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Salários em atraso, acionistas em guerra e greve marcada para 10 de janeiro. O que está a acontecer no Global Media Group?

O mês de dezembro deveria ter sido de celebração no Global Media Group, com a comemoração do 159º aniversário do Diário de Notícias no passado dia 29 de dezembro. Esta […]

Sónia Ramalho
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Salários em atraso, acionistas em guerra e greve marcada para 10 de janeiro. O que está a acontecer no Global Media Group?

O mês de dezembro deveria ter sido de celebração no Global Media Group, com a comemoração do 159º aniversário do Diário de Notícias no passado dia 29 de dezembro. Esta […]

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O mês de dezembro deveria ter sido de celebração no Global Media Group, com a comemoração do 159º aniversário do Diário de Notícias no passado dia 29 de dezembro. Esta tinha sido a data avançada por José Paulo Fafe para apresentar uma reformulação profunda, com uma nova capa e novos conteúdos. Contudo, a realidade é bem mais sombria e os meses de novembro e dezembro foram caóticos no GMG com vários despedimentos, salários e subsídio de Natal em atraso e uma greve de dois dias que levou mesmo o Jornal de Notícias a ficar fora das bancas.

No primeiro dia de 2024, o Sindicato dos Jornalistas formalizou a greve dos trabalhadores do GMG para o próximo dia 10 de janeiro. Em causa está a exigência do “pagamento imediato das retribuições em falta”, neste caso do vencimento de dezembro, bem como do subsídio de Natal, e a remuneração devida aos prestadores de serviço a “recibos verdes”.

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O pré-aviso abrange todos os trabalhadores do GMG, que detém órgãos de informação como Diário de Notícias, Jornal de Notícias, O Jogo e TSF, entre outros, bem como todos os trabalhadores que, “não tendo um vínculo contratual celebrado com o Grupo, aí prestem serviço ou se encontrem cedidos a terceiros”, pode ler-se num comunicado divulgado no site do Sindicato dos Jornalistas.

O SJ convocou ainda uma greve, entre as 14h00 e as 15h00 do dia 10 de janeiro para todos os jornalistas,  num ato de solidariedade para com os trabalhadores do DN, JN, O Jogo e TSF.

Como tudo começou?

No passado dia 15 de novembro, Marco Galinha cessou as funções de presidente da comissão executiva do GMG sendo substituído por José Paulo Fafe, que começou por anunciar várias mudanças e novas contratações. Mas o que aconteceu, no final de novembro, foi um anúncio da intenção de dispensar entre 150 a 200 trabalhadores face ao eventual risco de insolvência do GMG. A administração abriu um programa de rescisões por mútuo acordo para trabalhadores até 61 anos, com contrato sem termo, sendo as compensações divididas por 18 meses.

Numa nota interna, a situação do grupo foi classificada de “extremamente grave”, tendo sido atribuída a degradação da situação financeira ao “inesperado recuo do Estado português” face à compra das participações do grupo na agência Lusa ou à “injustificada suspensão da utilização de uma conta caucionada existente no Banco Atlântico Europa há cerca de 6 anos”.

Face a esta posição, o Governo manifestou perplexidade face às dificuldades financeiras alegadas pelo GMG para o não pagamento dos salários de dezembro, lembrando a intenção de “investimento no jornalismo” do novo acionista. Quanto ao negócio da Lusa, “tal operação tinha um propósito estratégico e, como é evidente, não podia ser encarada como a solução para problemas de tesouraria de curto prazo eventualmente enfrentados por um novo acionista”.

“Gera a maior das perplexidades que, após a entrada de um novo acionista num grupo económico – a qual foi acompanhada de declarações de investimento no jornalismo –, se tenha passado rapidamente para afirmações de sentido contrário, que culminaram no anúncio de que os salários do mês de dezembro não serão pagos na data devida”, revelou o Ministério da Cultura em comunicado.

Demissões em bloco

Face a toda a instabilidade e perante a ameaça de despedimento coletivo, as direções da TSF, do JN, d’O Jogo e do Dinheiro Vivo entraram em rutura e apresentaram a demissão. No caso da TSF, Rui Gomes, Rosália Amorim e Artur Cassiano tinham assumido funções há menos de três meses.

Face à demissão da direção da TSF, ficam suspensos até que sejam nomeadas novas direções para substituir as que apresentaram a demissão os espaços de opinião, como “Bloco Central”, transmitido ao final da tarde de sexta-feira, bem como os espaços diários “Café Duplo” e “Não alinhados”, que iam para o ar de manhã e ao final da tarde, respetivamente.

Diogo Agostinho, administrador com o pelouro da área comercial e dos eventos do grupo, também apresentou demissão, sendo a primeira baixa na administração de José Paulo Fafe.

O que dizem os acionistas

Perante toda a instabilidade vivida no GMG, os acionistas Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira divulgaram um comunicado a 29 de dezembro onde afirmam existir “uma situação de manifesto incumprimento por parte do World Opportunity Fund, Ltd., quanto a obrigações relevantes dos contratos e o cumprimento de outras responsabilidades”, demarcando-se assim de responsabilidades no atraso no pagamento dos salários aos trabalhadores.

Numa nota, os acionistas revelaram que “não deixarão de recorrer a todos os meios ao seu dispor para exercer os direitos legais e contratuais que lhes assistem e, bem assim, de tudo fazer quanto estiver ao seu alcance para restaurar a credibilidade do GMG e das suas marcas, honrando a história do Grupo e de todos aqueles que diariamente dão o seu melhor por um jornalismo de excelência”.

O que diz a comissão executiva

Perante esta posição, a comissão executiva do GMG classificou o comunicado de “insólito”, esclarecendo que “todas as decisões relevantes para o grupo, incluindo o plano de reestruturação, foram atempadamente apresentadas por esta Comissão Executiva ao Conselho de Administração, bem como, também, a todos os seus acionistas, tendo recebido deles, sem qualquer exceção, o seu pleno e inequívoco apoio”.

Na nota lê-se ainda que “no decurso da última reunião de acionistas, realizada a 15 de Dezembro último, e após esta Comissão Executiva ter apresentado um ‘raio X’ da situação financeira do grupo, e exposto algumas situações e procedimentos detetados que nos suscitaram sérias dúvidas quanto à sua legalidade e transparência, aproveitámos para solicitar aos acionistas que fizessem algum esforço financeiro no sentido de minorar a difícil situação existente a nível financeiro, pedido esse que foi liminarmente rejeitado, não se mostrando qualquer um deles disponível para tal”.

A Comissão Executiva decidiu realizar uma auditoria “a todas as decisões, operações e negócios que conduziram o Global Media Group ao estado atual, não sendo de descurar uma posterior decisão em recorrer a outras instâncias, no sentido de apurar eventuais responsáveis por situações menos claras e que indiciam em alguns casos uma gestão, no mínimo, pouco transparente.”

Até 2 de janeiro, a dívida do GMG à Autoridade Tributária e à Segurança Social é de “cerca de 7 milhões e 500 mil euros, estando a mesma a ser liquidada mensalmente através de um plano de pagamento ao abrigo do RERT (Regime Excecional de Regularização Tributária)” revelou a comissão executiva, avançando ainda que “a responsabilidade total pela existência da dívida é das anteriores administrações, tendo sido a mesma ‘herdada’ por esta comissão executiva”. O valor da dívida a fornecedores ronda “os 5 milhões de euros”, sendo que o GMG estima encerrar 2023 “com um prejuízo de cerca de 7 milhões de euros”.

O papel do World Opportunity Fund

Numa nota divulgada a 2 de janeiro, a comissão executiva do GMG revelou que “a realidade em que, de facto, vive o Global Media Group, nomeadamente tanto a nível de dívidas a fornecedores, como a receitas bem abaixo do que nos era assegurado, e ainda a procedimentos internos verdadeiramente à margem da lei, obrigou-nos a ter de promover um plano de reestruturação que, além da necessária contenção de despesas e da racionalização de meios, implica, por muito que isso nos possa custar, um claro ’emagrecimento’ a nível de trabalhadores”.

“Não pondo em prática esse plano, repetimos, estaremos inevitavelmente a conduzir o Global Media Group para uma morte mais do que anunciada há muito, e que apenas a irresponsabilidade e a recusa em encarar a realidade faz com que muitos não queiram ainda admitir”.

A comissão executiva revelou ainda que não é verdade que o World Opportunity Fund não fez qualquer investimento no GMG, revelando que “desde junho até ao momento, o WOF já investiu “cerca de 10,2 milhões de euros no GMG”, foi revelado pela comissão executiva.

O WOF detém 51% de duas empresas – Palavras Civilizadas e Grandes Notícias – sendo que os acionistas Marco Galinha e António Mendes Ferreira são detentores dos restantes 49%. Por sua vez, estas duas empresas possuem 50,2% da Global Media, ou seja, o WOF tem uma participação indireta de 26% no GMG. Além das Páginas Civilizadas e da Grandes Notícias, o capital social do GMG é detido em 29,35% pelo acionista Kevin Ho e 20,40% pelo acionista João Pedro Soeiro.

O que diz a ERC

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) tem acompanhado o caso e referiu, em comunicado, que “a grave perturbação que atinge os órgãos de comunicação social que constituem o grupo, entre os quais se encontram vários meios históricos e de referência, suscita apreensões sérias do regulador ao nível da preservação do pluralismo no sistema mediático nacional”.

No mesmo comunicado, a ERC revelou ter pedido informação adicional sobre o “cumprimento das obrigações de transparência da titularidade, de modo a esclarecer dúvidas relativas à propriedade e responsabilidade pelo controlo deste grupo de média”.

Em causa está o World Opportunity Fund, um fundo sedeado no paraíso fiscal das Bahamas e controlado pela Union Capital Group, que tomou uma posição de controlo no Global Media Group e que ainda não revelou quem são afinal os donos deste grupo de comunicação social.

O caso chegou mesmo ao parlamento, que decidiu ouvir os representantes dos trabalhadores, do Sindicato dos Jornalistas e da ERC, bem como a ministra do Trabalho, o ministro da Cultura, as direções demissionárias do JN, da TSF, d’O Jogo e do Dinheiro Vivo, a administração do grupo, o antigo CEO Marco Galinha e o ex-diretor da TSF Domingos de Andrade.

O que diz o Sindicato dos Jornalistas

Perante a guerra entre os acionistas e a comissão executiva do GMG, o SJ emitiu um comunicado onde desafiou os acionistas a demitir José Paulo Fafe e onde “lamenta que os acionistas façam comunicados públicos a questionar as ações da comissão executiva, que nos parecem lesivas para os interesses do GMG e dos seus trabalhadores, em vez de tomar uma ação e fazer o mínimo que se exige neste momento – destituir José Paulo Fafe e a sua equipa da gestão do GMG, enquanto ainda existe GMG”.

Em comunicado, o SJ lamentou que a comissão executiva esteja “mais preocupada em defender-se dos acionistas e em contra-atacar os acionistas do que em resolver os problemas financeiros que alega para o grupo, deixando os trabalhadores sem o subsídio de Natal, primeiro, e agora sem o vencimento do mês de dezembro”.

Sobre o autorSónia Ramalho

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Da esq. para a dir., Duarte Durão (Nossa), Ana Sereno (Allianz), Vânia Araújo (Nossa), José Francisco Neves (Allianz), Sara Guedes Sousa (Nossa) e Maria Salsa (Allianz)

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Nossa conquista conta da Allianz

Duarte Durão, fundador e sócio-gerente da Nossa, salienta que os seguros são “um setor ainda relativamente tradicional na comunicação e a Allianz tem intenção de ser mais audaz na forma de comunicar e de se relacionar”

A Allianz escolheu a agência criativa Nossa, para apoiar na comunicação da marca de seguros em Portugal. A conquista, que envolve as vertentes de comunicação comercial e de marca, podendo passar também por territórios, é alcançada na sequência de uma consulta efetuada a várias agências do mercado, iniciada em maio deste ano.

Citado em comunicado de imprensa, José Francisco Neves, CMO da Allianz Portugal, refere que “a Nossa revelou uma capacidade para compreender o nosso negócio e o desafio atual da marca em Portugal, demonstrando ambição e vontade de trabalhar em equipa. O nível de identificação entre as duas empresas foi decisivo para o início desta colaboração”. A Allianz pretende alinhar a narrativa da marca global com a sua estratégia de proximidade local, mostrando aos portugueses que uma empresa de seguros para além de proteger e segurar riscos, é uma empresa de serviços presente no dia a dia dos seus clientes.

Para Duarte Durão, fundador e sócio-gerente da Nossa, “esta conquista tem um sabor especial, pois foi um processo diferente do habitual. As agências pré-selecionadas foram chamadas a apresentar uma metodologia de trabalho, casos relevantes e uma estimativa orçamental face ao desafio, envolvendo reuniões presenciais para conhecimento mútuo. Um processo de seleção que acreditamos que deve ser replicado, em vez dos concursos criativos, que consomem muitos recursos e nem sempre garantem que as empresas e equipas se ficam a conhecer mutuamente.”

O fundador e sócio-gerente da Nossa salienta ainda que os seguros são “um setor ainda relativamente tradicional na comunicação e a Allianz tem intenção de ser mais audaz na forma de comunicar e de se relacionar”.

Sobre o autorMeios & Publicidade

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GroupM aponta para crescimento de 9,5% nas receitas mundiais de publicidade

“O setor vai, pela primeira vez em 2024, ultrapassar um trilião de dólares de receitas totais. Para 2025, o relatório prevê ainda um crescimento de 7,7%, atingindo 1,1 triliões de dólares”, avança o relatório ‘This Year Next Year’, do grupo de investimento em meios da WPP

O relatório ‘This Year Next Year’ (TYNY), do GroupM, aponta que o forte desempenho dos maiores vendedores de publicidade e o aumento da expansão digital vão levar a um crescimento de 9,5% do investimento global em publicidade, até ao final do ano.

De acordo com as previsões do documento, divulgado a 9 de dezembro, o setor vai, pela primeira vez em 2024, ultrapassar um trilião de dólares (cerca de um bilião de euros) de receitas totais. Para 2025, o relatório do grupo de investimento em meios da WPP estima um crescimento de 7,7%, atingindo 1,1 triliões de dólares, cerca de €1,04 biliões.

“A publicidade digital continua a ser o canal mais forte: estima-se que cresça 12,4% a nível global em 2024 e represente 72,9% do total da publicidade em 2025. Os meios de retalho continuam a emergir como um segmento em rápida expansão nesta categoria de publicidade. A expetativa é que atinjam 176,9 biliões de dólares [cerca de €167,44 mil milhões] a nível global em 2025, e ultrapassem pela primeira vez as receitas totais da televisão, incluindo o ‘streaming'”, avança o GroupM.

O segmento televisão deve, segundo o TYNY, crescer 1,9% em 2025, com receitas de 169,1 biliões de dólares [cerca de €160,06 mil milhões] a nível mundial. “O meio televisivo tradicional será responsável por 72,6% desse valor, mas prevê-se que, de 2024 para 2025, a receita caia 3,4%. A TV por ‘streaming’, por outro lado, deve crescer 19,3% em 2025. Em 2029, o relatório estima que o ‘streaming’ represente 37,5% da receita total de TV”, refere o documento.

A publicidade fora de casa (OOH) mantém, em 2024, a quota conquistada no setor da publicidade global o ano passado, em grande medida devido ao forte desempenho da publicidade digital ‘out-of-home’ (DOOH), que se antecipa que represente 42% das receitas totais de OOH em 2025.

“As receitas globais do áudio vão manter-se praticamente inalteradas em 2025, enquanto a publicidade impressa enfrenta novos declínios, justificados pela digitalização e pela influência da inteligência artificial”, avança ainda o relatório, que aponta para um crescimento generalizado nos dez principais mercados de publicidade, em 2024, ainda que em graus variados.

“Os Estados Unidos e a China continuam a ser os maiores mercados, com receitas totais de publicidade a crescer, respetivamente, 9%, para 379 biliões de dólares [cerca de €358,74 mil milhões], e 13,5%, para 204,5 biliões de dólares [cerca de €193,57 mil milhões]. O Reino Unido continua em terceiro lugar, logo à frente do Japão. A Alemanha e a França mantêm as suas posições, seguidas por Canadá, Brasil, Índia e Austrália”, refere o documento.

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Omnicom adquire Interpublic por €12,5 mil milhões

O Omnicom procede à compra de todas as ações do IPG, depois de na última semana o Publicis Groupe ter sido dado como certo na corrida ao IPG. O grupo resultante da fusão ultrapassa o Publicis Groupe e o WPP, que têm disputado o lugar de maior ‘holding’ do setor, em receitas

O Grupo Omnicom acaba de adquirir o Grupo Interpublic (IPG), num acordo avaliado em 13,25 mil milhões de dólares (€12,5 mil milhões), excluindo dívidas, que cria o maior grupo de agências de publicidade, media e comunicação do mundo.

“Trata-se de um movimento, o da aquisição do Interpublic Group pela Omnicom, que pretende, antes de tudo, ganhar uma maior posição competitiva para os nossos clientes, e criar sinergias focadas na criatividade, na inovação e no talento, mantendo uma total separação e independência de cada uma das agências do grupo, como até agora tem acontecido”, refere Luís Mergulhão, presidente e CEO da OMG Portugal, citado em comunicado de imprensa.

O novo Omnicom contará com cerca de cem mil especialistas e oferecerá serviços completos em áreas como media, marketing de precisão, CRM, dados, comércio digital, publicidade, saúde, relações públicas e ‘branding’. “Esta aquisição estratégica cria um valor significativo para ambos os grupos de acionistas” e “é o momento perfeito para unir as nossas tecnologias, capacidades, talento e presença geográfica, proporcionando aos clientes resultados superiores, baseados em dados”, enfatiza John Wren, presidente e CEO do Omnicom Group.

Na última semana, o IPG já tinha sido alvo de especulações, com um artigo publicado no blogue britânico de finanças Betaville a garantir que o Publicis Groupe estaria a preparar uma potencial oferta de compra do IPG. Fontes próximas de ambas as ‘holdings’, no entanto, desmentiram essa hipótese, com o próprio blogue que publicou a notícia a descrever, mais tarde, a possível aquisição como uma informação “mal cozinhada”.

O Financial Times já tinha revelado que as negociações entre o Omnicom e o IPG tiveram início no verão e que o acordo poderia ser anunciado ainda esta semana. Trata-se de “uma aquisição do IPG pelo Omnicom, ainda que apresentada como uma fusão, o IPG quer encontrar um comprador há já algum tempo”, refere uma fonte próxima do processo, citada no Financial Times.

Ambos com sede em Nova Iorque, o IPG e o Omnicom detêm um grande número de agências internacionais de publicidade, marketing e relações públicas, com a McCann, a FCB e a Mediabrands, por exemplo, a operarem do lado do IPG, e a BBDO, DDB e a TBWA, entre outras, a trabalharem sob o Omnicom. O acordo é o maior do setor, desde a ponderação da fusão do Publicis com o Omnicom, em 2013, que foi abandonada após meses de negociações.

O novo Omnicom ultrapassa o Publicis Groupe e o WPP, que têm disputado o lugar de maior ‘holding’ do setor com base em receitas, faturando 15 mil milhões de dólares (€14,1 mil milhões) e 13 mil milhões de dólares (€12,3 mil milhões), respetivamente. As receitas conjuntas do IPG e do Omnicom são, por sua vez, superiores a 25 mil milhões de dólares (€23,6 mil milhões), com base em valores de 2023.

O acordo deverá atrair o controlo das entidades reguladoras, sendo que a operação surge numa altura em que as agências de publicidade tradicionais enfrentam pressões crescentes, com a maior parte do investimento do setor a ser desviado para grandes empresas tecnológicas, como a Google e a Amazon, que disponibilizam recursos publicitários, bem como plataformas de compra e venda de anúncios digitais.

 

Atualizado às 15h01 com o comunicado oficial do Omnicom

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

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O papel e a cor como suportes de arte

O objetivo da Renova é precisar a arte como território da marca, que leva o papel higiénico preto e vermelho em visita privada no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid, orientada por obras com estas cores (na foto)

Catarina Nunes

Entrar no Museu Thyssen-Bornemisza, em Madrid, depois de as portas terem sido fechadas ao público, remete imediatamente para o imaginário de filmes como ‘Noite no Museu’ ou ‘O Caso Thomas Crown’ – este último, nas mentes mais no limite do conceito de ‘aventura’.

Porém, na ativação de marca fora de horas da Renova, que traz cerca de 30 convidados para uma visita privada a parte do acervo colecionado pelo Barão Heinrich Thyssen-Bornemisza e o seu filho Hans Heinrich, não há animais empalhados a ganhar vida nem o roubo de uma pintura, perpetrado por um bilionário excêntrico.

Durante a próxima meia hora, uma historiadora de arte irá conduzir os convidados entre as várias salas vazias, no museu situado no distrito de arte madrileno. A pedra de toque com a Renova? Em cada uma das sete obras destacadas, o preto e o vermelho são as cores predominantes, fazendo a ligação ao mais recente lançamento da marca de papel ’tissue’, o papel higiénico de face dupla, preta e vermelha, enquanto suporte de arte.

“O objetivo da ativação é precisar um território de marca em Espanha, onde estamos há mais de 25 anos. Temos feito muita comunicação aqui, mas aquilo que pretendo é que seja uma marca criativa e ligada à arte e à criatividade, que em Espanha não é tão visível como é em Portugal ou em França”, explica Paulo Pereira da Silva, CEO da Renova, em declarações ao M&P, o único meio nacional convidado a estar presente.

Convidados das artes e da moda

Entre os 30 convidados que vão chegando à entrada do Thyssen perfilam-se personalidades locais ligadas à arte, à moda e aos interiores, em que se destacam, Carolina Herrera, diretora criativa e filha da estilista venezuelana com o mesmo nome, e Xandra Falcó, membro da direção da Círculo Fortuny, associação de marcas de luxo espanholas.

Os portugueses baseados em Madrid, Verónica de Mello, curadora, e Francisco Faria, modelo e criador de conteúdos digitais para marcas de luxo, alinham do lado da comitiva nacional, lado a lado com Francisco Torres, arquiteto de interiores, e elementos da equipa da Renova em Portugal e também de Espanha.

“Na criação de marca em um determinado país, trabalho que nunca está acabado, é importante fazer este tipo de ativação junto de um público em que não o fazemos habitualmente, em Espanha. O mundo também tem mudado muito e agora temos de fazer muito mais coisas com influenciadores”, justifica Paulo Pereira da Silva.

A descoberta do preto e vermelho na coleção Thyssen passa pela obra de Piet Mondrian, entre outros artistas  Foto Beatriz Osorio

A visita começa por uma pintura de Ernst Kirchner, ‘Rua com Prostituta de Vermelho’. A historiadora de arte que conduz a visita recorda que a existência da cor, presente na natureza, é anterior ao ser humano. “A começar pelo vermelho do sangue, inerente ao nascimento. É o primeiro pigmento de cor usado na arte rupestre, com o preto e o castanho. O vermelho vem do ocre, que se julga que vem do amarelo, mas é definido em função da quantidade de óxido de ferro”, explica.

Paulo Pereira da Silva chega ao vermelho do papel higiénico Rouge et Noir de outra forma, depois de já ter criado o primeiro papel higiénico preto, lançado mundialmente em 2005. “Tenho um fascínio pelo Japão e pelas lacas pretas de um lado e vermelhas do outro, com aquela sofisticação japonesa e apenas duas cores. Isto com o brilho da laca, é elevar a sofisticação, na simplicidade e minimalismo. Pensei em conseguir fazer um papel que fosse assim”, recorda o CEO da Renova.

Sucesso Rouge et Noir

Atualmente, o papel preto por fora e vermelho por dentro, vendido dentro de uma caixa de oferta, é o produto mais luxuoso da marca. “O nosso maior mercado é a China, onde é vendido no TikTok e na internet, com entrega no mundo inteiro. Não está no ‘mass market’, provavelmente estará em lojas ou em hotéis de quem compra na nossa loja online”, refere Paulo Pereira da Silva.

Em paralelo com a moda e outras expressões de criatividade, a arte é parte da identidade da Renova, nomeadamente através da Renova Art Comissions, que encomenda projetos a artistas. Paulo Pereira da Silva aponta como o primeiro nesta área o trabalho com o fotógrafo de moda Jean François Jonvelle, com imagens de rostos a preto e branco e o conceito ‘Renova Cuida de Si’, utilizados numa campanha publicitária em Portugal.

Mais tarde, entrega uma tarefa semelhante a Peter Lindbergh, cujo trabalho resulta em outra campanha publicitária, apresentada numa das primeiras ModaLisboa que a Renova patrocina, há cerca de 20 anos. “Ter ido buscar fotógrafos a França teve a ver com a marca. Quando cheguei à Renova fiquei à frente da parte comercial e de marketing e quis ter uma visão internacional da marca, de alguém que já tivesse trabalhado com várias marcas”, justifica.

O CEO da Renova diz que o objetivo da ativação é precisar um território de marca em Espanha  Foto Beatriz Osorio

Na ligação à arte em Espanha, o CEO quis fazer diferente daquilo que faz em Portugal. “Estamos num país que tem uma vida artística e social muito forte e viva em Madrid. Queria fazer alguma coisa ligada à cor, que é característica pela qual somos muito conhecidos. Foi o Raul Romero [relações públicas da Renova em Espanha] que teve a ideia da visita ao Thyssen com ligação à cor”, refere.

A visita já existe, criada pela agência de viagens de luxo personalizadas Nuba España, mas agora é adaptada para a Renova, com as obras selecionadas pelo Thyssen. À pintura de Kirchner com a qual arranca a visita, somam-se as de Piet Mondrian, Max Beckmann, Willem de Kooning, Palma el Viejo, Peter Paul Rubens e Jean-Honoré Fragonard.

A ativação segue para o Horcher, restaurante inaugurado em 1943, junto ao parque Retiro. Paulo Pereira da Silva justifica a escolha por ser “um clássico que está a inovar e a tornar-se ‘fashion’, que é o percurso que a Renova fez”. Aqui, o espaço é igualmente moldado à imagem do conceito que orienta a noite da Renova no Thyssen.

A cor vermelha domina o ambiente, na iluminação e arranjos de flores, nos guardanapos Renova impressos com pinturas do Thyssen, a par de guardanapos com desenhos e citações de artistas, como Le Corbusier, Maria Dolores Pradera e Cristóbal Balenciaga, replicados pela mão da caligrafista e ilustradora espanhola Mariana Valdecasas Solís.

Precisar o território Renova

Paulo Pereira da Silva salienta que esta ativação não é determinada por um contexto específico do mercado em Espanha. “As marcas para estarem presentes precisam de comunicar, senão não existem. A Renova pretende ter um território muito preciso, que tem de ser construído continuamente. Aqui não é tanto uma questão comercial de estar a vender o produto, é um trabalho de precisão na construção da marca”, argumenta.

A marca está construída. Porém, a perceção que tem não é aquela que quer que venha a ter, como tem em Portugal. “Até agora, comunicámos muito em Espanha, em televisão, revistas, ‘outdoor’ e autocarros nas principais cidades, e continuamos”. A questão é que “com um produto de grande consumo, o trabalho de marca tem de ser feito. A marca para existir tem de existir, as pessoas têm de ver o logótipo e os produtos”, defende.

A partir daqui, acrescenta, há a necessidade de precisar qual é o território da marca. “Ser uma marca histórica em Portugal é muito diferente de estar em outro país, em que esse conhecimento não é tão claro. O que temos feito na Coreia do Sul, começou logo por ser fora de hipermercados, onde não estamos, para trabalhar a marca como algo de muito diferenciado, com ações deste tipo com instalações em museus”, aponta.

A ativação no restaurante Horcher segue o conceito cromático da visita ao Thyssen  Foto Beatriz Cardoso

Esta é uma estratégia de criação de uma perceção de marca mais elevada, para lá do aspeto funcional associado ao papel higiénico, por territórios onde já está em Portugal. “A Renova era uma marca conhecida, mas quando começámos a trabalhá-la, na cabeça das pessoas, era uma fábrica de papel”, recorda Paulo Pereira da Silva.

A estratégia em Espanha vai continuar, com uma vertente de ‘cobranding’. “Começámos há uns meses, na Feira de Sevilha, uma parceria com a Inés Domecq que tem a marca IQ, que agora tem uma área de ‘home’ numa vivenda em Madrid, onde vende os produtos dela e também os nossos, em ‘cobranding'”, avança.

Paulo Pereira da Silva revela que, durante o evento no Thyssen e no Horcher, surgiu a ideia de o criador de conteúdos Francisco Faria fazer algo durante a próxima feira Art Basel, em Miami. Já em Portugal, “gostava de partilhar o nosso acervo artístico, as muitas instalações que fizemos com artistas e que estão guardadas na Renova. Na fábrica estamos a criar um espaço para o fazer e provavelmente vamos fazê-lo também em museus”, remata.

* a jornalista viajou a convite da Renova

Sobre o autorCatarina Nunes

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IPG compra empresa de ‘retail analytics’, vende agência de design e é alvo de especulação

Com a compra da Intelligence Node, o objetivo é obter dados especializados em comércio eletrónico e ‘retail media’. A alienação da Huge à empresa de capitais privados AEA Investors terá como motivo as dificuldades do IPG com os seus ativos digitais

O Grupo Interpublic (IPG) está a comprar e a vender empresas. Acaba de adquirir a Intelligence Node, que atua em ‘retail analytics’ e consultoria de comércio eletrónico para marcas, enquanto a Huge, agência de design e tecnologia, é vendida à empresa de capitais privados AEA Investors. O IPG tem sido também alvo de especulação, nos últimos dias, devido a uma eventual proposta de compra por parte do Publicis Groupe, que entretanto foi desmentida.

A Intelligence Node, cuja aquisição está avaliada em cerca de 100 milhões de dólares (€94,6 milhões), incluindo custos de integração, trabalha para ajudar marcas e retalhistas a compreender as tendências dos compradores e a impulsionar as vendas, fornecendo-lhes dados para que possam tomar decisões informadas, em áreas como o desenvolvimento de produtos, marketing e vendas.

“Vemos aqui uma oportunidade estratégica em ter ativos de dados especializados em comércio eletrónico e ‘retail media’, sobretudo quando falamos sobre um setor que está a crescer rapidamente e que deverá continuar a prosperar”, salienta Philippe Krakowsky, CEO do IPG, citado no The Wall Street Journal.

No que diz respeito à venda da Huge, os termos do acordo não foram divulgados. O IPG tem referido em alguns relatórios de resultados que os seus ativos digitais têm enfrentado dificuldades, sendo esse o principal motivo da alienação da agência de design e tecnologia. O objetivo da AEA Investors, por seu lado, é fundir a Huge com a Hero Digital, consultora norte-americana de experiência do cliente.

Além dos negócios com a Intelligence Node e a Huge, o IPG tem sido alvo de especulações nos últimos dias. Um artigo publicado no blogue britânico de finanças Betaville dava como certo que o Publicis Groupe estaria a preparar uma potencial oferta de compra do IPG. Fontes próximas de ambas as ‘holdings’, no entanto, desmentem essa hipótese, com o próprio blogue que publicou a notícia a descrever, mais tarde, a possível aquisição como uma informação “mal cozinhada”.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Prémios Marketing M&P estão de volta. Conheça o júri e inscreva-se

O júri da 11ª edição dos prémios de marketing (na foto) é presidido por Fernanda Marantes e composto por Ana André, Daniel Redondo, Francisco Pinto Coelho, Joana Pinto, João Seabra, Maria Miguel Calado, Miguel Ralha, Patrick Stilwell, Ricardo Sacoto Lagoa, Rui Freire, Rui Silva, Teresa Oliveira e Vasco Teixeira-Pinto

A cada nova edição dos Prémios Marketing M&P, as questões que impactam o setor do marketing, comunicação, relações públicas e publicidade confluem cada vez mais, tendo como urgência o foco na personalização das mensagens e o melhor uso das tecnologias e dos dados disponíveis nas várias etapas.

Na definição de estratégias e respetiva execução, as marcas priorizam a criação de conteúdos e de experiências autênticas e ajustadas às necessidades e expectativas individuais. Isto é ditado pela evolução do comportamento do consumidor, que espera interações personalizadas, em tempo real e em vários canais. E sem esquecer a conexão emocional, que exige o recurso a ‘insights’ profundos, que toquem positivamente o coração e as crenças dos consumidores, levando-os a preferir (e comprar) um produto ou serviço em detrimento de outro.

Com este ponto de partida, as marcas têm de definir e seguir estratégias que superem os obstáculos e que tirem o melhor partido da informação que conseguem recolher e utilizar, sejam dados de consumidores ou ‘insights’. As regulamentações de privacidade, porém, estão mais restritivas e os públicos fragmentados por múltiplas plataformas, nomeadamente digitais, onde as redes sociais e os criadores de conteúdos reinam na capacidade de acesso e de influência sobre milhões de pessoas.

Outra vertente que emerge é o equilíbrio entre o propósito da marca e os resultados. É ponto assente que os consumidores valorizam marcas que têm valores mais elevados do que a mera venda e que os alinham com práticas sustentáveis, aplicadas às estratégias de marketing.

Por isto, as metas de curto prazo (vendas e ROI) precisam de estar equilibradas com os objetivos de construção de marca, que alguns estudos internacionais têm indicado que estão a ser relegados, e mal, para segundo plano.

Entre outras vertentes, que também impactam o setor, este é o pano de fundo dos trabalhos a concurso na 11a edição dos Prémios Marketing M&P, que o júri irá avaliar. A tarefa está entregue ao júri presidido por Fernanda Marantes (Havas Media Group) e composto por Ana André (Leroy Merlin Portugal), Daniel Redondo (Licor Beirão), Francisco Pinto Coelho (Akt Creative), Joana Pinto (PepsiCo), João Seabra (Visa), Maria Miguel Calado (Starcom), Miguel Ralha (BAR Ogilvy), Patrick Stilwell (Dentsu Creative), Ricardo Sacoto Lagoa (Sociedade Ponto Verde), Rui Freire (Initiative/IPG Mediabrands), Rui Silva (BBDO), Teresa Oliveira (Mindshare) e Vasco Teixeira-Pinto (NOSSA).

A entrega de prémios aos vencedores será feita em data a anunciar. Até lá, reveja aqui os vencedores da edição anterior.

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Um em cada cinco dólares de publicidade fora da China vai para a pesquisa Google

Com um valor total previsto de €188,2 mil milhões em 2024, a quota de mercado da publicidade de pesquisa da Google é de 90,1% a nível mundial, excluindo a China, de acordo com o relatório ‘Global Ad Spend Outlook 2024/25’ do WARC Media

Um em cada cinco dólares (22,1%) gastos em publicidade fora da China é pago à Google pelos seus serviços de pesquisa, de acordo com o relatório ‘Global Ad Spend Outlook 2024/25’, do World Advertising Research Center (WARC) Media. A análise revela que o negócio de pesquisa da Google tem contribuído, com uma média de 1,3 pontos percentuais, para o crescimento anual dos gastos com publicidade a nível mundial durante os últimos dez anos.

No entanto, segundo o relatório do WARC Media, essa contribuição abrandou após a pandemia, devido ao crescimento de outros canais de anúncios digitais, como as redes sociais (+19,3%) e a ‘connected TV’ (+19,6%), que registam um crescimento mais acelerado em 2024. O público mais jovem, por exemplo, está a utilizar cada vez mais plataformas como o TikTok e o YouTube para procurar produtos e serviços.

O ‘retail media’ (+18,0%) em particular, está a afetar diretamente o crescimento do mercado de anúncios de pesquisa, com muitos dos formatos utilizados pelas redes de ‘retail media’ a fornecerem funcionalidades semelhantes às da pesquisa. Contudo, com um valor total previsto pelo WARC Media de 197,7 mil milhões de dólares (€188,2 mil milhões), em 2024 (+13,0% em termos anuais), a quota de mercado da publicidade de pesquisa da Google é de 90,1% a nível mundial, excluindo a China.

Esta quota de mercado é o que leva o Tribunal Distrital dos Estados Unidos para o Distrito de Colúmbia a decidir que a Google detém um monopólio efetivo no mercado da pesquisa. Uma posição que alegadamente utiliza para fazer acordos por defeito com os fabricantes de dispositivos e navegadores, de modo a limitar a concorrência. Com a atual incerteza em relação às consequências práticas da decisão do julgamento, o WARC Media prevê para o negócio de publicidade da Google um crescimento de 9% em 2025 e de 7%, em 2026.

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Dentsu prevê aumento de 6,8% das despesas mundiais em publicidade, em 2025

O relatório da Dentsu destaca que o digital continua a ser o canal de crescimento mais rápido e estima um aumento de 8% da publicidade em vídeo online e de 11,1% da publicidade programática, representando 70% dos gastos com publicidade digital

As despesas mundiais publicitárias vão registar um crescimento anual de 6,8% em 2024, face ao período homólogo, para um total de 772,4 mil milhões de dólares (€734 mil milhões), de acordo com o relatório Global Ad Spend Forecasts da Dentsu, relativo ao investimento mundial publicitário.

A projeção de crescimento foi revista na sequência do regresso a um crescimento de dois dígitos (10,7%) dos investimentos em publicidade digital em 2024, tendo em conta o impacto de acontecimentos desportivos e políticos, e o aumento das previsões nos Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e França. O relatório da Dentsu prevê, no entanto, que o crescimento dos gastos com publicidade abrande em 2025, expandindo-se a um ritmo mais reduzido de 5,9%, apesar de ainda prever que ultrapasse a economia mundial em 2,7 pontos percentuais.

A análise estima que as Américas permaneçam a região mais ativa em 2025, com um crescimento previsto de 6,3% (representando 47% do total do investimento mundial), seguida pela Ásia-Pacífico, com um aumento de 5,8% (representando 31% do total do investimento mundial) e pela Europa, Oriente Médio e África, com um crescimento de 5% (representando 22% do total do investimento mundial). No Reino Unido prevê-se que o investimento publicitário aumente 7,5% em 2024 e 5,7% em 2025, atingindo 51,7 mil milhões de dólares (€49 mil milhões).

O relatório da Dentsu destaca que o digital vai continuar a ser o canal de crescimento mais rápido, com um aumento projetado de 9,2% em 2025, para 513 mil milhões de dólares (€487,1 mil milhões), representando 62,7% dos gastos mundiais com publicidade.

“A nossa previsão para 2025 sublinha o papel fundamental dos media na economia atual. As estratégias de investimento em media baseadas em dados, e que privilegiam o digital, continuam a remodelar a forma como as marcas se relacionam com os consumidores”, explica Will Swayne, presidente mundial de media da Dentsu.

A Dentsu prevê ainda um crescimento em todos os principais segmentos digitais, com o ‘retail media’ a liderar com um aumento de 21,9%, face ao período homólogo, à medida que os anunciantes capitalizam o valor dos dados dos consumidores e investem cada vez mais em publicidade digital, incluindo a ‘connected TV’. A análise prevê um aumento de 8% da publicidade em vídeo online e de 11,1% da publicidade programática, em 2025, representando 70% dos gastos com publicidade digital.

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BBDO reforça departamento criativo

Vindos da Havas, Alberto Vieira (na foto, à esq.), diretor de arte sénior, e João Santos (à dir.), redator sénior, são as mais recentes contratações da BBDO. “Queremos sempre mais, mesmo que isso se traduza em novos problemas para resolver e em toda uma nova agência para conquistar”, referem ao M&P

Catarina Nunes

A dupla de criativos Alberto Vieira, diretor de arte sénior, e João Santos, redator sénior, são as mais recentes contratações da agência criativa BBDO, transitando da Havas, onde se encontravam até agora, a desempenhar as mesmas funções.

Em declarações ao M&P, a dupla de criativos justifica a transferência, referindo que “depois de quase três anos de muito trabalho na Havas e de uma posição consolidada, decidimos trazer desconforto às nossas vidas, porque é isso que nos caracteriza enquanto dupla. Queremos sempre mais, mesmo que isso se traduza em novos problemas para resolver e em toda uma nova agência para conquistar”.

Licenciado em design gráfico, pela ESAD das Caldas da Rainha, Aberto Vieira começa a carreira na agência Santa Fé, como designer. Como isso não lhe chegava, dá o salto para a publicidade, através da Carmen, de onde transita para a Fullsix. Faz uma pausa na publicidade, trabalhando em música para publicidade, mas acaba por regressar, ingressando na The Hotel e, mais tarde, na Havas.

Alberto Vieira refere que “esta mudança ajuda-nos a estar mais próximos dos nossos objetivos. Até lá, é mais do mesmo, ou seja, de faca nos dentes, inconformados e frescos”.

Formado em relações públicas e comunicação empresarial, pela Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), João Santos entra no mundo de trabalho através da Llorente & Cuenca, enquanto consultor de comunicação. Sentia, no entanto, que o fato e a gravata não ficavam assim tão bem a um jovem de 20 anos, faz um portefólio de ‘anúncios-fantasma’ e lança-se na publicidade. Passa por agências como Carmen, Fullsix, The Hotel e Havas, onde deixa alguns prémios em algumas delas, e vence Ouro nos Young Lions 2022, na categoria de filme

Em relação à transferência para a BBDO, João Santos diz que “viemos para a BBDO para aprender com uma nova-velha escola, mas para desafiar tudo e todos com a nossa energia, tal como se fossemos os mais reguilas do recreio. Aliás, tem sido assim na última década: temos vindo a subir a pulso, com a mesma fome e energia do primeiro dia, e é com isso que podem contar nos próximos dez, perdão, 20 anos”.

 

Sobre o autorCatarina Nunes

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Cristiano Ronaldo Jr. apresenta novo equipamento do Sporting em campanha da VML (com vídeo)

O filho mais velho de Cristiano Ronaldo (na foto) aparece na última cena do anúncio, a usar a camisola do novo equipamento do Sporting, que homenageia o pai. A campanha, com planeamento de meios da Media Gate, está presente em digital e nas redes sociais do clube

O filho mais velho de Cristiano Ronaldo é o protagonista da campanha de apresentação do terceiro equipamento do Sporting Clube de Portugal, para a época 2024/25, que será estreado no encontro frente ao Moreirense FC, a 5 de dezembro. O filme de apresentação do novo equipamento é da VML, com produção da Garage Films.

O Sporting decide trazer o número sete para a frente da nova camisola, estilizado num tom dourado, em homenagem a Cristiano Ronaldo e às cinco Bolas de Ouro que já conquistou. “Sabemos que a sorte se veste de esforço, dedicação e devoção e que há números que deixam um legado porque, por trás deles, estão pessoas que o constroem dia após dia. Assim, o Sporting CP desafia os sportinguistas a vestir a camisola sete”, refere o clube, em comunicado de imprensa.

A campanha, com planeamento de meios da Media Gate, está presente em digital e nas redes sociais do Sporting CP. O filme do novo equipamento presta homenagem ao número sete, em alusão ao legado de Cristiano Ronaldo, mostrando elementos visuais e várias pessoas em diferentes situações, que se apresentam com o número do futebolista. Cristiano Ronaldo Jr. aparece na última cena do filme, a usar a camisola do novo equipamento do Sporting.

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