A coragem de quem dá a cara e o sangue para batalhar um preconceito
‘O Cartaz HIV Positivo’ (na foto), da Ogilvy Brasil para o Grupo de Incentivo à Vida, é a campanha que Gabriel Mendes gostaria de ter feito, e a ‘Popota (2018)’, para o Continente, é a que mais gostou de fazer. O diretor de arte sénior da Judas explica as razões das escolhas, na rubrica do M&P Como É Que Não Me Lembrei Disto?

Daniel Monteiro Rahman
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Qual é a campanha que gostaria de ter feito?
É muito fácil ser repetitivo ao responder a esta pergunta citando umas das várias campanhas multipremiadas que habitam o nosso subconsciente. Mas no topo da minha lista de referências está a campanha ‘O Cartaz HIV Positivo’, da Ogilvy Brasil.
Quais são as razões dessa escolha?
Adoro esta ideia por vários motivos, mas o maior talvez seja o facto de ser uma daquelas ideias difíceis de reproduzir. É praticamente impossível ficar indiferente a um cartaz com a inscrição ‘Portador de HIV’, pelo menos até a campanha desconstruir este preconceito e revelar que isto deveria ser algo perfeitamente normal.
O que é que lhe chamou mais a atenção, o texto, a imagem, o protagonista ou outro aspeto da campanha?
Mais do que o ‘copy’ e o ‘craft’, a coragem. Por se tratar de um tema preconceituoso e de combate à desinformação, sem um grupo de pessoas corajosas, esta ideia nunca teria visto a luz do dia. Dos criativos que tiveram a coragem de apresentar esta ideia aos diretores criativos; dos diretores criativos que a aprovaram; dos parceiros que se envolveram na produção; e, sobretudo, das pessoas que deram a cara – e o sangue – em prol da causa.
Esta campanha inspirou-o a nível criativo?
Bastante. Sobretudo, mantendo acesa a chama sobre como o nosso trabalho pode mudar alguns comportamentos, ou, no mínimo, fazer as pessoas pensar sobre os mesmos.
Qual é a campanha que fez que mais o concretizou profissionalmente?
Não foi a mais recente nem a mais premiada, mas ter feito a campanha da Popota de 2018, para o Continente, foi, sem dúvida, muito especial. Para além da honra de criar para uma celebridade tão marcante para o Natal dos portugueses e de ter trabalhado com pessoas de quem gosto muito, foi mágico ir buscar o meu filho ao colégio e vê-lo orgulhoso a contar que o pai havia feito aquilo.
Como é que chegou a esta ideia e avançou para a execução?
Todos nós já tivemos aquela curiosidade de espreitar um embrulho para saber o que está lá dentro. Foi a partir deste ‘insight’ que idealizámos uma criança curiosa para entrar no mundo dos brinquedos e conhecer a Popota.
Para isso, foi necessário filmar várias cenas com recurso a efeitos 3D e, apesar das aparências, com os parceiros certos e pessoas talentosas envolvidas, o processo acabou por ser bastante fluido e o resultado excelente. Hoje, seis anos depois, o vídeo no YouTube conta com quase meio milhão de visualizações.
O que é que faz quando não tem ideias?
Tento fazer qualquer outra coisa que não esteja relacionada com o problema. Depois, quando regresso ao problema, parece que tenho um novo problema, mas com um prazo mais curto. A minha terapeuta agradece.
Ficha técnicaCampanha ‘O Cartaz HIV Positivo’ |
Ficha técnicaCampanha ‘Popota’ |