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Especial Imprensa regional – Um país, várias imprensas regionais

Os números falam por si. Oitenta por cento da imprensa regional portuguesa é composta por micro-empresas, tem menos de 10 trabalhadores e apresenta volumes de facturação que, numa parte significativa (40 por cento), não excedem os 100 mil euros.

Ana Marcela
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Especial Imprensa regional – Um país, várias imprensas regionais

Os números falam por si. Oitenta por cento da imprensa regional portuguesa é composta por micro-empresas, tem menos de 10 trabalhadores e apresenta volumes de facturação que, numa parte significativa (40 por cento), não excedem os 100 mil euros.

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Os números falam por si. Oitenta por cento da imprensa regional portuguesa é composta por micro-empresas, tem menos de 10 trabalhadores e apresenta volumes de facturação que, numa parte significativa (40 por cento), não excedem os 100 mil euros. Os resultados financeiros também não revelam motivos de grande animação: de 2006 a 2008, o sector, de acordo com o estudo A Imprensa Local e Regional em Portugal, realizado pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), tendo por base um amostra de 155 empresas, apresenta um EBIT em quebra: De 64,7 mil euros em 2006, o segmento apresenta no ano seguinte 1.042.160 euros negativos e em 2008 fixa-se nos 1.340.007 euros negativos (ver caixa). A evolução do lado das receitas de 2009 para este ano também não parece dar mostras de inversão desta tendência. No primeiro semestre o volume de investimento canalizado pela agência de meios Meio Regional, para as mais de 170 publicações com quem colabora, “caiu na ordem dos 40 por cento”, revela Rui Paulo, director-geral da agência de meios especializada neste segmento de imprensa, uma quebra resultante de uma “redução da actividade económica” das marcas, tendo sido o “sector das telecomunicações aquele que mais contribuiu” para essa descida. A diminuição, descreve Rui Paulo, “afectou mais o interior do que o litoral”, sendo os títulos do interior “sempre mais massacrados” em termos de investimento, já que as opções neste campo são “sempre mais centradas nos grandes centros de comunicação” e de consumo.

Filomena Moreira, directora-geral da Publimpor, agência de meios especializada neste segmento de imprensa, diz não sentir “uma redução significativa no volume de investimento que valha a pena assinalar”, nem uma “grande oscilação em termos de tipologia de anunciante”. “O actual momento da imprensa regional é um reflexo das condições do país… Alguns meios têm interrompido as suas edições, manifestamente por falta de receitas e muitos outros se vão mantendo. Os que se mantêm são fruto de uma gestão muito rigorosa”, comenta a responsável.

“O nosso mercado permite-nos estar a facturar este ano mais seis por cento do que o ano passado”, afirma por seu lado Joaquim Emídio. “Temos muito que trabalhar para ganharmos a confiança das empresas que ainda não perceberam que nós somos melhores a vender que os jornais de Lisboa e do Porto. O mercado está quase todo por explorar. A comunicação social não pode viver do anúncio de agência. O resto está escrito nos livros”, comenta o director-geral de O Mirante.

“O Diário do Sul tem tido a mesma percentagem de redução de publicidade que os nacionais, e a nível regional vive dos seus melhores anunciantes que acreditam – e agora o estudo da ERC confirma – que o Diário do Sul é o veículo privilegiado para publicitar em todo o Alentejo e que os ajuda na promoção das suas empresas realçando o seu valor no desenvolvimento e no crescimento do emprego na região”, comenta José Piçarra. Contudo, o administrador do título regional concretiza as razões da quebra de investimento. “Toda a quebra de publicidade sentida no nosso jornal provém do não cumprimento da distribuição da publicidade do Estado pela imprensa regional, pela má aplicação das verbas dos organismos e instituições do Estado que desperdiçam fundos em folhetos, cartazes, sacos de plástico em árvores, e outras formas de comunicação que em nada servem o propósito da informação ao público e prejudicam a imprensa no seu papel fundamental de informação independente do poder político e económico”, acusa, apontando ainda o dedo às políticas agressivas de descontos a preços de tabela que não têm contribuído para uma melhor saúde financeira do sector de imprensa. “Temos a noção, pelo que os nosso colegas falam, e pela publicidade que vemos na imprensa, que houve uma redução muito grande do investimento publicitário, mas temos a certeza que na publicidade existente o desconto comercial é ainda pior, rondando os 60 por cento”, afirma. Já Rui Paulo dá uma visão mais optimista no que toca à ‘sangria’ provocada pelos descontos, afirmando que o sector “conseguiu conter essa descida do preço”. “A partir de determinada altura os editores não desceram mais”, diz.

A diferença de ser local e regional

Com mais de 700 publicações de índole local e regional registadas na ERC, o administrador do Diário do Sul faz uma clara distinção entre comunicação social local (constituída por “pequenas publicações, de periodicidade mensal ou quinzenal, tiragens reduzidas e circunscritas às cidades onde estão sediadas”) e regional (que “cobrem o concelho ou a região, têm dezenas de trabalhadores, são de periodicidade diária ou semanal e as tiragens superam os cinco mil exemplares”). “Podem identificar-se em Portugal cerca de 20 publicações – nas palavras de Afonso Camões (Lusa) – que têm potencial de crescimento e que podem dinamizar todo o sector, com mais emprego para jornalistas, melhor qualidade dos jornais, produzir mais conteúdos e reafirmar a liberdade e independência política e económica do poder”, considera José Piçarra. E não está só nesta apreciação. Também para Rui Paulo, da Meio Regional, não se pode olhar para a imprensa regional como um bloco único, considerando que da panóplia de títulos existentes há “10 a 15 projectos de imprensa sólidos”, considerando que “a grande maioria das empresas de pequena dimensão por si só não representa a totalidade da imprensa regional” e que “grande parte do investimento está a ser canalizado para 10 a 15 projectos”. Para o responsável da agência de meios, o facto do sector ter poucos títulos com periodicidade diária não é necessariamente negativo, numa referência ao recente estudo do organismo regulador para a comunicação social que considerava que esse facto podia ser indiciador de falta de pluralismo, frisando que também em termos nacionais o número de diários não é abundante, e o mesmo se aplica aos semanários. “Agora é tempo de olhar a sério para os projectos, controlar os custos, melhorar a eficácia, de encontrar novas fontes de financiamento, de desenvolver novos modelos de distribuição. Não é altura de estarmos quietos. As empresas têm de olhar de dentro para fora”, considera o responsável da agência de meios.

“O momento actual é crucial para a imprensa regional e nomeadamente para os projectos que querem e têm potencial de crescimento, pois se podemos afirmar que para a imprensa local o panorama não se vai alterar – pois quem é pequeno assim continuará, porque não é afectado pela quebra publicitária ou de leitores e assinantes – e quem pertence a grupos de imprensa regional não vai sentir a crise pela absorção dos custos no conjunto da empresa”, diz, por seu turno, José Piçarra. “É a imprensa regional que quer expandir-se nos concelhos ou nas regiões, os jornais que querem mais jornalistas e que procuram mais produção de conteúdos de produção própria e aqueles que procuram maior isenção e pluralismo que estão a ser afectados, nos últimos anos com a redução do incentivo à leitura/porte pago, redução de publicidade do Estado, aumento de custos, taxas, e impostos”, argumenta o administrador do Diário do Sul. Para este responsável, a imprensa regional “só poderá crescer se o Estado decidir apoiá-la cumprindo a lei da publicidade institucional, desviando o restante investimento público dos suportes apenas publicitários para a imprensa, encerrando publicações públicas e autárquicas, tais como boletins e outros, se restringir os conteúdos informativos das autarquias em todas as plataformas, apoiar a distribuição de jornais aos assinantes em função da periodicidade e oferecer um incentivo de subsídio ao leitor à assinatura de jornais regionais, em resumo, deixar para a imprensa regional o papel da comunicação, promoção do Estado e autarquias nas regiões onde estão sedeadas”.

O que o futuro reserva a este sector?

Joaquim Emídio acredita na imprensa regional, sector que considera ter “todas as condições para se afirmar em tempo de crise”, afinal, “as histórias de sociedade aumentam quanto mais aumenta a fome, a miséria social e a discriminação”, temáticas que poderiam ser melhor trabalhadas pela imprensa regional.“Leio regularmente jornais espanhóis e franceses e quase metade da informação é sobre problemas com imigrantes ou sobre cultura e economia relacionado com o espaço europeu onde estamos integrados. Acho que se investe pouco e mal na imprensa regional nomeadamente neste capitulo”, afirma o director-geral de O Mirante. “E há por aí muita gente instalada que fala de boca cheia de liberdades e garantias mas que se portam como senadores do jornalismo quando não passam de assalariados. A maior parte deles não escreve uma boa história há anos. Custa-lhes puxar pelos neurónios. Vivem à sombra da falta de visão dos empresários e eles próprios sustentam-se e sustentam o sistema à espera da idade da reforma”, acrescenta o responsável. Talvez por isso o director-geral de O Mirante não se mostre muito preocupado com eventuais futuros encerramentos de títulos regionais, onde vê uma oportunidade de renovação do sector. “Quanto mais morrerem de velhos melhores jornais renascerão. A necessidade aguça o engenho. Há jornais cheios de vícios sem profissionais que jamais se renovarão. Têm que morrer para dar lugar aos novos, ou seja, à necessidade de criação de novos projectos. A revolução também se pode fazer sem sangue”, diz.

“Obviamente que acreditamos que mais alguns títulos venham a fechar”, afirma Filomena Morais, directora-geral da Publimpor, apontando esse potencial desfecho à situação da economia e das finanças de alguns dos títulos. “A imprensa regional é uma imprensa de sobrevivência. Enquanto certas estruturas estiverem à frente dos projectos vão levá-los os projectos até onde for possível”, diz Rui Paulo, da Meio Regional.

José Piçarra não ficaria surpreendido com notícias dando conta do encerramento de títulos regionais, já que alguns, diz, estão já “com a situação no limite com dívidas ao Estado e a terceiros”, o que é de lamentar pois, com o seu fim desaparece “parte da história do país verdadeiro”. Mas, ressalva, “encerram também projectos de imprensa regional que não eram mais do que formas encapotadas de publicações de publicidade com notícias misturadas que desfalcaram o mercado publicitário quer por ilusões gráficas ou de promessas de projectos impossíveis ou de tiragens fictícias”.

Multiplataforma, parcerias e a publicidade do Estado

Mas o que poderá ser feito para contornar os problemas que afectam este sector de imprensa? Rui Paulo acredita que determinados projectos já estão a preparar-se para dar o passo em frente e a “posicionar-se de forma a não estarem dependentes de um único produto: um jornal em papel”, sendo que “alguns estão preocupados em diversificar” para novas áreas, à semelhança da imprensa nacional, entrando em sectores como eventos, conferências e debates, “agilizando esse tipo de ofertas nas suas regiões”. “Este ano é muito importante para o próprio sector que terá de ter capacidade de se reinventar. Dentro do que é a sua realidade terá de fazer alguma coisa”, acredita. No caso da Meio Regional, empresa que desde Outubro passado deixou de fazer parte do universo da Lena Comunicação – através de um processo de Management Buy Out (MBO), concretizado por Rui Paulo, que comprou os restantes 75 por cento da empresa por um valor que se escusou a revelar -, a aposta passou por, em Junho, expandir a sua panóplia de serviços. A empresa de meios regional passou a representar, embora em regime de não exclusividade, a publicidade exterior da Publifunchal (Madeira) e a Açormedia (Açores), iniciativa que visou “aprofundar a relação com os meios, passando também a ser interlocutor dos restantes suportes que têm”, explicava na época ao M&P Rui Paulo. Isto porque a Meio Regional representa a venda de espaço para o Diário de Notícias da Madeira (da Empresa Diário de Notícias, detida a 60 por cento pelo grupo Blandy, proprietário da Publifunchal) e do Açoriano Oriental (da Açormedia) e, com esta iniciativa, adicionar ao seu portfólio 234 faces (quatro circuitos) no Funchal (inclui mupis, Look Vespas, Look Walkers e Look Cards) e 34 faces em Ponta Delgada.

“Não há soluções milagrosas para fazer funcionar o mercado. Tudo se fará no seu tempo”, comenta por seu turno Joaquim Emídio, que considera que o futuro do sector de imprensa regional poderá estar na adição de produtos multiplataforma. “Acho que com a televisão regional haverá mais descentralização e o mercado de trabalho será mais rico. Ninguém quer trabalhar fora dos grandes centros. Sem bons profissionais e sem uma boa escola de jornalismo de proximidade nunca haverá grandes projectos fora dos grandes centros de Lisboa e Porto”, acredita o responsável de O Mirante, que defende ainda parcerias com grupos de media. “Os grandes grupos serão os nossos melhores parceiros. Se não quiserem pior para eles. Já ninguém cresce fora de Lisboa e Porto. Com as parcerias os grupos só teriam a ganhar. Há condições para imprimir edições diferenciadas em papel. E este é só um exemplo”, diz. “O Mirante tem uma redacção de 13 jornalistas com variadas áreas de residência que vão de Vila Franca a Tomar. Fazemos o jornalismo mais caro do mundo e não temos parceiros para o rentabilizar. Mas que raio de país é este?”, questiona. Na calha, revela, depois da edição Lezíria do Tejo, Médio Tejo e Vale do Tejo “temos prevista uma edição para o norte de Lisboa. E queremos a televisão regional. Por cabo ou seja lá como for uma televisão regional faz-nos falta”.

Planos de expansão também não faltam ao Diário do Sul. A “curto prazo e em parceria com a Vasp”, o título – um dos braços do grupo regional que detém uma rádio local e uma web TV – quer estar à venda em banca “em todo o distrito de Beja com especial destaque para o litoral Alentejano, colmatando a falta de imprensa regional na região, e passar a estar disponível diariamente em todo o Alentejo”, anuncia José Piçarra. O administrador do Diário do Sul enumera uma lista de obstáculos com que o sector se debate actualmente, como “a redução no apoio à distribuição que leva à redução de circulação paga de jornais regionais e à alteração da periodicidade dos mesmos de forma a reduzirem despesas, promovendo a imprensa gratuita sem controlo de tiragens dependente exclusivamente do poder económico e político”. E aponta soluções: A “classificação dos títulos regionais por circulação paga auditada pela APCT, por índice de leitura pela Marktest e apoio à distribuição consoante a periodicidade”. E o papel do Estado e da administração pública também não está isento de críticas, do seu ponto de vista. Piçarra fala em “critério duvidoso da publicidade do Estado, das instituições, das empresas públicas em plataformas de publicidade – a saber, pendentes de sacos de plástico, publicidade exterior, cinema, e muitas outras – que absorvem a maior parte do investimento publicitário retirando as verbas, inclusive as legalmente impostas à imprensa regional (12,5 por cento) – impedindo os meios de comunicação social de usarem todo esse investimento para a produção de informação, que depois é exigida em nome do interesse público, pelas mesmas entidades”. E, mais recente, a “tentativa de produção de informação que o Estado, as instituições, as empresas públicas e as autarquias têm vindo a produzir quer através de jornais, boletins, sites ou portais na internet, webTV, newsletter ou outros de forma a iludir o leitor de que está a ver, ler ou ouvir informação jornalística, quando não passa de propaganda política ou institucional”, alerta. “Pensamos não haver dúvida de que a medida correcta aqui a aplicar seria a proibição legal das entidades produzirem informação jornalística para todas as plataformas e de contratarem jornalistas profissionais e empresas de comunicação para esse fim”, propõe.

O M&P tentou obter um comentário da Lena Comunicação, um dos grupos mais relevantes em termos de imprensa regional, mas não foi possível.

– Retrato de um sector

Até 7 de Dezembro do ano passado estavam registadas na ERC 728 publicações periódicas de âmbito local e regional em Portugal Continental e Regiões Autónomas. Desse lote de títulos, apenas 2,5 por cento têm uma periodicidade diária, sendo que a maioria apresenta uma periodicidade mensal (37,5 por cento), seguida de semanal (29,4 por cento), quinzenal/bimensal (23,9 por cento) e, por fim, bissemanal, trissemanal e trimensal (2,5 por cento) e, “um total de 4,3 por cento das publicações são editadas exclusivamente online”, descreve o estudo A Imprensa Local e Regional em Portugal, realizado pela ERC e apresentado em finais de Junho. O facto de apenas uma ínfima parte dos títulos ser diário levanta algumas questões, como realça o estudo. No entender do organismo regulador, existirem apenas 18 diários regionais “dificulta o cabal cumprimento do papel que cabe à imprensa regional”, o que se torna “mais importante pelo facto de a imprensa nacional não favorecer a cobertura da actualidade local e regional e de ser escassa a existência de edições regionais dos diários nacionais”. Além de que, para o organismo regulador, “a cobertura jornalística da actualidade regional é um elemento essencial a uma democracia pluralista”.

O estudo também faz uma análise económico-financeira do sector, tomando por base as contas de uma amostra de 155 empresas relativas aos anos de 2006 a 2008. O cenário descrito não é animador. A maioria das empresas que constituem a amostra (40 por cento) apresenta um volume de negócios que não excede os 100 mil euros, “sendo muito reduzido o número de empresas cujo volume atinge o milhão de euros”. Uma percentagem elevada da amostra revela um tecido empresarial composto maioritariamente por micro-empresas (80 por cento) “cujo o volume de negócio não excede os dois milhões e o número de trabalhadores é inferior a 10”. Apenas 19 por cento são pequenas empresas e o restante (1 por cento) corresponde a empresas de média dimensão.

Trata-se de um “sector deficitário, o que é revelado por resultados líquidos negativos nos três anos analisados, além de um baixo desempenho pela maioria das empresas em termos de volume de negócios, facturação média, receitas e número de trabalhadores”. Efectivamente, entre 2006 e 2008 verifica-se uma diminuição do activo líquido e do capital próprio de 84 e 79 por cento, respectivamente, sendo essa descida mais acentuada a partir de 2007, realça o estudo. No período detecta-se igualmente um decréscimo das dívidas a curto-prazo (-20 por cento). Contudo, paralelamente as dívidas a terceiros de médio e longo prazo aumentam 92,5 por cento. Em 2006 a amostra obteve receitas de 121,3 milhões de euros, 126 milhões no ano seguinte, registando uma quebra em 2008 para os 124,4 milhões de euros. Os custos variaram entre 107,6 milhões de euros e 112,2 milhões de euros, tendo em 2007 atingido o valor mais elevado: 114,4 milhões de euros. Os custos com pessoal representam apenas 30 por cento, o que apesar de ser o segundo item mais elevado na estrutura de custos, são valores “relativamente baixos, o que significa que se trata de empresas com escasso número de trabalhadores, elemento indiciador de um menor grau de profissionalismo”. O EBITDA revela uma tendência de queda: em 2006 este situava-se nos 12,7 milhões de euros, fechando o triénio com 10,7 milhões de euros, o que representa uma queda de 15,5 por cento. E o mesmo sucede com o EBIT: de 64,7 mil euros em 2006, cai no ano seguinte para os 1.042.160 euros negativos e em 2008 fixa-se nos 1.340.007 euros negativos. Resultados que empurram o sector para resultados líquidos negativos de 5 milhões para 6,6 milhões de euros.

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Nova Expressão renova conta de media de €1,2 milhões com a Opticalia

A agência de meios liderada por Pedro Baltazar é responsável por toda a estratégia, planeamento, negociação e compra de espaço publicitário da Opticalia nos meios de comunicação, sendo que a gestão das redes sociais é feita internamente pela rede de óticas

Catarina Nunes

A Opticalia volta a entregar à Nova Expressão a conta de media, com um valor anual de €1,2 milhões e por um período de três anos, na sequência de uma consulta de mercado na qual participaram também as multinacionais Havas Media e Mediabrands.

“A Opticalia é uma marca espanhola e desde que veio para Portugal, em 2012, que trabalhamos com a Nova Expressão porque era parceira da agência com a qual trabalhamos em Espanha”, refere em declarações ao M&P Joana Correia, diretora de marketing e comunicação da Opticalia, justificando a opção pela Nova Expressão.

Um porta-voz da Nova Expressão avança ao M&P que a agência de meios liderada por Pedro Baltazar é responsável por toda a estratégia, planeamento, negociação e compra de espaço publicitário da Opticalia nos meios de comunicação, sendo que a gestão das redes sociais é feita internamente pela rede de óticas.

Com uma rede de 261 lojas no continente e nas ilhas dos Açores e da Madeira, a Opticalia opera em Portugal desde 2012 com uma comunicação disruptiva e promovendo os óculos como um acessório de moda. A Nova Expressão, por seu lado, é uma agência de meios a operar no mercado português desde 1994, independente de grupos de media ou de plataformas tecnológicas globais.

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Filipa Alves é a nova diretora criativa da Happy Brands

A publicitária vai liderar o departamento criativo da agência, onde terá de “garantir a entrega de soluções inovadoras e impactantes para os clientes”. Filipa Alves começou a carreira profissional na Sumo Publicidade e, mais recentemente, desempenhou funções como diretora criativa na Winicio

Filipa Alves acaba de assumir a direção criativa da agência de branding e design Happy Brands. A profissional fica responsável por liderar o departamento criativo da agência, onde terá de “garantir a entrega de soluções inovadoras e impactantes para os clientes”, adianta a agência em comunicado de imprensa.

Licenciada em design de comunicação pelo IADE, Faculdade de Design, Tecnologia e Comunicação, Filipa Alves começou a sua carreira profissional na Sumo Publicidade. Posteriormente colaborou durante vários anos como supervisora criativa na Havas Design+, e mais recentemente desempenhou funções como diretora criativa na Winicio.

“É uma oportunidade de trazer a minha experiência e paixão pelo design para um projeto no qual me identifico. Quero arriscar e elevar ainda mais a criatividade da agência. Quero inspirar e ser inspirada pela equipa”, adianta Filipa Alves em comunicado de imprensa.

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Receitas publicitárias da Meta crescem 26,8%

No primeiro trimestre do ano, Família de Apps da Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger) fatura mais 57,4% e aumenta em 20% as impressões de anúncios, enquanto o Reality Labs (hardware, software e conteúdos de realidade mista, virtual e aumentada) continua a dar prejuízo

Catarina Nunes

A Meta teve lucros de 12,36 mil milhões de dólares (€11,54 mil milhões) no primeiro trimestre de 2024, mais 117% do que no mesmo período em 2023. As receitas totais subiram 27% para 36,45 mil milhões de dólares (€34 mil milhões), em que a esmagadora maioria (35,63 mil milhões de dólares/€33,24 mil milhões) diz respeito à venda de espaço publicitário, que cresce 26,8% nos primeiros três meses do ano, segundo os dados divulgados pela Meta.

Em termos de resultados por segmentos, a Família de Apps da Meta (Facebook, Instagram, WhatsApp e Messenger) aumentou as receitas em 27,2%, para 36 mil milhões de dólares (€33,6 mil milhões) e as impressões de anúncios em 20%, enquanto a Reality Labs (hardware, software e conteúdos de realidade mista, virtual e aumentada) faturou 440 milhões de dólares (€410 milhões), mais 23% face ao período homólogo em 2023.

Em relação ao lucro gerado por cada uma destas operações, na Família de Apps sobe 57,44% e ascende a 17,66 mil milhões de dólares (€16,48 mil milhões), enquanto o Reality Labs deu um prejuízo de 3,84 mil milhões de dólares (€3,59 mil milhões), abaixo, no entanto, dos 3,99 mil milhões de dólares perdidos no primeiro trimestre de 2023. Em comunicado, a empresa de Mark Zuckerberg refere que “para a Reality Lab, continuamos a esperar que os prejuízos operacionais aumentem significativamente, devido aos nossos esforços em desenvolvimento de produto e aos investimentos para escalar mais o nosso ecossistema”.

Para o total do ano, a Meta prevê despesas a rondar os 96 e os 99 mil milhões de dólares, acima das previsões anteriores, “devido a custos superiores de infraestrutura”, refere a Meta em comunicado, que prevê igualmente um aumento das despesas de capital para entre 35 e 40 mil milhões de dólares, em relação à previsão anterior que se situava em torno dos 30 e dos 37 mil milhões de dólares. O motivo? Os investimentos em infraestrutura de suporte à inteligência artificial, em termos de pesquisa e desenvolvimento de produtos, que a Meta tem de continuar a fazer.

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Concurso europeu apoia novas tecnologias aplicadas aos media em Portugal

Podem candidatar-se ao Media Open Call Innovation Program, até 5 de maio, as empresas de media que procurem tecnologias de realidade virtual ou aumentada, inteligência artificial big data, Internet das Coisas, blockchain ou conectividade 5G

As empresas que quiserem ter uma nova tecnologia aplicada a meios de comunicação social, seja um jornal ou uma plataforma de entretenimento, podem concorrer, até 5 de maio, ao Media Open Call Innovation Program, promovido pelo consórcio Test Bed Aveiro Media Competence Center (AVCC), com a dotação de €2,5 milhões.

Test bed é o jargão para uma infraestrutura com capacidade tecnológica que permite às start-up e às PME’s testar tecnologias que, sem este suporte, não teriam capacidade para o fazer. No âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) foi criada uma rede nacional de test beds, para servir diferentes sectores de atividade.

O Parque Ciência e Inovação da Região de Aveiro (PCI) candidatou-se a este projeto europeu e lidera a criação em Portugal do único test bed dirigido especificamente às tecnologias de media. Além do PCI, a NOS, a Google e o Aveiro Media Competence Center fazem igualmente parte do consórcio.

Este concurso pretende apoiar projetos tecnológicos piloto para “ajudá-los a superar o já famoso ‘vale da morte’, uma fase entre a prototipagem e a entrada no mercado que é critica de ultrapassar, para permitir a sobrevivência de novos projetos tecnológicos”, explica João Moraes Palmeiro, responsável pelo projeto.

O concurso é dirigido a todas as empresas que queiram experimentar tecnologias nas áreas de realidade virtual ou aumentada, inteligência artificial big data, Internet das Coisas, blockchain ou conectividade 5G, aplicadas aos media. Segundo João Moraes Palmeiro, “é não só uma oportunidade única para testar novas tecnologias desenvolvidas especificamente para esta área, como também uma oportunidade excelente para testar, na área dos media, tecnologias que foram desenvolvidas para outras aplicações”.

Este test bed de media é o único existente a nível europeu nesta área e permitirá aos participantes o acesso a serviços e infraestruturas a preços mais baixos do que no mercado, o acesso a uma rede de parceiros e a serviços de aceleração de negócio e de produto. O apoio pode ser prestado ainda na fase de desenvolvimento tecnológico, na fase de pré-industrialização ou pré-comercialização, ou mesmo no desenvolvimento de estratégias de promoção. O que é pretendido é que as tecnologias apresentadas, através do acesso a esta infraestrutura, consigam dar o salto para o mercado.

Segundo João Moraes Palmeiro “há vantagens significativas em participar”. Os projetos terão à disposição uma infraestrutura multidisciplinar e serão financiados até 90%. Em acréscimo, poderão testar os seus pilotos junto de um importante conjunto de parceiros, como a Agência Lusa, Media Capital, Associação Portuguesa de Imprensa, bem como publicações como o Público, Observador e A Bola, entre outros.

O Aveiro Media Competence Center, do qual João Moraes Palmeiro é responsável, foi constituído em 2021 e é uma entidade participada pela Universidade de Aveiro, pelo Parque Tecnológico de Aveiro (PCI- Creative Science Park) e pela Associação Portuguesa de Imprensa.

A associação tem como objetivo agregar estruturas e conhecimento numa só plataforma, de modo a contribuir ativamente para a transição digital dos media na Europa. Por esta razão, para além da participação em projetos como o Media Open Call Innovation Program, de apoio à transição digital, a plataforma sediada em Aveiro desenvolveu também um repositório de informação sobre todos os apoios que existem para este propósito, a nível global.

Segundo João Moraes Palmeiro, o “objetivo é proporcionar informação e conhecimento, de modo que os media consigam fazer esta transição digital com sucesso”. E acrescenta: “Se existisse mais conhecimento nesta área no início do milénio, teria sido mais fácil para os media enfrentarem a transição digital”.

A associação, que pretende evoluir para uma figura de fundação, não tem dotação própria, funcionando com base no financiamento de projetos específicos por entidades públicas ou privadas. A União Europeia, a Google e a Meta atribuíram fundos aos projetos em curso. Para além deste projeto, o Aveiro Media Competence Center é parceiro do projeto YO-MEDIA, através de outro consórcio que inclui a italiana Università Cattolica del Sacro Cuore e a espanhola Catalâ Universitat de Vic – Central de Catalunya.

Tendo em consideração o contexto de sucessivas crises e guerras, este consórcio tem como objetivo trabalhar estratégias de gamificação, para ampliar a literacia mediática dos jovens. Mais informação sobre a AMCC e todos estes projetos aqui.

Sobre o autorCristina Dias Neves

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Filomena Spranger Jorge assume direção de marketing do Burger King Portugal

A profissional licenciada em publicidade e marketing tem agora a responsabilidade de impulsionar o crescimento da Burger King em Portugal. O percurso de Filomena Spranger Jorge começa no McCann Worldgroup, em planeamento de media, passando, posteriormente, pela Publicis, Zenith e Media Markt Iberia

Filomena Spranger Jorge acaba de ser nomeada a nova diretora de marketing do Burger King Portugal. A profissional tem cerca de 20 anos de experiência no setor e terá a responsabilidade de impulsionar o crescimento da marca em Portugal, integrando a equipa da Restaurant Brands Iberia.

Licenciada em publicidade e marketing pela Escola Superior de Comunicação, Filomena Spranger Jorge iniciou a carreira no McCann Worldgroup em planeamento de media e, posteriormente, passou por empresas como a Publicis, a Zenith e a Media Markt Iberia. Mais recentemente exerceu funções de consultoria de marketing e comunicação na Thinkwide.

“É um privilégio poder continuar a dedicar-me ao mais importante em qualquer sector do retalho, os clientes, e trabalhar lado a lado com uma equipa super talentosa que partilha a visão de tornar o Burger King na marca favorita no nosso sector em Portugal”, afirma Filomena Spranger Jorge numa publicação na sua página de LinkedIn.

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Futebolista Rafael Leão protagoniza adaptação portuguesa da nova campanha global da Adidas (com vídeo)

Desenvolvida pela The Lift e pela Somesuch, a campanha publicitária, que internacionalmente conta com a participação de nomes como Zinedine Zidane, Jenna Ortega e Anitta, entre outros, foi produzida por Whitney Jackson e Pol Agusti, e realizada por Vincent Haycock

Rafael Leão, futebolista português a jogar no AC Milan, é o protagonista da adaptação portuguesa da nova campanha global da Adidas, intitulada 1000 Back. O desportista, um dos embaixadores nacionais da marca, surge nas fotografias promocionais, que já estão a ser divulgadas nas redes sociais e nas lojas da insígnia, a usar um par de Adidas Originals Samba, um dos três modelos de calçado desportivo que a etiqueta alemã está a publicitar, a par do Adidas Originals Gazelle e do Adidas Originals Spezial.

Realizado por Vincent Haycock e protagonizado globalmente por Carlisle Aikens, skater profissional que integra a equipa Adidas Skate Team, o filme publicitário que integra a campanha revisita a história da marca alemã. “Para além do vídeo e das imagens da campanha, recordamos o espírito das três silhuetas clássicas e das pessoas que as influenciaram, com um espaço digital que será preenchido com conteúdos gerados pelos utilizadores”, informa a Adidas em comunicado de imprensa.

“Os fãs dos modelos são convidados a apresentar os seus looks usando os hashtags #adidasSamba, #adidasGazelle e #adidasSpezial”, refere o documento. Zinedine Zidane, Jenna Ortega, Pusha T, Anitta, Hoyeon Jung, David Beckham, Serge Gnabry, Jella Hasse e Stormzy são outros dos embaixadores internacionais da marca que promovem os novos modelos da marca. Desenvolvida pela The Lift e pela Somesuch, a campanha foi produzida por Whitney Jackson e Pol Agusti. A direção de fotografia é de Evan Prosofsky.

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Reveja os melhores momentos dos Prémios de Marketing M&P’23 (com fotos)

Conheça os protagonistas da 14ª edição dos Prémios de Marketing M&P, evento que decorreu na última semana, ao fim da tarde de 17 de abril, na Estufa Monsanto Secret Spot

‘É uma menina’ vence Grande Prémio, Dentsu Creative é Agência Criativa do Ano, Mindshare é Agência de Meios do Ano e António Fuzeta da Ponte é Marketeer do Ano. Além destes quatro Grandes Prémios, foram atribuídos ainda 15 troféus de Ouro, 17 de Prata e 19 de Bronze. Dos 118 trabalhos inscritos nos Prémios de Marketing M&P’23, em 34 categorias diferentes, 55 chegaram à lista de finalistas.

A entrega de prémios decorreu na última semana, ao fim da tarde de 17 de abril, na Estufa Monsanto Secret Spot, no Parque Florestal de Monsanto, num evento que reuniu cerca de 300 profissionais do setor, para a entrega dos troféus que distinguem os melhores trabalhos na área de marketing. Conheça os protagonistas e reveja os melhores momentos dos Prémios de Marketing M&P’23.

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ThePitch arrisca em duas frentes

Auxiliar líderes e marcas nos grandes momentos de comunicação de apresentações e lançamentos é o objetivo da nova agência de comunicação corporativa, que aposta na criação de narrativas com apoio do design de comunicação. E também vai dar treino a líderes

ThePitch foi o nome escolhido para a nova agência de comunicação especializada que a Plot Content Agency apresenta a 8 de abril. Marta Cordeiro, até agora diretora de clientes da empresa, vai dirigir a nova estrutura, que tem o ex-diretor de conteúdos desta empresa, Nuno Alexandre Silva, como diretor criativo.

“O nosso objetivo é auxiliar líderes e marcas nos seus grandes momentos de comunicação. Através do nosso ADN, que são os conteúdos e o storytelling, vamos criar narrativas, com apoio do design de comunicação, para atingir os objetivos dos clientes”, esclarece a responsável.

“Pretendemos atuar num mercado específico, o das apresentações, que, ao contrário de outros, em Portugal, ainda não está muito maduro. Atualmente, o foco está muito na parte visual criativa e o que nos vai distinguir vai ser a junção da parte da construção da narrativa a essa parte visual”, explica a diretora-geral da agência, em declarações ao M&P.

Além de promover empresas, organizações, marcas, produtos e serviços, a nova estrutura também vai dar treino de media a dirigentes, sempre em colaboração estreita com a Plot Content Agency.

“Fazemos parte da mesma família, mas é como se fossemos primos. Somos uma agência nova, uma estrutura independente, não é mais uma marca criada pelo grupo a que pertencemos”, ressalva Marta Cordeiro. “Temos serviços partilhados, mas também nos vamos socorrer de outros profissionais do mercado, profissionais especializados.

Estamos muito focados em ter talento bom e sénior, porque o nosso posicionamento é mesmo de topo, direcionado para as lideranças e para as grandes marcas”, assume a responsável.

“Estamos a entrar numa área onde existem outros players mas vamos fazer o nosso caminho e procurar o nosso espaço, apostando num tipo de criação de conteúdo diferente, pensado especificamente para momentos de apresentação. Este trabalho acaba, muitas vezes, por estar disperso por várias empresas ou departamentos.

Agora, queremos autonomizar-nos e especializar-nos nesta área, com a promessa de elevar a comunicação dos líderes e das marcas, pensando o slide telling na lógica de contar uma história, aplicando na prática o storytelling à apresentação. São muito estas duas vertentes que vamos desenvolver, tirando partido do legado que temos”, esclarece Nuno Alexandre Silva.

Nas últimas semanas, a dupla de dirigentes da thePitch já reuniu com potenciais clientes para apresentar a agência, mas não revela o número de contratos que já assinou. “Os muitos projetos que desenvolvemos com a Plot têm sido um bom cartão de visita. Muitas das apresentações que fizemos até agora foram com clientes que já trabalhavam connosco”, revela o responsável.

A data para o arranque oficial da nova estrutura, 8 de abril, não foi escolhida ao acaso. “Achámos que era um bom dia. Vai haver uma grande lua nessa noite e quem é especialista nestas coisas diz que dá sorte”, justifica Marta Cordeiro.

Os outros negócios da Plot Content Agency

Apresenta-se como uma agência de marketing chave na mão, que desenvolve “experiências digitais que compreendem as pessoas”. Criada em maio de 2011, a Plot Content Agency resulta da fusão da editora de revistas Entusiasmo Media com a agência de custom publishing White Rabbit. Em 2014, diversifica a atividade e lança a Plot Live, uma empresa de eventos para marcas e organizações que não vinga.

Em 2017, com a criação da House of Words (HOW), encerrada o mês passado, o negócio editorial volta a ser separado do promocional, com a agência a reforçar a aposta no branded content e no marketing comportamental e a dar os primeiros passos na consultoria e integração de sistemas e no desenvolvimento de aplicações móveis e de estratégias de experiência de utilizador.

Nas últimas semanas, a empresa liderada por Rui Borges, idealizou e produziu o novo anúncio publicitário da Tranquilidade. Atualmente, além da agência de marketing que dá nome ao grupo, a Plot Content Agency integra também a empresa tecnológica Share e a nova agência corporativa thePitch.

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Range Rover e JNcQuoi unem-se pela mobilidade

Quatro Range Rover vão assegurar as deslocações dos clientes do JNcQuoi, entre Lisboa e Comporta. Parceria é parte da estratégia de reposicionamento da marca britânica, que em 2023 duplica as vendas em Portugal

Catarina Nunes

Quatro modelos Range Rover, com um preço médio de €185 mil, vão fazer as deslocações entre os dois eixos dos projetos do JNcQuoi, avenida da Liberdade e Comporta, no âmbito de uma parceria entre as duas marcas de luxo, que não pressupõe contrapartidas financeiras e que poderá vir a ser alargada com a disponibilização de mais veículos.

Esta é a primeira parceria da Range Rover nestes moldes, em Portugal, e enquadra-se na estratégia do grupo Jaguar Land Rover (JLR) de se posicionar para um mercado crescente. “Em Portugal, como em Espanha, há um boom de estrangeiros com muito dinheiro, a comprar propriedades. São pessoas que não vivem todo o ano nestes destinos, vêm dos Estados Unidos para a Comporta para ficarem três meses, e precisam de uma solução de mobilidade durante esse tempo. É o que estamos a oferecer”, explica ao Meios & Publicidade Luis Antonio Ruiz, presidente e CEO da JLR Ibéria.

A esta aposta não é alheia a procura da Range Rover, que em 2023 vendeu 927 carros novos em Portugal, mais de dois terços do total das 1.175 matrículas novas da Land Rover, que agrega ainda a Defender e a Discovery, com vendas menos significativas. Face a 2022, ano em que a Range Rover vendeu 460 unidades, o crescimento em 2023 foi de 100%, de acordo com os dados fornecidos pela JLR, que indicam ainda 136 Range Rover matriculados só em janeiro e fevereiro de 2024.

O novo Range Rover 100% elétrico, por seu lado, está também a fazer este caminho, ainda antes de ser lançado. “Nunca tivemos tanta procura por um elétrico e a lista de espera é maior em Portugal do que em Espanha”, avança Francisco Nunes, coordenador da JLR para o mercado português, referindo-se ao modelo que chegará ao mercado nacional em 2025 que tem uma lista de espera de 143 pessoas em Portugal, mais 63 do que as 80 que aguardam em Espanha.

A divisão de marcas é parte de um processo de reestruturação na JLR, iniciado há três anos, em que Jaguar e Land Rover são separadas, ficando esta última como ‘chapéu’ das marcas Range Rover (luxo), Defender (capacidade) e Discovery (versatilidade). É parte de um plano global a cinco anos, o Reimagine, em que o grupo automóvel britânico está a investir 15 mil milhões de libras (€17,5 mil milhões), em desenvolvimento de produtos e fabrico.

O objetivo é reposicionar a JLR como um fabricante de automóveis elétricos de luxo moderno, antes de 2030. “O luxo moderno é uma filosofia de design, fabricação, posicionamento, marketing e definição de marca. Os nossos carros são muito simples, definem-se com quatro traços. Isso é o luxo moderno, algo que perdura no tempo como moderno, porque tem um design muito simples”, diz Luis Antonio Ruiz, salientando a importância da simplicidade do luxo a par com as experiências únicas proporcionadas aos clientes.

É neste âmbito que surge a ligação ao JNcQuoi, a marca da Amorim Luxury dedicada ao estilo de vida de luxo, que junta restauração, hotelaria, moda e um clube privado, em Lisboa e na Comporta. “O mercado-alvo é o mesmo e vamos acrescentar valor no hub em Lisboa e no novo hub na Comporta, onde estamos a construir o destino, com novos projetos. Para fazer a ligação entre os dois hubs precisamos de transporte”, explica Miguel Guedes de Sousa, presidente da Amorim Luxury, justificando a necessidade da frota de quatro Range Rover.

Já em julho, o JNcQuoi adiciona mais uma unidade ao seu portefólio, com a abertura de um hotel na avenida da Liberdade. O acesso ao serviço de transporte entre Lisboa e a Comporta com os carros Range Rover é feito por marcação, incluindo reserva de lugar de estacionamento na praia do Pego, onde o JNcQuoi tem um clube de praia.

“Na Península Ibérica, está a acontecer o ‘efeito Florida’, o que aconteceu na Florida, nos Estados Unidos, há alguns anos. Estamos a atrair muitos estrangeiros que querem viver aqui de forma permanente ou temporária, por causa do clima, da comida, da tranquilidade e segurança que os dois países proporcionam, e isto está a gerar muitos negócios em ambos os países”, salienta o presidente e CEO da JLR, justificando a relevância desta ligação ao JNcQuoi.

Apesar de esta ser a primeira iniciativa em Portugal, Luis Antonio Ruiz garante que não vai ficar por aqui, tendo já em vista uma união ao Club del Deportista, um serviço de concierge para jogadores de futebol em Espanha, ao qual a Range Rover já disponibiliza carros, e que virá para Portugal. 2Em Espanha, estamos com a construtora e promotora imobiliária Sotogrande, para um conceito igual ao do JNcQuoi, que ainda não está concluído nem assinado e por isso não posso referir o nome. É um conceito de moradias, que rondam os €10, €15 milhões, para pessoas que não vivem lá todo o ano, e será a primeira parceria em Espanha como a que temos com o JNcQuoi”, revela Luis Antonio Ruiz.

Sobre o autorCatarina Nunes

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Sagres apresenta nova campanha com passatempo para o Euro 2024 (com vídeo)

A campanha conta com a criatividade da McCann Lisboa e da Dentsu Creative Portugal e está presente em televisão, digital e ponto de venda. Para celebrar a associação ao Euro 2024, a Sagres lança também packs comemorativos Sagres MiNi, alusivos ao passatempo

Com o campeonato europeu de futebol à vista, a Sagres lança a mais recente campanha multimeios “Há sempre espaço para acreditar”, de apoio à seleção nacional no Euro 2024. A campanha, que conta com a criatividade da McCann Lisboa e da Dentsu Creative Portugal, está presente em televisão, digital e ponto de venda, e é lançada com um passatempo que leva 20 adeptos ao Euro 2024.

Sob o mote “Ganha Viagens para apoiar a Seleção”, a Sagres vai oferecer 10 viagens duplas à Alemanha, que inclui a estadia em Dusseldorf, o ‘pack adepto’ e um jantar, entre dia 21 e 23 de junho. Os vencedores têm ainda acesso a uma recepção no dia 22 de junho na zona de fãs do estádio Signal Iduna Park no pré-jogo.Todos os portugueses com mais de 18 anos e residentes em Portugal que queiram concorrer, podem inscrever-se no Clube Sagres.

Para celebrar a associação ao Euro 2024, a Sagres lança também packs comemorativos Sagres MiNi, alusivos ao passatempo, e que já se encontram disponíveis em supermercados e hipermercados de norte a sul do país.

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