Pela Terra. A nova comunicação promocional, que inclui novos múpis com fotografia de Nuno Correia, explica importância de renovar, reciclar e reaproveitar, recuperando o filme publicitário da campanha anterior, com criatividade da McCann Lisboa e produção da More Maria, realizado por Gonçalo Morais Leitão, com direção de fotografia de Bruno Grilo, produção executiva de Alexandra Dias e direção de arte de Artur Pinheiro, com consultoria ambiental de Dörte Schneider.

Com planeamento de meios da Mindshare, a nova campanha está a ser divulgada em televisão, imprensa digital, múpis e pontos de venda, além das redes sociais. Ao longo dos próximos meses, a mensagem ecológica será amplificada através de ações de marketing de influência. “A campanha também inclui parcerias e colaborações com influenciadores que irão contribuir com conteúdos para as nossas redes sociais”, informa a Oliveira da Serra em comunicado de imprensa.

“Esta nova campanha reflete, uma vez mais, o nosso compromisso contínuo com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. Queremos inspirar os nossos consumidores a fazerem escolhas que beneficiem o planeta, enquanto destacamos algumas das ações que praticamos com esse mesmo objetivo”, refere Loara Costa, diretora de marketing e trade marketing da Sovena, que detém a marca. Além de usar embalagens 100% recicláveis feitas com plástico reciclado e utilizar eletricidade 100% verde, a Oliveira da Serra transforma caroços de azeitonas em energia no Lagar do Marmelo, em Ferreira do Alentejo.

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Audiências: TVI reforça liderança e pay TV atinge valor mais elevado do ano em abril

No quarto mês de 2024, o futebol volta a figurar entre os programas de televisão mais vistos, ocupando as três primeiras posições da tabela. O sucesso do reality show Big Brother, exibido pela TVI, também impulsionou o crescimento do canal de cabo TVI Reality

A análise de audiências de televisão da agência de meios Initative, que integra o grupo Mediabrands, revela que, em abril, o consumo televisivo em Portugal, em termos de audiência média, verificou uma diminuição de 5% face ao mês de março. Entre os canais FTA, a TVI, com um share de 15.4% (+0.5 p.p. vs. março 2024), reforça a liderança. A SIC ficou na 2a posição, com um share de 14.3% (-0.4 p.p. vs. março 2024). Em 3o, ficou a RTP1, que, apesar de ter o programa mais visto do mês, a 2a mão das meias-finais da Taça de Portugal entre o Benfica e o Sporting, registou um share de 10.3% (-0.2 p.p. vs. mês anterior).

Depois de, em março, terem registado o share mais elevado desde que há registo, em abril, os canais que integram a tipologia Outros verificaram uma diminuição de 0.5 p.p. vs. março. Em sentido contrário, encontra-se a tipologia de pay TV, que, com um crescimento de 0.5 p.p. atinge o valor mais elevado do ano.

No mês de abril, a pay TV registou um crescimento de 0.5 p.p. vs. março de 2024, com o TVI Reality (+0.4 p.p. vs. março) e a SIC Mulher (+0.2 p.p. vs. março) a serem os canais que assinalaram o maior aumento. Com o aproximar do fim do campeonato nacional de futebol, as últimas jornadas despertam um maior interesse junto dos portugueses. O mês de abril fica marcado por dois decisivos jogos na luta pelo título de campeão nacional (Sporting x Benfica) e (Porto x Sporting), que provocaram um crescimento dos canais Sport TV+ (+0.2 p.p.) e Sport TV1 (+0.1 p.p.) face ao último mês.

Em abril, o top 3 dos programas mais vistos voltou a ser novamente composto por jogos de futebol. A segunda mão da meia-final da Taça de Portugal Placard entre o Benfica e o Sporting, transmitido pela RTP1, foi o programa mais visto do mês. O jogo alcançou uma audiência média de 2 milhões e 229 mil telespetadores, o que representou um share de 42.1%. Os jogos dos quartos de final da Liga Europa, transmitidos pela SIC, entre o Benfica e o Marselha, ficaram na 2a posição. Os dois jogos contaram com uma audiência média de 1 milhão e 872 mil telespetadores e um share de 37.6%.

A completar o pódio surgem os jogos da Liga dos Campeões, transmitidos pela TVI. O Manchester City x Real Madrid e o PSG x Barcelona registaram uma audiência média de 1 milhão e 165 mil telespetadores, o que representou um share de 24.3%. Se retirarmos os jogos de futebol, podemos verificar que o Big Brother ocupa as quatro primeiras posições, com o programa Big Brother – Os Grupos a ser o programa mais visto com uma audiência média de 1 milhão de telespetadores e um share de 25.7%.

No que toca às audiências por período horário, durante o mês de abril, a SIC manteve a liderança durante o período do almoço e no primeiro prime-time com um share de 21.1% e 17.1%. A TVI, em contrapartida, mantém a liderança no segundo prime-time (22h30-24h) e no late night (00h-02h30) com um share de 17.2% e 16.6%, respetivamente. Em abril, a TVI consegue roubar a liderança à RTP1 no período da manhã (13.5% vs. 13.2% da RTP1) e no pré-prime (15.2% vs. 13.8% da RTP1). Consegue também ultrapassar a SIC no período da tarde (13.9% vs. 13% da SIC).

Fonte: Initiative

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DAZN adquire direitos do FIA Formula 1 World Championship para o triénio 2025-2027

O acordo assinado também abrange os direitos de transmissão da Fórmula 2, da Fórmula 3, da F1 Academy e da Porsche SuperCup, anuncia a plataforma digital do DAZN Group, que em abril renovou com a La Liga EA Sports, por mais cinco anos, em Portugal e Itália

Depois de ter garantido os direitos de transmissão da La Liga EA Sports para Portugal e Itália até junho de 2029, a DAZN acaba de anunciar a aquisição dos direitos televisivos do FIA Formula 1 World Championship para o triénio 2025-2027. “A DAZN Portugal garante a transmissão de todos os grandes prémios, incluindo as sessões de treino, qualificações e sprint, com comentários especializados em português”, informa a plataforma digital do DAZN Group em comunicado de imprensa.

“Além da Fórmula 1, o acordo inclui ainda os direitos de transmissão da Fórmula 2, da Fórmula 3, da F1 Academy e da Porsche SuperCup”, esclarece o documento. “Este acordo consolida o posicionamento da DAZN como o destino referência para os fãs de desporto que, na próxima época, agregará Formula 1, Premier League, La Liga, Bundesliga e todas as competições europeias da UEFA num único serviço”, refere ainda o comunicado.

Com um total de 24 corridas, a temporada de 2025 arranca com o Grande Prémio da Austrália, o que não acontecia desde 2019. Outra das novidades daquela que é a maior prova de motores do mundo é a transferência do heptacampeão mundial Lewis Hamilton para a Scuderia Ferrari, uma mudança que está a gerar grande expetativa, aumentando o interesse da competição e a audiência televisiva esperada.

No ano seguinte, não será diferente. “Em 2026, o campeonato vai contar com novos regulamentos e a entrada de duas gigantes mundiais do mercado automóvel e da competição, a Audi e o regresso da Ford à Fórmula 1 para suportar a Red Bull Powertrains”, informa ainda a DAZN. “Queremos dar continuidade ao crescimento do desporto motorizado em Portugal e, acima de tudo, continuar a valorizar o nosso produto para os fãs de desporto”, sublinha Jorge Pavão de Sousa, diretor-geral da DAZN Portugal.

“Agregar a maior competição de motores do mundo ao melhor futebol da Europa é mais um passo importante para a DAZN ser a referência do entretenimento desportivo com o melhor portefólio de conteúdos em Portugal. Além de mantermos as competições preferidas dos portugueses, assegurámos já três novas competições para a próxima época desportiva, a UEFA Europa League, a Conference League e agora a Fórmula 1, com o objetivo de oferecer o melhor do desporto num único serviço”, refere o responsável.

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Marketing

Carlos Estorninho assume direção de marketing da Coldwell Banker Portugal

Licenciado em comunicação empresarial pelo ISCEM, o novo diretor de marketing da consultora imobiliária norte-americana passou pelo Grupo Teixeira Duarte, pela Philip Morris Internacional e pelo Banco Finantia antes de abraçar o novo desafio profissional

Carlos Estorninho é o novo diretor de marketing da consultora imobiliária Coldwell Banker Portugal. Ex-quadro do Grupo Teixeira Duarte, da Philip Morris Internacional e do Banco Finantia, licenciou-se em comunicação empresarial pelo Instituto Superior de Comunicação Empresarial (ISCEM) em 2007. Aprofundou posteriormente os conhecimentos em marketing e comunicação na FHWien, na FLAG e na Lisbon School of Economics & Management do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Aumentar a notoriedade da multinacional norte-americana em Portugal no período desafiante que o mercado imobiliário atualmente enfrenta é um dos principais desafios que o marketeer tem em mãos. “A Coldwell Banker é a marca com mais história no em todo o setor imobiliário, contando com 118 anos de existência. Em Portugal, atravessa uma fase de consolidação que é o culminar de cinco anos de atividade”, refere Carlos Estorninho.

No final de 2023, a  empresa registou o melhor trimestre de sempre desde que a consultora imobiliária entrou em Portugal, superando também a marca dos 200 colaboradores em território nacional. Em 2024, a intenção é aumentar a faturação e reforçar a rede de agentes. “A comunicação e as marcas do setor vão cada vez mais apostar em valores diferenciadores e na autenticidade valores que a Coldwell Banker já pratica”, sublinha o novo diretor de marketing.

“Estamos extremamente satisfeitos em dar as boas-vindas ao Carlos Estorninho. A experiência e os valores dele alinham-se perfeitamente com os nossos princípios. Estamos com muita vontade de trabalhar com o Carlos e aproveitar todas as suas valências para fortalecer a nossa posição no setor imobiliário”, assume Frederico Abecassis, CEO da Coldwell Banker Portugal. Em Portugal desde 2018, a consultora conta atualmente com 100.000 colaboradores em três milhares de agências espalhadas por 41 países.

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