Como as redes sociais e as fake news estão a influenciar as eleições no Brasil
As presidenciais de 2018 são as primeiras eleições brasileiras decididas nas redes sociais. A convicção é de Sérgio Denicoli, em declarações ao M&P. O modelo da AP Exata de análise da campanhas nas redes sociais está já a ser replicado para clientes em Portugal, Espanha e Brasil.
Rui Oliveira Marques
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As presidenciais de 2018 são as primeiras eleições brasileiras decididas nas redes sociais. A convicção é de Sérgio Denicoli, em declarações ao M&P. “As redes foram o grande motor de comunicação das campanhas. Quem não apostou na internet e focou apenas no tempo de antena de rádio e TV, fracassou. Foi o caso dos partidos mais tradicionais, como o MDB e o PSDB. Eles tinham mais tempo de antena que as demais coligações, mas não conseguiram reverter essa vantagem em votos. As estruturas que mais investiram nas redes foram o PSL, de Jair Bolsonaro, e o PT, de Fernando Haddad”, refere o investigador da Universidade do Minho, que dedicou o seu doutoramento à implementação da TDT em Portugal. Sérgio Denicoli é agora director de big data da agência AP Exata, que, no Brasil, tem estado a monitorizar o comportamento dos apoiantes de cada partido nas redes sociais.
Para Sérgio Denicoli, as fake news, a actuação de perfis falsos nas redes sociais e os bots tiveram uma grande influência na polarização do Brasil, entre a direita e a esquerda, e também na ascensão de um discurso moral que sobressai face ao discurso assente em propostas eleitorais. “Os partidos mais extremos sempre tiveram um poder e uma capacidade de persuasão limitados”, refere. No entanto, a internet conseguiu reverter esse quadro, colocando o PSL de Bolsonaro, de extrema-direita, como uma alternativa viável aos olhos dos eleitores. “Esses movimentos foram construídos a partir da acção do que chamamos de perfis de interferência, que são perfis criados exclusivamente para interferir no processo eleitoral e moldar a opinião pública. A um ano das eleições, um estudo da AP Exata identificou que 27 por cento dos perfis que falaram dos presidenciáveis eram de interferência. E quem mais utilizava esses perfis eram militantes pró-Bolsonaro e pró-PT. As informações falsas tinham o claro intuito de chocar, de provocar debates nas redes e, assim, impulsionar os temas e os respectivos candidatos. Agora, esses perfis perderam a relevância, uma vez que os utilizadores já repetiam de forma orgânica as estratégias antes feitas por robôs e perfis fake”, descreve Sérgio Denicoli.
O modelo da AP Exata de análise da campanhas nas redes sociais está já a ser replicado para clientes em Portugal, em Espanha e no Brasil. “As redes sociais mostram as tendências. Com as ferramentas que desenvolvemos na AP Exata, conseguimos fazer leituras dos movimentos das redes em tempo real, e isso deu-nos uma clareza a respeito do comportamento do eleitor. Tanto que os resultados das sondagens destoaram dos resultados das urnas, mas os dados da AP Exata foram plenamente assertivos”, prossegue Sérgio Denicoli. Fique a conhecer mais sobre o modelo de análise de campanhas eleitorais na próxima edição do M&P