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Marketing :: Artigos de Fundo

O que mudou em dez anos

Foi há dez anos que abriu a primeira loja Fnac, no Colombo, em Lisboa. Descubra o que mudou nos clientes, nos concorrentes e na própria marca Esta quarta, 27 de […]

Maria João Lima
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O que mudou em dez anos

Foi há dez anos que abriu a primeira loja Fnac, no Colombo, em Lisboa. Descubra o que mudou nos clientes, nos concorrentes e na própria marca Esta quarta, 27 de […]

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Maria João Lima
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Foi há dez anos que abriu a primeira loja Fnac, no Colombo, em Lisboa. Descubra o que mudou nos clientes, nos concorrentes e na própria marca

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Esta quarta, 27 de Fevereiro, assinalou-se o aniversário da inauguração da primeira loja Fnac em Portugal, mais precisamente no Colombo, em Lisboa. Dez anos volvidos a marca quis comemorar. “É quase como se fosse uma reabertura da loja do Colombo”, disse ao M&P Cláudia Almeida e Silva, directora-geral da Fnac Portugal, que ocupa o cargo desde o início do ano. Para abrir as festividades, no dia do aniversário, foi inaugurada a exposição de fotografia Ponto de Vista – Portugal, Um Retrato Social, de António Barreto, que estará patente na Praça Central do Centro Colombo, Lisboa. “Ele retrata um pouco a sociedade portuguesa nos últimos anos e é um bom paralelo com a história da Fnac ao longo dos dez anos”, diz Cláudia Almeida e Silva. Nesse mesmo dia, a loja promoveu vários concertos.

A marca não quis ficar por aqui. “No mês de Março vamos lançar uma publicação comemorativa dos dez anos onde pedimos aos nossos especialistas para seleccionarem os 100 livros, 100 discos e 100 filmes que os marcaram mais e que recomendam dos últimos dez anos. Os especialistas são os colaboradores da Fnac”, disse a directora-geral. A Fnac pediu também aos padrinhos Fnac [cada loja tem um padrinho] para darem um contributo sobre os seus livros e discos de eleição. Haverá também um site dedicado à efeméride onde “vamos colocar os títulos recomendados e vamos propor aos clientes e aos internautas que os pontuem. No final teremos a selecção dos nossos internautas”, comenta.Com aqueles que têm o cartão de fidelização da Fnac, a empresa preparou acções pontuais. “Teremos promoções exclusivas, duplicação de pontos”, desvenda a directora-geral.

Para as comemorações, que se estendem ao longo do ano, foi criado um logótipo que estará presente em toda a comunicação. “Temos coisas planificadas para o Verão e para o segundo semestre”, diz Cláudia Almeida e Silva, escusando-se a concretizar. A ideia, diz Viriato Filipe, director de marketing comercial e comunicação, “é marcarmos ainda mais aquilo que fazemos de forma recorrente à volta da temática dos dez anos”. E explica: “Nós premiamos os novos talentos nas áreas da cultura que a Fnac comercializa: literatura, música e fotografia. Vamos fazer um especial novo talento da literatura, um especial novo talento da música e um especial novo talento da fotografia. Nós comemoramos a 21 de Junho o Dia Europeu da Música. Vamos fazer um especial dez anos. Tudo aquilo que já fazemos ao longo do ano ao nível da cultura ou da tecnologia vamos empolgá-lo ainda mais devido aos dez anos”.

Antes da entrada da Fnac

Na era pré-Fnac tudo era diferente. Havia as livrarias de bairro onde não se podia mexer nos livros, as pequenas casas discográficas com os discos selados, casas que vendiam e alugavam cassetes de vídeo e lojas de electrónica. Em 10 anos tudo mudou. Acima de tudo, diz Cláudia Almeida e Silva, mudou “a envolvente concorrencial que era completamente diferente do que é hoje sobretudo no retalho especializado. Houve um crescimento forte no retalho especializado que é onde a Fnac está posicionada”. A concorrência da Fnac tornou-se mais agressiva. “Na distribuição, todas as áreas fora do alimentar, que estavam inseridas em insígnias focadas no alimentar, como a Sonae, saíram deste universo de uma única loja e abriram as suas próprias insígnias fora da marca-mãe, como foi o caso da Worten que inicialmente estava dentro do Continente e da Box que inicialmente estava dentro do Jumbo”, explica a directora-geral. E isso veio responder às exigências do consumidor. Cláudia Almeida e Silva explica o porquê: “O consumidor cada vez mais quer ter mais oferta especificamente sobre uma determinada gama de produtos que com aquelas áreas de venda não existia. Isso fez com que ao saírem da sua casa-mãe quisessem criar o seu próprio mercado.”

Também explodiu a internet, não só como um novo ponto de contacto, mas também como concorrente. “A penetração do comércio electrónico em Portugal tem crescido, mas a maior parte dos portugueses ainda vai fazer compras à loja. E vão continuar a privilegiar o canal físico ainda durante muitos anos”, assegura. Mas, segundo esta responsável, o canal internet não vai ser desprezado. “Algumas das categorias vão ter um crescimento exponencial.” Exemplos disso são os livros técnicos, música e filmes.

Também o cliente está diferente. “É cada vez mais exigente, mais informado, a querer mais atenção. Habituou-se a um nível de resposta da parte da Fnac e cada vez está mais exigente”, descreve Cláudia Almeida e Silva. E acrescenta que o cliente Fnac não espera que esta lhe apresente apenas um novo produto, mas que faça mais do que isso. “Espera de nós prescrição, expormos mais áreas de nicho como música clássica, jazz ou arte. Espera de nós soluções. Não quer apenas o PDA, quer a solução se esse PDA tiver um problema. É a isso que temos que dar resposta”.

A reboque da Fnac

“A Bertrand mudou, mas penso que não foi tanto como resposta à Fnac, mas ver o que o cliente procura quando compra um livro”, diz a directora-geral. E acrescenta: “Devem ter chegado à conclusão, como nós chegámos, que o cliente gosta de comprar num espaço agradável, ter a liberdade de procurar os livros, ler aquilo que quiser, ter um espaço para ler. É uma resposta às necessidades dos clientes. E claro que se a Fnac é um modelo vencedor… não há que inventar.”

Mas, sublinha, esta não é uma tendência só da Bertrand. “Alguns dos hipermercados que abriram recentemente criaram esses espaços de estar”, assegura. E Viriato Filipe lembra que isso já existia noutros mercados. “A Fnac se calhar veio acelerar a transformação no comércio, onde para se mexer num livro tinha que se comprar”. Na opinião do responsável de marketing as coisas evoluíram porque a Fnac soube impor os seus métodos de trabalho e a sua política mais virada para a satisfação do cliente. “Mas nos EUA, Alemanha e Inglaterra existe há largos anos”, recorda.

O conceito da Fnac passa por proporcionar experiência de compra ao cliente. “O cliente entra e senta-se no sofá ou no chão a ler um livro, marca os livros para continuar a ler no dia seguinte, sublinha os livros para o exame que tem na semana seguinte. É toda uma liberdade que damos. Na música pode ouvir o CD, nos filmes ver o filme. Também na área da tecnologia pode experimentar os produtos à vontade”, diz a responsável pelo negócio português. Além disso a Fnac não se foca num único produto. “O que faz a diferença é o complemento de todos os produtos. No Natal temos clientes que vêm com duas folhas A4 de produtos que querem para oferecer. Acho que só a Fnac é que consegue isso. Num mesmo espaço pode-se comprar um livro, um bilhete, uma televisão… é toda essa complementaridade que marca a diferença”, diz. A juntar, qualquer pessoa pode ir à Fnac e assistir a um evento no Fórum sem ter que pagar nada por isso.

Peso 60/40

Quando a Fnac entrou há dez anos no mercado a área de produtos editoriais (livros, discos e filmes) representava cerca de 60% e os produtos técnicos (tecnologia, electrónica de consumo) o restante da facturação. “Neste momento a área técnica pesa 60%”, diz a directora-geral. E acrescenta: “Não tem a ver com um ser melhor que o outro, mas com a procura do cliente. A proposta de produtos que há hoje a nível tecnológico não tem nada a ver com a oferta que existia há sete anos.” Mas, em termos editoriais, a Fnac vendeu em 2007 mais livros, mais discos e mais filmes do que em 2006.

O mercado da música com a proliferação da pirataria está em queda. Mesmo assim a empresa tem conseguido aguentar as suas quotas de mercado e travar essa queda. “Trabalhamos muito o nicho de mercado onde ainda não há pirataria e o cliente gosta de ouvir com qualidade e diferenciar o produto. Ou seja, em vez de lançar um CD e metê-lo na prateleira é acrescentar valor ao produto”, diz a directora-geral. E exemplifica: “Tenho o CD com um bilhete para o concerto, com uma tshirt, alguns CD autografados”. A quebra na área dos CD nota-se mais nas grandes novidades e pop rock que é onde sentem o peso da internet. “No jazz, mundo e música portuguesa conseguimos manter a quota de mercado e volumes, não se vendo grande queda”, assegura.
Seis momentos marcantes

Entrada em Portugal (1998) – “Havia um estudo que indicava que Portugal não era um país Fnac porque não tinha índices de leitura suficientes, não tinha um poder de compra sustentado e a apetência para o consumo não estava em níveis mínimos para ter uma loja. No primeiro ano estava previsto abrir uma loja, duas, talvez e parar por aí. Abrimos a primeira loja em Fevereiro (Colombo), a segunda em Novembro (NorteShopping) e a partir daí deparamo-nos como novas oportunidades”, Viriato Filipe

Primeira noite aderente (1999) – “A primeira noite aderente foi um conceito inovador em Portugal. Fazer uma festa, uma noite especial, para os seus aderentes. Foi marcante, o facto de fechar a porta e depois abrir. Fechámos a loja à meia-noite e reabrimos só para os detentores do cartão Fnac. Os centros comerciais foram reticentes. Era visto como uma loucura. Hoje em dia já não são noites, mas dois dias”, Cláudia Almeida e Silva

Abertura no Chiado (1999) – “A abertura do Chiado foi um marco na cidade. O Chiado estava em cinzas. Contribuímos para o renascer deste bairro”, Cláudia Almeida e Silva

Cidades de média dimensão (2001) – “Quando saímos dos grandes centros urbanos, fomos para Coimbra, Algarve e Funchal. Tínhamos uma notoriedade incrível em Lisboa e Porto não só pelas lojas, mas pelos índices de leitura e afinidade com os suplementos culturais. Nessas novas lojas os níveis de notoriedade eram completamente diferentes. Foi uma fase de redescobrir um terreno virgem”, Viriato Filipe

Concerto de PJ Harvey (2001) – “Oferecemos um concerto ao ar livre na altura da abertura da loja de Santa Catarina, no Porto. Conseguimos trazer a PJ Harvey com o seu primeiro disco a solo, para a rua de Santa Catarina. Foi uma campanha forte pela notoriedade que isso trazia depois com a cobertura dos meios”, Viriato Filipe

Directora portuguesa (2008) – “Agora é outro momento marcante. O facto de termos uma líder nacional e ainda por cima mulher, charmosa e inteligente como é a Cláudia”, Viriato Filipe

Sobre o autorMaria João Lima

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Comon cria campanha provocadora e humorista para a Makro

A Comon recorreu a estátuas gregas, zebras e fatos espaciais para, com base nas análises data driven feitas ao comportamento dos clientes da Makro, idealizar uma campanha publicitária multimeios disruptiva e divertida que pretende reforçar o posicionamento da marca

A nova campanha publicitária da Makro, idealizada pela Comon, revoluciona a forma de comunicar da marca. Estátuas gregas, zebras e fatos espaciais são os protagonistas dos anúncios. Além das redes sociais da marca e dos media digitais, também figuram nos múpis e nos cartazes de lojas que estão a ser espalhados por todo o país, com maior concentração na região de Lisboa, apresentando um discurso humorístico e provocador. “Tínhamos o desafio de fazer uma comunicação diferenciadora”, assume ao M&P Salvador Mathias, gestor nacional de excelência multicanal da Metro, empresa que detém a marca.

“Quem poderia esperar que esses elementos fossem os protagonistas de uma campanha de uma empresa de distribuição grossista? Mas é exatamente isso que nos torna únicos. Escolhemos uma abordagem menos óbvia, que certamente surpreenderá o mercado. Ao combinar o humor e o tom até provocador, sentimos que estamos a abrir novas oportunidades para a imagem da marca e a cumprir os objetivos da campanha”, refere o responsável. Reforçar o posicionamento como parceiro grossista, mostrando aos clientes que podem encontrar os produtos essenciais os seus negócios, é o propósito da iniciativa.

“O grande objetivo é reforçar o nosso compromisso com o setor da restauração, sublinhando que, no nosso portefólio de produtos alimentares e não alimentares, temos tudo o que os clientes deste segmento necessitam para o sucesso dos seus negócios. É certo que esta tem sido a nossa mensagem nas campanhas que temos vindo a desenvolver, mas desta vez quisemos fazê-lo com este tom disruptivo”, justifica Salvador Mathias. A mensagem da campanha tem em conta os resultados das análises data driven feitas ao comportamento dos clientes da Makro, que também ouviu um grupo de clientes habituais da insígnia.

A campanha multimeios, que arrancou a 15 de maio, prolonga-se até junho, sendo amplificada por um cartaz de formato diferenciado instalado na loja da Makro de Alfragide. “Este ano, o objetivo é maximizar o nosso plano de marketing, de forma estratégica e cirúrgica, com ações e iniciativas que nos projetem como, mais do que fornecedores, parceiros. Esta campanha representa uma aposta criativa, muito grande e disruptiva, que vem reforçar aquilo em que, diariamente, estamos focados, o sucesso dos clientes é o nosso negócio”, refere Salvador Mathias, sem revelar valores de investimento publicitário.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

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Rosalía é a nova embaixadora global da Dior

A artista espanhola protagoniza a nova campanha publicitária da marca. Produzida pela North Six, com direção criativa de Margot Populaire e figurinos de Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da Dior desde 2016, promove a carteira Lady Dior e vai ter grande divulgação nos meios digitais

A cantora, compositora e produtora musical espanhola Rosalía é a nova embaixadora global da Dior. A intérprete protagoniza a nova campanha publicitária da marca, que vai ser maioritariamente divulgada nas redes sociais e nos media digitais, apurou o M&P. Produzida pela North Six, com direção criativa de Margot Populaire e produção adicional de Emma Roach, integra um filme publicitário realizado por Collier Schorr, que também assina as fotografias promocionais da parceria.

O estilismo é de Elin Svahn, com maquilhagem de Ariel Tejada e cabelos de Olivier Schawalder. Os figurinos são da responsabilidade de Maria Grazia Chiuri, diretora criativa da Dior desde 2016. Além de apresentar a nova embaixadora global da marca, a campanha publicita a carteira Lady Dior, uma das criações da etiqueta fundada pelo estilista francês Christian Dior em 1946.

“Explorando a emoção espontânea da cor e a intensidade profunda do preto e branco, as fotografias captadas por Collier Schorr transmitem uma pluralidade maravilhosa. Num ambiente íntimo, apenas com um microfone e um piano, um tributo às atuações ao vivo e às ligações apaixonantes entre moda, palco e música, a multitalentosa cantora espanhola é revelada, incrivelmente radiante”, informa a Dior, que em Portugal é comunicada pela Press Club, em comunicado de imprensa.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Quase metade dos criativos têm uma relação difícil com as marcas

A inteligência artificial, o comércio social e as comunidades baseadas em interesses são as áreas do marketing e da criatividade que terão mais investimento este ano, segundo o estudo Estado da Criatividade, da Lions Advisory

Se a voz de Pedro Ribeiro, diretor criativo da Tux & Gill, refletir o mercado publicitário, a conclusão do relatório internacional Estado da Criatividade, da Lions Advisory, que indica que 45% dos criativos tem uma relação difícil com as marcas, não está longe da realidade portuguesa.

“Revejo-me nesses 45% e até me surpreende que não seja um número maior”, adianta o diretor criativo da Tux & Gill. O estudo em causa, conduzido pela consultora do Cannes Lions que se dedica à análise do mercado publicitário, a Lions Advisory, revela que a rutura na comunicação entre os principais intervenientes no processo criativo, agências e marcas, representa um risco para o mercado, nomeadamente por acontecer num momento em que há um maior investimento no setor.

Para Vasco Perestrelo, diretor-geral da MOP e representante em Portugal do Festival de Publicidade de Cannes, a perspetiva é outra, mas a realidade é a mesma. “Uma das coisas que o relatório indica é que, não havendo do lado dos clientes pessoas com perfil virado para a criatividade e que gostam de arriscar e fazer coisas novas, a tendência é cortar esse ímpeto que as agências têm, por definição. Até boas ideias, que podem ser transformadoras, acabam por ser condenadas à partida por serem arriscadas. A criatividade vive muito de fazer a diferença e isso implica alguma assunção de risco. Se as marcas não arriscarem no posicionamento e nas campanhas, torna-se mais difícil distinguirem-se umas das outras”, afirma Vasco Perestrelo.

Para Pedro Ribeiro, os desafios que tornam mais complexa a relação de trabalho entre criativos e marcas passam pelos “orçamentos mais reduzidos, prazos mais apertados, processos de ‘pitch’ mais insustentáveis, equipas mais reduzidas e inexperientes, de ambos os lados, e um foco maior nos resultados imediatos, com menos consideração pela construção de marca a longo-prazo”.

Já Levi Olivares, diretor digital da McCann Lisboa, assinala, à semelhança de Vasco Perestrelo, a necessidade de as marcas arriscarem mais no que toca ao processo criativo, uma vez que “a baixa competitividade entre as marcas leva a uma menor necessidade de arriscar, logo cria-se um cenário de poucas oportunidades para o mercado criativo inovar e sair do ‘mais do mesmo’, que para mim é a principal razão pela qual me revejo nessa estatística”.

Questionado sobre o estado da criatividade em Portugal face aos resultados apresentados no estudo internacional da Lions Advisory, Vasco Perestrelo considera que “estamos em linha com as principais tendências do mundo, não nos destacamos de forma muito diferente dessas tendências e conclusões. A única vertente que nos distingue é a situação política que vivemos”.

Levi Olivares, por seu lado, acredita que o nível criativo e o potencial do mercado português são muito bons. Admite, no entanto, que “face a outros mercados existe alguma falta de competitividade, não entre as agências, mas entre as marcas, e esse contexto de pouca apetência para arriscar e lutar pelo ‘spotlight’ de cada categoria não colabora para um mercado criativo, que tem potencial para ter mais expressão e trabalho destacado no cenário internacional”.

Pedro Ribeiro vai mais além e defende que a melhoria do desempenho das nossas agências em prémios internacionais nos últimos anos revela a capacidade que existe no mercado português, contudo, o criativo também refere que “Portugal não escapa à falência do modelo de gestão e de remuneração das agências criativas, em que parece que ainda ninguém encontrou a fórmula certa para cobrar de forma justa pelo pensamento e pelas ideias”.

O relatório, que se baseia num inquérito feito a cerca de 3000 profissionais criativos e marketers, alguns dos quais portugueses, revela que 51% dos inquiridos prevê que a indústria do marketing e da criatividade cresça fortemente, em 2024, tendo em conta que 60% dos inquiridos, no primeiro semestre de 2023, afirmaram que tencionavam reduzir os gastos em criatividade em 2024. A realidade, afinal, é outra e em vez de irem cortar, 69% das marcas dizem que vão manter ou aumentar o investimento este ano.

Em termos das áreas que vão acolher a maioria dos investimentos, o estudo salienta a inteligência artificial (IA), o comércio social e as comunidades baseadas em interesses. Em relação à IA, o relatório refere que, em 2023, 7,3% dos trabalhos a concurso no Festival de Publicidade de Cannes foram criados com recurso a IA, enquanto em 2022 havia apenas 3,7%. Até as marcas que em 2024 vão investir menos em marketing (62% dos inquiridos) vão aumentar os gastos com IA.

Para Pedro Ribeiro, a IA na criatividade é inevitável e a resposta das agências não pode ser de negação nem rejeição. “Pode reforçar o papel das agências criativas, ao automatizar processos mais executivos, trazendo o protagonismo de volta ao pensamento e à ideia. A IA exige estratégia, criatividade e critério, capacidades que o nosso mercado tem de sobra”.

Levi Olivares defende que “a utilização da IA veio para ficar”, não acreditando que o seu uso no mercado criativo “deva ficar restrito a geração de imagens através de ‘prompts’, nem seria essa a sua mais-valia. Idealmente o seu uso devia ficar ligado à performance, automação e à otimização de processos”.

No que toca ao comércio social, o relatório conclui que 44% dos inquiridos vão investir mais nesta área, em 2024, com 8% a excluir a aposta neste formato de vendas. Com as redes sociais e o comércio eletrónico a fundirem-se, o comércio social torna-se num canal fundamental para envolver os consumidores, destaca o relatório. De acordo com o Statista, empresa de pesquisa de mercado citada no estudo da Lions Advisory, as vendas globais do comércio social estão projetadas para atingir 8,5 triliões de dólares (€7,9 biliões), até 2030.

“As marcas estão cada vez mais a usar a comunicação que fazem nas redes sociais como um drive-in direto para vendas. Mas em vez desta linha, de fazer comunicação que pode derivar numa venda, as marcas vão investir cada vez mais em redes sociais para vendas diretas, utilizando-as como lojas. Estas acabam por ser simultaneamente, janelas de comunicação, mas também de retalho por ídolo disso, que é o chamado comércio social”, explica Vasco Perestrelo.

Relativamente às comunidades baseadas em interesses, o relatório afirma que 54% dos inquiridos vão investir mais nesta área, que irá tornar-se mais importante para satisfazer as gerações mais jovens. De acordo com os dados da Euromonitor, referidos no estudo Estado da Criatividade, 48% dos consumidores da geração Z quer ativamente interagir com as marcas em plataformas como o TikTok, para terem mais influência nos produtos que as marcas lançam.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Iscte Executive Education realiza webinars gratuitos sobre comunicação de destinos e marcas locais

O webinar Placebrand e Turismo Sustentável, moderado por Ana Simaens, realiza-se a 20 de junho, às 18h30, no Iscte Executive Education. Uma semana depois, à mesma hora, Designed in Portugal: Reinventar Tradição, Criar Marcas é a temática abordada. As vagas são limitadas

O Iscte Executive Education está a organizar sete webinars temáticos sobre comunicação e promoção de destinos e marcas locais. Moderados por docentes da pós-graduação em placebrand e place marketing da instituição, contam com a participação de especialistas da área e são gratuitos, apesar de exigirem uma inscrição prévia que pode ser feita online. As vagas são, no entanto, limitadas a 20 participantes por sessão.

O webinar Placebrand e Turismo Sustentável, moderado por Ana Simaens, realiza-se a 20 de junho, às 18h30. Além de Carolina Mendonça, coordenadora da estrutura de sustentabilidade do destino turístico Açores DMO, a iniciativa conta com a participação de Maria de Lurdes Vale, diretora do Turismo de Portugal em Espanha.

Uma semana depois, a 27 de junho, à mesma hora, Designed in Portugal: Reinventar Tradição, Criar Marcas é o webinar que se segue. Moderado por João Faria Gomes, tem Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp, como convidado. Diáspora Como Ativo Estratégico de Portugal, Cidades Inteligentes: Criação de Valor e Um Futuro Que Passa por África e Bacalhau Bridge Effect são outros dos webinares gratuitos agendados.

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Adidas escolhe modelo e desportista português para campanha internacional

Com assinatura do estúdio criativo alemão Aboutkokomo, a campanha publicitária foi produzida pela Twentyfour Seven. João Pinto, filho do ex-jogador de futebol João Vieira Pinto e da atriz e apresentadora de televisão Marisa Cruz, é uma das imagens da marca desportiva alemã

Depois de ter usado a imagem do futebolista português Rafael Leão para promover as novidades de calçado desportivo da marca, a Adidas acaba de contratar o modelo e desportista João Pinto, filho do ex-jogador de futebol João Vieira Pinto e da atriz e apresentadora Marisa Cruz, para a nova campanha internacional. Desenvolvida pelo estúdio criativo alemão Aboutkokomo, sediado em Berlim, foi produzida pela Twentyfour Seven, produtora internacional com escritórios em Portugal, Espanha, Polónia, Lituânia, Estados Unidos, Chile, Argentina e República Dominicana.

Fotografada por Raquel Chicheri, com estilismo de Carolina di Leo e imagem de Paulo Fonte, responsável pelos cabelos e pela maquilhagem, a campanha vai ser divulgada internacionalmente em media digitais, redes sociais e múpis. Em Portugal, ainda não foi definida uma data para a exibir, apurou o M&P. No perfil global da marca nas redes sociais, houve outro desportista português a destacar-se no último mês. O futebolista João Félix, avançado do FC Barcelona, é um dos protagonistas do filme publicitário que a marca partilhou a 2 de maio para promover a aplicação Adidas Running.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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7 em cada 10 portugueses atribui responsabilidade às marcas na resolução dos problemas globais

Os consumidores sentem que as marcas não estão a conseguir corresponder às novas exigências, chegando a afirmar que não se importariam se 75% das marcas que existem hoje desaparecessem. 84% dos portugueses esperam que as marcas sejam transparentes sobre o que prometem, mas apenas 22% acreditam que as marcas realmente o fazem

Sete em cada 10 portugueses afirma que as empresas e as marcas têm o poder e o dever de contribuir para a resolução de alguns dos problemas globais da sociedade, revela o estudo Meaningful Brands, realizado pela Havas Media Network.

Apesar de 91% dos inquiridos destacar a crise ambiental como a preocupação mais urgente a nível global, a crise económica é o que mais preocupa os consumidores a nível pessoal. O estudo revela que 54% dos inquiridos, a nível global, defendem que as empresas deveriam estar mais focadas em ajudar os clientes, e não só na venda dos produtos ou serviços.

“As pessoas têm plena consciência de que estão a enfrentar crises globais que afetam quase todos os aspetos das suas vidas. Todas as crises representam uma enorme ameaça à nossa capacidade de sobreviver e prosperar. As pessoas vêem-se obrigadas a adaptar-se e a mudar e, com isso, o que exigem das marcas muda também”, sustenta Mark Sinnock, diretor global de estratégia, dados e inovação da Havas Creative Network.

Os consumidores inquiridos definem as marcas e as empresas como o segundo interveniente mais importante na resolução dos desafios económicos, depois das entidades governamentais e políticas. No entanto, os inquiridos sentem que as marcas não estão a conseguir corresponder às novas exigências, chegando a afirmar que não se importariam se 75% das marcas que existem hoje desaparecessem.

A falta de confiança e aparente indiferença estão relacionados à disparidade entre as expectativas dos consumidores e o desempenho das marcas, sendo que 84% dos portugueses esperam que as marcas sejam transparentes sobre o que prometem, mas apenas 22% acreditam que as marcas realmente o fazem.

Por outro lado, a crescente exigência global dos consumidores observa-se a vários níveis, nomeadamente no que toca ao papel das marcas na promoção de um mundo melhor, mas sobretudo na promoção do bem-estar individual dos seus clientes. Segundo os dados do estudo, 80% dos inquiridos em Portugal esperam que as marcas façam mais pelo seu bem-estar e saúde. Uma percentagem semelhante à dos que esperam que as marcas ajam pelo bem da sociedade e do planeta.

As conclusões do Meaningful Brands referem que esta é a era da ‘Economia do Eu’, na qual os benefícios pessoais assumem maior peso na construção de marcas relevantes. Expectativa reflete-se no facto de as marcas relevantes e significativas atualmente terem um desempenho superior em termos de benefícios pessoais em comparação com a média das marcas. E, nesta perspetiva, a capacidade de uma marca ajudar os consumidores a simplificar a sua vida (63%), a poupar tempo e dinheiro (61%), e a inspirá-los (56%), é o principal desafio para as marcas permanecerem relevantes e significativas.

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Quem são os favoritos do Euro 2024?

Com o Euro 2024 a aproximar-se rapidamente, os entusiastas do futebol em toda a Europa estão ansiosos para ver as suas seleções favoritas em ação. Com uma série de seleções talentosas a competir pelo prestigioso título europeu, é hora de analisar quem são os favoritos para levantar o troféu do Euro 2024.

Muitos dos entusiastas do futebol já pensam no Campeonato da Europa de 2024, que este ano é organizado na Alemanha. Esta promete ser uma das edições do Europeu mais disputada, com várias seleções de enorme qualidade, não sendo fácil prever quem pode, de facto, levantar o troféu. Por esse motivo, fomos ver aquilo que acha um dos sites de referência nas previsões desportivas e a página de prognósticos do Campeonato Europeu 2024 é bastante elucidativa, analisando os principais favoritos, mas também quem vai levantar o troféu no final do torneio, a 14 de julho, em Berlim.

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Portugal chega ao Euro 2024 com uma seleção repleta de talento e experiência, incluindo alguns dos melhores jogadores do mundo, como Cristiano Ronaldo, Bernardo Silva ou Bruno Fernandes. Com a chegada do treinador Roberto Martínez, os campeões europeus de 2016, que fizeram uma fase de qualificação exímia e com performances bastante positivas, estão determinados a adicionar mais um troféu ao seu palmarés. Com um estilo de jogo baseado na posse de bola e na criatividade, a seleção das quinas é uma equipa que ninguém pode subestimar no Euro 2024. Portugal é também destacado como aquela Seleção que pode atrapalhar as melhores previsões e não surpreenderia se conquistar o Europeu alemão.

Espanha determinada em voltar ao topo

Depois de um desempenho dececionante no Euro 2020 e no Mundial 2023, a Espanha está determinada a mostrar ao mundo que ainda é uma força a ser reconhecida. Sob a orientação do experiente treinador Luis de la Fuente, a La Roja está a passar por uma fase de reconstrução, mas continua a contar com jogadores experientes como Daniel Carvajal e Álvaro Morata que se juntam com os jovens talentos como Gavi, Pedri e Lamine Yamal. Com um estilo de jogo baseado na posse de bola e na técnica refinada, a Espanha está determinada a fazer uma boa figura no Euro 2024.

Uma competição de elevado nível aguarda-nos

Com seleções como Inglaterra, França, Alemanha, Portugal e Espanha prontas para competir, o Euro 2024 promete ser uma competição emocionante e imprevisível. Desde os favoritos estabelecidos até às seleções em ascensão, há uma grande variedade de candidatos a ter em conta na maior competição europeia de seleções. Mal podemos esperar para ver como tudo se desenrolará quando o torneio começar. Preparem-se para um mês de futebol emocionante e cheio de emoções!

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Todos os influenciadores importam

Em 2023, o investimento em marketing de influência no Instagram em Portugal ascendeu a €59,5 milhões, num mercado em que os nano e microinfluenciadores aumentam. Os macroinfluenciadores e celebridades continuam a ser indispensáveis e a Prozis é a marca mais mencionada no Instagram, segundo o estudo da Brinfer

A aposta em nano e microinfluenciadores nas redes sociais está a aumentar, por permitir às marcas terem uma maior taxa de envolvimento com os utilizadores, revela o relatório Top Brands da Brinfer, que analisa os conteúdos partilhados por influenciadores portugueses no Instagram. Os macroinfluenciadores e as celebridades, no entanto, continuam a ser importantes nas estratégias de marketing digital. O estudo, referente a 2023, revela também que foram investidos €59,5 milhões em marketing de influência no Instagram em Portugal, no ano passado.

Este valor contabiliza o número de publicações pagas multiplicado pelo preço de tabela médio cobrado por cada um dos perfis de influenciadores. “Para chegar a um preço médio por publicação, consultámos agências de influenciadores para saber o valor médio pago a cada tipo de influenciador, seja por um post, por um reel ou por um story, e calculando a média entre esses valores, chegamos a um valor total”, explica Roberto Gomes, CEO da Brinfer.

Se o recurso a influenciadores com menos de 10 mil ou de 50 mil seguidores é cada vez mais uma realidade, os macroinfluenciadores (a partir de 50 mil seguidores), os megainfluenciadores (entre 500 mil e um milhão) e as celebridades (mais de um milhão) não são dispensados por algumas das marcas que lideram os rankings da Brinfer de menções no Instagram, devido à necessidade de adequar os perfis de influenciadores aos resultados pretendidos.

A Nespresso, que lidera a categoria Alimentação, “tem vindo a trabalhar com todo o tipo de perfis, tendo feito uma aposta crescente em nano e microinfluenciadores nos últimos tempos, mas que têm um bom envolvimento e um maior sentido de comunidade que, combinados entre si, permitem gerar uma ótima mancha no Instagram”, revela ao M&P Diogo Duarte João, responsável de relações públicas e eventos da Nespresso.

Do lado da Sephora, que lidera as menções do estudo da Brinfer em Beleza, a estratégia é trabalhar com todos os perfis de influenciadores. “Se procurarmos obter um alcance maior, apostamos em perfis de macroinfluencidadores e em celebridades. Se o objetivo for mais envolvimento vamos procurar nano e microinfluenciadores”, refere um porta-voz da Sephora.

O The Yeatman, o mais mencionado na categoria de Hotéis, por seu lado, faz mais parcerias de permuta com macro influenciadores e celebridades, porque geram uma maior taxa de alcance. “Ao mesmo tempo, temos expressão junto dos nano e dos microinfluenciadores, que muitas vezes são os nossos próprios clientes, visitantes ou participantes nos eventos e iniciativas que promovemos e organizamos”, diz Matilde Ribeirinho, diretora do departamento de marketing do The Yeatman.

Roberto Gomes, CEO da Brinfer, considera que a procura de microinfluenciadores é uma questão de volume e do algoritmo do Instagram. “As marcas não têm budget para investir nos segmentos mais altos de influenciadores constantemente, é mais fácil pagar menos a mais microinfluenciadores que, por sua vez, publicam mais conteúdos do que o oposto. Existe também outra vertente relacionada com o algoritmo, em que quanto mais pequeno for o número de seguidores do influenciador, maior é o número de interações e a taxa de envolvimento”, sustenta Roberto Gomes.

De acordo com o relatório da Brinfer, no top 5 das marcas mais mencionadas no Instagram em Portugal encontram-se a Prozis (Desporto, 199 mil menções), a Zara (Moda, 20 mil menções), a SIC (Media, 13 mil menções), a Sephora (Beleza, 6942 menções) e o Celeiro (Retalho Alimentar, com 6107 menções). Com um número inferior de menções, há líderes em outras categorias como Alimentação (Nespresso), Restaurantes & Cafés (Neto Restaurantes), Hotéis (The Yeatman), a Automóveis (Toyota), Eletrónica (Canon), a Telecomunicações (Nos) e Energia (Galp).

Em relação à liderança destacada da Prozis (muito distante da segunda marca mais mencionada, a Zara), Roberto Gomes argumenta que “a Prozis usou desde cedo a sua audiência para divulgar os seus produtos. Conseguiram criar um equilíbrio muito inteligente entre ações de notoriedade, com diversas estratégias de marketing de influência e de marketing de afiliados, para criar uma network de afiliados muito bem hierarquizada”.

Para o CEO da Brinfer, o grande sucesso da Prozis é o facto de ser quase obcecada por influenciadores e trabalhar bem todos os ângulos possíveis no mercado do marketing de influência, salientando que “o caso da Zara, é completamente o oposto da Prozis. A Zara lidera em menções na Moda, mas não lidera por ter uma estratégia de marketing de influência incrível. As menções da Zara são quase todas orgânicas.

O facto de a marca ter um impacto muito grande no seu segmento é a razão pelo qual lidera as menções na sua categoria, e esse também é o caso de muitas marcas que lideram os rankings”. Os resultados deste estudo dizem respeito ao período entre 1 de janeiro de 2023 a 31 de dezembro de 2023, em que a Brinfer analisou 247 mil conteúdos publicitários publicados por mais de 26 mil pessoas.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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José Mourinho protagoniza campanha da Uber Eats (com vídeo)

Matilde Mourinho, Maya, Bárbara Tinoco, Marina Machete e Cifrão são outras das figuras públicas que acompanham o treinador na adaptação nacional da campanha Get Almost Almost Anything, feita pela Stream and Tough Guy. A produção é da Playground e a realização de Cristiana Miranda, com planeamento de meios da PHD Media

Depois de Luís Figo e Georgina Rodriguez na versão espanhola da campanha internacional Get Almost Almost Anything, da Uber Eats, com criatividade da Ogilvy Madrid e da equipa criativa da empresa, a plataforma de entregas recorreu à Stream and Tough Guy para, a partir do mesmo briefing, idealizar a versão portuguesa, Pede Quase Quase Tudo. Protagonizado pelo treinador José Mourinho, o filme publicitário que a integra recupera a ironia e o sarcasmo dos anúncios dos outros países.

A campanha pretende demonstrar que a Uber Eats é também uma plataforma onde se pode fazer encomendas de supermercados, farmácias, lojas de conveniência, floristas, mercearias e de todo o tipo de extravagância, além de comida.

Para além da empresária e designer de joias Matilde Mourinho, filha do orientador desportivo, a campanha, produzida pela Playground e realizada por Cristiana Miranda, conta com a participação da astróloga e apresentadora de televisão Maya, da modelo e miss Portugal Marina Machete, do ator e coreógrafo Cifrão e da cantora e compositora Bárbara Tinoco.

“Tratam-se de celebridades relevantes e com notoriedade para os diversos targets da marca e que têm particularidades divertidas para serem exploradas criativamente”, justifica ao M&P Ricardo Pabón. O diretor de marketing da Uber Eats revela que todas as figuras públicas presentes no anúncio foram remuneradas, escusando-se, no entanto, a revelar os valores envolvidos.

Disponível em televisão, digital e suportes exteriores, a campanha está no ar de 15 de maio e 30 de junho, numa primeira fase. “Haverá uma segunda vaga de comunicação em setembro, com novidades”, revela ainda o responsável. O planeamento de meios foi desenvolvido pela PHD Media, agência do Omnicom Media Group, enquanto a comunicação é assegurada pela Hill+Knowlton.

“Esta é, possivelmente, a maior campanha que já fizemos. E, depois de 17 versões de filme, 27 outdoors e 13 ‘social edits’ diferentes, não podíamos estar mais felizes com o resultado, com a forma perfeita com que todo o processo se desenrolou, com a liberdade criativa que nos foi dada numa adaptação de uma campanha e o constante desafio criativo por parte do cliente”, explica Miguel Durão, diretor criativo da Stream and Tough Guy, que também assinou a campanha do serviço Uber One.

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Startups independentes têm 72% de desconto no Cannes Lions

Além dos passes especiais para startups, o Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions volta a disponibilizar passes especiais de entrada e cobertura do evento para os media. A competição, que comemora o 70º aniversário, realiza-se entre 17 e 21 de junho, em França

O Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, representado em Portugal pela MOP, criou um passe especial para startups que lhes garante 72% de desconto. As empresas interessadas não podem, no entanto, requisitar mais de cinco entradas. Para garantirem a inscrição, têm de preencher, até 10 de junho, o formulário disponibilizado no site da organização. Além dos passes especiais para startups, o Cannes Lions volta a disponibilizar passes especiais de entrada e cobertura no festival.

“O passe de imprensa concede acesso total ao programa de conteúdo e editorial, às cerimónias de entregas de prémios e, ainda, acesso ao portal de imprensa. Os passes de imprensa estão sujeitos à aprovação da organização do festival e, à semelhança dos anteriores, encerram no dia 10 de junho. As inscrições podem ser realizadas através do website da organização”, referem os promotores do evento em comunicado.

“Além dos passes direcionados a startups e meios de comunicação social, o Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions disponibiliza um conjunto de passes, nomeadamente para estudantes, profissionais e criadores de conteúdo independentes”, informa ainda o documento. A competição, que comemora em 2024 o 70º aniversário, realiza-se entre os dias 17 e 21 de junho, na cidade francesa que lhe dá nome.

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