Carlos Magno: “O poder editorial deve ser o único poder dos jornalistas”
O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), defende que é preciso “voltar aos valores básicos do jornalismo e fazer respeitar as regras, nomeadamente, da confirmação e da audição das partes”.
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O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Carlos Magno, defendeu na noite de sexta-feira, em Coimbra, que “o poder editorial deve ser o único poder dos jornalistas”. O poder dos jornalistas é “decidir o que é e não é notícia” e assegurar “a qualidade da notícia”, que – sublinhou – “tem regras”, sustentou o jornalista e docente universitário, que falava numa conferência promovida pela Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, no âmbito das comemorações do seu 123.º aniversário. “O que hoje se passa no espaço mediático é que, muitas vezes, não se cumprem as regras da notícia, não se confirma a informação”, afirmou Carlos Magno, considerando que “a vertigem e a velocidade a que a informação é propagada” faz com que, frequentemente, “não seja rigorosa”.
É preciso, apelou, “voltar aos valores básicos do jornalismo e fazer respeitar as regras, nomeadamente, da confirmação e da audição das partes”. O jornalismo “é caro”, reconheceu o presidente da ERC, mas “é um bom investimento e é fundamental para a democracia – sem jornalismo, não há democracia”, sublinhou. Mas, além disso, também há medo na sociedade. “Os políticos têm medo dos jornalistas, os jornalistas têm medo do desemprego”, os proprietários dos media “têm medo da falência” e “uma sociedade cheia de medo tem maior dificuldade em fazer jornalismo de qualidade”, sustentou. Sobre as funções da ERC, Carlos Magno entende que o seu “papel não é punitivo” e que deve preocupar-se em “fazer respeitar os espaços editorais”, isto é, “fazer cumprir os estatutos editoriais de cada órgão de comunicação social”. Para isso, reconheceu, os diferentes meios de comunicação social “deveriam actualizar” os seus respectivos estatutos editoriais, “em função das novas tecnologias, das novas realidades. E a ERC está empenhada nesse combate”, assegurou.
A conferência de Carlos Magno, subordinada ao tema “A fogueira mediática”, seguiu-se a um jantar, num restaurante de Coimbra, para apoiar os bombeiros voluntários da cidade, em que participaram várias dezenas de pessoas, entre as quais o presidente da Câmara, João Paulo Barbosa de Melo, e a vice-reitora da Universidade, Helena Freitas. (Lusa)