Edição digital
PUB
Media

1991 – 2024. O que é que se passou na Global Media?

Está aberta uma nova era. A assembleia geral realizada a 19 de fevereiro, por convocatória dos acionistas minoritários José Pedro Soeiro e Kevin Ho, dá novo fôlego às publicações do […]

Cristina Dias Neves
Media

1991 – 2024. O que é que se passou na Global Media?

Está aberta uma nova era. A assembleia geral realizada a 19 de fevereiro, por convocatória dos acionistas minoritários José Pedro Soeiro e Kevin Ho, dá novo fôlego às publicações do […]

Sobre o autor
Cristina Dias Neves
Artigos relacionados
Nova Expressão renova conta de media de €1,2 milhões com a Opticalia
Comunicação
Filipa Alves é a nova diretora criativa da Happy Brands
Publicidade
Receitas publicitárias da Meta crescem 26,8%
Digital
Concurso europeu apoia novas tecnologias aplicadas aos media em Portugal
Digital
Filomena Spranger Jorge assume direção de marketing do Burger King Portugal
Marketing
Futebolista Rafael Leão protagoniza adaptação portuguesa da nova campanha global da Adidas (com vídeo)
Publicidade
Reveja os melhores momentos dos Prémios de Marketing M&P’23 (com fotos)
Marketing
ThePitch arrisca em duas frentes
Range Rover e JNcQuoi unem-se pela mobilidade
Marketing
Sagres apresenta nova campanha com passatempo para o Euro 2024 (com vídeo)
Publicidade

Está aberta uma nova era. A assembleia geral realizada a 19 de fevereiro, por convocatória dos acionistas minoritários José Pedro Soeiro e Kevin Ho, dá novo fôlego às publicações do Global Media Group. É nomeada uma nova administração após a demissão dos administradores executivos indicados pelo acionista maioritário World Opportunity Fund e aberta a porta para a reorganização dos títulos.

A TSF, o Jornal de Notícias (JN) e O Jogo, bem como as publicações JN História, Notícias Magazine, Evasões e Volta ao Mundo ficam apalavradas para um novo grupo de investidores, constituído por Diogo Freitas, da OfficeFood Brands, empresa sediada em Ponte de Lima que se dedica à fabricação e distribuição alimentar, e mais três entidades: o Grupo Parsoc e o Grupo Ilíria, que têm em comum o estarem no negócio da distribuição de tabaco, e a empresa Mesosystems, que atua na área da cosmética. Os históricos Diário de Notícias (DN) e Açoriano Oriental mantêm-se sob gestão direta do Global Media Group (GMG), cujos sócios são Marco Galinha, José Pedro Soeiro, Kevin Ho e António Mendes Ferreira.

De saída está o mais recente acionista, o polémico World Opportunity Fund (WOF). Os termos e os valores em que esta saída acontece não são ainda conhecidos, mas certo é que também nunca foram divulgados os termos e os valores da sua entrada.

Entretanto, Domingos de Andrade, antigo diretor do Jornal de Notícias foi indicado para diretor-geral dos títulos que passam para as mãos do grupo de empresários do Norte, liderado pela OfficeFood Brands. Também a Global Media escolheu um novo presidente executivo, Vitor Coutinho, um antigo padre que foi vice-reitor do Santuário de Fátima. Entraram também novos elementos para a administração: Diogo Queiroz de Andrade, que estava no Observador, e Rui Rodrigues, um gestor comercial da área dos media que é atualmente sócio da Spectacolor, a empresa que explora a publicidade das caixas Multibanco.

O Meios & Publicidade apurou que o objetivo é a Global Media manter uma quota de 30% na nova sociedade constituída pelo grupo de novos acionistas do JN. A ideia é conseguir explorar as sinergias que existem entre as publicações do grupo. Assim, se tudo correr de feição para a nova administração do GMG, já justificaria dar um novo nome à empresa.

O grupo que Joaquim Oliveira comprou por 300 milhões de euros à Portugal Telecom (PT) pouco ou nada tem a ver com o que é agora. Se a quota de 40% que Marco Galinha adquiriu em 2020 for valorizada pelo montante que consta que tenha despendido na sua aquisição (cerca de 10 milhões de euros, dos quais 6 milhões em injeções de capital fresco), poderá querer dizer que, em setembro de 2020, o grupo valeria uns 25 milhões de euros, apenas 8% do que era 15 anos antes.

Tendo em consideração tudo o que se tem vindo a passar no universo dos media nestes últimos anos, não se estranha que tenha acontecido uma grande desvalorização, mas justifica-se uma perda tão significativa de valor? Embora o grupo não tenha já no seu portfólio dois valiosos edifícios históricos, as sedes do Jornal de Notícias no Porto e do Diário de Notícias em Lisboa, avaliadas em 2015 em 40 milhões de euros, ainda possui uma quota bastante significativa na agência de notícias Lusa, bem como na distribuidora Vasp.

Afinal de contas, o que se passou? Como foi possível que uma empresa detentora de títulos tão fortes e prestigiados no panorama português tenha chegado a esta situação? E já depois de ter sido sangrada por três camadas de despedimentos coletivos, um ainda na Controlinveste, outro, na era dos capitais da lusofonia e, por fim, um terceiro, no consulado de Marco Galinha.

A génese do grupo Lusomundo / PT Multimedia

Não querendo recuar a meados do século XIX, quando, em 1864, o Diário de Notícias foi criado, assinalamos a data e damos um salto do tamanho de um século para lembrar como é que este título histórico foi parar à esfera da Portugal Telecom.

Quando no final da década de 1990, o Governo lançou o programa de (re)privatizações em Portugal, o tenente-coronel Luís Silva, patrão da Lusomundo e detentor de uma fortuna considerável por conta dos direitos de transmissão das principais majors norte-americanas, viu a possibilidade de adquirir alguns títulos nacionalizados no 25 de Abril, como uma oportunidade para diversificar o negócio. Assim, em 1991 comprou os jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias, lançando a génese do atual grupo de media.

Apesar de, na altura, haver alguma perda de brilho dos históricos títulos, fruto sobretudo da animada concorrência que emergia — O Independente, fundado em 1988, teve os anos de ouro ao longo da década de 1990 e o diário Público chegou às bancas em março de 1990 — a verdade é que o Diário de Notícias continuava a ser o jornal de referência de Lisboa e das suas elites, lugar que assumiu totalmente após a extinção do O Século e. posteriormente, do Diário de Lisboa. Na eterna cidade invicta, o Jornal de Notícias mantinha a sua senda de jornal popular, chegando várias vezes a atingir o primeiro lugar do ranking dos mais vendidos em Portugal.

Mas a era da Lusomundo Media chegou ao fim. Em 2000, o coronel Luís Silva decidiu vender os negócios e os títulos à PT Multimédia, que, recorde-se, herdou os ativos da extinta TV Cabo, que resultou, mais tarde, após imposição da Autoridade da Concorrência, numa nova operadora, a ZON, atualmente NOS. O racional que estava por detrás deste negócio era reunir os conteúdos da Lusomundo Media à infraestrutura que a PT Multimédia tinha montado para, desta forma, criar uma oferta de valor aos subscritores do cabo. Para uma empresa que tinha como objetivo criar valor acrescentado aos seus subscritores através dos conteúdos, a Lusomundo Media era de facto apetecível.

O princípio fazia sentido. Aliás, parte do plano foi concretizado. Ainda hoje, a NOS que, recorde-se, surgiu da PT Multimédia, detém uma quota de mais de 60% do mercado nos cinemas, para não falar das comunicações e media, onde detém uma quota de 30% a 40 %, dependendo do serviço prestado.

Relativamente aos jornais e outros meios de comunicação, que, entretanto, se juntaram ao grupo, cedo a PT percebeu que gerir jornais era uma dor de cabeça. Não havia vocação interna para assumir um negócio tão característico como o dos media e, por outro lado, a ideia de que a gestão poderia ter alguma influência nos conteúdos depressa foi descartada. Seja como for, foi uma época com uma certa estabilidade em que o diretor, Mário Bettencourt Resendes, representava o Diário de Notícias (entre 1993 e 2004) junto das altas instâncias lisboetas, e Frederico Martins Mendes assegurava bem o Jornal de Notícias, no Porto.

Entrada da Controlinveste

Estamos em 2005. A Portugal Telecom, liderada por Miguel Horta e Costa, vende o negócio de media, por 300 milhões de euros, a Joaquim de Oliveira, dono da Olivedesportos, empresa concessionária da publicidade nos jogos de futebol da Primeira Liga. Joaquim de Oliveira, tal como o seu irmão António Oliveira, treinador de futebol, é um conhecido empresário do norte de Portugal, detentor de uma fortuna oriunda da negociação de direitos de transmissão futebolísticos. Ainda hoje, Joaquim Oliveira detém interesses na Sport TV. Na altura, o negócio foi bastante comentado. Não se percebia porque estava um empresário do futebol interessado no negócio da comunicação social, até porque já se anteviam problemas no setor. E sabia-se que o empresário do futebol tinha contraído uma dívida importante para adquirir títulos muito fortes, mas que nem à PT, à época ainda com golden share do Estado, servia. Além disso, o título com mais impacto na capital já mostrava sinais de forte instabilidade, o diretor do Diário de Notícias tinha saído pouco antes, tendo sido difícil encontrar alguém para o lugar. Entre 2004 e 2007, ocuparam o posto nada menos do que seis diretores, dois dos quais interinos, à média de seis meses no posto. O Jornal de Notícias não teve a vida tão difícil. Leite Pereira manteve-se no posto entre 2005 e 2011. Aliás é de justiça referir que o Jornal de Notícias é, até hoje, a joia da coroa comercial grupo.

Mal ou bem, o certo é que no DN, a direção só voltou a estabilizar quando João Marcelino ocupou o lugar, entre 2007 e 2014. Estabilizou, mas não o suficiente para recuperar o brilho do passado. Na era de Marcelino, talvez à imagem dos jornais de onde vinha, o Correio da Manhã e anteriormente o Record, o Diário de Notícias optou por uma abordagem mais rápida e simples da atualidade, procurando novos leitores num segmento menos tradicional. Não perdeu leitores, mas também não os recuperou.

De lembrar que 2009 foi um ano de recessão para toda a imprensa, tal como 2012, pelo que a recuperação do jornal esteve sempre adiada. Os negócios da Olivedesportos também não correram de feição, com o aparecimento de outros players no mercado. Nesses anos, o grupo Controlinveste endividou-se cada vez mais.

O Período Lusófono Eixo Angola – Macau

No final de 2013, a chegada de novos rostos ao grupo editorial reveste-se de pompa e circunstância. Acredita-se num recomeço. No capital da Controlinveste entram novos sócios, aliviando Joaquim de Oliveira que, entretanto, via a fortuna a começar a esvair-se no pagamento de dívidas. O angolano António Mosquito, homem ligado à petrolífera angolana Sonangol, com interesses vários em Portugal, com destaque para uma participação na construtora Soares da Costa, novo protagonista a entrar em cena, passa, então, a controlar 27,5% do grupo, a mesma porção de capital mantém Joaquim de Oliveira. Como acionista estreia-se também Luís Montez, o conhecido empresário da rádio e dos espetáculos, que assume 15% do capital, bem como os bancos BES e BCP, cada um com 15%, por conta da dívida de Oliveira.

Para gerir a empresa são contratados Victor Ribeiro, gestor saído do grupo Amorim, e José Carlos Lourenço, vindo do grupo Impresa onde exercia funções de administrador executivo para a área comercial. A presidência da empresa é entregue ao conhecido advogado Daniel Proença de Carvalho. E é esta equipa de luxo que anuncia uma forte reestruturação do grupo, a começar pelo nome que passa a chamar-se Global Media Group, uma alusão às suas ambições internacionais. A estratégia anunciada passava por uma internacionalização da marca no espaço lusófono, otimizando o negócio sobre a língua portuguesa.

Com este desígnio em mente, é realizada uma reestruturação bastante significativa dos principais títulos, que inclui a entrada de novos diretores: André Macedo para o Diário de Notícias e Afonso Camões para o Jornal de Notícias. Segue-se o redimensionamento e um novo layout dos jornais, o lançamento de uma nova grelha na TSF e o reforço das equipas de marketing e digital do grupo. Tudo isso enquanto se efetiva um processo de despedimento coletivo que leva à saída de mais de 200 pessoas e a um emagrecimento geral da estrutura operacional.

Em entrevista ao Meios & Publicidade, José Carlos Lourenço explica, nessa altura, que, após a reestruturação do grupo, tenciona ter as contas equilibradas em 2015. Mal ou bem, o certo é que o Global Media Group, que tinha um EBITDA [lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações] negativo de 8 milhões em 2014, conseguiu gerar um EBITDA positivo de 186 mil euros.

Pode dizer-se que 2016 foi de consolidação da estratégia do grupo. Foram várias as iniciativas postas em marca, como o lançamento de uma área de branded content e a aposta em grande no digital. Viveu-se um clima de muito dinamismo na área dos eventos com parcerias com grandes anunciantes, como o Continente e o Millenium BCP, pela mão do conhecido diretor comercial Luís Ferreira e a sua equipa, que atualmente está na Medialivre, antiga Cofina.

Em março desse ano, anunciou-se a venda da emblemática sede do Diário de Notícias, na Avenida da Liberdade e a sua transferência no final do ano para novos escritórios nas Torres de Lisboa. O valor oficial da venda não é divulgado, mas os meios de comunicação social avançam o valor de 20 milhões. O ano de 2016 termina com um EBITDA de 2,4 milhões de euros,. Mas, apesar do encaixe com a venda do edifício, a empresa continua com prejuízos superiores a quatro milhões e uma dívida aos bancos de 35 milhões de euros.

Novos acionistas

Em março de 2017, talvez pela necessidade de capital decorrente da perda de poder de compra dos angolanos na sequência da quebra do preço do petróleo, é a vez de entrarem novos acionistas no grupo. Desta vez, vindos do Extremo-Oriente. O grupo macaense KNJ Global Holdings, que atua na construção civil e está ligado ao empresário Kevin Ho, identificado na imprensa local como sobrinho de Edmund Ho, conhecido político macaense, que foi chefe do executivo de Macau entre 1999 e 2009, é o novo acionista. Chega através de uma injeção de 15 milhões de euros, ficando com uma quota de 30%.

“A Global Media Group informa que os seus accionistas chegaram a acordo com o empresário de Macau Kevin Ho, nos termos do qual este empresário aportará ao capital da empresa holding do Grupo o montante de 15 milhões de euros, passando o novo investidor a deter 30% do capital social da sociedade. O capital investido no grupo vai ser utilizado, fundamentalmente, em projetos destinados a reforçar a liderança do consórcio no digital e à sua internacionalização especialmente nas geografias onde se fala português e junto das nossas comunidades no estrangeiro”, adianta a empresa.

Em simultâneo, as participações que eram de António Mosquito e de Luís Montez são transferidas para José Pedro Soeiro, empresário e gestor angolano com participação em empresas portuguesas, angolanas e do Reino Unido. Nesta fase, dá-se nova alteração da estrutura acionista através de um aumento de capital, findo o qual fica assim a composição: KNJ, com 30%, J P Soeiro, com 30%, Oliveira, com 20%, e BCP e BES com 10% cada. A comissão executiva é reconduzida, mas entra um novo administrador executivo em representação de Kevin Ho. Paulo Rego, ex-jornalista da LUSA e fundador do jornal bilingue plataforma Macau, é o novo vice-presidente da comissão. Em comunicado, afirma: “Por um lado, a GMG descobriu recentemente a estabilidade económica, por meio da reestruturação financeira bem-sucedida, permitindo que a GMG se concentre no crescimento futuro. Por outro lado, uma migração digital forte, combinada com uma nova ambição em todos os mercados portugueses também contribui para o interesse da operação”.

A KNJ é uma empresa privada de investimentos com sede em Macau, afirma, justificando: “Nós procuramos o lucro e este negócio não é diferente. Esta injeção de capital será utilizada para aumentar o valor de participação. Mas também somos pessoas de Macau e sentimo-nos felizes em contribuir, ajudando a Região Administrativa Especial de Macau a ser conhecida, em todo o mundo, como uma plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Criava-se, assim, um círculo virtuoso de língua portuguesa agora a valer 55 milhões de euros.

Tempos conturbados

O ano de 2018 é particularmente dinâmico. Além da saída José Carlos Lourenço para a ZAP, operadora da ZON em Angola, logo em abril, avançam investimentos por iniciativa dos sócios chineses, nomeadamente nas áreas de gaming e gambling, como o lançamento de uma plataforma de jogos e apostas online ou o lançamento do projeto de vídeo V, nenhum dos quais com retorno a curto prazo. É também tomada a decisão de tornar o Diário de Notícias um jornal semanal, reforçado com novos suplementos e jornalistas. A CFO, Maria Teresa da Graça sai em setembro, sendo substituída por Guilherme Pinheiro. O alerta da tesouraria é dado no Natal de 2018, quando a empresa se atrasa no pagamento do subsídio aos colaboradores.

Começa outra vez a ouvir falar-se em reestruturação e na entrada para breve de um novo acionista. Ao que parece o círculo virtuoso lusófono não vingou. Se, em 2017, os prejuízos ainda se mantêm nos 4,5 milhões de euros, em 2018 duplicam para 9 milhões. A dívida continua elevada, na casa dos 60 milhões de euros. No final do ano, Paulo Rego, que, para além dos novos negócios tinha assumido a área de operações, em substituição de José Carlos Lourenço, deixa o grupo. Poucos meses mais tarde, já em 2019, antes do final do seu mandato que tinha sido renovado em 2017, é a vez do CEO Victor Ribeiro se ir embora.

De acordo com o semanário Expresso, o Global Media Group estaria à espera de financiamento bancário para avançar com novos despedimentos. A injeção de capital serviria ainda para financiar a mudança da redação do portuense JN do histórico edifício da baixa da cidade invicta, vendido recentemente, para se instalar numa antiga garagem. Segundo a revista Sábado, o imóvel foi vendido a uma sociedade detida por gerentes da KNJ, do empresário macaense Kevin Ho, para aí construir um hotel de luxo.

Finalmente, no último trimestre de 2019, os accionistas KNJ e José Pedro Soeiro adquirem a quota dos bancos no grupo. Não se sabe oficialmente o valor do negócio, mas, segundo o jornal Eco, estes conseguem um desconto superior a 80%. Mais uma vez, é alterada a estrutura acionista, agora com os chineses e José Pedro Soeiro, cada um com cerca de 40% e Oliveira com cerca de 20%.

O Período Galinha

Primeiro, são apenas rumores, depois confirma-se. Em 2020, dá-se a entrada de um novo sócio no grupo. Marco Galinha, um empresário de Alcobaça com interesses em várias áreas das quais se destaca a distribuição e a logística, compra uma participação de 40%, pelo valor de 4 milhões de euros e faz uma injeção de 6 milhões de euros. Galinha é um conhecido self-made man, que fez crescer a pulso o seu grupo Bel e passa a ser conhecido do público português pela sua participação no programa de televisão “Shark tank” ao lado de outros empresários, como Mário Ferreira.

O grupo sofre nova reestruturação, que implica o já antecipado despedimento coletivo de 81 colaboradores, dos quais 17 jornalistas.

São nomeados novos diretores para as principais publicações: Rosália Amorim para o Diário de Notícias e Inês Cardoso para o Jornal de Notícias. Domingos Andrade lidera a TSF, acumulando o cargo com as funções de diretor editorial do grupo.

A redação foi reforçada com a entrada de vários jornalistas: Alexandra Tavares-Teles, Bruno Horta, Isabel Laranjo e Manuel Catarino integram o grupo. A revista Evasões abandona o formato em papel e transforma-se num caderno destacável do DN e do JN. O mesmo acontece com a Notícias Magazine, que acaba no formato de revista e passa a ser suplemento do JN. Pedro Lucas, até então diretor das revistas Men’s Health e Women’s Health Portugal, passa a assumir a coordenação da revista Volta ao Mundo, acumulando a coordenação de todas as revistas do GMG. Ainda no final do ano, o DN é relançado e volta a ter edição diária em papel.

Em fevereiro de 2021, é a vez de ser apresentada uma nova administração com Marco Galinha à frente. Domingos de Andrade e Guilherme Pinheiro ficam como administradores executivos. O elenco de vogais sem funções executivas integra António Manuel Frade Saraiva, João Pedro Alves Ventura Silva Rodrigues, José Pedro Carvalho Reis Soeiro, Kevin King Lun Ho, Philip Manuel Eusébio Yip, Rui Fernando Baptista Moura, Maria Inês Cardoso e Rosália Maria Amorim.

Apesar de todas as mudanças, não se pode dizer que o grupo estivesse finalmente em paz, pois mantinham-se as fortes restrições financeiras e os cortes de despesas. Recorde-se que, a acrescer a todas as restrições existentes, estamos em plena crise pandémica da covid-19. A partir de 15 de maio, o grupo informa que vai aderir ao regime de apoio à retoma progressiva, o que implica a redução do horário de trabalho e cortes efetivos nos ordenados acima de 2 mil euros brutos, bem como outras limitações e benefícios fiscais.

Rapidamente, surge um primeiro sinal de que as coisas podem não estar a correr bem. As diretoras Rosália Amorim e Inês Cardoso demitem-se da administração em solidariedade com os respetivos conselhos de redação, no mês de junho de 2021. Estes insurgem-se contra medidas tomadas por Marco Galinha, como prescindir que todos os cronistas politicamente expostos recebessem pelos artigos de opinião, bem como pelo facto de a administração ter acedido às passwords das páginas de redes sociais dos títulos sem conhecimento prévio da direção.

A cavalgar este descontentamento, inicia-se uma guerra, que ainda hoje subsiste com o Bloco de Esquerda e Mariana Mortágua, que inicia com a acusação feita ao empresário de querer silenciar a líder do BE ao prescindir das suas crónicas remuneradas no JN e continua com acusações do órgão de comunicação oficial do partido, o Esquerda.net, a Galinha, insinuando que as suas ligações familiares à Rússia – Marco Galinha é casado com a filha de um empresário russo radicado em Portugal – não são inocentes.

No entanto, no final do ano, segundo Galinha, o esforço feito parece ter sido recompensado. De acordo com um comunicado do grupo, a administração afirma que o EBITDA voltou a estar positivo em 2021, comparado com um EBITDA negativo de 5 milhões em 2020. Informa que o grupo cresceu em vendas 9% e teve 35 milhões de lucros operacionais.

O ano de 2022 parece regressar com boas notícias no campo das audiências. Logo em janeiro, o grupo volta a ser auditado pelo ranking de audiência digital netAudience da Marktest e consegue números muito positivos. Regressa com entrada direta para a liderança, somando 4 milhões e 427 mil pessoas alcançadas pelas suas plataformas digitais. O Jornal de Notícias fica em primeiro lugar, à frente do Correio da Manhã, na categoria generalistas; o Dinheiro Vivo em segundo lugar, a seguir ao Jornal de Negócios na categoria económicos e a TSF entra também para primeiro do ranking das rádios.

Externa e internamente, a conjuntura complica-se: 2022 é também o ano do início da guerra da Rússia na Ucrânia, do aumento do preço do petróleo, bem como da escalada da inflação. Por isso, a pressão não esmorece. A contestação continua quando é anunciado um programa de rescisões por mútuo acordo. Desta vez, é a comissão sindical que expressa a sua indignação sugerindo que o grupo já está nos limites em termos de recursos humanos. Mesmo o aumento dos salários mais baixos do grupo, não esmorece a contestação. Todas as decisões editoriais tomadas por Galinha e a sua equipa, num ambiente de restrição são sempre altamente contestadas pelos órgãos representativos dos jornalistas e trabalhadores. É o caso da contratação da jornalista Alexandra Borges para o cargo de diretora de grande reportagem, com equipa própria. A decisão de reforçar as participações na distribuidora Vasp também parece não ser pacífica, sugerindo que Marco Galinha tencionava favorecer o seu grupo Bel com a única rede de distribuição de meios de comunicação social nacional. Por fim, o facto de o empresário ser casado com uma russa e viver numa continua troca de acusações públicas e agressivas com Mariana Mortágua – acusações essas que chegaram mesmo aos tribunais – num ambiente de guerra e crispação, não contribuem para a paz social, nem para a paz mediática.

Neste corrupio, 2023 traz mais um sócio para o grupo: António Mendes Ferreira, dono da United Resins, uma indústria exportadora da Figueira da Foz que fica com 10% do capital. Poucos meses depois, é a vez de Marco Galinha liderar uma operação de reestruturação do capital, que é reduzido em 20 milhões de euros, para fazer face a prejuízos acumulados de anos anteriores. Dessa forma, o empresário aumenta a sua participação em mais 1,5 milhões de euros. É agora acionista maioritário da empresa, com 50,2%.

Nos dias quentes do verão do ano passado, começa a soar no mercado que estará para surgir novo investidor, um fundo desconhecido que dá pelo nome de World Opportuny Fund. Segundo o Jornal Económico, o WOP compra 37% da empresa Páginas Civilizadas, o que lhe dá acesso ao controlo do GMG. O valor da venda não foi divulgado. No mês seguinte, o GMG e o Grupo Bel, de Marco Galinha, anunciam a intenção de vender a participação que detêm na agência Lusa. O Estado português é o comprador natural. Em setembro do ano passado, é anunciada uma nova comissão executiva, constituída pelo jornalista João Paulo Fafe, ex-diretor do jornal Tal & Qual, Diogo Agostinho e Filipe Nascimento. A partir daí, a história ainda do GMG está fresca na memória de todos.

[Mensagem reduzida] Ver toda a mensagem

Sobre o autorCristina Dias Neves

Cristina Dias Neves

Mais artigos
Artigos relacionados
Nova Expressão renova conta de media de €1,2 milhões com a Opticalia
Comunicação
Filipa Alves é a nova diretora criativa da Happy Brands
Publicidade
Receitas publicitárias da Meta crescem 26,8%
Digital
Concurso europeu apoia novas tecnologias aplicadas aos media em Portugal
Digital
Filomena Spranger Jorge assume direção de marketing do Burger King Portugal
Marketing
Futebolista Rafael Leão protagoniza adaptação portuguesa da nova campanha global da Adidas (com vídeo)
Publicidade
Reveja os melhores momentos dos Prémios de Marketing M&P’23 (com fotos)
Marketing
ThePitch arrisca em duas frentes
Range Rover e JNcQuoi unem-se pela mobilidade
Marketing
Sagres apresenta nova campanha com passatempo para o Euro 2024 (com vídeo)
Publicidade
PUB
Comunicação

Nova Expressão renova conta de media de €1,2 milhões com a Opticalia

A agência de meios liderada por Pedro Baltazar é responsável por toda a estratégia, planeamento, negociação e compra de espaço publicitário da Opticalia nos meios de comunicação, sendo que a gestão das redes sociais é feita internamente pela rede de óticas

Catarina Nunes

A Opticalia volta a entregar à Nova Expressão a conta de media, com um valor anual de €1,2 milhões e por um período de três anos, na sequência de uma consulta de mercado na qual participaram também as multinacionais Havas Media e Mediabrands.

“A Opticalia é uma marca espanhola e desde que veio para Portugal, em 2012, que trabalhamos com a Nova Expressão porque era parceira da agência com a qual trabalhamos em Espanha”, refere em declarações ao M&P Joana Correia, diretora de marketing e comunicação da Opticalia, justificando a opção pela Nova Expressão.

Um porta-voz da Nova Expressão avança ao M&P que a agência de meios liderada por Pedro Baltazar é responsável por toda a estratégia, planeamento, negociação e compra de espaço publicitário da Opticalia nos meios de comunicação, sendo que a gestão das redes sociais é feita internamente pela rede de óticas.

Com uma rede de 261 lojas no continente e nas ilhas dos Açores e da Madeira, a Opticalia opera em Portugal desde 2012 com uma comunicação disruptiva e promovendo os óculos como um acessório de moda. A Nova Expressão, por seu lado, é uma agência de meios a operar no mercado português desde 1994, independente de grupos de media ou de plataformas tecnológicas globais.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

Mais artigos
Publicidade

Filipa Alves é a nova diretora criativa da Happy Brands

A publicitária vai liderar o departamento criativo da agência, onde terá de “garantir a entrega de soluções inovadoras e impactantes para os clientes”. Filipa Alves começou a carreira profissional na Sumo Publicidade e, mais recentemente, desempenhou funções como diretora criativa na Winicio

Filipa Alves acaba de assumir a direção criativa da agência de branding e design Happy Brands. A profissional fica responsável por liderar o departamento criativo da agência, onde terá de “garantir a entrega de soluções inovadoras e impactantes para os clientes”, adianta a agência em comunicado de imprensa.

Licenciada em design de comunicação pelo IADE, Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação, Filipa Alves começou a sua carreira profissional na Sumo Publicidade. Posteriormente colaborou durante vários anos como supervisora criativa na Havas Design+, e mais recentemente desempenhou funções como diretora criativa na Winicio.

“É uma oportunidade de trazer a minha experiência e paixão pelo design para um projeto no qual me identifico. Quero arriscar e elevar ainda mais a criatividade da agência. Quero inspirar e ser inspirada pela equipa”, adianta Filipa Alves em comunicado de imprensa.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Digital

Receitas publicitárias da Meta crescem 26,8%

No primeiro trimestre do ano, Família de Apps da Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger) fatura mais 57,4% e aumenta em 20% as impressões de anúncios, enquanto o Reality Labs (hardware, software e conteúdos de realidade mista, virtual e aumentada) continua a dar prejuízo

Catarina Nunes

A Meta teve lucros de 12,36 mil milhões de dólares (€11,54 mil milhões) no primeiro trimestre de 2024, mais 117% do que no mesmo período em 2023. As receitas totais subiram 27% para 36,45 mil milhões de dólares (€34 mil milhões), em que a esmagadora maioria (35,63 mil milhões de dólares/€33,24 mil milhões) diz respeito à venda de espaço publicitário, que cresce 26,8% nos primeiros três meses do ano, segundo os dados divulgados pela Meta.

Em termos de resultados por segmentos, a Família de Apps da Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger) aumentou as receitas em 27,2%, para 36 mil milhões de dólares (€33,6 mil milhões) e as impressões de anúncios em 20%, enquanto a Reality Labs (hardware, software e conteúdos de realidade mista, virtual e aumentada) faturou 440 milhões de dólares (€410 milhões), mais 23% face ao período homólogo em 2023.

Em relação ao lucro gerado por cada uma destas operações, na Família de Apps sobe 57,44% e ascende a 17,66 mil milhões de dólares (€16,48 mil milhões), enquanto o Reality Labs deu um prejuízo de 3,84 mil milhões de dólares (€3,59 mil milhões), abaixo, no entanto, dos 3,99 mil milhões de dólares perdidos no primeiro trimestre de 2023. Em comunicado, a empresa de Mark Zuckerberg refere que “para a Reality Lab, continuamos a esperar que os prejuízos operacionais aumentem significativamente, devido aos nossos esforços em desenvolvimento de produto e aos investimentos para escalar mais o nosso ecossistema”.

Para o total do ano, a Meta prevê despesas a rondar os 96 e os 99 mil milhões de dólares, acima das previsões anteriores, “devido a custos superiores de infraestrutura”, refere a Meta em comunicado, que prevê igualmente um aumento das despesas de capital para entre 35 e 40 mil milhões de dólares, em relação à previsão anterior que se situava em torno dos 30 e dos 37 mil milhões de dólares. O motivo? Os investimentos em infraestrutura de suporte à inteligência artificial, em termos de pesquisa e desenvolvimento de produtos, que a Meta tem de continuar a fazer.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

Mais artigos
Digital

Concurso europeu apoia novas tecnologias aplicadas aos media em Portugal

Podem candidatar-se ao Media Open Call Innovation Program, até 5 de maio, as empresas de media que procurem tecnologias de realidade virtual ou aumentada, inteligência artificial big data, Internet das Coisas, blockchain ou conectividade 5G

As empresas que quiserem ter uma nova tecnologia aplicada a meios de comunicação social, seja um jornal ou uma plataforma de entretenimento, podem concorrer, até 5 de maio, ao Media Open Call Innovation Program, promovido pelo consórcio Test Bed Aveiro Media Competence Center (AVCC), com a dotação de €2,5 milhões.

Test bed é o jargão para uma infraestrutura com capacidade tecnológica que permite às start-up e às PME’s testar tecnologias que, sem este suporte, não teriam capacidade para o fazer. No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi criada uma rede nacional de test beds, para servir diferentes sectores de atividade.

O Parque Ciência e Inovação da Região de Aveiro (PCI) candidatou-se a este projeto europeu e lidera a criação em Portugal do único test bed dirigido especificamente às tecnologias de media. Além do PCI, a NOS, a Google e o Aveiro Media Competence Center fazem igualmente parte do consórcio.

Este concurso pretende apoiar projetos tecnológicos piloto para “ajudá-los a superar o já famoso ‘vale da morte’, uma fase entre a prototipagem e a entrada no mercado que é critica de ultrapassar, para permitir a sobrevivência de novos projetos tecnológicos”, explica João Moraes Palmeiro, responsável pelo projeto.

O concurso é dirigido a todas as empresas que queiram experimentar tecnologias nas áreas de realidade virtual ou aumentada, inteligência artificial big data, Internet das Coisas, blockchain ou conectividade 5G, aplicadas aos media. Segundo João Moraes Palmeiro, “é não só uma oportunidade única para testar novas tecnologias desenvolvidas especificamente para esta área, como também uma oportunidade excelente para testar, na área dos media, tecnologias que foram desenvolvidas para outras aplicações”.

Este test bed de media é o único existente a nível europeu nesta área e permitirá aos participantes o acesso a serviços e infraestruturas a preços mais baixos do que no mercado, o acesso a uma rede de parceiros e a serviços de aceleração de negócio e de produto. O apoio pode ser prestado ainda na fase de desenvolvimento tecnológico, na fase de pré-industrialização ou pré-comercialização, ou mesmo no desenvolvimento de estratégias de promoção. O que é pretendido é que as tecnologias apresentadas, através do acesso a esta infraestrutura, consigam dar o salto para o mercado.

Segundo João Moraes Palmeiro “há vantagens significativas em participar”. Os projetos terão à disposição uma infraestrutura multidisciplinar e serão financiados até 90%. Em acréscimo, poderão testar os seus pilotos junto de um importante conjunto de parceiros, como a Agência Lusa, Media Capital, Associação Portuguesa de Imprensa, bem como publicações como o Público, Observador e A Bola, entre outros.

O Aveiro Media Competence Center, do qual João Moraes Palmeiro é responsável, foi constituído em 2021 e é uma entidade participada pela Universidade de Aveiro, pelo Parque Tecnológico de Aveiro (PCI- Creative Science Park) e pela Associação Portuguesa de Imprensa.

A associação tem como objetivo agregar estruturas e conhecimento numa só plataforma, de modo a contribuir ativamente para a transição digital dos media na Europa. Por esta razão, para além da participação em projetos como o Media Open Call Innovation Program, de apoio à transição digital, a plataforma sediada em Aveiro desenvolveu também um repositório de informação sobre todos os apoios que existem para este propósito, a nível global.

Segundo João Moraes Palmeiro, o “objetivo é proporcionar informação e conhecimento, de modo que os media consigam fazer esta transição digital com sucesso”. E acrescenta: “Se existisse mais conhecimento nesta área no início do milénio, teria sido mais fácil para os media enfrentarem a transição digital”.

A associação, que pretende evoluir para uma figura de fundação, não tem dotação própria, funcionando com base no financiamento de projetos específicos por entidades públicas ou privadas. A União Europeia, a Google e a Meta atribuíram fundos aos projetos em curso. Para além deste projeto, o Aveiro Media Competence Center é parceiro do projeto YO-MEDIA, através de outro consórcio que inclui a italiana Università Cattolica del Sacro Cuore e a espanhola Catalâ Universitat de Vic – Central de Catalunya.

Tendo em consideração o contexto de sucessivas crises e guerras, este consórcio tem como objetivo trabalhar estratégias de gamificação, para ampliar a literacia mediática dos jovens. Mais informação sobre a AMCC e todos estes projetos aqui.

Sobre o autorCristina Dias Neves

Cristina Dias Neves

Mais artigos
Marketing

Filomena Spranger Jorge assume direção de marketing do Burger King Portugal

A profissional licenciada em publicidade e marketing tem agora a responsabilidade de impulsionar o crescimento da Burger King em Portugal. O percurso de Filomena Spranger Jorge começa no McCann Worldgroup, em planeamento de media, passando, posteriormente, pela Publicis, Zenith e Media Markt Iberia

Filomena Spranger Jorge acaba de ser nomeada a nova diretora de marketing do Burger King Portugal. A profissional tem cerca de 20 anos de experiência no setor e terá a responsabilidade de impulsionar o crescimento da marca em Portugal, integrando a equipa da Restaurant Brands Iberia.

Licenciada em publicidade e marketing pela Escola Superior de Comunicação, Filomena Spranger Jorge iniciou a carreira no McCann Worldgroup em planeamento de media e, posteriormente, passou por empresas como a Publicis, a Zenith e a Media Markt Iberia. Mais recentemente exerceu funções de consultoria de marketing e comunicação na Thinkwide.

“É um privilégio poder continuar a dedicar-me ao mais importante em qualquer sector do retalho, os clientes, e trabalhar lado a lado com uma equipa super talentosa que partilha a visão de tornar o Burger King na marca favorita no nosso sector em Portugal”, afirma Filomena Spranger Jorge numa publicação na sua página de LinkedIn.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Publicidade

Futebolista Rafael Leão protagoniza adaptação portuguesa da nova campanha global da Adidas (com vídeo)

Desenvolvida pela The Lift e pela Somesuch, a campanha publicitária, que internacionalmente conta com a participação de nomes como Zinedine Zidane, Jenna Ortega e Anitta, entre outros, foi produzida por Whitney Jackson e Pol Agusti, e realizada por Vincent Haycock

Rafael Leão, futebolista português a jogar no AC Milan, é o protagonista da adaptação portuguesa da nova campanha global da Adidas, intitulada 1000 Back. O desportista, um dos embaixadores nacionais da marca, surge nas fotografias promocionais, que já estão a ser divulgadas nas redes sociais e nas lojas da insígnia, a usar um par de Adidas Originals Samba, um dos três modelos de calçado desportivo que a etiqueta alemã está a publicitar, a par do Adidas Originals Gazelle e do Adidas Originals Spezial.

Realizado por Vincent Haycock e protagonizado globalmente por Carlisle Aikens, skater profissional que integra a equipa Adidas Skate Team, o filme publicitário que integra a campanha revisita a história da marca alemã. “Para além do vídeo e das imagens da campanha, recordamos o espírito das três silhuetas clássicas e das pessoas que as influenciaram, com um espaço digital que será preenchido com conteúdos gerados pelos utilizadores”, informa a Adidas em comunicado de imprensa.

“Os fãs dos modelos são convidados a apresentar os seus looks usando os hashtags #adidasSamba, #adidasGazelle e #adidasSpezial”, refere o documento. Zinedine Zidane, Jenna Ortega, Pusha T, Anitta, Hoyeon Jung, David Beckham, Serge Gnabry, Jella Hasse e Stormzy são outros dos embaixadores internacionais da marca que promovem os novos modelos da marca. Desenvolvida pela The Lift e pela Somesuch, a campanha foi produzida por Whitney Jackson e Pol Agusti. A direção de fotografia é de Evan Prosofsky.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
Marketing

Reveja os melhores momentos dos Prémios de Marketing M&P’23 (com fotos)

Conheça os protagonistas da 14ª edição dos Prémios de Marketing M&P, evento que decorreu na última semana, ao fim da tarde de 17 de abril, na Estufa Monsanto Secret Spot

‘É uma menina’ vence Grande Prémio, Dentsu Creative é Agência Criativa do Ano, Mindshare é Agência de Meios do Ano e António Fuzeta da Ponte é Marketeer do Ano. Além destes quatro Grandes Prémios, foram atribuídos ainda 15 troféus de Ouro, 17 de Prata e 19 de Bronze. Dos 118 trabalhos inscritos nos Prémios de Marketing M&P’23, em 34 categorias diferentes, 55 chegaram à lista de finalistas.

A entrega de prémios decorreu na última semana, ao fim da tarde de 17 de abril, na Estufa Monsanto Secret Spot, no Parque Florestal de Monsanto, num evento que reuniu cerca de 300 profissionais do setor, para a entrega dos troféus que distinguem os melhores trabalhos na área de marketing. Conheça os protagonistas e reveja os melhores momentos dos Prémios de Marketing M&P’23.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos

ThePitch arrisca em duas frentes

Auxiliar líderes e marcas nos grandes momentos de comunicação de apresentações e lançamentos é o objetivo da nova agência de comunicação corporativa, que aposta na criação de narrativas com apoio do design de comunicação. E também vai dar treino a líderes

ThePitch foi o nome escolhido para a nova agência de comunicação especializada que a Plot Content Agency apresenta a 8 de abril. Marta Cordeiro, até agora diretora de clientes da empresa, vai dirigir a nova estrutura, que tem o ex-diretor de conteúdos desta empresa, Nuno Alexandre Silva, como diretor criativo.

“O nosso objetivo é auxiliar líderes e marcas nos seus grandes momentos de comunicação. Através do nosso ADN, que são os conteúdos e o storytelling, vamos criar narrativas, com apoio do design de comunicação, para atingir os objetivos dos clientes”, esclarece a responsável.

“Pretendemos atuar num mercado específico, o das apresentações, que, ao contrário de outros, em Portugal, ainda não está muito maduro. Atualmente, o foco está muito na parte visual criativa e o que nos vai distinguir vai ser a junção da parte da construção da narrativa a essa parte visual”, explica a diretora-geral da agência, em declarações ao M&P.

Além de promover empresas, organizações, marcas, produtos e serviços, a nova estrutura também vai dar treino de media a dirigentes, sempre em colaboração estreita com a Plot Content Agency.

“Fazemos parte da mesma família, mas é como se fossemos primos. Somos uma agência nova, uma estrutura independente, não é mais uma marca criada pelo grupo a que pertencemos”, ressalva Marta Cordeiro. “Temos serviços partilhados, mas também nos vamos socorrer de outros profissionais do mercado, profissionais especializados.

Estamos muito focados em ter talento bom e sénior, porque o nosso posicionamento é mesmo de topo, direcionado para as lideranças e para as grandes marcas”, assume a responsável.

“Estamos a entrar numa área onde existem outros players mas vamos fazer o nosso caminho e procurar o nosso espaço, apostando num tipo de criação de conteúdo diferente, pensado especificamente para momentos de apresentação. Este trabalho acaba, muitas vezes, por estar disperso por várias empresas ou departamentos.

Agora, queremos autonomizar-nos e especializar-nos nesta área, com a promessa de elevar a comunicação dos líderes e das marcas, pensando o slide telling na lógica de contar uma história, aplicando na prática o storytelling à apresentação. São muito estas duas vertentes que vamos desenvolver, tirando partido do legado que temos”, esclarece Nuno Alexandre Silva.

Nas últimas semanas, a dupla de dirigentes da thePitch já reuniu com potenciais clientes para apresentar a agência, mas não revela o número de contratos que já assinou. “Os muitos projetos que desenvolvemos com a Plot têm sido um bom cartão de visita. Muitas das apresentações que fizemos até agora foram com clientes que já trabalhavam connosco”, revela o responsável.

A data para o arranque oficial da nova estrutura, 8 de abril, não foi escolhida ao acaso. “Achámos que era um bom dia. Vai haver uma grande lua nessa noite e quem é especialista nestas coisas diz que dá sorte”, justifica Marta Cordeiro.

Os outros negócios da Plot Content Agency

Apresenta-se como uma agência de marketing chave na mão, que desenvolve “experiências digitais que compreendem as pessoas”. Criada em maio de 2011, a Plot Content Agency resulta da fusão da editora de revistas Entusiasmo Media com a agência de custom publishing White Rabbit. Em 2014, diversifica a atividade e lança a Plot Live, uma empresa de eventos para marcas e organizações que não vinga.

Em 2017, com a criação da House of Words (HOW), encerrada o mês passado, o negócio editorial volta a ser separado do promocional, com a agência a reforçar a aposta no branded content e no marketing comportamental e a dar os primeiros passos na consultoria e integração de sistemas e no desenvolvimento de aplicações móveis e de estratégias de experiência de utilizador.

Nas últimas semanas, a empresa liderada por Rui Borges, idealizou e produziu o novo anúncio publicitário da Tranquilidade. Atualmente, além da agência de marketing que dá nome ao grupo, a Plot Content Agency integra também a empresa tecnológica Share e a nova agência corporativa thePitch.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
Marketing

Range Rover e JNcQuoi unem-se pela mobilidade

Quatro Range Rover vão assegurar as deslocações dos clientes do JNcQuoi, entre Lisboa e Comporta. Parceria é parte da estratégia de reposicionamento da marca britânica, que em 2023 duplica as vendas em Portugal

Catarina Nunes

Quatro modelos Range Rover, com um preço médio de €185 mil, vão fazer as deslocações entre os dois eixos dos projetos do JNcQuoi, avenida da Liberdade e Comporta, no âmbito de uma parceria entre as duas marcas de luxo, que não pressupõe contrapartidas financeiras e que poderá vir a ser alargada com a disponibilização de mais veículos.

Esta é a primeira parceria da Range Rover nestes moldes, em Portugal, e enquadra-se na estratégia do grupo Jaguar Land Rover (JLR) de se posicionar para um mercado crescente. “Em Portugal, como em Espanha, há um boom de estrangeiros com muito dinheiro, a comprar propriedades. São pessoas que não vivem todo o ano nestes destinos, vêm dos Estados Unidos para a Comporta para ficarem três meses, e precisam de uma solução de mobilidade durante esse tempo. É o que estamos a oferecer”, explica ao Meios & Publicidade Luis Antonio Ruiz, presidente e CEO da JLR Ibéria.

A esta aposta não é alheia a procura da Range Rover, que em 2023 vendeu 927 carros novos em Portugal, mais de dois terços do total das 1.175 matrículas novas da Land Rover, que agrega ainda a Defender e a Discovery, com vendas menos significativas. Face a 2022, ano em que a Range Rover vendeu 460 unidades, o crescimento em 2023 foi de 100%, de acordo com os dados fornecidos pela JLR, que indicam ainda 136 Range Rover matriculados só em janeiro e fevereiro de 2024.

O novo Range Rover 100% elétrico, por seu lado, está também a fazer este caminho, ainda antes de ser lançado. “Nunca tivemos tanta procura por um elétrico e a lista de espera é maior em Portugal do que em Espanha”, avança Francisco Nunes, coordenador da JLR para o mercado português, referindo-se ao modelo que chegará ao mercado nacional em 2025 que tem uma lista de espera de 143 pessoas em Portugal, mais 63 do que as 80 que aguardam em Espanha.

A divisão de marcas é parte de um processo de reestruturação na JLR, iniciado há três anos, em que Jaguar e Land Rover são separadas, ficando esta última como ‘chapéu’ das marcas Range Rover (luxo), Defender (capacidade) e Discovery (versatilidade). É parte de um plano global a cinco anos, o Reimagine, em que o grupo automóvel britânico está a investir 15 mil milhões de libras (€17,5 mil milhões), em desenvolvimento de produtos e fabrico.

O objetivo é reposicionar a JLR como um fabricante de automóveis elétricos de luxo moderno, antes de 2030. “O luxo moderno é uma filosofia de design, fabricação, posicionamento, marketing e definição de marca. Os nossos carros são muito simples, definem-se com quatro traços. Isso é o luxo moderno, algo que perdura no tempo como moderno, porque tem um design muito simples”, diz Luis Antonio Ruiz, salientando a importância da simplicidade do luxo a par com as experiências únicas proporcionadas aos clientes.

É neste âmbito que surge a ligação ao JNcQuoi, a marca da Amorim Luxury dedicada ao estilo de vida de luxo, que junta restauração, hotelaria, moda e um clube privado, em Lisboa e na Comporta. “O mercado-alvo é o mesmo e vamos acrescentar valor no hub em Lisboa e no novo hub na Comporta, onde estamos a construir o destino, com novos projetos. Para fazer a ligação entre os dois hubs precisamos de transporte”, explica Miguel Guedes de Sousa, presidente da Amorim Luxury, justificando a necessidade da frota de quatro Range Rover.

Já em julho, o JNcQuoi adiciona mais uma unidade ao seu portefólio, com a abertura de um hotel na avenida da Liberdade. O acesso ao serviço de transporte entre Lisboa e a Comporta com os carros Range Rover é feito por marcação, incluindo reserva de lugar de estacionamento na praia do Pego, onde o JNcQuoi tem um clube de praia.

“Na Península Ibérica, está a acontecer o ‘efeito Florida’, o que aconteceu na Florida, nos Estados Unidos, há alguns anos. Estamos a atrair muitos estrangeiros que querem viver aqui de forma permanente ou temporária, por causa do clima, da comida, da tranquilidade e segurança que os dois países proporcionam, e isto está a gerar muitos negócios em ambos os países”, salienta o presidente e CEO da JLR, justificando a relevância desta ligação ao JNcQuoi.

Apesar de esta ser a primeira iniciativa em Portugal, Luis Antonio Ruiz garante que não vai ficar por aqui, tendo já em vista uma união ao Club del Deportista, um serviço de concierge para jogadores de futebol em Espanha, ao qual a Range Rover já disponibiliza carros, e que virá para Portugal. 2Em Espanha, estamos com a construtora e promotora imobiliária Sotogrande, para um conceito igual ao do JNcQuoi, que ainda não está concluído nem assinado e por isso não posso referir o nome. É um conceito de moradias, que rondam os €10, €15 milhões, para pessoas que não vivem lá todo o ano, e será a primeira parceria em Espanha como a que temos com o JNcQuoi”, revela Luis Antonio Ruiz.

Sobre o autorCatarina Nunes

Catarina Nunes

Mais artigos
Publicidade

Sagres apresenta nova campanha com passatempo para o Euro 2024 (com vídeo)

A campanha conta com a criatividade da McCann Lisboa e da Dentsu Creative Portugal e está presente em televisão, digital e ponto de venda. Para celebrar a associação ao Euro 2024, a Sagres lança também packs comemorativos Sagres MiNi, alusivos ao passatempo

Com o campeonato europeu de futebol à vista, a Sagres lança a mais recente campanha multimeios “Há sempre espaço para acreditar”, de apoio à seleção nacional no Euro 2024. A campanha, que conta com a criatividade da McCann Lisboa e da Dentsu Creative Portugal, está presente em televisão, digital e ponto de venda, e é lançada com um passatempo que leva 20 adeptos ao Euro 2024.

Sob o mote “Ganha Viagens para apoiar a Seleção”, a Sagres vai oferecer 10 viagens duplas à Alemanha, que inclui a estadia em Dusseldorf, o ‘pack adepto’ e um jantar, entre dia 21 e 23 de junho. Os vencedores têm ainda acesso a uma recepção no dia 22 de junho na zona de fãs do estádio Signal Iduna Park no pré-jogo.Todos os portugueses com mais de 18 anos e residentes em Portugal que queiram concorrer, podem inscrever-se no Clube Sagres.

Para celebrar a associação ao Euro 2024, a Sagres lança também packs comemorativos Sagres MiNi, alusivos ao passatempo, e que já se encontram disponíveis em supermercados e hipermercados de norte a sul do país.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.