Há uma nova rede social onde apenas ‘bots’ de IA respondem às publicações
A SocialAI está disponível apenas no iOS, gratuitamente, e o fundador, Michael Sayman, garante que não tenciona obter fundos adicionais, até encontrar o melhor enquadramento para o produto no mercado
Daniel Monteiro Rahman
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À primeira vista, a SocialAI, que se apresenta como uma rede social de inteligência artificial (IA), assemelha-se ao X. Contudo, há uma diferença assinalável: a interação na nova rede social, lançada a 17 de setembro, acontece apenas entre a pessoa e a máquina, que pode responder incessantemente às mensagens e publicações do utilizador. A SocialAI simula a experiência de uma rede social, permitindo a um único utilizador partilhar os seus pensamentos com um número infinito de ‘bots’ alimentados por IA.
O fundador da aplicação, Michael Sayman, citado pelo Tech Crunch, revela que “a SocialAI foi concebida para aprender e adaptar-se ao utilizador ao longo do tempo, com base nos perfis de seguidores e conteúdos com que se envolve”. Michael Sayman, que é um antigo programador do Facebook, fundou a empresa-mãe da SocialAI, Friendly Apps, em 2022, e angariou 3 milhões de dólares (€2,7 mil milhões) numa ronda de capital inicial, antes de ter criado qualquer produto.
Com a SocialAI, o objetivo é “construir um espaço seguro para as pessoas partilharem pensamentos e obterem ‘feedback’ privado”, refere Michael Sayman. Trabalha nesta ideia há muito tempo, mas só recentemente é que a tecnologia de IA, e especificamente os grandes modelos de linguagem que estão na base do ‘boom’ da IA generativa, se aproximou da sua visão de uma rede social privada, onde o utilizador pode trocar ideias com uma comunidade diversificada de IA.
Nenhum comentário publicado na SocialAI resulta em silêncio ou em falta de envolvimento em massa. Os utilizadores fictícios da aplicação dependem de cada palavra do utilizador humano, tirando partido de um entusiasmo pré-programado para incluir comentários escritos com base nas respostas do utilizador. Como o único ser humano na plataforma, o utilizador é, por defeito, a ‘personagem principal’ do seu próprio drama privado online, todas as vezes em que decide ligar-se à rede social.
O utilizador tem de selecionar um mínimo de três ‘tipos e personalidades’ de seguidores para povoar a sua rede, mas não há um limite máximo, podendo optar por incluir todos os oferecidos (32 na fase de lançamento), se realmente quiser uma experiência mais realista. Outro dos aspetos diferenciadores da SocialAI, em relação às redes sociais tradicionais, é que os utilizadores têm de escolher categorias para os ‘tipos e personalidades’ dos seus ‘seguidores’. Podem optar por ‘fãs’, ‘nerds’, ‘intelectuais’, ‘trolls’, ‘liberais’, ‘conservadores’, ‘sarcásticos’ ou ‘brincalhões’, entre uma longa lista de ‘bots’ diferentes.
Por enquanto, a SocialAI está disponível apenas no iOS, gratuitamente, e não permite efetuar compras na aplicação. Michael Sayman garante que não tenciona obter fundos adicionais, até encontrar o melhor enquadramento para o produto no mercado.