CES 2025: IA e a redefinição do futuro do marketing
No CES 2025, que termina a 11 de janeiro, o palco é dado à intersecção entre IA e publicidade, demonstrando o futuro da IA enquanto agente transformador da relação das marcas com os consumidores e da forma como os marketers elaboram as estratégias

Daniel Monteiro Rahman
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Já são conhecidas algumas das novidades do Consumer Electronic Show (CES) 2025, que termina este sábado, 11 de janeiro, em Las Vegas, direcionadas para profissionais de marketing, com o que a inteligência artificial (IA) reserva neste domínio. A Disney destaca-se com soluções baseadas em IA para publicidade direcionada e ‘insights’ orientados por dados, enquanto nos debates o mote é dado pelos agentes de IA e da presença de IA em dispositivos e em simulações, que podem ser oportunidades de marketing.
A apresentação da Disney revela a nova plataforma de streaming da ESPN, que contará com anúncios dinâmicos baseados em IA, adaptados a diferentes públicos no mesmo espaço publicitário, juntamente com a compra programática em tempo real. A empresa também anuncia, pela primeira vez, dados relativos ao número de subscritores dos pacotes de ‘streaming’ suportados por anúncios: as suas plataformas atingem 157 milhões de utilizadores por mês a nível mundial, dos quais 112 milhões estão nos Estados Unidos, segundos os dados citados na Ad Age.
Ferramentas de IA como o Disney Compass, novo painel de controlo que permite acompanhar o desempenho das campanhas publicitárias em tempo real, o Disney Select AI Engine, que prevê segmentos de audiência para otimizar as campanhas, e os anúncios interativos Pause Plus, em que utilizadores interagem com conteúdos gamificados e compráveis, são outras das inovações que chegam em 2025.
O CES é também palco de discussões sobre tecnologias emergentes de IA. Os agentes de IA, capazes de realizar tarefas de forma autónoma com supervisão mínima, que estão a ganhar importância como ferramenta para profissionais de marketing, e é um dos destaques do evento.
A Accenture, consultora de gestão e tecnologia de informação, apresenta-se com um conjunto de 12 agentes de IA, concebidos para centralizar dados, identificar oportunidades de crescimento e otimizar campanhas publicitárias. Jill Kramer, diretora de marketing da Accenture, destaca a importância de compreender estas tecnologias para se manter competitivo. “Este é um momento em que é necessário compreender profundamente esta tecnologia”, argumenta à Ad Age.
A IA em dispositivos, incorporada diretamente nos ‘wearables’, por exemplo, é outro tema na ordem do dia. Esta tecnologia permite que as marcas acedam a dados contextuais mais detalhados, o que pode melhorar a personalização da publicidade. Cathy Hackl, CEO da Spatial Dynamics, empresa de soluções de computação espacial e IA, considera que “a IA em dispositivos está a tornar-se cada vez mais relevante, à medida que os dispositivos portáteis com IA ganham popularidade”. Para os marketers, isto abre portas a experiências imersivas, que ligam as marcas mais diretamente aos consumidores.
A IA de simulação acrescenta outra dimensão de interesse. Com base nas capacidades dos gémeos digitais, as marcas podem agora testar produtos e estratégias de marketing em ambientes virtuais, simulando interações dos consumidores e fornecendo informações que podem aperfeiçoar as campanhas no mundo real. Cathy Hackl destaca o potencial dos grupos de análise sintéticos alimentados por IA, que permitem às marcas “explorar o comportamento do consumidor de formas inéditas”.
Com avanços na personalização, na publicidade imersiva e nos ambientes de teste virtuais, a intersecção da IA com a publicidade posiciona-se como o impulso da inovação no setor em 2025.